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Livro Texto - Unidade I

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Autora: Profa. Divane Alves da Silva
Colaboradores: Prof. Alexandre Ponzetto
 Profa. Angélica Carlini
Ética, Legislação 
e Direito Autoral
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Professora conteudista: Divane Alves da Silva
Doutoranda em Epistemologia e História da Ciência na Universidade Tres de Febrero/Buenos Aires – Argentina. 
Mestre em Contabilidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1998), com diversos cursos de especialização 
(lato sensu): Controladoria (Santana e São Paulo – 1992), Didática do Ensino Superior (Mackenzie – 1996), Formação 
de Professores em Educação a Distância (UNIP – 2012). Graduada em Ciências Contábeis (1990) e Filosofia com 
Licenciatura (Mackenzie – 2009). Coordenadora do curso de graduação de Ciências Contábeis na Universidade Paulista 
– UNIP na modalidade a distância. Professora de pós-graduação na Fundação Vanzolini/USP e FMU e de graduação 
na FAAP e UNIP. Professora autora de materiais para a modalidade do ensino a distância para os cursos de Ciências 
Contábeis, Gestão Financeira, Gestão de Recursos Humanos e Segurança do Trabalho, disciplinas correlatas à formação 
acadêmica. Possui larga experiência em empresas, por ter atuado como controller, contadora, auditora, entre outras 
atividades relacionadas às áreas contábil, administrativa, tributária e financeira.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586e Silva, Divane Alves da.
Ética, Legislação e Direito Autoral. / Divane Alves da Silva. - São 
Paulo: Editora Sol, 2018.
112 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-082/18, ISSN 1517-9230.
1. Direito autoral. 2. Normas éticas. 3. Legislação. I. Título.
CDU 342.28
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Fabrícia Carpinelli
 Juliana Mendes
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Sumário
Ética, Legislação e Direito Autoral
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 O QUE É A ÉTICA .................................................................................................................................................9
1.1 A ética social e da pessoa ................................................................................................................. 15
1.2 As sociedades: família, empresa, nação e globalização ........................................................ 20
2 SISTEMAS ECONÔMICOS .............................................................................................................................. 27
2.1 Capitalismo e socialismo ................................................................................................................... 28
2.2 A empresa e a sociedade ................................................................................................................... 30
3 PRINCÍPIOS E NORMAS ÉTICAS ................................................................................................................. 36
3.1 Ética empresarial .................................................................................................................................. 36
3.2 Questões éticas na empresa ............................................................................................................. 37
3.3 Ética profissional .................................................................................................................................. 41
4 CÓDIGO DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL........................................................................... 42
4.1 O Código de Ética Empresarial ........................................................................................................ 42
4.1.1 As dimensões da ética empresarial.................................................................................................. 43
4.1.2 Desenvolvimento e implantação de código de conduta empresarial ............................... 46
4.2 O Código de Ética Profissional ........................................................................................................ 48
4.3 A ética, a propaganda e a publicidade ........................................................................................ 54
4.4 A Certificação SA 8000 ...................................................................................................................... 56
Unidade II
5 O QUE É LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................... 62
5.1 O Direito Comercial ou Empresarial .............................................................................................. 63
5.2 O Direito do Consumidor .................................................................................................................. 65
6 DIREITO DE PROPRIEDADE MATERIAL, INDUSTRIAL E INTELECTUAL .......................................... 67
6.1 Registro de marcas e patentes ........................................................................................................ 70
6.2 Contrato de Prestação de Serviços ............................................................................................... 74
7 LEI DOS DIREITOS AUTORAIS ...................................................................................................................... 77
7.1 Direito do autor .................................................................................................................................... 84
7.2 Jurídico da internet ............................................................................................................................. 87
8 A ATUAÇÃO DAS ENTIDADES DE CLASSE MAIS REPRESENTATIVAS ........................................... 91
8.1 O Estatuto das Micro e Pequenas Empresas .............................................................................. 91
8.2 O Novo Código Civil ............................................................................................................................ 97
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Ética, Legislação e Direito Autoral, no contexto do curso de Artes Visuais, sem desconsiderar 
de maneira alguma as outras disciplinas, tem um papel de extrema importância, uma vez que envolve 
as relações humanas, interna ou externamente à empresa.
Em toda sociedade há o envolvimento das relações humanas, e estas, por sua vez, nem sempre 
contemplam situações harmoniosas, o que, em outras palavras, significa dizer que os conflitos também 
fazem parte dessa relação, devendo ser resolvidos à luz da legislação.
Em nosso plano de ensino e, consequentemente, neste livro-texto estão contempladas as legislações 
relacionadas com os direitos e deveres que envolvem a relação entre as pessoas e empresas que atuam 
com as Artes Visuais.
Sendo a legislação vasta em nosso país e atualizada constantemente, é prudente mencionar que 
não somente os profissionais que atuam com as Artes Visuais, mas também a sociedade, devem buscar 
sempre uma atualização das legislações, bem como os assuntos inerentes à profissão escolhida.
Desejo a você bons estudos, saúde e sucesso!
INTRODUÇÃO
Os objetivos da disciplina Ética, Legislação e Direito Autoral estão relacionados com o conhecimento 
e respeito às normas éticas e legais relativas ao consumidor de produtos e serviços de comunicação, 
conforme aponta o respectivo plano de ensino.
Relacionar a ética com a busca da credibilidade profissional e da organização; compreender os 
mecanismos de autorregulação da organização e os mecanismos externos de regulação legal; conhecer 
a legislação que regula as questões pertinentes ao Direito Autoral e interpretá-las com uma perspectiva 
ética, particularmente aquela que regula as produções de comunicações, são pontos necessários para a 
formação profissional de pessoas que venham a atuar com as Artes Visuais.
Para cumprir os preceitos determinados no plano de ensino desta disciplina, num primeiro momento 
são apresentados o conceito de ética e sua aplicação tanto nas relações pessoais quanto nas empresariais, 
considerando-se inclusive a sociedade empresarial atual, ou seja, globalizada, envolvendo também a aplicação 
do código de ética relacionado com a propaganda e com o profissional de artes visuais. Também são discutidos 
os sistemas econômicos – capitalismo e socialismo – e o envolvimento da empresa com a sociedade.
Na sequência foram reservados os itens relativos à legislação que envolve tanto as pessoas quanto 
as empresas que direta e/ou indiretamente atuam com as artes visuais. A seguir, é abordado o estudo 
sobre a legislação referente à propriedade industrial com os direitos autorais, bem como a atuação 
das entidades de classe representativas, o estatuto das pequenas e médias empresas e o novo Código 
Civil, de forma que seja possível a você, futuro profissional das artes visuais, ter uma visão geral da 
contribuição que esta área tem na sociedade atual.
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ÉTICA, LEGISLAÇÃO E DIREITO AUTORAL
Unidade I
1 O QUE É A ÉTICA
Para que você compreenda melhor a disciplina Ética, Legislação e Direito Autoral no contexto do 
curso de Artes Visuais, será necessário que entenda como surgiu a ética, em que momento da história 
da humanidade isso ocorreu e em que local, o que significa a palavra ética.
Nesse contexto, segundo Mattar Neto (2012), a ética é um ramo da filosofia que estuda o 
comportamento universal do homem em sociedade. Aparentemente, é uma frase simples, mas certamente 
temos muitos assuntos que serão mencionados e que terão de ser desvendados; caso contrário você 
estaria apenas decorando conceitos, o que não levaria a nada, tenha certeza.
Tomando-se como base a definição da ética por Mattar Neto (2012), temos a seguinte questão: mas 
por que a ética é um ramo da filosofia? Então, o que significa filosofia? Por que estudar o comportamento 
universal do homem? E a relação com a sociedade? Conforme você já percebeu, são muitas respostas 
a buscar, e todas essas respostas ocorrerão durante os assuntos que compõem esta disciplina, Ética, 
Legislação e Direito Autoral .
Sem ainda conhecer historicamente sobre o assunto ética e seu desenvolvimento no tempo, mesmo 
por intuição há de se entender que sem regras não é possível haver uma boa convivência entre as pessoas 
que compõem determinada sociedade, seja ela familiar, religiosa, empresarial, militar ou de outro tipo. 
Logo, a prática das regras torna-se necessária para, assim, evitar o conflito entre seus membros.
De uma maneira ampla, vale informar que o convívio social envolve comportamentos morais e éticos. 
Os comportamentos morais estão relacionados com situações efetivas, enquanto os éticos envolvem 
toda uma sociedade.
Provavelmente você já esteja pensando: então haverá punição para aquela(s) pessoa(s) que venha(m) 
a descumprir alguma regra determinada por uma sociedade?
Sim, sem dúvida, as punições devem ocorrer para que haja um ajuste no comportamento do homem 
em suas próximas atitudes, para que possa a voltar e/ou continuar com o convívio social.
Ao longo dos tempos, a história nos mostra que algumas punições foram abandonadas, por exemplo, 
o uso da guilhotina; porém, outras punições foram criadas. Assim, é possível adiantar que a ética 
acompanha a evolução da humanidade e deve ser aprendida e praticada, mas fique tranquilo, teremos 
diversos itens que compõem a nossa disciplina e permitirão que você compreenda melhor o assunto 
ética, uma prática desafiadora para todos nós!
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Unidade I
Sabendo que a ética é um ramo da filosofia, vamos entender como nasceu a filosofia para assim 
entendermos como surgiu a ética.
A filosofia nasceu da mitologia e está relacionada com o pensamento racional (logos), ou seja, o 
pensamento reflexivo. Então, o ideal é conhecer a base etimológica das palavras relacionadas com a 
ética: filosofia, mitos e logos. Porém, não podemos em hipótese alguma deixar de abordar o que significa 
a palavra etimologia. No Dicionário Michaelis (2017), temos:
sf (gr etymología) Gram 1. Estudo da origem e formação das palavras de 
determinada língua. 2. Étimo: A etimologia de lobo é o latim lupu. E. 
popular: etimologia duvidosa, em que o povo filia uma palavra a outra que 
pareça suscetível de dar explicação dela.
Agora que você já sabe que etimologia significa o estudo da origem e da formação das palavras 
de determinada língua, é importante conhecer o significado da palavra filosofia. Conforme aponta 
Mattar Neto (2012, p.1):
trata-se de uma palavra composta vinda do grego que assim se escreve: 
philosophia, onde phili, que quer dizer amizade, e philo, amigo ou amante, 
significa sabedoria, conhecimento, saber. Assim, pode-se indagar que a 
filosofia nada mais é que o amor ao saber e, por sua vez, o filósofo é o 
amigo da sabedoria.
Você já deve estar se perguntando: qual a etimologia das palavras mito e logos? Recorrendo 
novamente ao Dicionário Michaelis (2017), temos:
sm (gr mythos) 1. Fábula que relata a história dos deuses, semideuses e 
heróis da Antiguidade pagã. 2. Interpretação primitiva e ingênua do mundo 
e de sua origem. 3. Tradição que, sob forma alegórica, deixa entrever um 
fato natural, histórico ou filosófico. 4. Exposição simbólica de um fato. 5. 
Coisa inacreditável. 6. Enigma. 7. Utopia. 8. Pessoa ou coisa incompreensível.
E para a palavra logos, também segundo o Dicionário Michaelis (2017), temos:
sm (gr lógos) 1. Na filosofia de Platão, a razão como manifestação ou 
emanação do ser supremo. 2. Na filosofia de Heráclito e dos estoicos, o 
princípio racional que governa e desenvolve o universo. 3. Na teologia cristã, 
o verbo de Deus, Cristo, segunda pessoa da SantíssimaTrindade.
Em termos gerais, está claro que a filosofia significa amor ao saber; mito está relacionado com os 
deuses; e logos está voltado para o racional. Mas o que tudo isso tem a ver com a nossa disciplina? Tudo 
a ver, pode-se de imediato responder, mas vamos com calma!
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ÉTICA, LEGISLAÇÃO E DIREITO AUTORAL
De acordo com Aranha e Martins (2005, p.12), “a filosofia é um modo de pensar, é uma postura 
diante do mundo”. Assim, pode-se afirmar que todos os assuntos podem ser pensados filosoficamente, 
ou seja, de maneira racional, e a ética não poderia ficar de fora. Mas como nasceu a filosofia e qual a 
sua relação com a ética?
A filosofia nasce do pensamento mítico (deuses), chegando ao pensamento racional, o que significa 
o ato de refletir sobre todas as coisas. Dessa maneira, pode-se considerar que a filosofia permeia todas 
as áreas sempre buscando o mesmo: a compreensão da vida por meio de perguntas e reflexão. Assim, a 
filosofia está nos assuntos sociais, éticos, econômicos, estéticos, históricos, políticos, científicos; enfim, 
onde está o homem, está a filosofia!
A escultura em bronze de Rodin chamada de O Pensador (1880), apesar de ter sido concebida no 
século XIX e a filosofia ter surgido ao final do século VII e início do século VI a.C., tornou-se um símbolo 
do ato de filosofar, por mostrar o homem pensando, refletindo sobre a ação que deverá realizar, o que 
pode desde já nos remeter à ideia de que filosofar é pensar criticamente!
Figura 1 – O pensador
 Observação
Auguste Rodin (1840-1917) nasceu em Paris (França) e foi além de seu 
tempo. Um grande renovador da escultura europeia, trouxe para suas obras 
a luz e a sombra.
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Unidade I
Estamos no final do século VII e início do século VI a.C. (exatamente como você entendeu, antes 
da era cristã), mais especificamente na Grécia Antiga, onde considera-se que nasceu a filosofia. Você 
já deve ter ouvido falar que a Grécia é o berço da civilização ocidental, e isso tem um significado no 
momento em que nasce a filosofia. O homem adquire a liberdade de pensar, escolher o seu próprio 
destino, o que o leva ao centro das decisões, ao centro do universo.
Figura 2 – Acrópole
Esta figura representa a Acrópole, na Grécia Antiga, onde eram construídos os palácios dos 
governantes, sempre em local alto para ter um controle melhor de todo o território.
O nascimento da filosofia dá-se pela ruptura com a mitologia, mas o que isso quer dizer? Como 
ocorreu essa ruptura?
Cumpre esclarecer que a civilização antes do final do século VII e início do século VI a.C. era regida 
pela mitologia, pelos deuses, pela religião, o que significa dizer que o homem (entenda homem sempre 
como humanidade) não tomava decisão sem antes consultar os deuses; assim, todo o seu destino era 
atribuído a esses deuses.
Era a mitologia que explicava o homem e, sua relação com o mundo e, com a natureza. Considerando-se 
que o homem sempre buscou conhecer o seu papel no universo e que esta e outras respostas, por 
exemplo, quem sou, de onde venho, para onde vou, eram sempre advindas dos deuses, o homem não 
era responsabilizado pelos seus atos, mas, sim, os deuses.
Segundo Mattar Neto (2012, p. 2):
Os mitos eram a explicação para a realidade que os gregos possuíam. A 
palavra mythos não tinha, originalmente, o significado de lenda ou fábula 
que hoje tem. Aos poucos, a palavra mythos vai perdendo o sentido de 
explicação da realidade e outra palavra vem tomar o seu lugar: logos.
Há diversos deuses na mitologia; você já deve ter ouvido sobre diversos deles, e como eram chamados 
os doze deuses do Olímpio, ou seja, da mitologia grega: Zeus, Hera, Posidão, Atena, Ares, Deméter, Apolo, 
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ÉTICA, LEGISLAÇÃO E DIREITO AUTORAL
Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio. E sobre os Doze Deuses romanos, estes pertencentes à mitologia 
romana: Júpiter, Juno, Neptuno, Minerva, Marte, Ceres, Febo, Diana, Vulcano, Vênus, Mercúrio, Baco.
A figura a seguir mostra a deusa Aphrodite (ou Afrodite), pertencente à mitologia grega, considerada 
a deusa do amor, da fertilidade.
Figura 3 – Afrodite
A deusa Vênus, pertencente à mitologia romana, assim como Afrodite, também é considerada a 
deusa do amor, da fertilidade.
Figura 4 – Vênus
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 Observação
À mitologia são atribuídas classificações, sendo as mais comuns a 
grega e a romana. Conhecer os deuses e suas respectivas representações 
para o homem daquela época irá contribuir com o entendimento sobre 
os deuses na civilização antiga.
 Saiba mais
Há diversos filmes que tratam sobre os deuses da mitologia. Um 
deles é:
300. Dir. Zack Snyder. EUA: Warner Bros., 2007. 117 minutos.
Caso já tenha assistido, reveja-o, pois esse filme irá contribuir com o 
entendimento sobre o papel dos deuses na vida dos homens daquela época.
Também leia a obra:
COMMELIN, P. Mitologia grega e romana. Trad. Eduardo Brandão. São 
Paulo: Martins Fontes, 2011.
É importante compreender que a passagem da mitologia (mythos) pela razão (logos) não foi tão 
simples assim. Foram anos para que o homem deixasse de atribuir aos deuses a responsabilidade 
por suas decisões e assumisse, assim, o seu próprio destino, conforme mencionam Aranha e 
Martins (2005, p.13):
À teogonia e à cosmogonia opôs-se a cosmologia, isto, é a crença na origem 
divina e mítica do mundo foi substituída pela busca da arché, do princípio 
material e também regulador da ordem do mundo. Essa busca da arché, 
do princípio ou fundamento das coisas, transformou-se na questão central 
para os filósofos pré-socráticos.
Antes de avançar o estudo sobre o nascimento da filosofia, é importante esclarecer o significado dos 
termos apresentados por Aranha e Martins (2005):
• Teogonia: termo formado por theos (deus) e gonia (origem, geração), designa a narração mítica 
do nascimento dos deuses. Relaciona-se com a cosmogonia.
• Cosmogonia: narrativas míticas sobre a origens e a formação do universo.
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ÉTICA, LEGISLAÇÃO E DIREITO AUTORAL
• Cosmologia: logos significa razão; assim, cosmologia é a explicação racional do mundo em 
oposição às crenças míticas vigentes.
É importante mencionar que os filósofos pré-socráticos foram pensadores que viveram antes de 
Sócrates, filósofo que muito contribui com o pensamento racional.
De acordo com Mattar Neto (2012, p. 7), pode-se entender que foi a partir da “decadência da 
civilização dos aqueus, baseada em clãs, substituída lentamente pela polis (cidade-estado) grega, que 
o poder da palavra falada e/ou escrita passa a ser essencial”, e assim, aos poucos, os conceitos foram 
sendo substituídos, principalmente em relação à explicação sobre o universo – kósmos –, que até então 
era dada pelos theo (deus, divindade), sendo agora explicada pela razão, pelo pensamento racional que 
passa a dar conta de tudo – em outras palavras, substitui-se a explicação divina (gonia) pela científica 
(logia) – e assim nasce a filosofia, um pensamento racional, crítico, que passa a explicar tudo o que está 
no mundo e o próprio mundo.
 Saiba mais
Leia o livro:
GAARDER, J. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. Trad. 
João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Nele, o autor nos conduz a um passeiosobre o nascimento da filosofia.
1.1 A ética social e da pessoa
Sendo a ética um ramo da filosofia que estuda o comportamento universal do homem em sociedade, 
qual é o seu objetivo e sua finalidade?
De uma forma geral, o objetivo da ética é manter uma convivência saudável entre todos os que 
compõem esta sociedade.
Você já deve estar pensando que tudo isso todos já sabem, e aqui está a minha pergunta: será?
Se todos já soubessem, não haveria conflitos, discórdias. Conhecer o conceito de ética não significa aplicá-la!
Daremos continuidade ao texto transcrevendo o exemplo utilizado por Lisboa (2009, p.15-16) e, em 
seguida, faremos os comentários, e tudo ficará mais claro.
O caso de uma pessoa que entra numa loja com o objetivo de adquirir um 
aparelho eletrodoméstico. Certamente, na loja encontrará alguém com o 
objetivo de vender eletrodomésticos. Para que ambos os objetivos – o de 
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Unidade I
comprar e o de vender – sejam concretizados, é imprescindível que um 
“relacionamento comercial” seja mantido entre as partes.
Note-se que, no exemplo, o relacionamento envolverá pessoas com objetivos 
opostos, uma objetiva comprar, enquanto a outra deseja vender. De tal 
relacionamento, várias questões podem surgir, tais como: marca e preço do 
produto, condições de pagamentos, prazo de entrega etc.
Na discussão para resolver tais questões, cada lado assumirá uma posição 
e comportamento próprios, dentro daquilo que acredita ser certo e justo 
para a situação. Desse modo, os objetivos individuais só serão atingidos 
caso as pessoas, não obstante as posições opostas, cheguem a um ponto de 
entendimento comum.
Apesar de ser um exemplo um tanto simples nos mostra uma relação de conflito, que pode ser sobre 
preço, condições de pagamento, marca do aparelho, e, embora seja de caráter particular, esse conflito 
precisa ser resolvido; caso contrário, os dois perderão – comprador e vendedor –, mas repitimos: trata-
se de uma situação individual, na qual a ética nada poderá fazer, uma vez que está preocupada com o 
comportamento universal dos homens, ou seja, em caráter coletivo.
Apresentamos agora o seguinte exemplo. Leia com muita atenção:
Estamos numa cidade relativamente pequena, por volta de 20 mil habitantes, 
constituída por diversos bairros, e os moradores entre si mantêm um 
relacionamento agradável. O atual prefeito entende que precisa construir 
na praça principal da cidade um parque para que as pessoas possam fazer 
caminhadas e também quer adquirir aparelhos de ginástica. Embora seja 
uma ideia formidável, uma vez que atingirá os moradores, promovendo 
uma melhor saúde para todos os que frequentarem o parque, ele (o 
prefeito) não pode tomar esta decisão sozinho: dependerá da aprovação 
dos vereadores, e estes, por sua vez, precisam consultar se tal proposta 
encontra-se em orçamento.
Este exemplo nos mostra uma situação mais complexa, por envolver outras instâncias, e mesmo 
sendo uma ótima ideia, pode ocorrer que neste momento o parque não seja realizado, e o prefeito e os 
moradores precisarão entender essa decisão. Em outras palavras, o conflito precisa ser resolvido de uma 
forma respeitosa entre todos, isto é, ética!
Considerando-se que desde os primórdios, ou seja, desde o início da humanidade, e a história nos conta 
isso, o homem sempre viveu em sociedade – aliás, o homem nasceu para viver em sociedade, ele não consegue 
viver só –, e Lisboa (2009, p.16) completa: “o homem é um animal social por natureza”, e continua:
O termo sociedade pode ser definido de várias maneiras, sempre em função 
do contexto no qual se encontra inserido. Tome-se a seguinte definição: 
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integração verificada entre duas ou mais pessoas que somam esforços para 
que determinado objetivo seja alcançado.
Aqui cabe uma observação. A integração entre as pessoas ocorrerá a partir de um relacionamento 
saudável, e ainda será necessário que todos dessa sociedade conheçam o(s) objetivo(s) a serem 
alcançado(s); caso contrário, o relacionamento será comprometido. Portanto, pode-se entender que 
viver em sociedade é a busca constante de relacionamentos saudáveis.
Lisboa (2009, p.16-17) continua seus apontamentos sobre o homem em sociedade, porém faz uma 
advertência: “se temos diversas sociedades, teremos também objetivos diferentes para cada uma delas 
e ainda precisamos saber a qual sociedade pertencemos”. São exemplos de sociedades: a matrimonial; a 
profissional; a religiosa; a de lazer; a de saúde; a militar etc.
Você pode estar pensando: mas eu posso participar de diversas sociedades ao mesmo tempo; haverá 
conflitos entre elas?
Sim, você participar de diversas sociedades ao mesmo tempo, e isso é muito comum; porém, para 
que não haja conflitos, os relacionamentos entre os seus membros precisam ser pautados pela ética e 
pelo respeito entre todos!
Lisboa (2009, p. 16) completa:
Todas essas sociedades estão relacionadas entre si de alguma forma, inclusive 
no que diz respeito aos países. Com base nessa visão ampliada, todos os 
homens, em primeiro plano, formam uma única sociedade, a sociedade dos 
habitantes terrestres. A partir daí, são derivadas todas as demais sociedades: 
os habitantes dos países, dos estados, das cidades, os integrantes das áreas 
profissionais, das religiões etc.
Diante do que foi exposto até aqui, você deve estar pensando: então, manter um relacionamento 
saudável entre as pessoas não é uma opção, mas uma obrigação, uma vez que será esse 
relacionamento saudável que irá garantir a própria sobrevivência da raça humana! Perfeito!
A ética é um ato racional e deve ser aprendida, ninguém nasce sabendo como conviver com o outro.
Considerando que para o homem entender o seu papel no mundo precisou deixar os deuses (mitos) 
e tomar conta de sua vida pelo pensamento racional, é exatamente do que estamos falando, e somente 
o homem é capaz de garantir a sobrevivência da própria espécie.
A partir do momento em que o comportamento do homem muda ao longo da história, pode-se 
entender que a ética acompanha tal mudança; em outras palavras, regras que ocorriam no passado, 
por exemplo, o casamento de pessoas em que os respectivos pais combinavam (por interesses próprios) 
o matrimônio, sem conhecimento dos noivos, trata-se de uma prática não mais utilizada pela nossa 
sociedade, ou seja, os valores mudam ao longo da história.
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Lisboa (2009, p.18-19) entende que “a mudança de comportamento não ocorre somente ao longo 
dos tempos, mas durante a vida do próprio homem”, devido às influências que ele recebe durante a sua 
vida ou até mesmo por escolha própria, e continua:
O fato de pessoas distintas apresentarem comportamentos distintos, diante 
de situações iguais, nem sempre implica que exista uma parte “certa” e outra 
“errada”. Significa tão somente que cada parte tem sua visão própria da vida, 
isto em decorrência das condições que possui e das informações que recebe.
Lisboa (2009, p. 17) adverte que a participação de cada pessoa em determinada sociedade pode 
acontecer de três formas:
• legal: sociedade militar, em que as pessoas, sem quaisquer conhecimentos entre si, juntam-se em 
prol de determinado objetivo;
• espontânea: torcedor de um time de futebol ou de outro esporte;
• natural: formação de uma família.
Tomando-se como base todas as informações até aqui, pode-se entender que a ética está relacionada com 
a convivência adequada entre as pessoas de uma mesma sociedade, conformecompleta Lisboa (2009, p. 22):
A ética, enquanto ramo do conhecimento, tem por objeto o comportamento 
humano no interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, 
com o fim de estabelecer os níveis aceitáveis que garantam a convivência 
pacífica dentro das sociedades e entre elas, constitui o objetivo da Ética.
Mais uma dúvida deve estar ocorrendo em você agora. Se há sociedade, se há comportamento, se há 
cuidado em relação a uma convivência adequada entre todos justamente para garantir a sobrevivência 
dessa sociedade, então precisaria haver regras para que todos pudessem cumprir e assim garantir o 
bem-estar de todos, certo?
Você está completamente certo, as regras precisam ser estabelecidas e ser conhecidas por todos, 
mas sabemos que nem sempre são cumpridas, logo a sociedade sofrerá as consequências, o que nos 
leva a entender que, se há regras, teremos que ter punições, também conhecidas por todos, para serem 
aplicadas àqueles que venham a descumprir tais regras.
 Saiba mais
Em relação ao assunto regras/punição, é recomendada a leitura da obra:
FOUCALT, M. Vigiar e punir. São Paulo: Vozes, 2015.
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Para um melhor entendimento sobre a ética, daremos mais explicações, uma vez que você está 
sendo preparado para entender de uma maneira clara a ética profissional e empresarial, ou seja, a ética 
aplicada ao mundo dos negócios. Vale reforçar o tema ética.
Lisboa (2009, p. 23), de forma simplificada, define a ética da seguinte maneira: “O termo ética como 
sendo um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. Pode-se 
dizer, também, que ética e ‘filosofia da moral’ são sinônimos”.
Então, acabou o problema, correto? Já conhecemos o conceito de ética, agora é aplicar, certo?
Errado, para a primeira pergunta; agora começou o problema, uma vez que envolve juízo de valor. 
Quanto à segunda pergunta, conhecer o conceito de ética e aplicá-lo envolve decisão e pensamento 
crítico, ou seja, abrange a preocupação que precisamos ter para com o outro, uma vez que vivemos em 
sociedade e esta precisa evitar conflitos, para o bem-estar de todos!
Popularmente o termo ética, conforme comenta Lisboa (2009, p. 23), “passou a ser sinônimo 
de conjunto de regras”, e assim temos a ética pessoal e a profissional, ou seja, são regras que 
devem ser cumpridas para garantir o bem-estar daquela pessoa ou daqueles integrantes de uma 
determinada profissão.
Lisboa, (2009, p. 23) faz uma comparação entre os filósofos e os físicos, veja só:
Os filósofos referem-se à ética para denotar o estudo teórico dos padrões 
de julgamentos morais, inerentes às decisões de cunho moral, tal como os 
físicos usam o termo física para aludir a investigação das interações entre 
os campos de força e os meios materiais.
Considerando-se a base etimológica (origem do significado das palavras) das palavras ética e moral, 
vemos o mesmo significado, ou seja, ethos, em grego, significa hábito e costumes, e mores vem do latim 
e tem o mesmo significado, mas a aplicação ao longo da história mudou. A moral cuida dos problemas 
individuais e a ética cuida dos problemas de forma universal, ou seja, de todos os que compõem 
determinada sociedade.
Lisboa (2009, p. 24) complementa a explicação, porém de uma forma diferente, com o mesmo 
significado. Assim, temos:
A moral é um conjunto de normas que, em determinado meio, tem a aprovação 
para o comportamento humano; já a ética é, para o autor, a expressão única 
do pensamento correto, conduzindo à ideia da universalidade da moral.
Assim, sabe-se que ocorre o uso inadequado das palavras ética e moral, consideradas até como 
sinônimos, o que se torna um grande erro, mas você já sabe as diferenças ente elas e o uso adequado 
que ambas devem ter.
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1.2 As sociedades: família, empresa, nação e globalização
Provavelemente você já inicie os seus estudos se perguntando: mas a ética deve ser aplicada a 
quaisquer situações relacionadas ao comportamento humano coletivo?
Sim, deve. Porém, vale mencionar que o ser humano é complexo, mas mesmo sabendo das regras, 
infelizmente, as descumpre, provocando um conflito na respectiva sociedade. O descumprimento de 
alguma regra está pautado ou pela falta de conhecimento, ou até mesmo pela necessidade de descumpri-la, 
e esse indivíduo, com certeza, terá uma razão para justificar tal ação.
Lisboa (2009, p. 31) comenta que os dilemas morais (faço ou não faço algo) “surgem como 
consequência do comportamento dos indivíduos em sociedade”, o que, em outras palavras, significa 
dizer que as suas ações se refletem no respectivo comportamento.
Mas é preciso compreender que um comportamento pode não ser aceito numa determinada 
sociedade e em uma outra é visto como totalmente normal. Lisboa (2009, p. 31) nos contempla com o 
seguinte exemplo:
No meio de nossa sociedade, se uma pessoa resolve sair à rua sem roupa, 
certamente terá seu comportamento condenado e reprimido. Todavia, em 
uma tribo indígena localizada no meio da floresta amazônica, com pouco 
contato com a civilização, o ato seria visto com naturalidade.
Percebeu? O comportamento é o mesmo, a pessoa está sem roupa, porém a sociedade é diferente; 
logo, pode-se começar a compreender que é preciso conhecer muito bem a sociedade na qual estamos, 
quais as regras que devemos seguir e, assim, buscar um comportamento adequado.
Contudo, temos mais uma situação a analisar. Em uma mesma sociedade, as pessoas são diferentes, 
portanto enxergam o mesmo fato de forma diferente, na maioria das vezes, gerando conflitos para 
todos. Mas vamos ao exemplo elaborado por Lisboa (2009, p. 31):
“É normal em nossa sociedade a condenação do ato de roubar; não obstante isso, um chefe de 
família pode acreditar que possa fazê-lo em virtude das privações por que passa sua família e justificar-
se sob este pretexto”.
E agora, quem está certo? Temos aqui dois aspectos diferentes de cada comportamento, uma ação 
prática (andar sem roupa, roubar etc.) e outra relacionada a juízo de valores, ou seja, o ato de roubar foi 
por uma boa causa, seria esta a justificativa do pai de família; assim, estamos diante de um dilema moral.
Lisboa (2009, p. 31) explica que:
“A existência de um dilema moral implica que a ação de determinado indivíduo, ou mesmo de 
um grupo de indivíduos, contrariou aquilo que genericamente a maioria da sociedade acredita ser o 
comportamento adequado para aquela situação”.
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É importante ressaltar que o comportamento moral adequado nem sempre ocorre de forma 
pacífica, o que significa dizer: todos daquela sociedade de alguma maneira podem sofrer com o 
resultado da ação de apenas um indivíduo. Vale aqui mencionar que os dilemas morais sempre existirão 
em quaisquer sociedades, justamente porque pessoas são complexas, nunca se esqueça disso!
 Observação
A história clássica de Robin Hood ilustra um dilema moral: está certo 
roubar dos ricos para entregar aos pobres?
Tenha certeza, alguns serão a favor deste ato – roubar dos ricos e 
entregar aos pobres – e outros contra. E agora, o que fazer? Quem está 
com a razão?
Lisboa (2009, p. 37) nos “socorre” em relação aos dilemas morais; veja:
Em qualquer sociedade que se observe, será sempre notada a existência 
de dilemas morais em seu interior. Os dilemas morais são um reflexo das 
ações das pessoas e surgem a partir do momento em que, diante de uma 
situação qualquer, a ação de um indivíduoou de um grupo de indivíduos 
contraria aquilo que genericamente a sociedade estabeleceu como padrão 
de comportamento para aquela situação.
Agora acreditamos que você tenha ficado mais tranquilo, uma vez que os dilemas morais sempre irão 
existir, o que nos leva mais uma vez a afirmar que o ser humano é complexo, possui dúvidas, muda de 
opinião e, ainda, não é provido somente pela razão. Temos também a emoção, que em muitas situações 
toma conta do nosso pensamento, mas aqui está a filosofia para nos ajudar a refletir sobre todas as coisas, 
contribuindo para que a nossa decisão seja a mais adequada possível; trata-se de um desafio, certo?
Figura 5 – Diversas pessoas pensando o que fazer em determinada situação
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É importante compreender que nada irá garantir um comportamento moral perfeito, mas acredite 
que a ética nos ajudará a entender e a explicar o comportamento das pessoas, inclusive compreender que os 
comportamentos mudam ao longo da história, tanto em cada indivíduo quanto numa sociedade.
Eu me lembro que a minha mãe comentava que quando ela era jovem, as moças que usavam calças 
compridas não eram consideradas moças sérias, de boa família! Já imagino o que você deve estar 
pensando: que absurdo!
Hoje, para nós, realmente seria um absurdo, porém, naquela época, estou falando da década por 
volta de 1950, período em que era totalmente condenada esta prática, ou seja, moças sérias usarem 
calças compridas, era alegado que esta vestimenta seria própria dos homens. Mas os tempos mudaram, 
ou melhor, nós mudamos e, consequentemente, mudamos a história! Lisboa completa (2009, p. 32):
A história da humanidade nada mais é que o retrato das ações das pessoas 
através do tempo. Como se sabe, essa história teve, e certamente ainda 
terá, por muitas vezes, seu rumo alterado, seja de maneira brusca, seja 
paulatinamente através dos tempos.
Vale ressaltar que a mudança de comportamento tanto pode ocorrer de forma individual quanto no 
agrupamento de pessoas, e independente de ser no individual ou no coletivo, sempre haverá mudança 
na história. Lisboa (2009, p. 33) nos apresenta os seguintes exemplos sobre mudança de comportamento:
• quando uma pessoa resolve abandonar hábitos como fumar ou beber, está alterando o curso de 
sua história;
• quando uma sociedade inteira muda seus princípios religiosos, como foi o caso do Irã, com a adoção 
do islamismo, com a conquista árabe (século VII d.C.), está alterando o curso de sua história;
• quando as chamadas nações desenvolvidas do mundo resolveram suspender o uso de um produto 
químico, o CFC, como meio de proteger a camada de ozônio da Terra, estavam alterando a história 
da humanidade.
Por esses exemplos, é possível entender que as mudanças fazem parte das nossas escolhas; em outras 
palavras, é com base na nossa capacidade de raciocinar e na nossa experiência de vida que buscamos um 
caminho a seguir, porém haverá momentos em que será necessário alterar esse percurso.
Já sabemos o que você pensou: “não é tão fácil assim escolher um caminho ou até mesmo alterá-lo 
quando necessário!”
Você tem toda razão. Apesar de todos nós sabermos que somente nós do reino animal temos a 
capacidade de raciocinar, sabemos também que nem todas as nossas ações decorrem desse pensamento 
racional; muitas vezes somos levados pela emoção, pelos sentimentos, que em muitas situações nos 
levam à irracionalidade (e as consequências sempre vêm). Assim, podemos ver em Lisboa (2009, p. 32):
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Ambos os fatores, racionalidade e sentimento, provocam alterações nas 
crenças e, por conseguinte, nos valores que cada pessoa traz consigo. O passo 
seguinte, portanto, é representado pela mudança das ações refletindo um novo 
comportamento, que pode apresentar um caráter temporário ou definitivo.
Esperamos que de fato você esteja entendendo como o campo da ética é complexo por justamente 
abordar o comportamento humano, o qual, conforme relatamos, muda ao longo dos tempos, mas aqui 
está uma situação que se deve compreender: a ética não vai corrigir fatos passados (seria impossível), mas 
certamente irá permitir entender o que ocorreu no passado, que aquele comportamento considerado 
antiético gerado, servirá/contribuirá para que ocorra a possibilidade de entendê-lo e, assim, nos fará 
refletir com a finalidade de evitar que tal comportamento venha a ocorrer no futuro.
Realmente, não é tão simples assim praticar a ética; trata-se de um exercício diário, de um cuidado 
que se deve ter consigo, com suas ações e resultado provado, tanto em sua vida quanto na das outras 
pessoas, principalmente!
Mesmo havendo imposição das regras de comportamento, estas não farão com que as pessoas 
se tornem perfeitas, mas sem as regras, ou melhor, sem o cumprimento delas, a convivência torna-se 
praticamente impossível, levando essa sociedade ao caos.
 Saiba mais
Há diversos filmes abordam os dilemas éticos, os quais têm sua sinopse 
no seguinte link:
A ÉTICA no cinema: lista de filmes que abordam questões éticas e 
morais. Cabine Cultural, 4 abr. 2015. Disponível em: <http://cabinecultural.
com/2015/04/04/a-etica-no-cinema-lista-de-filmes-que-abordam-
questoes-eticas-e-morais/>. Acesso em: 30 ago. 2017.
Diante do que foi exposto até aqui, é possível identificar que no campo de atuação da ética, esta 
pode ser vista por meio de duas óticas distintas, conforme aponta Lisboa (2009, p. 37):
a) enquanto explicação do comportamento humano, em um período qualquer, 
justificando, desse modo, as ações advindas daquele comportamento; e
b) enquanto fonte para o estabelecimento de regras de comportamento diante 
de situações concretas, caso em que a ética se presta para, se não eliminar, 
pelo menos atenuar os conflitos de interesses no seio de qualquer sociedade.
Para que não haja quaisquer dúvidas, vamos exemplificar cada situação mencionada, começando pela a), 
em que foi mencionado um comportamento humano ocorrido a partir de um fato, ou seja, uma ação humana 
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decorrente de uma situação específica, por exemplo, o movimento de impeachment ocorrido no governo 
Collor, fato que se concretizou devido aos acontecimentos políticos/econômicos da época. Acreditamos que 
já tenha lido muito sobre esse assunto, mas vale a pena recordar para melhor entender o apontamento de 
Lisboa (2009) sobre o comportamento humano num período qualquer, uma vez que a ética tem por função 
investigar e explicar o comportamento das pessoas ao longo das várias fases da história.
Praticamente em todas as capitais do nosso país, os brasileiros saíram às ruas como caras-pintadas em 
protesto contra o governo. Esse comportamento mobilizou não só o país, mas também o mundo todo, mostrando 
a nossa indignação diante dos fatos. Segue um trecho da brilhante matéria publicada por Santiago ([s.d.]):
Ficou conhecido no Brasil inteiro, durante o início da década de 1990, o 
movimento dos “caras-pintadas”, que consistiu em multidões de jovens, 
adolescentes em sua maioria, que saíram às ruas de todo o país com os 
rostos pintados em protesto devido aos acontecimentos dramáticos que 
vinham abalando o governo do então presidente Fernando Collor de Mello.
Para entender o fenômeno dos caras-pintadas é importante analisar o 
contexto no qual ele está inserido. O Brasil realizara recentemente eleições 
diretas para presidente em 1989, garantia que havia sido tomada do cidadão 
brasileiro pelo regime militar, sendo que o último pleito direto,isto é, com 
a participação do povo, ocorrera em 1960. Tal fato era constantemente 
lembrado pelos meios de comunicação da época, enfatizando a importância 
da participação popular na vida política brasileira [...]
Perceba: se comentássemos apenas “movimento dos caras-pintadas”, sem contextualizar a situação 
que deu origem a esse comportamento humano, não seria possível entendê-lo.
Esperamos que realmente tenha entendido a situação da letra a), a qual relacionou o comportamento 
humano num determinado período da história. Agora passamos a exemplificar uma situação para a letra 
b), na qual a ética se coloca, se não para acabar com um comportamento humano, pelo menos para 
atenuar situações de conflitos dentro de uma sociedade. Isso pode ser visto no caso dos ativistas que 
resgataram cães da raça beagle que eram usados em testes de laboratório para a indústria farmacêutica 
pelo Instituto Royal.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o caso do Instituto Royal, acesse o site:
ALVES, M. Ativistas resgatam cães de laboratório de testes em São Roque 
(SP). Folha de S. Paulo, 18 out. 2013. Disponível em: <http://www1.folha.
uol.com.br/cotidiano/2013/10/1358477-ativistas-invadem-laboratorio-
em-sao-roque.shtml>. Acesso em: 21 ago. 2017.
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Trata-se de uma situação concreta em que a sociedade foi chamada a se manifestar, havendo 
opiniões contrárias e favoráveis, porém a maior discussão aborda os maus-tratos aos animais e até que 
ponto (se é possível colocar a situação dessa maneira) animais devem ser utilizados como cobaias para 
os fins a que estavam sendo destinados no Instituto Royal. Esse assunto mobilizou uma sociedade a tal 
ponto que, neste caso, o conflito foi resolvido com o fechamento do Instituto Royal.
Figura 6 – Cão da raça beagle comentado na situação/reportagem apresentada
 Saiba mais
Assista ao filme:
O JARDINEIRO fiel. Dir. Fernando Meirelles. EUA: Potboiler Productions, 
2005. 129 minutos.
Esse filme mostra situações éticas que envolvem a indústria 
farmacêutica internacional.
Se a sociedade muda, as relações também mudam, na família, empresa, nação; enfim, são relações 
que devem ser adaptação para uma nova realidade social.
Sobre as empresas, em especial, estas precisam estar cientes de que as políticas corporativas precisam 
ser adaptadas a uma nova realidade, ou seja, a relação com os empregados, clientes, fornecedores, 
enfim, com o mercado em geral, necessita ser alterada/adaptada.
As políticas corporativas são necessárias, uma vez que toda sociedade empresarial, direta e/ou 
indiretamente, está ligada à sociedade globalizada; somos um único mundo, o planeta Terra. Logo, não 
é uma escolha das empresas adaptar-se às novas políticas, mas uma necessidade, diante da realidade de 
uma economia globalizada, por exemplo, no caso de excedente de produção em determinado país e por 
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diversas necessidades de outros países (mão de obra, tecnologia, matérias-primas, entre outros fatores). 
Esse excedente poderá ser negociado, porém não se pode afirmar que as desigualdades sociais serão 
supridas somente pelas vindas de produtos e serviços de um país para outro, conforme aponta Santos 
(2015, p. 4):
Não é possível continuar o desenvolvimentismo e a construção da sociedade 
sendo indiferente a essas questões1, portanto, é necessária a criação de 
políticas públicas e institucionais que contemplem o terceiro setor, as entidades 
governamentais, as empresas, as pessoas físicas, enfim, toda a sociedade.
Apesar de o termo globalização ser difundido a partir dos anos de 1990, podemos entender que sua 
origem remonta a 1945, conforme defende Zajdsznajder (1999, p. 37), quando ocorreu o bombardeio 
atômico norte-americano ao Japão, onde praticamente as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram 
aniquiladas
Talvez você esteja se perguntado, então a globalização é maléfica?
Para Zajdsznajder (1999, p. 37), a globalização é maléfica por destruir as espécies. O autor aponta os 
três caminhos dessa destruição:
Os três caminhos para a destruição da espécie situam-se em planos 
diferentes. Enquanto as destruições biológica e ambiental tendem a ter 
impactos globais, a destruição nuclear pode ser parcial. O que os três têm 
em comum é colocar em primeiro plano as questões relativas a obrigações, 
responsabilidades, consequências, ou seja, trazer as questões éticas para 
fazer frente aos temas tecnológicos e estratégicos.
Vale mencionar que a globalização vai além das situações biológicas, ambientais e tecnológicas; ela 
também envolve a cultura e a economia.
Em relação à cultura, Aranha e Martins (2005, p. 25) destacam que:
O mundo que resulta do pensar e do agir humano não pode ser chamado 
de natural, pois se encontra transformado e ampliado por nós. Portanto, 
as diferenças entre pessoas e animais não são apenas de grau, porque, 
enquanto o animal permanece mergulhado na natureza, nós somos capazes 
de transformá-la, tornando possível a cultura.
Mas é importante compreender que a palavra cultura possui diversos significados, por exemplo, a 
cultura da laranja, ou seja, como se planta e se cuida do cultivo dessa fruta; ou até mesmo quando se 
1 As questões a que Santos se refere são as desigualdades sociais, econômicas, culturais, religiosas, de gênero, ou 
seja, diferenças que ocorrem entre as sociedades, porém deveria ocorrer uma busca de políticas para reduzir tais diferenças 
e assim obter uma sociedade mais justa, mais solidária, ou seja, uma sociedade ética.
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fala de uma pessoa culta: a referência está numa pessoa bem preparada intelectualmente. Ainda se tem 
o significado da cultura em antropologia, conforme apresentam Aranha e Martins (2005, p. 26):
Em antropologia, cultura significa tudo que o ser humano produz ao 
construir sua existência: as práticas, as teorias, as instituições, os valores 
materiais e espirituais. Se o contato com o mundo é intermediado pelo 
símbolo, a cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo.
Assim, o processo da globalização pode ocasionar uma mudança de cultura de um povo, uma vez 
que leva outros costumes em relação a vestimenta, alimentação, entre outras situações.
Em relação à economia, podemos entender que a globalização tanto poderá ajudar um determinado 
país quanto não. No caso da produção excedente, poderá ocorrer a exportação, o que, além propiciar as 
vendas, trará maiores divisas para esse país, uma vez que os seus produtos ou serviços serão conhecidos 
em outros países. Mas, por outro lado, temos países importando produtos de outros por oferecerem 
preços baixos e qualidade adequada, deixando, assim, os produtos locais sem as respectivas vendas.
Vale ressaltar que há julgamento se a globalização é boa ou não. O assunto é vasto, porém diversos 
aspectos devem ser considerados, principalmente, a aplicação da ética em todo o processo. Somente 
assim será possível a convivência entre as mais diversas nações.
2 SISTEMAS ECONÔMICOS
A organização de uma sociedade é definida pelo sistema econômico empregado, ou seja, a forma 
política, social e econômica que compõe tal sociedade. Assim, toda sociedade depende do sistema 
econômico determinado para seu desenvolvimento.
De uma forma ampla, os sistemas econômicos são descentralizados e centralizados. Mas 
descentralizados ou centralizados em relação a que elemento?
Resposta: ao Estado. A questão é até que ponto o Estado determina o preço do produto aser 
praticado, quanto e como se deve produzir determinado item ou bem, ou, em outras palavras, qual a 
interferência do Estado na formação da economia.
Em termos gerais, podemos entender que a forma descentralizada, também chamada de 
economia de mercado, é composta por três itens: livre-iniciativa, presença do Estado e elementos 
de uma economia capitalista.
Já a forma centralizada, a qual tem o Estado como determinante do que será e quanto será 
produzido e para quem será produzido, tem como princípio o socialismo.
Em relação à forma descentralizada, que detém o item de livre-iniciativa, tem o mercado como 
regulador de tudo, ou seja, quantidade produzida e consumida e preço. Portanto, não há agente 
econômico envolvido.
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Mas nem sempre a livre-iniciativa dá conta da economia, havendo momentos em que a presença 
do Estado é necessária para regulamentar as atividades, por exemplo, o preço dos combustíveis.
Em se tratando da economia descentralizada com elementos de uma economia capitalista, 
a referência está nos itens que compõem o capitalismo: capital, propriedade privada dos meios de 
produção, divisão do trabalho e existência da moeda.
Talvez você esteja se perguntando: mas qual a economia que se pratica na maioria dos países 
atualmente?
O ideal é a prática da economia mista, ou seja, aquela que tem elementos das economias 
descentralizada e centralizada, como definem Hubbard e O’Brien (2010, p. 66):
[...] uma economia mista ainda é, primordialmente, uma economia de 
mercado, com a maioria das decisões econômicas sendo resultantes da 
interação entre compradores e vendedores em mercados, mas em uma 
economia mista, o governo desempenha um papel significativo na 
alocação de recursos.
2.1 Capitalismo e socialismo
Segundo Mattar Neto (2012, p. 314), “o capitalismo é uma teoria econômica baseada no capital, 
na propriedade e na competição em um mercado livre”. Considerando-se que o capitalismo é praticado 
num mercado livre, o que já não ocorre no socialismo, por ter o Estado como regulador de produção/
consumo, o foco da nossa disciplina Ética, Legislação e Direito Autoral está justamente nos princípios 
éticos que devem existir em toda relação social, inclusive na economia.
O socialismo defende a igualdade social, ou seja, a distribuição da riqueza e da propriedade. Para 
tanto, precisa de um ente que o regularize, que no caso é o Estado. Exemplos de países que adotam o 
sistema socialista: Cuba, China e Rússia.
 Saiba mais
Para maiores conhecimentos sobre o nascimento do socialismo e sua 
ramificação, veja a obra:
MARX, K; ENGELS, F. O manifesto comunista. Trad. Maria Lúcia Como. Rio 
de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
Vale ressaltar que a maioria dos países tem o capitalismo como dominante em sua economia. Assim, 
trataremos da ética sob essa ótica.
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Conforme aposta Mattar Neto (2012, p. 314), a questão ética é intrínseca à prática do sistema 
capitalista, uma vez que a competição faz parte do próprio sistema. Assim, temos a questão: é possível 
ter ética nesse sistema? O lucro está acima de tudo e de todos? Como ficariam a distribuição da riqueza 
e o direito à propriedade? São muitas questões relacionadas com o sistema capitalista, porém todos 
os indivíduos, de uma maneira ou de outra, são vítimas do mesmo sistema, ou seja, são vítimas os que 
detém o capital, pois não querem perdê-lo, e são vítimas os que participam do sistema, pois deles é 
exigido aumentar o capital pela sua produtividade.
Mattar Neto (2012, p. 314), nos mostra que:
uma defesa comum do capitalismo contra acusações relacionadas com 
sistema em geral é que a pobreza decorre da preguiça e falta de vontade 
de trabalhar, do ponto de vista do indivíduo, e da falta de organização e 
corrupção, no caso dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Como você pode perceber, o sistema capitalista nos leva às questões éticas, uma vez que, 
independentemente do sistema econômico adotado, a sobrevivência do cidadão precisa estar acima de 
tudo, e a justiça precisa ser feita.
Não estamos dizendo que o sistema capitalista é o vilão da humanidade. Foi no sistema capitalista 
que ocorreu a Revolução Industrial e o desenvolvimento nas mais diversas áreas do conhecimento, 
porém não se deve colocar o homem (no sentido de humanidade) como meio para se alcançar a riqueza, 
o progresso. O homem deve ser o fim, ou seja, ele deve usufruir de tudo, e não o sistema. Este é o desafio!
 Saiba mais
Leia a obra:
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Trad. M. Irene 
de Q. F. Szmrecsányi e Tomás J. M. K. Szmrecsányi. São Paulo: Pioneira, 1992.
Nela podemos ver o surgimento do capitalismo a partir da ascensão 
da burguesia, quando ocorre também o rompimento com a Igreja Católica 
em relação ao domínio sobre as mais diversas decisões na monarquia e, 
consequentemente, o nascimento do protestantismo, uma outra forma de 
religião que passou a dominar diversos países, entre eles a Inglaterra, onde a 
Revolução Industrial teve maior impacto.
Conforme aponta Handy (1999, p. 1):
O mercado, com a concorrência e a eficiência, todos benéficos em si, acabam 
provocando efeitos colaterais não intencionados. O capitalismo se provou 
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superior ao comunismo e às mais variadas formas extremas do socialismo, 
mas até agora falhou em nos convencer de que tem a resposta efetiva para 
nosso desejo de progresso.
Deixo para você pensar que tipo de progresso é esse, em que diversas pessoas pelo mundo afora estão 
sendo colocadas para fora de seus respectivos países por não terem condições de sobrevivência – são os 
refugiados do século XXI. Também há diversas pessoas que, mesmo em seu país, não têm condições básicas 
como saúde, educação, segurança; enfim, condições também de uma vida digna. Cadê o progresso?
2.2 A empresa e a sociedade
Para tratarmos da relação que existe entre a empresa e a sociedade, é importante entendermos 
como surgiram as empresas, uma vez que a sociedade existe desde os primórdios.
Apresentamos um breve relato sobre o surgimento das empresas, tendo como base o momento 
histórico envolvido, a Filosofia Moderna (Renascimento) e a Contemporânea, mencionadas por Mattar 
Neto (2012), e em seguida faremos a correlação com o surgimento das empresas. Aqui está o texto em 
que Mattar Neto (2012, p. 43) explica o Renascimento, pautado pela Filosofia Moderna:
Podemos afirmar que, com o Renascimento, o homem volta a ocupar o lugar 
central do pensamento. Por isso, podemos falar em humanismo renascentista. 
O homem prático (artista e artesão) predomina sobre o homem meditativo.
No Renascimento, há uma perda de poder da Igreja Católica, uma vez que nasce 
a Igreja Protestante, defendida por Lutero na Alemanha e Calvino na Suíça.
Há grandes mudanças em todas a áreas, o surgimento das línguas nacionais 
em substituição do latim, diversas descobertas na área científica, vinda 
de Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Newton, entre outros, o mundo está 
mudando!
Muitos filósofos surgem na Modernidade, destacam-se: Rousseau, Descartes, 
Leibniz, Locke, Spinoza, todos eles usam a filosofia, ou seja, pensamento 
racional para dar conta de suas teorias.
E assim, chegamos na Filosofia Contemporânea, onde a Revolução Industrial 
só poderia ocorrer a partir de liberdade de pensamento e são diversos também 
os filósofos desta época, os quais também são chamados de “Iluministas”, ou 
seja, é a luz o conhecimentoque tudo comanda. Destacam-se: Kant, Hegel, 
Schopenhauer, Comte, Nietzsche, Heidegger, Karl Marx, entre outros.
É no período contemporâneo que nasce o sistema capitalista, que 
revolucionou o mundo a partir da Revolução Industrial.
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O que queremos aqui demonstrar é que as empresas não surgiram do nada. A constituição da 
organização empresarial ocorreu a partir de um processo, em que o homem precisou voltar a ser o 
centro do universo, até então representado pela Igreja Católica, que, juntamente com o poder político, 
tomava as mais diversas decisões relacionadas à sociedade.
Com isso, o homem precisou se reconhecer novamente como agente transformador a partir do seu 
pensamento racional, de suas próprias escolhas.
O surgimento das empresas ocorre a partir dessa mudança de visão de mundo, em que o homem 
passa a ser o dono do seu destino, ou seja, a liberdade de pensamento permite ao homem se organizar 
para uma produção em grande escala, considerando-se que a produção de muitos itens já existia, 
principalmente os relacionados a móveis, utensílios domésticos, roupas, porém muitas descobertas iriam 
ocorrer a partir dessa nova posição do homem!
Quando alguém fala sobre empresa, é certo que se imagina um trabalho realizado de forma 
organizada e controlado por alguém. No entanto, conforme comenta Chiavenato (2004), o trabalho 
organizado sempre existiu, quer no campo, quer elaborado de forma artesanal. Mas o que realmente 
propiciou o crescimento das empresas foram as descobertas científicas (era do Iluminismo). A partir 
dai, o trabalho artesanal (feito em pequena escala) deu lugar para as indústrias (produção em grande 
escala), o que foi possível graças a um trabalho por meio de sistemas e controles, ou seja, elaborado de 
forma racional. Chiavenato (2004) divide a história do surgimento das empresas em seis fases:
1ª) Fase artesanal: da Antiguidade até aproximadamente 1780, quando ocorre a descoberta da 
máquina a vapor por James Watt (1736-1819). Nela, a produção ocorre em pequenas quantidades em 
oficinas com ferramentas rudimentares e trabalho baseado no sistema escravo, predominando tanto o 
sistema feudal quanto o comercial – o escambo (trocas de mercadorias, inclusive na agricultura).
Figura 7 – Máquina manual
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2ª) Fase da transição do artesanato para a industrialização: esta fase se inicia com a Primeira 
Revolução Industrial (1780-1860), a chamada era da mecanização. As ferramentas artesanais são 
substituídas por máquinas não só aplicadas nas empresas, mas também na agricultura.
O carvão se torna a maior fonte de energia por servir de base para as máquinas a vapor. A rigor, é 
o trabalho braçal que cede lugar à máquina. E o ferro passa ser o material mais utilizado na indústria, 
principalmente na confecção de trilhos, contribuindo para o desenvolvimento do transporte ferroviário 
e, consequentemente, para formação de novas vilas e cidades.
É o trem a vapor (1807) abrindo estradas e fábricas ao mesmo tempo. Com tais descobertas, o tear 
manual é substituído pelo hidráulico. As descobertas não param: surge, por exemplo, a máquina de 
descaroçar o algodão, provocando também uma maior produtividade no campo agrícola. A comunicação 
se faz necessária, e, assim, o telégrafo elétrico (1835) e o selo postal (1840) são também fruto da Primeira 
Revolução Industrial, marco da história da humanidade.
Figura 8 – Máquina a vapor
3ª) Fase do desenvolvimento industrial: entra em cena a Segunda Revolução Industrial (1860-
1914). Os maiores representantes do avanço tecnológico dessa época são o aço e a eletricidade. Assim, 
as máquinas que eram movidas a vapor passam a funcionar com motores elétricos (1873).
A produtividade cresce nas empresas, ou seja, uma maior quantidade de unidades passa a ser 
produzida num menor tempo. É a ciência a favor do homem. O surgimento do automóvel (1880) e do 
avião (1906) estreita as fronteiras entre os países, e o telégrafo sem fio e o cinema também fazem parte 
desse avanço tecnológico comandado pelo homem. 
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Com a ampliação dos mercados e o acúmulo de riquezas advindos do capitalismo industrial, surge 
o capitalismo financeiro, ou seja, uma nova modalidade de empresa – as instituições financeiras – que, 
além de servir de guardiã do excesso de capital provocado pelas empresas industriais, passa a fornecer 
créditos (empréstimos) para que outras empresas se constituam e/ou expandam suas operações.
É a partir da Segunda Revolução Industrial que o processo de burocratização se faz presente nas 
empresas. O sistema capitalista está sedimentado; porém, sem um poder de controle instaurado, a 
sobrevivência do próprio sistema estaria comprometida.
Figura 9 – Automóvel construído após o desenvolvimento industrial
4ª) Fase do gigantismo industrial: nada freia o progresso tecnológico. É o acúmulo da riqueza que 
prevalece, é o sistema capitalista que dita as normas para essa sociedade que surgiu e se transformou 
a partir dela.
É o período que marca as duas Grandes Guerras Mundiais, sustentadas pelo avanço tecnológico 
bélico. A destruição provocada pela Primeira Guerra culminou na primeira grande depressão econômica, 
ocorrida em 1929 nos Estados Unidos.
Se nada freia o progresso, as empresas retomam seu crescimento, agora no âmbito 
internacional, intensificando suas operações com o aprimoramento tecnológico dos transportes 
e novas descobertas na comunicação – rádio e televisão. É o mundo tornando-se menor (isto é, o 
avanço tecnológico reduz barreiras, e, assim, o mundo torna-se menor, mais próximo) e complexo. 
Ao mesmo tempo, ocorre a internacionalização da economia: culturas são invadidas, deixando o 
homem a cada dia refém de si mesmo.
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Figura 10 – Tanque de guerra construído para a Segunda Guerra Mundial
5ª) Fase moderna: é a fase do pós-guerra, de 1945 a 1980, que divide o mundo em três blocos: 
países desenvolvidos (ou industrializados), países em desenvolvimento e os subdesenvolvidos, ou países 
não industrializados.
A tecnologia continua ditando as ordens para uma sociedade que tem nas empresas a base para 
todo o desenvolvimento da humanidade. É o capital que comanda, uma vez que as pesquisas passam a 
ser encomendadas pelas organizações (incluindo as empresas agrícolas) com fins específicos, ou seja, é 
a ciência que determina a direção que a sociedade deve tomar.
Tecnologias são substituídas, de elétricas para eletrônicas; circuitos integrados ocupam o 
lugar de peças com menor potência; não há como frear o progresso. Porém, cresce a dependência 
de produtos industrializados vindos principalmente do petróleo (combustíveis, plásticos, dentre 
outros) e dois choques ocorrem (1973 e 1979) pela sua recessão, desencadeando uma crise 
mundial (os países estão cada dia mais dependentes uns dos outros devido à internacionalização 
da economia por meio do aumento das exportações e/ou importações dos mais variados tipos de 
produtos e/ou serviços).
A comunicação precisa ser mais rápida; assim, surgem os computadores de grande porte e, num 
curto espaço de tempo, os computadores chamados de domésticos – o avanço tecnológico.
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Figura 11 – Computador pessoal
6ª) Fase da incerteza: após 1980 e até os dias de hoje, por conta dos desafios que as empresas 
enfrentam, como concorrência, dificuldades de diversos gêneros (vender e não receber, ter o produto 
copiado por outra empresa, não conhecer a real necessidade do consumidor devido ao grande número 
de produtos similares oferecidos pelos concorrentes, etc.).
As empresas, tomando como base o próprio avanço tecnológico, sabem que o mundo mudou. A 
comunicação é em tempo real, logo a maneira de administrar uma empresa também se transformou. 
Estamos, portanto, conforme aponta Chiavenato (2004), na Terceira Revolução Industrial – a Revolução 
da Informação por meio dos computadores. Agora é o cérebro humano que é substituído pela máquina 
eletrônica, ou seja, a inteligência artificial; até então, eram apenas os músculos.
Figura 12 – Cérebro humano relacionado com a inteligência artificial
Considerando-se que as empresas produzem bens e serviços, tendo como finalidade suprir as mais 
diversas necessidades humanas, a relação das empresas com a sociedade passa a ser necessária, em que 
um depende do outro, devendo estar sempre em harmonia.
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Mas Zajdsznajder (1999, p. 23) nos adverte que não é bem assim, ou seja, a harmonia que deveria 
ocorrer é comprometida, podendo ser resumida em três situações:
• vivemos num período de globalização unificada das sociedades do planeta;
• vivemos em condições que põem em sério perigo a continuidade da 
espécie humana;
• vivemos num modo cultural pós-moderno que constitui uma 
ruptura relativamente ao período anterior – a Modernidade -, 
que já representava uma profunda ruptura em relação ao tempo 
que o precedeu.
Vale mencionar que hoje se comenta sobre a Quarta Revolução Industrial, apresentada por Schwab 
no Fórum Econômico Mundial ocorrido em 2016 na cidade de Davos, na Suíça.
A quarta revolução industrial não é [...] um conjunto de tecnologias 
emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas 
que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital 
(anterior) (PERASSO, 2016).
Assim, entende-se que a ética, por ditar normas para o convívio social, possa contribuir para o bem-
estar da sociedade atual e das próximas gerações.
3 PRINCÍPIOS E NORMAS ÉTICAS
Os princípios podem ser considerados, segundo Santos (2015), como os direcionadores da empresa, 
pois são formadores da missão, dos valores e dos objetivos dessa entidade empresarial.
Assim, pode-se considerar que os princípios irão conduzir as normas que a empresa deverá seguir; 
caso contrário, os objetivos dessa empresa poderão ser comprometidos.
3.1 Ética empresarial
Inicia-se o estudo da ética empresarial com uma ressalva. O conceito de ética é o mesmo 
independentemente da sua aplicabilidade, ou seja, a ética está relacionada com o comportamento 
humano, porém não é qualquer comportamento, mas aquele adequado ao convívio em sociedade, 
evitando, assim, conflitos para a respectiva sociedade.
A ética empresarial nada mais é do que a ética aplicada ao mundo empresarial, ao mundo dos 
negócios, os quais envolvem, do mesmo jeito, relacionamentos, comportamentos humanos, porém com 
um objetivo diferenciado, como se estivéssemos abordando, por exemplo, a ética para uma comunidade 
religiosa; as regras seriam totalmente diferentes daquelas praticadas no mundo empresarial.
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3.2 Questões éticas na empresa
As questões éticas na empresa, de modo geral, estão relacionadas com todos os que, direta 
ou indiretamente, participam dessa empresa, ou seja, empregados, sócios, fornecedores, clientes, 
instituições financeiras, relações com o mercado, terceirizados, enfim, pessoas físicas e jurídicas 
que fazem parte das operações da empresa. Mas há de notar que as relações são diferentes, por 
exemplo, a relação com as instituições financeiras são totalmente diferentes daquelas com os 
empregados ou com um cliente. Assim, podemos afirmar que relações distintas requerem condutas, 
normas, diferentes.
Santos (2015) destaca que o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) é referência no 
assunto sobre as práticas relacionadas com o meio empresarial, por abordar tanto as pessoas abrangidas 
quanto os assuntos que envolvem o meio corporativo.
Em relação às pessoas abrangidas, Santos (2015) destaca:
• Conselheiros.
• Diretores.
• Sócios.
• Funcionários.
• Fornecedores.
• Clientes.
• Outros stakeholders.
Mas o que são os stakeholders?
Trata-se de uma junção de palavras que vem do inglês, em que stake significa interesse, participação, 
risco, e holder significa aquele que possui. O termo stakeholders é amplo, como você já pode notar, 
e significa, de acordo com Santos (2015, p. 27), “pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesse 
pela empresa. Eles podem ser representantes da comunidade, concorrentes, acionistas e investidores, o 
governo ou a família dos funcionários”.
Sobre os assuntos que envolvem o meio corporativo, há de se concordar que são diversos, porém 
podem ser assim resumidos, de acordo com Santos (2015):
a) cumprimento das leis e pagamentos de tributos;
b) operações com partes relacionadas (1);
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c) uso de ativos da organização (2);
d) conflito de interesses;
e) informações privilegiadas;
f) política de negociação das ações da empresa (3);
g) processos judiciais e arbitragem (4);
h) delator;
i) prevenção e tratamento de fraudes;
j) pagamentos ou recebimentos questionáveis ou recebimentos de presentes 
e favorecimentos;
k) doações;
l) atividades políticas;
m) direito à privacidade;
n) nepotismo;
o) meio ambiente;
p) discriminação no ambiente de trabalho, exploração do trabalho adulto ou 
infantil e assédio moral ou sexual;
q) segurança no trabalho;
r) relações com a comunidade; e
s) uso de álcool e drogas.
Alguns termos ora mencionados talvez não sejam de seu total conhecimento. Assim, para melhor 
entendimento, vou brevemente explicá-los:
1. Operações com partes relacionadas (b): trata-se de empresas que tenham ações negociadas 
em bolsa de valores e as respectivas operações estão relacionadas com pessoas físicas e jurídicas que 
atuam com essa empresa, podendo ser transações entre empresas sob o mesmo controle acionário.
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ÉTICA, LEGISLAÇÃO E DIREITO AUTORAL
2. Uso de ativos da organização (c): ativos são os bens (físicos ou não físicos) e os direitos de uma 
determinada empresa necessários para o desenvolvimento de suas atividades, podendo ser máquinas, 
computadores, valores a receber, entre outros.
3. Política de negociação das ações da empresa (f): ações são parte do capital social da empresa. 
Uma empresa pode ser de natureza jurídica, uma sociedade anônima ou limitada, tendo seu capital 
social dividido em ações ou em cotas, respectivamente.
4. Processos judiciais e arbitragem (g): arbitragem é um termo jurídico utilizado para acordos 
entre as partes que independem de processos judiciais.
 Saiba mais
Para maiores conhecimentos, segue o link do IBGC:
<http://www.ibgc.org.br/index.php>.
Por tratar de um assunto de suma importância – questões éticas nas empresas –, considerando que 
a ética não irá garantir o sucesso de uma empresa, mas a falta dela certamente a levará à ruína, Mattar 
Neto

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