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TJSC - prova cometanda MEGE

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2 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
 
O presente material foi preparado pela Equipe Mege após a divulgação do 
gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-SC. O intuito é auxiliar nossos alunos e 
seguidores na elaboração de recursos e possibilitar também a revisão de temas 
cobrados no certame em formato conclusivo. Trata-se de versão elaborada por nosso 
time específico para 1ª fase de magistratura estadual, sem maiores pretensões de 
aprofundamento e trabalho editorial neste momento de apoio. 
Nas questões que identificamos como antecipadas consideramos apenas o 
conteúdo da turma de reta final TJ-SC, não sendo listadas nesta abordagem, diante do 
curto tempo (com foco maior em ajudar na via recursal e análise de maior ou menor 
chance de aprovação), as produções das Turmas Regulares e Extensivas de Magistratura 
Estadual (que visam um edital completo de magistratura) e Mege Informativos. 
 
Novamente foi cumprido o compromisso de revisão e treinamento no formato 
apresentado pela prova oficial. Temos certeza que será, como sempre, uma invasão de 
megeanos na segunda fase (com corte estimado em 76/77 pontos, sem as anulações). 
Guardem esta informação! Importante observar as fundamentações das questões que 
entendemos passíveis de recursos (destaque para 4 situações: 38, 41, 47 e 71). Com isso, 
o candidato poderá vislumbrar a possibilidade de um aumento em sua nota final. Em 
nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) questões 
anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica deve seguir 
como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. 
 
Aos alunos do TJ-SC (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os conteúdos 
das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos 
próximos desafios. Como perceberam, o estudo em sprint final foi revertido em pontos 
decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo 
em menor prazo. Portanto, eis aqui o nosso extrato de conferência de pontuação com 
os devidos apontamentos! 
 
O respeito ao concurseiro demanda transparência de informações - um de 
nossos valores em cada atuação. Identificamos nas fundamentações as questões que 
entendemos passíveis de recurso (destaque para 4 situações: 38, 41, 47 e 71). Com isso, 
o candidato poderá vislumbrar a possibilidade de um aumento em sua nota final. Em 
nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) questões 
anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica deve seguir 
como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. 
 
 
 
3 
Aos alunos do TJ-SC (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os conteúdos 
das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos 
próximos desafios. Como perceberam, o estudo em sprint final foi revertido em pontos 
decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo 
em menor prazo. Portanto, eis aqui o nosso extrato de conferência de pontuação com 
os devidos apontamentos! O respeito ao concurseiro demanda transparência de 
informações - um de nossos valores em cada atuação. 
 
Por fim, vale ressaltar que estamos com inscrições abertas para Turma de 2ª 
fase TJ-SC, onde contaremos com videoaulas, provas autorais e focadas no estilo 
esperado para o concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio, 
preparação verticalizada em Humanística com o professor Rosângelo Miranda e 
coordenação geral do professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador de 
certames para magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora 
Juspodivm), que será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos nas 
nossas correções de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na 
manutenção da liderança de aprovações também na 2ª fase. Turma com vagas 
limitadas! 
 
Inscrições, com preço promocional de lançamento, em: 
www.mege.com.br/cursomege. 
 
Bons estudos! 
Atenciosamente, 
Equipe Mege. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
SUMÁRIO 
 
BLOCO I ............................................................................................................................. 5 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 5 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 16 
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 31 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................ 42 
BLOCO II .......................................................................................................................... 51 
DIREITO PENAL ........................................................................................................... 51 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ..................................................................................... 65 
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 78 
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 89 
BLOCO III ......................................................................................................................... 96 
DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................................... 96 
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 104 
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................. 111 
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 119 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
BLOCO I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1. A declaração enganosa de vontade que vise à produção, no negócio jurídico, de efeito 
diverso do apontado como pretendido consiste em defeito denominado: 
 
(A) dolo. 
 
(B) lesão. 
 
(C) reserva mental. 
 
(D) simulação. 
 
(E) erro. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
Nos termos do que dispõe o art. 167 do CC, a declaração enganosa ou inverídica de 
vontade que vise à produção de efeito diverso do apontado como pretendido consiste 
em simulação. 
 
Na simulação, celebra-se um negócio jurídico aparentemente normal, mas que, em 
verdade, não pretende atingir o efeito que juridicamente deveria produzir. Duas partes 
se unem para praticar acordo simulatório para prejudicar terceiro ou a lei. 
 
Trata-se de manifestação de vontade com desacordo proposital entre a vontade interna 
(intenção) e a vontade externa (manifestação/declaração). A pessoa declara uma coisa, 
quando na verdade queria outra, ou nada queria. No dolo, uma das partes é a vítima; na 
simulação, não. 
 
Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante (Enunciado 152 da III Jornada de 
Direito Civil). Desse modo, no novo CC não há espaço para se alegar simulação inocente 
(que não visa prejudicar): toda simulação é considerada grave e é causa de nulidade 
 
 
6 
absoluta do NJ. Exemplo de simulação inocente: simular compra e venda de um carro 
para amigo, quando na verdade era uma doação, para não causar ciúmes. 
 
 
 
2. A multa estipulada em contrato que tenha por objeto evitar o inadimplemento da 
obrigação principal é denominada: 
 
(A) arras penitenciais. 
 
(B) multa pura e simples. 
 
(C) multa penitencial. 
 
(D) cláusula penal. 
 
(E) perdas e danos. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
A cláusula penal, que tem previsão nos artigos 408 a 416 do CC, tem por finalidadeevitar 
o inadimplemento da obrigação principal vinculando as partes ao pagamento de uma 
pena pecuniária para a hipótese de sua ocorrência. 
 
Nos termos do que dispõe o art. 409 do Código Civil de 2002, a cláusula penal é 
estabelecida como importante elemento na defesa contra o inadimplemento das 
obrigações. A lição de Caio Mário reside no sentido de que a cláusula penal “deve, em 
síntese, estar em consonância com os princípios do renovado direito contratual, como 
a função social do contrato, o equilíbrio das prestações e a boa-fé objetiva, entre outros. 
 
A doutrina, ao discutir acerca da finalidade da pena convencional, argumenta em torno 
de dois sentidos interpretativos, quais sejam: (i) a garantia do implemento da obrigação 
e (ii) a liquidação antecipada das perdas e danos. Para Caio Mário, a finalidade última da 
cláusula penal seria o “reforçamento do vínculo obrigacional”, pois a sanção estipulada 
gera um ônus secundário que torna ainda mais premente a vinculação do obrigado ao 
implemento da obrigação. 
 
 
 
7 
Dessa forma, a alternativa que se mostra como correta é a da letra “D”. 
 
 
 
3. A doação de um determinado bem a mais de uma pessoa é denominada: 
 
(A) híbrida. 
 
(B) contemplativa. 
 
(C) mista. 
 
(D) conjuntiva. 
 
(E) divisível. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
A doação conjuntiva é aquela feita em conjunto, ou seja, a mais de uma pessoa, 
distribuída em partes iguais aos beneficiados, a menos que o contrário se tenha 
estipulado (em cláusula expressa). Essa é a previsão do disposto no art. 551, que trata 
sobre esta hipótese de doação e que estabelece que, salvo declaração em contrário, a 
doação conjuntiva, ou seja, em comum a mais de uma pessoa, entende-se distribuída 
entre elas por igual, sendo que, caso ela ocorra em partes iguais para marido e mulher, 
ou seja, para os cônjuges, falecendo um deles, a doação subsistirá, em sua totalidade, 
para o cônjuge sobrevivente. 
 
 
 
4. A aposição de cláusula proibitiva de endosso no título de crédito é considerada pelo 
Código Civil como: 
 
(A) não escrita. 
 
(B) anulável. 
 
(C) válida, se aceita expressamente pelo tomador. 
 
 
8 
 
(D) inexistente, se dada no anverso do título. 
 
(E) nula de pleno direito. 
 
 
 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
Essa assertiva pode ser respondida mediante a simples leitura do disposto no art. 890 
do CC, que estabelece, in verbis: 
 
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de 
endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que 
dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites 
fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações. 
 
 
 
5. O estatuto do idoso determina que a entidade de atendimento que deixe de proceder 
aos estudos sociais e pessoais de cada caso estará sujeita à penalidade de: 
 
(A) interdição da unidade. 
 
(B) multa. 
 
(C) suspensão parcial do repasse de verbas públicas. 
 
(D) advertência. 
 
(E) afastamento provisório de seus dirigentes. 
 
 
 
RESPOSTA: B 
 
 
 
 
 
 
9 
COMENTÁRIOS 
 
A realização de estudos social e pessoal de cada caso constitui em obrigação 
estabelecida para toda e qualquer entidade de atendimento, como se observa pela 
leitura do disposto no art. 50, XI, Estatuto do Idoso: 
 
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento: 
(...) 
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; 
 
Por outro lado, conforme disposição do art. 56 do referido diploma legal, a entidade de 
atendimento que deixar de cumprir as determinações do art. 50 daquela lei será punida 
a título de multa. Vamos à leitura do dispositivo legal: 
 
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta 
Lei: 
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não 
for caracterizado como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que 
sejam cumpridas as exigências legais. 
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os 
idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a expensas do 
estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição. 
 
Dessa forma, a assertiva que se mostra como correta é a letra “B”. 
 
 
 
6. A respeito da guarda dos filhos após a separação do casal, julgue os itens a seguir: 
 
I. De acordo com o STJ, o estabelecimento de guarda compartilhada não se sujeita à 
transigência dos genitores. 
 
II. Na audiência de conciliação, o juiz deverá instar o Ministério Público a informar os 
pais do significado da guarda compartilhada, da sua importância, da similitude de 
deveres e dos direitos atribuídos aos genitores bem como das sanções pelo 
descumprimento de suas cláusulas. 
 
III. O descumprimento imotivado de cláusula de guarda compartilhada acarretará a 
redução do número de horas de convivência com o filho. 
 
 
 
10 
IV. O pai ou a mãe, em cuja guarda não esteja o filho, poderá visitá-lo e tê-lo em sua 
companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, bem como fiscalizar a sua 
manutenção e educação. 
 
Estão corretos apenas os itens: 
 
(A) I e III. 
 
(B) I e IV. 
 
(C) II e IV. 
 
(D) I, II e III. 
 
(E) II, III e IV. 
 
 
 
RESPOSTA: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
(I) Correto. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, a implementação da guarda 
compartilhada não se sujeita à transigência dos genitores. Pode-se perceber este 
entendimento através da leitura da ementa do AgInt no AREsp 879.361/DF, Rel. Ministro 
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 
22/03/2018: 
 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. GUARDA 
COMPARTILHADA. MELHOR INTERESSE DO MENOR. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 
7/STJ. 
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de 
Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 
2. A implementação da guarda compartilhada não se sujeita à transigência dos 
genitores. 
3. As peculiariedades do caso concreto inviabilizam a implementação da guarda 
compartilhada em virtude da realização do princípio do melhor interesse da menor, que 
obstaculiza, a princípio, sua efetivação. 
4. A verificação da procedência dos argumentos expendidos no recurso especial exigiria, 
por parte desta Corte, o reexame de matéria fática, o que é vedado pela Súmula nº 
7/STJ. 
 
 
11 
5. Agravo interno não provido. 
(AgInt no AREsp 879.361/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 22/03/2018). 
 
(II) Incorreto. A atribuição de informar ao pai e à mãe acerca do significado da guarda 
compartilhada, sua importância, a similitude de deveres e direitos, bem como as 
sanções pelo descumprimento de suas cláusulas é do juiz presidente da audiência 
conciliatória, e não do Ministério Público. Isso é extraído da leitura do art. 1.584, §1º, 
CC: 
 
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: 
(...) 
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda 
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos 
genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. 
 
(III) Incorreto. O descumprimento imotivado de cláusula de guarda compartilhada 
poderá implicar na redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, ou seja, ao 
detentor da guarda compartilhada. Nos termos do item III, esta consequência seria 
impositiva, ou seja, estabelece que o descumprimento acarretará tal consequência, o 
que, nos termos do que dispõe o art. 1.584, §4º, CC, não se mostra como verdadeiro: 
 
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: 
(...) 
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda 
unilateral ou compartilhada poderáimplicar a redução de prerrogativas atribuídas ao 
seu detentor. 
 
 
 
7. Após a abertura de testamento público, foi verificado que havia sido deixado um 
terreno, no valor de sessenta salários mínimos, a uma das testemunhas signatárias do 
documento. Nesse caso, a disposição testamentária será: 
 
(A) válida, se for convalidada pelos herdeiros. 
 
(B) válida, se não existirem herdeiros legítimos. 
 
(C) anulável, se os herdeiros legítimos comprovarem vício de vontade. 
 
(D) nula de pleno direito. 
 
 
12 
 
(E) considerada codicilo, se não representar mais de 1% do valor total do testamento. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, desde longa data, estabelece que, no 
testamento público, as exigências trazidas pela lei (no caso, trazidas pelo art. 1.684, 
principalmente, e nos arts. 1.865 a 1.867, todos do CC/2002) são essenciais e, quando 
não observadas, resultam em nulidade absoluta as disposições de última vontade. O art. 
1.864, incisos II e III, fala na presença das testemunhas como requisito essencial para a 
formalização do ato. 
 
Embora o STJ venha, recentemente, relativizando a presença das testemunhas durante 
todo o procedimento de realização do instrumento público, especialmente nas 
hipóteses em que as testemunhas não tenham acompanhado integralmente o ato de 
elaboração do testamento público (neste sentido, vide o Resp. 302.767/PR o Resp. 
600.746/PR e o Resp. 753.261/SP) e venha entendendo pelo aproveitamento do ato de 
disposição de última vontade, o fato é que uma das testemunhas, no caso, tinha 
interesse direto no testamento, já que foi contemplada nele. Sendo assim, por violação 
do disposto no art. 228, IV, CC, que estabelece que o interessado no litígio não pode 
servir ou ser admitido como testemunha, tem-se que o testamento acaba se tornando 
nulo de pleno direito, por ausência do requisito trazido nos incisos II e III do art. 1.864 
do CC. 
 
Em julgado similar, já decidiu a Corte da Cidadania: 
 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE TESTAMENTO. 
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. VÍCIOS DO ATO RECONHECIDOS NAS INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. CAPACIDADE PARA TESTAR. AUSÊNCIA DE PLENO DISCERNIMENTO 
(CC/2002, ART. 1.860; CC/1916, ART. 1.627). TESTEMUNHAS TESTAMENTÁRIAS. 
INIDONEIDADE (CC/2002, ART. 228; CC/1916, ART. 1.650). CERCEAMENTO DE DEFESA. 
NÃO OCORRÊNCIA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. JULGAMENTO 
EXTRA PETITA. DEFERIMENTO DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. INSUCESSO 
DO APELO ESPECIAL. QUESTÃO PREJUDICADA. 
1. O testamento público exige, para sua validade, que sua lavratura seja realizada por 
tabelião ou seu substituto legal, na presença do testador e de duas testemunhas que, 
após leitura em voz alta, deverão assinar o instrumento. 
 
 
13 
2. É inválido o testamento celebrado por testador que, no momento da lavratura do 
instrumento, não tenha pleno discernimento para praticar o ato, uma vez que se exige 
a manifestação perfeita de sua vontade e a exata compreensão de suas disposições. 
3. Nos termos do art. 228, IV e V, do Código Civil vigente (CC/1916, art. 1.650), não 
podem ser admitidos como testemunhas o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o 
inimigo capital das partes, bem como os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e 
os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou 
afinidade. In casu, houve violação dos referidos dispositivos legais, na medida em que o 
testamento público teve como testemunhas um amigo íntimo e a nora da única 
beneficiária da disposição de última vontade. 
4. O acórdão recorrido, com base no exame dos elementos fático-probatórios dos autos, 
consignou a ausência do pleno discernimento do testador para a prática do ato, bem 
como reconheceu a interferência da beneficiária na celebração do testamento e o 
reflexo de sua vontade na do testador, de modo que é inviável, em sede de recurso 
especial, a revisão de tais questões, haja vista o óbice da Súmula n. 7 desta Corte 
Superior. 
5. Consoante jurisprudência desta Corte, compete ao magistrado, à luz do princípio do 
livre convencimento motivado, previsto no art. 131 do Código de Processo Civil, decidir 
quais as provas necessárias para formar sua convicção, razão pela qual não se pode 
exigir que seja levado em consideração determinado depoimento, mormente quando 
se tratar daquele prestado pelas testemunhas consideradas inidôneas. A convicção do 
julgador deve resultar do conjunto das provas produzidas na demanda. 
6. Fica prejudicada a análise da questão relativa ao julgamento extra petita pela 
antecipação dos efeitos da tutela, tendo em vista o insucesso do recurso quanto às 
demais questões. 
7. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 1155641/GO, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
13/12/2011, DJe 28/09/2012) 
 
 
 
8. Para que seja caracterizada a posse de boa-fé, o Código Civil determina que o 
possuidor: 
 
(A) tenha adquirido a posse de quem se encontrava na posse de fato. 
 
(B) ignore o vício impedidor da aquisição do bem. 
 
(C) apresente documento escrito de compra e venda. 
 
(D) tenha a posse por mais de um ano e um dia sem conhecimento de vício. 
 
 
14 
 
(E) aja com ânimo de dono e sem oposição. 
 
 
 
RESPOSTA: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
Nos termos do que dispõe o art. 1.201 do CC, é considerado possuidor de boa-fé aquele 
que ignora o vício ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede 
a aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo 
prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
 
 
 
9. O oficial do registro imobiliário, antes de registrar o título, deverá verificar se a pessoa 
que nele figura como alienante é a mesma cujo nome consta no registro como 
proprietária. Esse procedimento deve-se ao cumprimento do princípio da: 
 
(A) continuidade. 
 
(B) força probante. 
 
(C) territorialidade. 
 
(D) legalidade. 
 
(E) especialidade. 
 
 
 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
De acordo com o Princípio da Continuidade, somente será viável o registro de título 
contendo informações perfeitamente coincidentes que aquelas constantes da 
 
 
15 
respectiva matrícula sobre as pessoas e bem nela mencionados. Identifica-se a 
obediência a este princípio nos artigos 195, 222 e 237 da Lei Federal nº 6.015/73, 
determinando o imprescindível encadeamento entre assentos pertinentes a um dado 
imóvel e as pessoas neles constantes, formando uma continuidade ininterrupta das 
titularidades jurídicas de um imóvel. 
 
Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o 
oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua 
natureza, para manter a continuidade do registro. (Renumerado do art. 197 com nova 
redação pela Lei nº 6.216, de 1975). 
 
Art. 222 - Em todas as escrituras e em todos os atos relativos a imóveis, bem como nas 
cartas de sentença e formais de partilha, o tabelião ou escrivão deve fazer referência à 
matrícula ou ao registro anterior, seu número e cartório. (Renumerado do art 223 com 
nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). 
 
Art. 237 - Ainda que o imóvel esteja matriculado, não se fará registro que dependa da 
apresentação de título anterior, a fim de que se preserve a continuidade do registro. 
 
Baseado neste princípio, não poderá vender ou gravar de ônus, quem não figurar como 
proprietário no registro imobiliário. 
 
Respeitando o princípio da continuidade, se for anulado um negócio jurídico por 
sentença transitada em julgado, o respectivo registro será cancelado, e, 
consequentemente, serão cancelados todos os posteriores que nele se apoiaram. 
 
 
 
10. Se, mediante escritura pública, o proprietário deum terreno conceder a terceiro, 
por tempo determinado, o direito de plantar em seu terreno, então, nesse caso, estará 
configurado o: 
 
(A) direito de uso. 
 
(B) usufruto resolutivo. 
 
(C) usufruto impróprio. 
 
(D) comodato impróprio. 
 
(E) direito de superfície. 
 
 
16 
 
 
 
RESPOSTA: E 
 
COMENTÁRIOS 
 
O conceito trazido pela questão de número 10 é exatamente o mesmo conceito trazido 
pela lei, especialmente o art. 1.369 do CC, in verbis: 
 
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar 
em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente 
registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for 
inerente ao objeto da concessão. 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
11. Matheus e Isaac — o primeiro residente e domiciliado em São Paulo – SP, e o 
segundo em Recife – PE — resolveram adquirir, em condomínio, imóvel localizado na 
praia de Jurerê, em Florianópolis – SC, pertencente a Tarcísio, residente e domiciliado 
em Recife – PE. Após a celebração da promessa de compra e venda com caráter 
irrevogável e irretratável e depois do pagamento do preço ajustado, Tarcísio se recusou 
a lavrar a escritura pública definitiva do imóvel, sob a alegação de que o preço deveria 
ser reajustado, em razão da recente instalação de dois famosos beach clubs na região. 
Inconformados, Matheus e Isaac resolveram buscar tutela judicial, a fim de obrigar 
Tarcísio a cumprir o negócio jurídico. Nessa situação hipotética, é correto afirmar, à luz 
das regras do Código de Processo Civil (CPC) e da jurisprudência majoritária do STJ, que 
o mecanismo jurídico adequado para a tutela pretendida é 
 
(A) a ação de adjudicação compulsória, que independerá do prévio registro do 
compromisso de compra e venda no cartório de imóveis competente e deverá ser 
ajuizada em Florianópolis – SC ou Recife – PE, mas não em São Paulo – SP. 
 
(B) a ação reivindicatória, que independerá do prévio registro do compromisso de 
compra e venda no cartório de imóveis competente e deverá ser ajuizada 
necessariamente em Florianópolis – SC. 
 
 
 
17 
(C) a ação de adjudicação compulsória, que independerá de prévio registro do 
compromisso de compra e venda no cartório de imóveis competente e deverá ser 
ajuizada necessariamente em Florianópolis – SC. 
 
(D) a ação reivindicatória, que dependerá do prévio registro do compromisso de compra 
e venda no cartório de imóveis competente e deverá ser ajuizada em Florianópolis – SC 
ou Recife – PE, mas não em São Paulo – SP. 
 
(E) a ação de adjudicação compulsória, que dependerá do prévio registro do 
compromisso de compra e venda no cartório de imóveis e deverá ser ajuizada em 
Florianópolis – SC ou Recife – PE, mas não em São Paulo – SP. 
 
 
 
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
A promessa de compra e venda registrada é um direito real imobiliário, conforme 
dispõem os artigos 1.215, VII, e 1.417, ambos do Código Civil. Sendo assim, há quem 
sustente que, no caso de promessas de compra e venda de imóveis não registradas, as 
ações deveriam ser propostas no foro do domicílio do réu (art. 46 do NCPC), por se tratar 
de ação de direito pessoal. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça entende pela 
natureza real da ação, independentemente do registro do contrato, de forma que a ação 
deverá ser proposta no foro de situação da coisa, na forma do artigo 47, caput, do NCPC 
(AgRg no REsp 773942 / SP). 
 
 
 
12. A ação de prestação de contas em desfavor de instituição financeira pode ser 
proposta, de acordo com a jurisprudência do STJ, por 
 
I. titular da conta-corrente bancária, em contrato de conta-corrente. 
 
II. tomador do mútuo, em contratos de mútuo bancário. 
 
III. tomador do financiamento, em contratos de financiamento bancário com garantia 
de alienação fiduciária. 
 
Assinale a opção correta. 
 
 
 
18 
(A) Apenas o item I está certo. 
 
(B) Apenas o item II está certo. 
 
(C) Apenas os itens I e III estão certos. 
 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
 
(E) Todos os itens estão certos. 
 
 
 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
Informativo nº 0558. Período: 19 de março a 6 de abril de 2015. RECURSOS 
REPETITIVOS. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR EM AÇÃO 
DE PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CONTRATOS DE MÚTUO E FINANCIAMENTO. RECURSO 
REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). Nos contratos de mútuo e 
financiamento, o devedor não possui interesse de agir para a ação de prestação de 
contas. A ação de prestação de contas constitui procedimento especial de jurisdição 
contenciosa normatizado nos arts. 914 a 919 do CPC e presta-se, essencialmente, a 
dirimir incertezas surgidas a partir da administração de bens, negócios e interesses 
alheios, cabendo ao gestor a apresentação minuciosa de todas as receitas e despesas 
envolvidas na relação jurídica e, ao final, a exibição do saldo, que tanto pode ser credor 
quanto devedor. O art. 914 do CPC dispõe que a "ação de prestação de contas competirá 
a quem tiver: I - o direito de exigi-las; II - a obrigação de prestá-las". A hipótese a que se 
refere o inciso I - única que interessa ao presente caso - visa a permitir que o autor exija 
do réu o oferecimento de contas. Fundamenta-se exclusivamente na existência ou não 
do direito de exigir essas contas, sem que seja necessário que se invoque alguma 
desconfiança sobre o trabalho exercido pelo administrador ou algum saldo 
supostamente existente em razão da atuação deste. Assim, na ação de prestação de 
contas, é fundamental a existência, entre autor e réu, de relação jurídica de direito 
material em que um deles administre bens, direitos ou interesses alheios. Sem essa 
relação, inexiste o dever de prestar contas. Nessa ordem de ideias, são duas conclusões 
acerca do interesse de agir nesse tipo de ação: a) o interesse sobre o qual versa a 
prestação de contas independe da existência ou não de débito e b) requer apenas a 
existência de vínculo jurídico capaz de obrigar uma das partes a prestá-las em favor da 
outra. No contrato de mútuo bancário, a obrigação do mutuante cessa com a entrega 
da coisa. Nesse contexto, não há obrigação da instituição financeira em prestar contas, 
 
 
19 
porquanto a relação estabelecida com o mutuário não é de administração ou gestão de 
bens alheios, sendo apenas um empréstimo. Conclui-se, então, pela inexistência de 
interesse de agir do cliente/mutuário para propor ação de prestação de contas, haja 
vista que o mutuante/instituição financeira exime-se de compromissos com a entrega 
da coisa. Ou seja, "a atividade da instituição financeira limita-se a entrega de recursos 
ao tomador do empréstimo, no valor estipulado contratualmente, cabendo a este a 
restituição da quantia emprestada, na forma pactuada". (REsp 1.225.252-PR, Terceira 
Turma, DJe 6/5/2013). No que concerne à matéria, a Segunda Seção do STJ, no 
julgamento do REsp 1.201.662-PR, firmou o entendimento de que, na hipótese de 
contrato de financiamento, não há, para o tomador do financiamento, interesse de agir 
na propositura de ação de prestação de contas, uma vez que o banco não administra 
recursos do financiado. Ademais, importante salientar que a questão analisada é diversa 
da regulada na Súmula 259 do STJ, que dispõe sobre o cabimento da ação de prestação 
de contas em contratos de conta-corrente bancária. Aliás, toda argumentação utilizada 
até aqui deve ser estendida aos contratos de financiamento em geral. Nessa espécie 
contratual, assim como no empréstimo bancário, o cliente adquire certa quantia em 
dinheiro com a instituição financeira, comprometendo-se a saldá-la em determinado 
prazo, na forma avençada no contrato. A diferença entre eles é que, no contrato de 
financiamento, há destinação específica dos recursos tomados, como, por exemplo, 
para a aquisição deum bem imóvel ou de um veículo. Ademais, geralmente o contrato 
de financiamento possui algum tipo de garantia, como a hipoteca ou a alienação 
fiduciária. Conclui-se, então, que, na hipótese de contrato de financiamento, assim 
como no de mútuo, não há, para o tomador do financiamento, interesse de agir na 
propositura de ação de prestação de contas, uma vez que o banco não administra 
recursos do financiado: trata-se aqui de contrato fixo, em que há valor e taxa de juros 
definidos, cabendo ao próprio financiado fazer o cálculo, pois todas as informações 
constam no contrato. REsp 1.293.558-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, 
julgado em 11/3/2015, DJe 25/3/2015. 
 
 
 
13. No que se refere à arguição de falsidade como instrumento processual para 
impugnação de documentos, assinale a opção correta. 
 
(A) A falsidade documental pode ser suscitada em contestação, na réplica ou no prazo 
de dez dias úteis, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. 
 
(B) O STJ pacificou o entendimento de que a arguição de falsidade é o meio adequado 
para impugnar a falsidade material do documento, mas não de falsidade ideológica. 
 
 
 
20 
(C) Após os momentos processuais da contestação e da réplica, se arguida a falsidade, 
esta será autuada como incidente em apartado e, nesse caso, o juiz suspenderá o 
processo principal. 
 
(D) Após a instauração do procedimento de arguição de falsidade, a outra parte deverá 
ser ouvida em quinze dias e, então, não será admitida a extinção prematura do feito sem 
o exame pericial do documento, mesmo que a parte concorde em retirá-lo dos autos. 
 
(E) Uma vez arguida, a falsidade documental será resolvida como questão incidental; 
contudo, é possível que a parte suscitante requeira ao juiz que a decida como questão 
principal, independentemente de concordância da parte contrária. 
 
 
 
RESPOSTA: E 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Art. 430 do NCPC – “Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na 
contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação 
da juntada do documento aos autos”. 
 
(B) Incorreta. “A instauração de incidente de falsidade é possível mesmo quando se 
tratar de falsidade ideológica, mas desde que o documento seja narrativo, isto é, que 
não contenha declaração de vontade, de modo que o reconhecimento de sua falsidade 
não implique a desconstituição de relação jurídica, quando será necessário o 
ajuizamento de ação própria (REsp 1637099/BA, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS 
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/09/2017, DJe 02/10/2017)”. 
 
(C) Incorreta. Não haverá a suspensão do processo, ainda que a falsidade tenha sido 
arguida após a réplica, devendo esta ser julgada como questão incidental, 
independentemente de suspensão do processo, nos termos do artigo 430, Parágrafo 
único, diferentemente de como era no CPC/73 (arts. 393 e 394 do CPC/73). 
 
(D) Incorreta. Art. 432 do NCPC – “Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 
15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial. Parágrafo único. Não se procederá ao 
exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo”. 
 
(E) Correta. Art. 430, Parágrafo único – “Art. 430, Parágrafo único. Uma vez arguida, a 
falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a 
decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19”. 
 
 
21 
 
 
 
14. Sérgio ajuizou ação indenizatória para reparação de danos morais contra 
determinado estabelecimento de Florianópolis, sob a alegação de que, em razão de sua 
orientação sexual, fora vítima, em quatro dias diversos, de ofensas por parte de 
prepostos da pessoa jurídica. Na fase de saneamento e organização do processo, o 
magistrado deferiu a produção da prova testemunhal, e Sérgio apresentou o rol de 
testemunhas, sendo quatro delas para provar as ofensas ocorridas na primeira ocasião; 
outras três para a segunda ocasião; outras duas testemunhas para a terceira ocasião; e, 
por fim, outras duas testemunhas para a quarta ocasião. 
 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz do CPC. 
 
(A) O referido rol não extrapolou o limite máximo de testemunhas para a prova de cada 
fato, mas extrapolou o limite máximo global. 
 
(B) Não há previsão de limite máximo de testemunhas para a prova de cada fato, mas 
somente previsão de número máximo global. 
 
(C) Não há previsão de limite máximo global de testemunhas, mas apenas de número 
máximo para a prova de cada fato, cabendo ao magistrado determinar o máximo global 
no caso concreto. 
 
(D) O referido rol extrapolou o limite máximo de testemunhas para a prova de cada fato 
bem como o limite máximo global. 
 
(E) O referido rol não extrapolou o limite máximo de testemunhas para a prova de cada 
fato nem o limite máximo global. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
Art. 357, §6º, do NCPC – “Art. 357 § 6º O número de testemunhas arroladas não pode 
ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato”. 
 
 
 
 
 
22 
15. De acordo com as disposições do CPC, assinale a opção correta relativa aos 
procedimentos especiais. 
 
(A) Entre os legitimados para requerer a abertura de inventário, estão os credores dos 
herdeiros ou do autor da herança, mas não os credores do legatário. 
 
(B) No caso da ação possessória multitudinária, o oficial de justiça procurará, por uma 
vez, os ocupantes no imóvel, sendo citados por edital os que não forem encontrados na 
ocasião, independentemente de outras diligências para citação por hora certa. 
 
(C) Em razão da sumariedade do procedimento monitório, o CPC vedou a possibilidade 
da reconvenção em demandas dessa natureza. 
 
(D) Falecendo qualquer uma das partes no curso do processo, a sucessão processual 
acontecerá por meio do procedimento de habilitação, que ocorrerá nos mesmos autos 
da demanda, independentemente de suspensão do processo. 
 
(E) Em regra, o proprietário fiduciário do bem constrito ou ameaçado não detém 
legitimidade ativa para ajuizar embargos de terceiro. 
 
 
 
RESPOSTA: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Art. 616, VI, do NCPC – “Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: 
VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança”. 
 
(B) Correta. Art. 554, §§1º e 2º, do NCPC – “Art. 554, § 1º No caso de ação possessória 
em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal 
dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, 
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em 
situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. § 2º Para fim da citação 
pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma 
vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. 
 
(C) Incorreta. Art. 702, §6º, do NCPC – “Art. 702, § 6º Na ação monitória admite-se a 
reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção”. 
 
 
 
23 
(D) Incorreta. Arts. 313, I, 687 e 689, todos do NCPC – “Art. 313. Suspende-se o processo: 
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu 
representante legal ou de seu procurador; § 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá 
o processo, nos termos do art. 689 . / Art. 687. A habilitação ocorre quando, por 
falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no 
processo. / Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na 
instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo”. 
 
(E) Incorreta. Art. 674, Parágrafo único do NCPC – “Art. 674. Quem, não sendo parte no 
processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os 
quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu 
desfazimentoou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1º Os embargos 
podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor”. 
 
 
 
16. O Ministério Público ajuizou ação civil pública contra determinada empresa e seus 
sócios, visando tutelar direitos de consumidores lesados por contratos celebrados para 
a prática de esquema de pirâmide financeira. A sentença condenatória na ação coletiva 
foi publicada em 5/1/2003 e, após recurso, transitou em julgado em 2/6/2005. Em 
6/7/2012, um consumidor beneficiário da referida demanda apresentou execução 
individual da sentença coletiva. 
 
Nessa situação hipotética, de acordo com o entendimento do STJ, é correto afirmar que, 
à época da propositura da execução individual pelo beneficiário, a sua pretensão 
 
(A) estava prescrita desde o transcurso de cinco anos após o trânsito em julgado da 
sentença coletiva. 
 
(B) não estava prescrita, e só será assim considerada após o transcurso de dez anos do 
trânsito em julgado da sentença coletiva. 
 
(C) estava prescrita desde o transcurso de cinco anos após a publicação da sentença 
coletiva. 
 
(D) não estava prescrita, e só será assim considerada após o transcurso de dez anos após 
a publicação da sentença coletiva. 
 
(E) estava prescrita desde o transcuro de três anos após o trânsito em julgado da 
sentença coletiva. 
 
 
 
24 
 
 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
Informativo nº 0515. Período: 3 de abril de 2013. SEGUNDA SEÇÃO. DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL. PRAZO PRESCRICIONAL PARA O AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO 
INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSO REPETITIVO 
(ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). No âmbito do direito privado, é de cinco anos 
o prazo prescricional para ajuizamento da execução individual em pedido de 
cumprimento de sentença proferida em ação civil pública. O emprego pelo julgador de 
determinada regra como parâmetro para fixar o prazo de prescrição no processo de 
conhecimento em ação coletiva não impõe a necessidade de utilizar essa mesma regra 
para definir o prazo de prescrição da pretensão de execução individual, que deve 
observar a jurisprudência superveniente ao trânsito em julgado da sentença exequenda. 
Assim, ainda que na ação de conhecimento, já transitada em julgado, tenha sido 
reconhecida a aplicabilidade do prazo de prescrição vintenário, deve ser utilizado, no 
processo de execução individual, conforme orientação da Súmula 150 do STF, o mesmo 
prazo para ajuizar a ação civil pública, que é de cinco anos nos termos do disposto no 
art. 21 da Lei n. 4.717/1965 - Lei da Ação Popular. Precedentes citados: REsp 1.070.896-
SC, DJe 4/8/2010; AgRg no AREsp 113.967-PR, DJe 22/6/2012, e REsp n. 1.276.376-PR, 
DJ 1º/2/2012. REsp 1.273.643-PR, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/2/2013”. / “O 
prazo prescricional para a execução individual é contado do trânsito em julgado da 
sentença coletiva, sendo desnecessária a providência de que trata o art. 94 da Lei n. 
8.078/90 (Informativo nº 0580. Período: 2 a 13 de abril de 2016. RECURSOS 
REPETITIVOS. REsp 1.388.000-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para 
acórdão Min. Og Fernandes, Primeira Seção, julgado em 26/8/2015, DJe 12/4/2016)”. 
 
 
 
17. José ajuizou ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis atrasados em 
desfavor de Paulo, tendo o magistrado julgado procedentes os pedidos, declarando 
rescindido o contrato de locação, determinando a desocupação do imóvel e 
condenando Paulo ao pagamento dos valores atrasados. Paulo interpôs recurso de 
apelação, pedindo a reforma integral da sentença. Durante o trâmite recursal, José 
iniciou a execução provisória apenas em relação à cobrança dos aluguéis, pois Paulo, 
após interpor apelação, desocupou voluntariamente o imóvel. Intimado para 
pagamento da parte líquida da condenação, Paulo agravou da decisão, sustentando ser 
necessário aguardar o julgamento da apelação antes de se dar andamento à execução 
provisória. 
 
 
25 
 
Nessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência do STJ. 
 
(A) O recurso de agravo de instrumento deverá ser provido, uma vez que, ficando a ação 
limitada à cobrança dos aluguéis, seria autorizado o recebimento da apelação no efeito 
suspensivo, visto que a ação passaria a ter natureza exclusivamente condenatória. 
 
(B) O recurso de agravo de instrumento deverá ser provido, pois a Lei n.º 8.245/1991 
não prevê regramento específico em relação aos efeitos do recebimento do recurso de 
apelação; portanto, o apelo deveria ter sido recebido nos efeitos devolutivo e 
suspensivo, atendendo à regra geral no CPC. 
 
(C) O recurso de agravo de instrumento deverá ser denegado, porque a apelação que 
ataca sentença proferida em ação de despejo, ainda que cumulada com ação de 
cobrança de débitos atrasados, deve ser recebida somente no efeito devolutivo, em 
razão de regramento específico da Lei n.º 8.245/1991 em relação aos efeitos do 
recebimento da apelação. 
 
(D) O recurso de agravo de instrumento deverá ser denegado, já que, embora não haja 
regramento específico acerca dos efeitos do recebimento da apelação na Lei n.º 
8.245/1991, a desocupação voluntária implicou em desistência do recurso de apelação. 
 
(E) O recurso de agravo de instrumento não deverá ser conhecido, por ausência de 
pressuposto objetivo de admissibilidade recursal, pois, além de existir regramento 
específico acerca dos efeitos do recebimento da apelação na Lei n.º 8.245/1991, a 
desocupação voluntária implicou desistência do recurso de apelação. 
 
 
 
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
Arts. 58, V, e 64, ambos do NCPC, e Jurisprudência do STJ – “Art. 58. Ressalvados os 
casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em 
pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de 
locação, observar - se - á o seguinte: V - os recursos interpostos contra as sentenças 
terão efeito somente devolutivo. / Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no 
art. 9o, a execução provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) 
meses nem superior a 12 (doze) meses do aluguel, atualizado até a data da prestação 
da caução. / AgInt no AREsp 544.885 – “Inexiste óbice ao cumprimento provisório da 
 
 
26 
sentença proferida na ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis, mesmo 
na pendência de julgamento do recurso de apelação, recebido só no efeito devolutivo. 
A posterior desocupação do imóvel não tem influência, no caso, diante da 
possibilidade de execução provisória da sentença no tocante à cobrança dos débitos 
atrasados (AgInt no AREsp 544.885/RS, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 
14/08/2018, DJe 21/08/2018)”. 
 
 
 
18. De acordo com os princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo civil, 
assinale a opção correta. 
 
(A) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz 
tratamento idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se pela 
inconstitucionalidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o 
Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública se manifestarem nos 
autos. 
 
(B) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na 
garantia do cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-
constituído na forma da lei. 
 
(C) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditório 
postecipado, previsto no sistema processual civil antigo. 
 
(D) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres 
de esclarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio. 
 
(E) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na 
aplicação do ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalidade,razoabilidade, legalidade, publicidade e a eficiência. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Em razão da própria atividade de tutelar o interesse público, a Fazenda 
Pública ostenta condição diferenciada das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito 
 
 
27 
privado. Além do mais, “quando a Fazenda Pública está em juízo, ela está defendendo o 
erário. Na realidade, aquele conjunto de receitas públicas que pode fazer face às 
despesas não é de responsabilidade, na sua formação, do governante do momento. É 
toda a sociedade que contribui para isso. (...) Ora, no momento em que a Fazenda 
Pública é condenada, sofre um revés, contesta uma ação ou recorre de uma decisão, o 
que se estará protegendo, em última análise, é o erário. É exatamente essa massa de 
recurso que foi arrecadada e que evidentemente supera, aí sim, o interesse particular. 
Na realidade, a autoridade pública é mera administradora”. Isso já seria o suficiente para 
demonstrar que a Fazenda Pública apresenta-se em situação bastante diferenciada dos 
particulares, merecendo, portanto, um tratamento diverso daquele que lhes é 
conferido. Exatamente por atuar no processo em virtude da existência de interesse 
público, consulta ao próprio interesse público viabilizar o exercício dessa sua atividade 
no processo da melhor e mais ampla maneira possível, evitando-se condenações 
injustificáveis ou prejuízos incalculáveis para o Erário e, de resto, para toda a 
coletividade que seria beneficiada com serviços públicos custeados com tais recursos. 
Para que a Fazenda Pública possa, contudo, atuar da melhor e mais ampla maneira 
possível, é preciso que se lhe confiram condições necessárias e suficientes a tanto. 
 
(B) Incorreta. Pelo princípio do juiz natural entende-se que ninguém será processado 
senão pela autoridade competente (art. 5.º, LIII, da CF). O princípio pode ser entendido 
de duas formas distintas. A primeira delas diz respeito à impossibilidade de escolha do 
juiz para o julgamento de determinada demanda, escolha essa que deverá ser sempre 
aleatória em virtude de aplicação de regras gerais, abstratas e impessoais de 
competência. Essa proibição de escolha do juiz atinge a todos; as partes, os juízes, o 
Poder Judiciário etc. Por outro lado, o princípio do juiz natural proíbe a criação de 
tribunais de exceção, conforme previsão expressa do art. 5.º, XXXVII, da CF. Significa que 
não se poderá criar um juízo após o acontecimento de determinados fatos jurídicos com 
a exclusiva tarefa de julgá-los, sendo que à época em que tais fatos ocorreram já existia 
um órgão jurisdicional competente para o exercício de tal tarefa (NEVES, Daniel Amorim 
Assumpção Neves. Manual de Direito Processual Civil – Volume único. 8. Ed. Salvador: 
Juspodivm, 2016, ebook). 
 
(C) Incorreta. O NCPC ainda admite o contraditório postergado, conforme se verifica, 
por exemplo, quando o magistrado concede uma tutela provisória de urgência 
antecipada antes de ouvir o réu, nos termos do artigo 300, §2º, do NCPC. 
 
(D) Correta. A doutrina nacional, que já enfrentou o tema, divisa fundamentalmente três 
vertentes desse princípio da cooperação, entendidas como verdadeiros deveres do juiz 
na condução do processo: (i) dever de esclarecimento, consubstanciado na atividade do 
juiz de requerer às partes esclarecimentos sobre suas alegações e pedidos, o que 
naturalmente evita a decretação de nulidades e a equivocada interpretação do juiz a 
 
 
28 
respeito de uma conduta assumida pela parte; (ii) dever de consultar, exigindo que o 
juiz sempre consulte as partes antes de proferir decisão, em tema já tratado quanto ao 
conhecimento de matérias e questões de ofício; (iii) dever de prevenir, apontando às 
partes eventuais deficiências e permitindo suas devidas correções, evitando-se assim a 
declaração de nulidade, dando-se ênfase ao processo como genuíno mecanismo técnico 
de proteção de direito material (NEVES, Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de 
Direito Processual Civil – Volume único. 8. Ed. Salvador: Juspodivm, 2016, ebook). 
 
(E) Incorreta. Art. 8º do NCPC – “Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz 
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo 
a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a 
legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
 
 
19. O CPC considera título executivo extrajudicial 
 
I. o instrumento de transação referendado por conciliador credenciado por tribunal, 
após homologação pelo juiz. 
 
II. o contrato celebrado por instrumento particular, garantido por direito real de 
garantia, independentemente de ter sido assinado por duas testemunhas. 
 
III. o contrato celebrado por instrumento particular, garantido por fiança, desde que 
assinado por duas testemunhas. 
 
IV. o crédito de contribuição extraordinária de condomínio edilício, aprovada em 
assembleia geral e documentalmente comprovada. 
 
Estão certos apenas os itens 
 
(A) I e III. 
 
(B) I e IV. 
 
(C) II e IV. 
 
(D) I, II e III. 
 
(E) II, III e IV. 
 
 
 
29 
 
 
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
(I) Incorreto. Art. 784, IV, do NCPC – “Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: IV - 
o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria 
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou 
mediador credenciado por tribunal”. 
 
(II) Correto. Art. 784, V, do NCPC – “Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: V - o 
contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e 
aquele garantido por caução”. 
 
(III) Incorreto. A Lei não prevê executoriedade para os contratos garantidos por fiança, 
salvo se for assinado por duas testemunhas, o que, em verdade, aplica-se a todos os 
contratos particulares garantidos por fiança, conforme dispõe o artigo 784, III, do NCPC 
(Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: III - o documento particular assinado pelo 
devedor e por 2 (duas) testemunhas). 
 
(IV) Correto. Art. 784, X, do NCPC – “Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: X - o 
crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, 
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que 
documentalmente comprovadas”. 
 
 
 
20. Acerca da reconvenção, assinale a opção correta. 
 
(A) A decisão que indefere a petição inicial da reconvenção é irrecorrível, podendo o 
reconvinte formular os mesmos pedidos em ação própria autônoma. 
 
(B) Se o autor da demanda originária estiver atuando na condição de substituto 
processual, haverá ilegitimidade passiva caso o réu reconvinte proponha reconvenção 
para discutir relação jurídica de direito material com o substituto. 
 
(C) Configurada a revelia, o juiz deverá extinguir, sem julgamento de mérito, eventual 
reconvenção apresentada pelo réu. 
 
 
 
30 
(D) Por ser a reconvenção uma demanda conexa e incidental, quando houver desistência 
regular da ação principal, o juiz deverá extinguir a reconvenção em razão da ausência de 
interesse processual. 
 
(E) Apresentada a reconvenção, o reconvindo será citado pessoalmente para apresentar 
a resposta no prazo de quinze dias. 
 
 
 
RESPOSTA: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) Incorreta. Art. 354 do NCPC e Jurisprudência – “Art. 354. Ocorrendo qualquer das 
hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III , o juiz proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela 
do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. / “Cabe agravo 
da decisão que indefere liminarmente a reconvenção (REsp 443.175/SP, Rel. Ministro 
RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 21/11/2002, DJ 16/12/2002, p. 
345)”. 
 
(B) Correta. Art. 343, §5º, do NCPC – “Art. 343, § 5º Se o autor for substituto processual,o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a 
reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de 
substituto processual”. 
 
(C) Incorreta. Art. 343, §6º, do NCPC – “Art. 343, § 6º O réu pode propor reconvenção 
independentemente de oferecer contestação”. 
 
(D) Incorreta. Art. 343, §2º, do NCPC – “Art. 343, § 2º A desistência da ação ou a 
ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao 
prosseguimento do processo quanto à reconvenção”. 
 
(E) Incorreta. Art. 343, §1º, do NCPC – “Art. 343, § 1º Proposta a reconvenção, o autor 
será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 
(quinze) dias”. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
21. No que tange à relação jurídica entre consumidor e incorporadora imobiliária, à 
comissão de corretagem e à taxa de assessoria técnico-imobiliária, julgue os itens a 
seguir, à luz das disposições do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento do 
STJ: 
 
I. A incorporadora, na condição de promitente-vendedora, é parte ilegítima para figurar 
no polo passivo da ação que vise à restituição ao consumidor dos valores pagos a título 
de comissão de corretagem e de taxa de assessoria técnico-imobiliária. 
 
II. É válida a cláusula que transfira ao promitente-comprador a obrigação de pagar a 
comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade 
autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado o 
preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão 
de corretagem. 
 
III. É abusiva a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria técnico-
imobiliária, ou atividade congênere, vinculada à celebração de promessa de compra e 
venda de imóvel. 
 
Assinale a opção correta: 
 
(A) Apenas o item I está certo; 
 
(B) Apenas o item II está certo; 
 
(C) Apenas os itens I e III estão certos; 
 
(D) Apenas os itens II e III estão certos; 
 
(E) Todos os itens estão certos. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
 
 
 
 
 
 
32 
COMENTÁRIOS 
 
 
(I) Incorreto. A jurisprudência pacífica do STJ reside no sentido de que “Tem legitimidade 
passiva "ad causam" a incorporadora, na condição de promitente-vendedora, para 
responder a demanda em que é pleiteada pelo promitente-comprador a restituição dos 
valores pagos a título de comissão de corretagem e de taxa de assessoria técnico-
imobiliária, alegando-se prática abusiva na transferência desses encargos ao 
consumidor” (REsp 1.551.968-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, 
por unanimidade, julgado em 24/8/2016, DJe 6/9/2016 – Informativo 589). 
 
(II) Correto. A assertiva corresponde exatamente ao que restou decidido no REsp 
1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por unanimidade, 
julgado em 24/8/2016, DJe 6/9/2016 (Informativo 589), no sentido de que “É válida a 
cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a 
comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade 
autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado o 
preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão 
de corretagem”. 
 
(III) Correto. O item representa o entendimento firmado pelo STJ no REsp 1.599.511-SP, 
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 
24/8/2016, DJe 6/9/2016, no sentido de que “É abusiva a cobrança pelo promitente-
vendedor do serviço de assessoria técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere, 
vinculado à celebração de promessa de compra e venda de imóvel”. 
 
 
 
22. Um cidadão ajuizou ação contra o Banco XY S.A. a respeito de contrato de 
arrendamento mercantil de veículo automotor firmado entre as partes em 2018. Os 
itens a seguir representam as alegações feitas na referida ação. 
 
I. Existência de abusividade da cláusula que prevê o ressarcimento pelo consumidor da 
despesa com o registro pós-gravame. 
 
II. Ocorrência de descaracterização da mora, em razão da abusividade dos encargos 
acessórios do contrato. 
 
III. Presença de abusividade da cláusula que prevê a obrigação do consumidor de 
contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora indicada pela 
instituição bancária. 
 
 
33 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
(A) Apenas o item I está certo; 
 
(B) Apenas o item II está certo; 
 
(C) Apenas os itens I e III estão certos; 
 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
 
(E) Todos os itens estão corretos. 
 
 
 
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
O assunto da questão foi abordado na aula de revisão. 
 
(I) Correto. Corresponde exatamente ao decidido pelo STJ no REsp 1.639.259-SP, Rel. 
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 
12/12/2018, DJe 17/12/2018 (Tema 972): “É abusiva a cláusula que prevê o 
ressarcimento pelo consumidor da despesa com o registro do pré-gravame, em 
contratos celebrados a partir de 25/02/2011, data de entrada em vigor da Resolução 
CMN 3.954/2011, sendo válida a cláusula pactuada no período anterior a essa resolução, 
ressalvado o controle da onerosidade excessiva”. 
 
(II) Incorreto. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que a abusividade de 
encargos acessórios do contrato não descaracteriza a mora (REsp 1.639.259-SP, Rel. 
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 
12/12/2018, DJe 17/12/2018 (Tema 972)). 
 
(III) Correto. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, contratos bancários em 
geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a instituição 
financeira ou com seguradora por ela indicada, como se extrai do REsp 1.639.259-SP, 
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 
12/12/2018, DJe 17/12/2018 (Tema 972). 
 
 
 
 
34 
 
23. A respeito da defesa do consumidor em juízo, assinale a opção correta: 
 
(A) O Ministério Público possui legitimidade para pleitear, em demandas de saúde 
contra os entes federativos, tratamentos médicos, exceto quando se tratar de feitos que 
contenham beneficiários individualizados. 
 
(B) A Defensoria Pública tem legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa de 
direitos individuais homogêneos de consumidores idosos, independentemente da 
comprovação de hipossuficiência econômica dos beneficiários. 
 
(C) Associação com fins específicos de proteção ao consumidor possui legitimidade para 
o ajuizamento de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de 
beneficiários do seguro DPVAT. 
 
(D) Em caso de ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não 
fazer, o juiz deverá dar prioridade à conversão da obrigação em perdas e danos. 
 
(E) O comerciante que indenize, em juízo, o consumidor lesado não poderá exercer o 
direito de regresso contra os demais responsáveis pelo evento danoso nos mesmos 
autos nem requerer a denunciação da lide. 
 
 
 
RESPOSTA: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
O assunto da questão foi abordado na aula de revisão. 
 
(A) Incorreta. REsp 1.682.836-SP, Rel. Min. Og Fernandes, Primeira Seção, por 
unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 30/04/2018 (Tema 766): O Ministério Público 
é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos nas 
demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de 
feitos contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais 
indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do 
Ministério Público). 
 
(B) Correta. Trata-se do REsp 1.331.948: 
 
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=766&cod_tema_final=766
 
 
35 
DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADEDA DEFENSORIA 
PÚBLICA PARA PROPOR AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM DEFESA DE JURIDICAMENTE 
NECESSITADOS. A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública em 
defesa de interesses individuais homogêneos de consumidores idosos que tiveram 
plano de saúde reajustado em razão da mudança de faixa etária, ainda que os titulares 
não sejam carentes de recursos econômicos. A atuação primordial da Defensoria 
Pública, sem dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos necessitados econômicos. 
Entretanto, ela também exerce atividades de auxílio aos necessitados jurídicos, os quais 
não são, necessariamente, carentes de recursos econômicos. Isso ocorre, por exemplo, 
quando a Defensoria exerce as funções de curador especial (art. 9º, II, do CPC) e de 
defensor dativo (art. 265 do CPP). No caso, além do direito tutelado ser fundamental 
(direito à saúde), o grupo de consumidores potencialmente lesado é formado por 
idosos, cuja condição de vulnerabilidade já é reconhecida na própria Constituição 
Federal, a qual dispõe no art. 230 que: "A família, a sociedade e o Estado têm o dever 
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, 
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida". Dessa forma, 
nos termos do assentado no julgamento do REsp 1.264.116-RS (Segunda Turma, DJe 
13/4/2012), "A expressão 'necessitados' (art. 134, caput, da Constituição), que qualifica, 
orienta e enobrece a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da 
Ação Civil Pública, em sentido amplo, de modo a incluir, ao lado dos estritamente 
carentes de recursos financeiros - os miseráveis e pobres -, os hipervulneráveis (isto é, 
os socialmente estigmatizados ou excluídos, as crianças, os idosos, as gerações futuras), 
enfim, todos aqueles que, como indivíduo ou classe, por conta de sua real debilidade 
perante abusos ou arbítrio dos detentores de poder econômico ou político, 'necessitem' 
da mão benevolente e solidarista do Estado para sua proteção, mesmo que contra o 
próprio Estado". EREsp 1.192.577-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/10/2015, DJe 
13/11/2015. 
 
(C) Incorreta. A associação, nos termos da jurisprudência do STJ, mesmo que tenha fins 
específicos de proteção ao consumidor, não possui legitimidade para o ajuizamento de 
ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de beneficiários do 
seguro DPVAT, conforme REsp 1.091.756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, por maioria, julgado em 13/12/2017, DJe 05/02/2018 
(Informativo 618). 
 
(D) Incorreta. Quando se tratar de obrigação de fazer e de não fazer, o juiz deverá dar 
prioridade à concessão da tutela específica da obrigação, ou então deverá tomar 
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento da 
obrigação. Somente quando não for possível uma ou outra solução, a título subsidiário, 
poderá ser convertida a obrigação em perdas e danos. Esse é o teor do art. 84 do CDC: 
 
 
 
36 
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não 
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que 
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. 
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas 
optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático 
correspondente. 
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código 
de Processo Civil). 
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de 
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após 
justificação prévia, citado o réu. 
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, 
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a 
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá 
o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de 
coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de 
requisição de força policial. 
 
(E) Incorreta. Nos termos do que dispõe o art. 13, parágrafo único, CDC, o comerciante 
que for acionado na condição de “comerciante presumido”, ou seja, nas hipóteses 
trazidas pelos incisos do art. 13 do Código Consumerista, poderá exercer o direito de 
regresso contra os demais responsáveis: 
 
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, 
quando: 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; 
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o 
direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na 
causação do evento danoso. 
 
Devemos lembrar, de forma geral, que a denunciação da lide é vedada no CDC: 
 
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá 
ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos 
mesmos autos, vedada a denunciação da lide. 
 
 
 
 
37 
24. Considerando o entendimento do STJ acerca da relação do consumidor com as 
operadoras do plano de saúde, assinale a opção correta: 
 
(A) As operadoras de saúde são obrigadas a custear medicamento importado, não 
nacionalizado, mesmo sem registro pela ANVISA, desde que fundamentadamente 
receitado pelo médico competente. 
 
(B) O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na 
mudança de faixa etária do beneficiário é válido, sendo vedado ao Poder Judiciário 
analisar a sua adequação ou razoabilidade. 
 
(C) Cirurgia reparadora de mamoplastia, ainda que seja decorrente do tratamento da 
obesidade mórbida, não poderá ser exigida do plano de saúde se inexistir previsão 
contratual expressa para sua realização. 
 
(D) Embora seja abusiva cláusula contratual que preveja a interrupção de tratamento 
psicoterápico por esgotamento do número de consultas anuais asseguradas pela 
Agência Nacional de Saúde Complementar, o plano de saúde poderá cobrar 
coparticipação nas consultas excedentes. 
 
(E) É válida a cláusula contratual excludente do custeio de medicamento prescrito e 
ministrado pelo médico em ambiente domiciliar, desde que escrita em destaque, o que 
permite a imediata e fácil compreensão do consumidor. 
 
 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
O assunto da questão foi abordado na aula de revisão. 
 
(A) Incorreta. As operadoras de plano de saúde não estão obrigadas a fornecer 
medicamento não registrado pela ANVISA, nos termos do REsp 1.712.163-SP, Rel. Min. 
Moura Ribeiro, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 08/11/2018, DJe 
26/11/2018 (Tema 990). 
 
(B) Incorreta. A jurisprudência do STJ inclina-se no sentido da validade do reajuste da 
mensalidade dos planos de saúde individuais ou familiares em razão da mudança da 
faixa etária, mas não de maneira absoluta. Isso porque o reajuste deve respeitar os 
critérios da adequação e da razoabilidade, podendo, portanto, a proporcionalidade ser 
 
 
38 
aferida pelo Poder Judiciário. Neste sentido, “É válida a cláusula, prevista em contrato 
de seguro-saúde, que autoriza o aumento das mensalidades do seguro quando o usuário 
completar sessenta anos de idade, desde que haja respeito aos limites e requisitos 
estabelecidos na Lei 9.656/1998 e, ainda, que não se apliquem índices de reajuste 
desarrazoados ou aleatórios, que onerem em demasia o segurado” (REsp 1.381.606-DF, 
Rel. originária Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. João Otávio De Noronha,julgado em 7/10/2014). 
 
(C) Incorreta. Em razão de o tratamento da obesidade mórbida encontrar-se acobertado 
pelo plano de saúde firmado (art. 10 da Lei n. 9.656/1998), a seguradora deve arcar com 
todos os tratamentos necessários à cura de tal patologia. Desse modo, não só a cirurgia 
bariátrica (ou outra pertinente) deve ser custeada pela seguradora, mas também as 
cirurgias destinadas à retirada do excesso de tecido epitelial (retirada do avental 
abdominal, mamoplastia redutora e a dermolipoctomia braçal), que lhes são 
subsequentes ou consequentes, tal como na hipótese, em que firmado não terem essas 
intervenções natureza estética (excluída da incidência do referido artigo de lei). Essas 
cirurgias são prescritas como tratamento contra infecções e outras manifestações 
propensas a ocorrer nas regiões em que a pele dobra sobre si mesma. Daí que ilegítima 
a recusa de cobrir essas cirurgias quando se revelam necessárias ao pleno 
restabelecimento do segurado acometido da obesidade mórbida acobertada pelo plano 
de saúde, sob pena de se frustrar a finalidade precípua do contrato. REsp 1.136.475-RS, 
Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 4/3/2010.. 
 
(D) Correta. Há que se falar em abusividade, apenas, na cláusula contratual ou em ato 
da operadora de plano de saúde que importe em limitação/interrupção de tratamento 
psicoterápico por esgotamento do número de sessões anuais asseguradas no Rol de 
Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. No entanto, nos termos da jurisprudência 
pacífica do STJ, as consultas excedentes podem ser cobradas e custeadas pelo 
consumidor e aderente no plano de saúde, desde que em regime de coparticipação 
(REsp 1.679.190-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 
26/09/2017, DJe 02/10/2017). 
 
(E) Incorreta. Nos termos da jurisprudência do STJ, ainda que, em contrato de plano de 
saúde, exista cláusula que vede de forma absoluta o custeio do serviço de home care 
(tratamento domiciliar), a operadora do plano, diante da ausência de outras regras 
contratuais que disciplinem a utilização do serviço, será obrigada a custeá-lo em 
substituição à internação hospitalar contratualmente prevista, desde que haja: (i) 
condições estruturais da residência; (ii) real necessidade do atendimento domiciliar, 
com verificação do quadro clínico do paciente; (iii) indicação do médico assistente; (iv) 
solicitação da família; (v) concordância do paciente; e (vi) não afetação do equilíbrio 
contratual, como nas hipóteses em que o custo do atendimento domiciliar por dia não 
 
 
39 
supera o custo diário em hospital (REsp 1.537.301-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 18/8/2015, DJe 23/10/2015 – Informativo 571). 
 
 
 
25. No que se refere à relação entre seguradoras e consumidores, assinale a opção 
correta à luz do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento do STJ: 
 
(A) A seguradora pode se recusar a contratar seguro se a pessoa proponente tiver 
restrição financeira em órgãos de proteção ao crédito, mesmo que essa pessoa se 
disponha a pronto pagamento do prêmio. 
 
(B) Inexiste relação de consumo entre pessoa jurídica e seguradora em contrato de 
seguro que vise à proteção do patrimônio dessa pessoa jurídica, em razão de tal contrato 
configurar consumo intermediário. 
 
(C) O contrato de seguro de vida pode vedar a cobertura de sinistro decorrente de 
acidente de ato praticado pelo segurado em estado de embriaguez, mesmo quando 
ocorrido após os dois primeiros anos do contrato. 
 
(D) As normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor aplicam-se aos contratos 
de seguro facultativo e, subsidiariamente, ao seguro obrigatório do DPVAT. 
 
(E) É abusiva a exclusão do seguro de acidentes pessoais em contrato de adesão para as 
hipóteses de intercorrências ou complicações consequentes da realização de exames, 
tratamentos clínicos ou cirúrgicos. 
 
 
 
RESPOSTA: E 
 
COMENTÁRIOS 
 
O assunto da questão foi abordado na aula de revisão. 
 
(A) Incorreta. A seguradora não pode recusar a contratação de seguro a quem se 
disponha a pronto pagamento se a justificativa se basear unicamente na restrição 
financeira do consumidor junto a órgãos de proteção ao crédito (REsp 1.594.024-SP, Rel. 
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe 
05/12/2018). 
 
 
 
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(B) Incorreta. Nos termos da jurisprudência já consolidada no STJ, que trata exatamente 
da hipótese prevista nesta assertiva, considera-se que há, sim, relação de consumo 
entre a seguradora e a concessionária de veículos que firmam seguro empresarial 
visando à proteção do patrimônio desta (destinação pessoal) - ainda que com o intuito 
de resguardar veículos utilizados em sua atividade comercial -, desde que o seguro não 
integre os produtos ou serviços oferecidos por esta (REsp 1.352.419-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 19/8/2014). 
 
(C) Incorreta. O contrato de seguro de vida tem como finalidade a conferência de 
cobertura para o caso de superveniência do risco por ele previsto. Nos termos da 
jurisprudência do STJ, consolidada na Súmula 610, nem mesmo o suicídio não pode ser 
coberto se já ultrapassados os dois primeiros anos da contratação: “O suicídio não é 
coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado 
o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada”. Esta 
conclusão pode ser extraída, também, do julgado abaixo, que se mostra ainda mais 
específico: 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO 
DE VIDA PROPOSTA POR FAMILIARES BENEFICIÁRIOS DA COBERTURA. ACIDENTE DE 
TRÂNSITO. MORTE DO CONDUTOR SEGURADO. NEGATIVA DE COBERTURA PELA 
SEGURADORA. ALEGAÇÃO DE AGRAVAMENTO DE RISCO. INGESTÃO DE BEBIDA 
ALCOÓLICA. EMBRIAGUEZ DO SEGURADO. RELEVÂNCIA RELATIVA. ORIENTAÇÃO 
CONTIDA NA CARTA CIRCULAR SUSEP/DETEC/GAB n° 08/2007. PRECEDENTES. 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PROVIDOS. 
1. Sob a vigência do Código Civil de 1916, à época dos fatos, a jurisprudência desta Corte 
e a do egrégio Supremo Tribunal Federal foi consolidada no sentido de que o seguro de 
vida cobre até mesmo os casos de suicídio, desde que não tenha havido premeditação 
(Súmulas 61/STJ e 105/STF). 
2. Já em consonância com o novel Código Civil, a jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça consolidou seu entendimento para preconizar que "o legislador estabeleceu 
critério objetivo para regular a matéria, tornando irrelevante a discussão a respeito da 
premeditação da morte" e que, assim, a seguradora não está obrigada a indenizar 
apenas o suicídio ocorrido dentro dos dois primeiros anos do contrato (AgRg nos EDcl 
nos EREsp 1.076.942/PR, Rel. p/ acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA). 
3. Com mais razão, a cobertura do contrato de seguro de vida deve abranger os casos 
de sinistros ou acidentes decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de 
insanidade mental, de alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas, ressalvado o 
suicídio ocorrido dentro dos dois primeiros anos do contrato. 
4. Orientação da Superintendência de Seguros Privados na Carta Circular 
SUSEP/DETEC/GAB n° 08/2007: "1) Nos Seguros de Pessoas e Seguro de Danos, é 
VEDADA A EXCLUSÃO DE COBERTURA na hipótese de 'sinistros ou acidentes decorrentes 
 
 
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de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de alcoolismo ou sob 
efeito de substâncias tóxicas'; 2) Excepcionalmente, nos Seguros de Danos cujo bem 
segurado seja um VEÍCULO, é ADMITIDA A EXCLUSÃO DE COBERTURA para 'danos 
ocorridos quando verificado que o VEÍCULO SEGURADO foi conduzido por pessoa 
embriagada ou drogada, desde que a seguradora comprove que o sinistro ocorreu 
devido ao estado de embriaguez do condutor". Precedentes: REsp 1.665.701/RS, Rel. 
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA; e AgInt no AREsp 
1.081.746/SC, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA.

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