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EXAME DE CABEÇA E PESCOÇO

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Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
EXAME FÍSICO DE 
CABEÇA E PESCOÇO 
 
CABEÇA 
 
 TAMANHO E FORMA DO CRÂNIO: 
 
Na criança é necessário determinar o perímetro 
craniano, parâmetro do desenvolvimento do 
segmento cefálico. 
Nos idosos com doença de Paget, o tamanho do 
crânio pode aumentar. 
 
Quanto ao tamanho: 
 
MACROCEFALIA: crânio anormalmente grande. 
A causa mais frequente é a hidrocefalia. 
A acromegalia e o raquitismo são causas mais 
raras. 
MICROCEFALIA: crânio anormalmente pequeno. 
Pode ser congênita, hereditária, de causa 
desconhecida ou ser decorrente de uma doença 
cerebral. 
 
Quanto à forma: 
 
ACROCEFALIA: a cabeça é alongada para cima, 
pontuda. 
É a forma mais frequente de cranioestenose. 
“Crânio em torre”. 
ESCAFOCEFALIA: é o levantamento da parte 
mediana do crânio. 
DOLICOCEFALIA: é o aumento do diâmetro 
anteroposterior. 
BRAQUICEFALIA: é o aumento do diâmetro 
transverso. 
PLAGIOCEFALIA: é o crânio assimétrico, saliente 
anteriormente de um lado e posteriormente de 
outro. 
Pode estar relacionado à posição de dormir. 
 
POSIÇÃO E MOVIMENTOS: 
 
O desvio da posição mais frequente é o torcicolo, 
que é a inclinação lateral da cabeça 
Os movimentos anômalos mais comuns são os 
tiques, que são contrações repetidas, mais ou 
menos involuntárias, de um determinado grupo de 
músculos associados. 
Há também os movimentos coreicos, os tremores e 
os movimentos sincrônicos da cabeça com as 
pulsações na insuficiência aórtica (sinal de Musset). 
 
SUPERFÍCIE E COURO CABELUDO: 
 
A inspeção e a palpação do crânio permite a 
identificação de saliências (tumores, tumefações, 
bossas e hematomas), depressões (afundamentos) 
e pontos dolorosos. 
No exame físico das crianças, a fontanela anterior 
se hipertensa e saliente indica aumento da pressão 
intracraniana (meningite, hidrocefalia), se hipotensa 
e deprimida indica desidratação. 
A consistência ou rigidez da tábua óssea deve ser 
analisada. 
Na osteomalácia, no raquitismo e na sífilis é 
possível se conseguir um leve afundamento pela 
simples compressão digital atrás e acima do 
pavilhão auricular. 
 
EXAME GERAL DA FACE: 
 
Analisam-se a simetria, a expressão fisionômica ou 
mímica facial, a pele e os pelos. 
A perda da simetria instala-se em tumefações ou 
depressões unilaterais e também na paralisia facial. 
Na paralisia facial, perde-se completa ou 
parcialmente a motilidade voluntária e da mímica de 
um dos lados. 
 
EXAME DOS OLHOS E SUPERCÍLIOS: 
 
SUPERCÍLIOS: 
Podem sofrer queda (madarose) no mixedema 
(hipotireoidismo), na hanseníase, na esclerodermia, 
na quimioterapia, na senilidade e na desnutrição 
acentuada. 
 
PÁLPEBRAS: 
Deve-se verificar se há edema, retração palpebral, 
epicanto (aumento da prega do canto interno do 
olho), ectrópio (pálpebra invertida para fora), 
entrópio (pálpebra invertida para dentro), equimose 
(hematoma palpebral) e xantelasma (placas 
amareladas de gordura na pálpebra). 
A queda da pálpebra (ptose palpebral), uni ou 
bilateral, é um achado importante, a qual acontece 
na paralisia do III par, presente na síndrome de 
Claude-Bernard-Horner e na miastenia gravis. 
O não fechamento dos olhos por paralisia do 
músculo orbicular das pálpebras (lagoftalmia) 
aparece na paralisia facial periférica. 
 
FENDA PALPEBRAL: 
Pode estar normal, aumentada (exoftalmia), 
diminuída (endoftalmia), ausente (ptose palpebral) 
ou substituída por uma prega cutânea (epicanto). 
 
GLOBOS OCULARES: 
EXOFTALMIA: protusão do globo ocular, unilateral 
(tumores oculares e retro-oculares) ou bilateral 
(hipertireoidismo). 
ENOFTALMIA: globo ocular afundado com 
diminuição da fenda palpebral. 
Ocorre na síndrome de Claude-Bernard-Horner 
(unilateral) e na desidratação (bilateral). 
DESVIOS: são observados nos estrabismos. É 
divergente quando se desvia lateralmente (paralisia 
Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
do III nervo) e convergente quando se desvia 
medialmente (paralisia do VI par). 
MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: o mais 
frequente é o nistagmo, que são abalos do globo 
ocular e oscilações rápidas e curtas de ambos os 
olhos. 
Pode ser horizontal, rotatório ou vertical. 
Apresenta as formas congênita (causa ocular) e 
adquirida (devido a doenças do labirinto, cerebelo, 
tronco encefálico ou intoxicação alcoólica). 
 
CONJUNTIVAS: 
Normalmente são róseas. Tornam-se pálidas nas 
anemias, amarelas nas icterícias e hiperemiadas 
nas conjuntivites. 
Deve-se atentar à presença de secreções. 
A vermelhidão ocular pode ter como causas 
traumatismos, infecções, alergias e aumento da 
pressão intraocular. 
As principais causas de hiperemia conjuntival são a 
conjuntivite, infecções da córnea, irite aguda e 
glaucoma agudo, além da hemorragia 
subconjuntival. 
 
ESCLERÓTICA, CÓRNEA E CRISTALINO: 
Alterações de cor: escleróticas amarelas na 
icterícia, arco senil e anel de Kayser-Fleischer na 
degeneração hepatolenticular. 
Não se deve confundir icterícia com a coloração 
amarelada que aparece na esclerótica de pessoas 
de cor negra. 
As cataratas tornam opaco o cristalino, aparecendo 
como áreas esbranquiçadas no interior das pupilas. 
O pterígio é um espessamento triangular da 
conjuntiva bulbar que cresce na superfície externa 
da córnea. 
 
PUPILAS: 
São geralmente arredondadas, centrais e de 
tamanho variável de acordo com a claridade do 
ambiente. 
Midríase é a pupila dilatada e miose é a pupila 
contraída. 
Anisocoria significa pupilas de tamanho desigual. 
Há os reflexos fotomotor (contração pupilar à luz), 
consensual (contração pupilar de um lado pela 
estimulação luminosa no outro olho) e de 
acomodação-convergência (contração das pupilas 
e convergência dos globos oculares à medida que 
se aproxima do nariz um foco luminoso). 
 
MOVIMENTAÇÃO OCULAR: 
Na paralisia supranuclear progressiva (PSP) o 
paciente tem dificuldade na movimentação ocular 
no sentido vertical. 
 
 
 
 
EXAME DO NARIZ: 
 
Através da inspeção externa é possível identificar 
deformidades não patológicas e alterações 
indicativas de lesões de diversas etiologias, como o 
rinofoma (espessamento da pele, que se torna 
brilhante e avermelhada, e desenvolvimento das 
glândulas sebáceas). 
A hipertrofia do nariz como um todo ocorre na 
acromegalia e no mixedema (hipotireoidismo). 
O nariz em sela é quase sempre congênito, oriundo 
de sífilis contraída intraútero. 
Pode-se observar lesões destrutivas de etiologia 
neoplásica ou inflamatória, como a blastomicose e 
a hanseníase. 
Em algumas doenças graves e afecções agudas 
pode-se constatar os “batimentos das asas do 
nariz”. 
Deve-se testar a permeabilidade de cada narina. 
A presença de dor na palpação sobre os seios 
paranasais frontal e maxilar levanta a suspeita de 
sinusite. 
 
EXAME DA REGIÃO BUCOMAXILOFACIAL: 
 
A região bucomaxilofacial compreende maxila, 
mandíbula, cavidade bucal, complexo 
dentoalveolar, articulação temporomandibular 
(ATM), músculos da mastigação, cavidades 
paranasais e glândulas salivares. 
As estruturas que compõe a região bucomaxilofacial 
localizam-se nos terços médio e inferior da face, e 
seu exame físico deve ser dividido em extra e 
intrabucal. 
O exame extrabucal requer uma avaliação da forma 
e simetria das estruturas da região 
bucomaxilofacial. 
Para o exame intrabucal deve-se utilizar a olfação, 
a inspeção, a palpação e a percussão. 
A sequência sugerida é: semimucosa labial superior 
e inferior, mucosa labial superior e inferior, mucosa 
jugal (bochecha) direita e esquerda, palato duro, 
palato mole, orofaringe, dorso da língua, lateral da 
língua, ventre da língua, assoalho da língua, 
reborda alveolar e função das glândulas salivares. 
 
ULCERAÇÕES: 
As úlceras aftosas muitas vezes não têm uma causa 
definida. 
Dentre as possíveis causas incluem-se alergias, 
predisposição genética, deficiências nutricionais, 
distúrbios hematológicos, influências hormonais, 
agentes infecciosos, trauma e estresse. 
Podem se apresentar como ulceração aftosa 
menor, maior e herpetiforme. 
Existem doenças sistêmicas ou metabólicas 
subjacentesque precisam ser diagnosticadas, 
como o diabetes melito e o comprometimento do 
Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
sistema imune, os quais podem contribuir para a 
formação de úlceras da cavidade oral. 
As neoplasias mais comuns da região 
bucomaxilofacial que se manifestam como úlcera 
são o carcinoma epidermoide e o carcinoma 
basocelular. 
 
NÓDULOS: 
Os crescimentos teciduais benignos mais 
frequentes da cavidade bucal e que se apresentam 
como nódulos são os processos proliferativos não 
neoplásicos, as neoplasias benignas e as condições 
do desenvolvimento, tais como o toro ósseo palatino 
e mandibular. 
São lesões bem delimitadas, com superfície lisa e 
que podem ou não apresentar sinais de inflamação. 
 
VESÍCULAS E BOLHAS: 
São manifestações comuns de doenças de 
natureza infecciosa, traumática e autoimune. 
As lesões do herpes ocorrem na região perioral e se 
manifestam como vesículas e bolhas dolorosas. 
Doenças autoimunes como líquen plano e 
penfigoide se manifestam com bolhas na boca que 
se rompem facilmente, formando ulcerações 
acompanhadas de dor intensa. 
Traumas como o rompimento do ducto glandular 
podem provocar a formação de bolhas, como na 
mucocele e na rânula. 
 
MANCHAS E PLACAS: 
Manchas vermelhas ou eritematosas ocorrem 
devido a condições vasculares, traumáticas, 
infecciosas e distúrbios potencialmente malignos. 
A produção excessiva de melanina pode favorecer 
a formação de manchas de coloração acastanhada 
e enegrecida, tais como máculas e efélides. 
As manchas brancas ou leucoplásicas podem ser 
resultantes de condições do desenvolvimento, 
como o leucoedema na mucosa jugal. 
Agentes agressores podem estimular produção 
local de queratina com a formação de manchas ou 
placas leucoplásicas. 
A leucoplasia bucal é uma placa branca que não 
pode ser categorizada patologicamente como 
qualquer outra doença. É considerada uma lesão 
potencialmente maligna. 
 
EXAME DOS LÁBIOS: 
 
Os lábios devem ser inspecionados quanto à 
coloração, forma, textura e flexibilidade, assim como 
a presença de lesões. 
Pessoas negras tendem a ter os lábios mais 
grossos e largos do que as brancas. 
Os lábios são divididos em mucosa e semimucosa 
labial. 
 
 
SEMIMUCOSA LABIAL: 
É a parte da boca exposta diretamente ao meio 
externo. 
É também conhecida como o “vermelhão do lábio”. 
A semimucosa labial normal é simétrica, rosada, 
lisa, hidratada, com a presença de sulcos delicados. 
Quanto à cor, deve se investigar se há palidez ou 
cianose. 
A presença de uma linha fibrótica esbranquiçada 
pode ser um sinal da queilite actínica, que se 
manifesta no lábio inferior como áreas ulceradas e 
é considerada uma lesão potencialmente maligna. 
A anomalia congênita mais frequente é a fenda 
labial, com aspectos e localização variados. 
Deve-se pesquisar a presença de edema alérgico, 
herpes labial, lesões ulceradas, leucoplasias e 
neoplasias. 
 
MUCOSA LABIAL: 
A mucosa labial é a parte da mucosa bucal que 
reveste internamente os lábios superior e inferior. 
A mucosa labial normal é úmida, brilhante e de 
coloração rósea mais intensa que a semimucosa. 
A afecção mais encontrada no exame da mucosa 
labial é a estomatite (termo que abrange a maioria 
dos processos inflamatórios), sendo mais 
frequentes a estomatite aftosa e a herpetiforme. 
 
EXAME DA CAVIDADE BUCAL: 
 
Condição essencial para o exame da boca é uma 
boa iluminação. 
O exame da boca baseia-se na inspeção e na 
palpação, mas o olfato e a percussão têm papel 
importante. 
A mucosa que reveste a cavidade bucal pode ser 
dividida em: 
MUCOSA MASTIGATÓRIA: são regiões que 
sofrem o atrito da mastigação. É queratinizada, 
firmemente aderida às estruturas adjacentes e em 
geral de aspecto mais róseo pálido. 
Exemplos: gengiva, palato duro e dorso da língua. 
MUCOSA DE REVESTIMENTO: não é 
queratinizada e é mais frouxa, de modo a permitir 
mobilidade. 
Exemplo: mucosa jugal ou da bochecha, mucosa 
alveolar no fundo do vestíbulo e assoalho da boca. 
MUCOSA ESPECIALIZADA: contém papilas e 
botões gustativos que exercem funções especiais. 
Exemplo: língua. 
 
MUCOSA JUGAL: 
Em condições normais tem coloração róseo-
avermelhada mais homogênea que a da língua. 
Principais estruturas: carúncula onde desemboca o 
ducto da glândula parótida (na altura do segundo 
molar superior), linha alba (associada ao nível de 
oclusão dos dentes), grânulos de Fordyce 
(glândulas sebáceas ectópicas apresentadas como 
Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
pápulas amareladas ou esbranquiçadas) e 
pigmentações melânicas. 
A afecção mais encontrada nessa região é a 
estomatite aftosa ou afta. 
Em crianças é frequente a estomatite por 
candidíase, o sapinho. Caracteriza-se por placas 
brancas que podem ser desprendidas facilmente da 
superfície dos tecidos, deixando uma superfície 
vermelha e dolorida. 
Placas brancas não raspáveis e que não 
apresentam associação com nenhuma outra causa 
caracterizam leucoplasias, lesões potencialmente 
malignas. 
Outra lesão branca é o líquen plano, uma doença 
autoimune. 
Pigmentações escurecidas estão presentes na 
melanose racial e na doença de Addison. 
As manchas de Koplik aparecem no sarampo e 
eclodem antes das lesões cutâneas. 
Na rubéola e na varicela também se encontram 
lesões na mucosa bucal. 
Fissuras nas comissuras labiais (queilite) têm como 
principal causa as deficiências do complexo B. 
Úlceras da mucosa jugal associadas a eritema 
grave e sufusão hemorrágica fazem parte da 
síndrome de Stevens-Johnson, de causa 
medicamentosa. 
 
PALATO DURO: 
Em condições normais se apresenta com coloração 
rosa-pálido, esbranquiçada e com uma textura 
firme. 
Principais estruturas: pregas palatinas transversais, 
papila incisiva, rafe do palato e fossetas palatinas. 
As lesões mais frequentes incluem ulcerações 
traumáticas, candidíase, estomatite nicotínica, 
neoplasias de glândulas salivares menores, fendas 
palatinas e sarcoma de Kaposi. 
 
PALATO MOLE: 
Apresenta coloração rósea mais intensa que o 
palato duro. 
Os músculos do palato mole desempenham papeis 
importantes na deglutição, respiração e fonação. 
Mudanças na coloração frequentemente refletem 
hábitos do indivíduo. 
As lesões aftosas, especialmente as aftas maiores, 
são extremamente dolorosas, podendo levar até à 
desidratação. 
 
LÍNGUA: 
Na língua analisa-se os parâmetros posição, 
tamanho, cor, umidade, superfície, textura, 
movimentos e existência de lesões. 
Tem uma coloração róseo-avermelhada, levemente 
úmida, superfície discretamente rugosa no dorso e 
na margem lateral, e lisa e brilhante na sua face 
anterior. 
As estruturas anatômicas da língua incluem as 
papilas filiformes, fungiformes, circunvaladas e a 
tonsila lingual no dorso, as papilas folhadas na 
borda lateral e veias e o frênulo da língua na face 
inferior. 
 
LÍNGUA SABURROSA: é o acúmulo de restos 
epiteliais, corantes, bactérias e fungos devido à má 
higiene, especialmente ao despertar, sendo mais 
intensa quando associada com redução do fluxo 
salivar. 
LÍNGUA SECA: indica alteração do fluxo salivar 
e/ou desidratação. Outras causas são a respiração 
pela boca e efeitos colaterais de medicamentos. 
Quando há febre, a secura da língua se torna mais 
acentuada. A ansiedade também acompanha boca 
seca. A coexistência de saburra é comum. 
LÍNGUA LISA: a atrofia das papilas fungiformes e 
filiformes é uma das principais causas dessa 
alteração, bem como anemia e desnutrição 
proteica. 
LÍNGUA PILOSA: os “pelos” correspondem às 
papilas filiformes alongadas. Podem ocorrer durante 
o uso de antibiótico, infecções e em tabagistas. 
LÍNGUA GEOGRÁFICA: áreas avermelhadas 
irregulares, nitidamente delimitadas por bordas 
esbranquiçadas que mudam de localização 
periodicamente. As manchas vermelhas 
correspondem à atrofia epitelial. Estresse 
emocional pode ser fator desencadeante ou de 
exacerbação. 
LÍNGUA FISSURADA: é a presença de sulcos 
irregulares, associada à deficiência de vitaminas do 
complexo B. Favorece o acúmulo de saburra, a 
ardência e a queimação relacionadasà ingestão de 
alimentos ácidos e condimentos. 
LÍNGUA CRENADA: apresenta margens marcadas 
pelo contorno dos dentes. Pode estar associada à 
língua de grandes dimensões em cavidade bucal 
pequena ou ao hábito de sucção da língua. 
MACROGLOSSIA: é o aumento global da língua. 
As principais causas são o hipotireoidismo, a 
acromegalia e a amiloidose. 
LÍNGUA TRÊMULA: é comum em indivíduos 
normais, mas deve levantar a possibilidade de 
hipertireoidismo, alcoolismo e parkinsonismo. 
DESVIO DA LÍNGUA DA LINHA MEDIANA: pode 
ser observada na hemiplegia e nas lesões do nervo 
hipoglosso. 
GLOSSITE: inflamação generalizada da língua que 
se caracteriza pela vermelhidão. Há dor espontânea 
ou desencadeada por alimentos quentes. 
 
ASSOALHO BUCAL: 
Os tecidos devem se apresentar hidratados e ricos 
em vascularização. 
As principais estruturas são a carúncula sublingual 
(pequena saliência na base do frênulo lingual, onde 
desembocam os ductos das glândulas salivares 
Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
submandibulares), as pregas sublinguais (duas 
elevações oblíquas que emergem lateralmente ao 
freio lingual) e o frênulo lingual (inserção muscular 
que se estende da superfície ventral anterior da 
língua ao assoalho da boca). 
 
REBORDA ALVEOLAR: 
É a porção óssea da maxila e da mandíbula que 
contém os dentes e os seus tecidos de suporte. 
A perda precoce dos dentes leva à reabsorção da 
reborda. 
O toro mandibular é a alteração óssea mais 
frequente, a dentária é a cárie e a dos tecidos de 
suporte é a doença periodontal. 
 
GENGIVAS: 
Deve-se analisar cor, consistência, forma, 
desenvolvimento e presença de lesões. 
As gengivas normais têm coloração róseo-
avermelhada, são firmes e não apresentam lesões. 
A palidez pode ser encontrada em diferentes graus. 
A cor esbranquiçada acentuada é sinal de anemia. 
Cianose traduz aumento da hemoglobina reduzida 
no sangue. 
Na icterícia, as gengivas tornam-se amareladas. O 
local mais adequado para se evidenciar a coloração 
ictérica é nas proximidades do freio lingual. 
A hipertrofia das gengivas significa o crescimento 
exagerado desses tecidos. 
Na gengivite as gengivas tornam-se avermelhadas, 
esponjosas e facilmente sangráveis. 
As lesões que podem ser encontradas nas gengivas 
são manchas hemorrágicas, ulcerações, aftas, 
atrofias que fazem as gengivas se retraírem, 
pigmentação, abcessos alveolares e tumores 
formados por diferentes tecidos periodontais. 
A doença periodontal ou periodontite causa 
comprometimento inflamatório extenso não só das 
gengivas que circundam os dentes, mas também do 
osso de suporte, o qual sofre reabsorções em 
diferentes graus. As gengivas ficam vermelhas, 
intumescidas, perdem a forma e tendem a sangrar 
com facilidade. 
 
DENTES: 
Deve-se observar o número e o estado dos dentes, 
incluindo-se o reconhecimento de próteses 
dentárias porventura existentes. 
No caso de crianças, deve-se averiguar se a 
erupção dos dentes está ocorrendo dentro de uma 
cronologia normal. 
As lesões de cárie são muito frequentes e se 
caracterizam pela desmineralização do esmalte em 
decorrência da presença de bactérias aderidas na 
sua superfície. 
Lesões em esmalte não relacionadas à cárie 
aumentam a sensibilidade dos dentes pela 
exposição da dentina. 
 
GLÂNDULAS SALIVARES: 
Se dividem em menores e maiores. As menores 
estão espalhadas por toda a mucosa bucal, 
enquanto as maiores correspondem às glândulas 
parótidas, submandibulares e sublinguais. 
Em condições normais, as glândulas salivares não 
são visíveis. 
Nos processos inflamatórios e na obstrução dos 
ductos salivares, elas se apresentam intumescidas 
e doloridas, especialmente durante estímulo 
mastigatório. 
A drenagem de saliva com presença de grumos 
mucoides ou a redução/ausência de gota 
translúcida de saliva pode revelar doenças 
obstrutivas e/ou infecciosas. 
 
MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO: 
Os músculos da mastigação possibilitam levantar e 
abaixar a mandíbula, bem como realizar 
movimentos de lateralidade, protrusão e retrusão. 
São eles: masseter, temporal, pterigoideos medial e 
lateral e digástrico. 
 
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM): 
É a articulação entre a mandíbula e a base do 
crânio. 
Deve ser examinada pela inspeção, palpação e 
ausculta da região correspondente, em repouso e 
durante sua movimentação. 
Avaliam-se o grau de abertura da boca, desvios e 
sinais de tumefação, dor e ruídos. 
 
EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO: 
 
O exame dos ouvidos, do nariz, da garganta e da 
laringe é feito mediante inspeção e palpação. 
Deve-se atentar à existência ou não de ulcerações, 
abaulamentos, nódulos, variação de cor e 
modificações morfológicas. 
É importante a observação da postura e da fácies 
do paciente. 
Verificar as características dos abaulamentos, 
nódulos e modificações morfológicas. Pode haver 
alteração da temperatura da pele ou pulsação 
anômala. 
O pavilhão auricular pode ser sede de alterações 
congênitas ou adquiridas. Destacam-se as 
alterações de cor, pois nos lóbulos das orelhas 
pode-se constatar graus leves de cianose. 
Os tofos são pequenos nódulos localizados na 
cartilagem do hélix relacionados a distúrbios do 
metabolismo purínico, como a gota. 
Pode-se observar lesões inflamatórias e 
neoplásicas, com eczema e lesões micóticas, no 
conduto auditivo externo. 
Deve-se identificar as características das 
secreções, quando presentes. 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
OROFARINGOSCOPIA: é preciso uma boa 
iluminação feita com lanterna e abaixadores de 
língua de metal ou descartáveis. 
Visualiza-se inicialmente os lábios, dentes, 
gengivas, a face interna das bochechas, a língua, o 
assoalho da boca e os óstios das glândulas 
salivares. Posteriormente visualiza-se os pilares 
amigdalianos, o palato mole, a loja da amígdala 
palatina e seu conteúdo, a base da língua e a 
parede posterior da faringe. 
Deve-se atentar às características das mucosas, 
normalmente rosadas, brilhantes e úmidas. 
RINOSCOPIA: utiliza-se o espéculo nasal para 
visualização do vestíbulo nasal, o septo e os 
cornetos. 
A mucosa normal é úmida, rosada e de superfície 
lisa. 
OTOSCOPIA: deve-se observar o estado da pele 
que reveste o conduto auditivo, o estado dos pelos 
da porção inicial e a presença ou não de detritos 
ceruminosos e descamações. 
A membrana timpânica apresenta leve concavidade 
e tem cor perolada e brilhante, fixa ao cabo do 
martelo. Deve ser analisada a sua integridade, 
aspecto, cor, forma e contorno. Se estiver 
perfurada, deve-se analisar as características da 
lesão e as estruturas da orelha média. 
LARINGOSCOPIA: analisa-se a base da língua, a 
cartilagem epiglótica, a hipofaringe e o interior da 
laringe, no qual se destacam as pregas vocais, 
avaliando-se sua morfologia e mobilidade. 
 
As doenças mais frequentes dos ouvidos, do nariz 
e da garganta são as amigdalites, as rinites, as 
sinusites, as otites, a presença de cerume, as 
laringites, o câncer da laringe e os corpos 
estranhos. 
 
PESCOÇO 
 
O pescoço tem formato quase cilíndrico, de 
contorno regular, notando-se em sua face anterior 
duas leves saliências correspondentes aos 
músculos esternocleidomastóideos e uma 
proeminência central que corresponde à cartilagem 
tireoide (pomo de adão). 
Apresenta grande mobilidade (ativa e passiva), 
permitindo movimentos de flexão, extensão, rotação 
e lateralidade. 
Nos brevilíneos o pescoço é curto e grosso, 
enquanto nos longilíneos é alongado e fino. 
Destacam-se a pele, a tireoide, a musculatura, os 
vasos, os linfonodos e a coluna vertebral. 
O exame do pescoço é feito por meio da inspeção, 
palpação e da ausculta. 
 
 
 
 
PELE: 
Deve-se chamar atenção a possibilidade de sinais 
flogísticos (edema, calor, rubor e dor) e fistulização 
nas áreas que recobrem os linfonodos e na linha 
média. Deve-se observar a presença de cicatrizes 
revelando traumas ou doenças anteriores. 
 
FORMA E VOLUME: 
Decorrem de aumentos da tireoide, dos linfonodos, 
das parótidas e da presença de tumorações. 
Quando se devem ao aumento da tireoide (bócio),localizam-se anteriormente. Os bócios são mais 
bem analisados pela palpação da glândula. 
As hipertrofias dos linfonodos provocam saliência 
lateralmente nas áreas em que estes se situam. 
As parótidas, quando crescidas, fazem 
proeminência na parte lateral alta, atingindo a parte 
lateral da face. 
As tumorações não têm posição específica e 
deformam de modo irregular o pescoço. 
 
POSIÇÃO: 
A posição normal é mediana, seguindo o eixo da 
coluna. 
A alteração mais característica é o torcicolo. 
As afecções da coluna cervical são acompanhadas 
de desvio do pescoço, quase sempre lateralmente. 
 
MOBILIDADE: 
Compreende a movimentação ativa e passiva. 
Analisa-se os movimentos de flexão, extensão, 
rotação e lateralidade, anotando-se a existência de 
contratura, resistência e dor. 
A rigidez da nuca é sinal importante da irritação 
meníngea. 
 
TURGÊNCIA OU INGURGITAMENTO DAS 
JUGULARES: 
A turgência das jugulares tem importância no 
diagnóstico da hipertensão venosa, um dos sinais 
da insuficiência ventricular direita. 
 
BATIMENTOS ARTERIAIS E VENOSOS: 
Os batimentos visíveis podem ser determinados 
pelo pulso carotídeo ou pelo pulso venoso. 
 
EXAME DA TIREOIDE: 
 
O volume pode ser normal ou aumentado, difuso ou 
segmentar. Qualquer aumento é designado bócio. 
A consistência pode ser normal, firme, endurecida 
ou pétrea. 
Quanto à mobilidade, é normal ou imóvel. 
A sua superfície pode ser lisa, nodular ou irregular. 
A temperatura da pele pode ser normal ou quente. 
Frêmitos e sopros podem estar ausentes ou 
presentes. 
Quanto à sensibilidade, pode ser dolorosa ou 
indolor. 
Jéssica N. Monte Turma 106 Semiologia 
A tireoide normal, quando palpável, é lisa, elástica, 
móvel, indolor, com temperatura da pele normal e 
com a ausência de frêmito. 
Se a tireoide estiver aumentada, deve-se fazer 
ausculta da região correspondente. 
A presença de frêmito e sopro indica fluxo 
sanguíneo aumentado e é bastante sugestiva de 
bócio tóxico. 
Os bócios se dividem em tóxicos (com 
hipertireoidismo) e não tóxicos (sem 
hipertireoidismo). 
 
TIREOIDITE AGUDA: 
É a inflamação da tireoide decorrente de infecção 
bacteriana. 
TIREOIDITE SUBAGUDA: 
Pode ser causada por vírus ou por agressão 
autoimune. 
TIREIOIDITE DE HASHIMOTO: 
É uma doença autoimune, decorrente da agressão 
do tecido tireoidiano por anticorpos. 
Inicialmente pode determinar hiperfunção 
tireoidiana, que frequentemente evolui para 
hipotireoidismo. 
CÂNCER DE TIREOIDE: 
Apresenta evolução lenta. Na maioria dos casos são 
sólidos à ultrassonografia. 
 
EXAME DOS VASOS DO PESCOÇO: 
 
A inspeção do pescoço permite identificar turgência 
ou ingurgitamento e pulsações venosas e arteriais. 
Por meio da palpação pode-se detectar frêmito no 
trajeto das artérias carótidas, quase sempre 
indicativo de estenose da valva aórtica ou da própria 
carótida. 
Faz-se a ausculta do pescoço na área 
correspondente à tireoide e no trajeto dos vasos 
cervicais (jugulares e carótidas). 
Em condições normais não se ouvem sopros, 
exceto o rumor venoso, relativamente comum em 
crianças. 
Os sopros podem ser decorrentes de lesões 
estenóticas das artérias carótidas ou das artérias 
vertebrais, de estados hipercinéticos, do aumento 
do fluxo arterial na tireoide nos casos de 
hiperfunção da glândula, e do turbilhamento do 
sangue nas jugulares. 
 
EXAME DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS: 
 
As pulsações das carótidas (pulso carotídeo) devem 
ser diferenciadas das pulsações venosas visíveis 
(pulso venoso) nas faces laterais do pescoço. 
Sopros intensos acompanham-se de frêmito. 
Alterações clínicas das carótidas só surgem em 
lesões avançadas.

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