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Tutoria 3 – Cabeça e pescoço Revisar a anatomia de cabeça e pescoço. Conhecer os principais sinais e sintomas de cabeça e pescoço. Compreender as etapas e técnicas atribuídas ao exame de cabeça e pescoço. No exame geral de cabeça, devemos observar: forma, volume e conformação; superfície do crânio e couro cabeludo; cabelos; inspeção da face; exame dos olhos, aparelho auditivo, boca, faringe; e linfonodos. Crânio Deve-se observar a forma, volume e conformação Se houver, avaliar as anomalias de configuração do crânio, associando-as a doenças congênitas, genéticas, deficiências nutricionais ou ao próprio fenótipo. Principais dismorfias: Aumento do crânio (MACROCEFALIA) Ocorre principalmente em decorrência da hidrocefalia, e também na acromegalia, doença de Paget óssea, raquitismo e cretinismo. Diminuição do crânio (MICROCEFALIA) Infecções congênitas ou apenas constitucional = não tem relação com enfermidades e é um traço genético. Crânio em forma de torre (TURRICEFALIA) Betatalassemia Crânio oval em que o diâmetro antero-posterior se apresenta exagerado (DOLICOCEFALIA) Crânio grande, alongado, com fonte proeminente, achatado na parte superior (CRÂNIO RAQUÍTICO). Crânio curto (BRAQUICEFALIA) Crânio assimétrico (PLAGIOCEFALIA) Superfície do crânio e couro cabeludo Repartir o cabelo e verificar reentrâncias, protuberâncias, cicatrizes, hematomas, cisto sebáceo, nódulo, Lesões dermatológicas, deve-se procurar descamação, nevos e lesões elementares. Destacar localização, tamanho, cor, formato e contornos Procurar dermatoses (dermatite seborreica, psoríase), pediculose (infestação por piolhos), abcessos, lesões de varicela (vesículas e crostas). Lactentes > avaliar fechamento das fontanelas conforme a idade. F. posterior: fechada ao nascer ou se fecha nos primeiros dias F. anterior: deve estar fechada até os 18 anos. Patologia: aumento ou fechamento tardio da fontanela Down, hipotireoidismo, displasias ósseas. Cabelo Olhar cor, quantidade, distribuição, implantação, textura e padrão de perda. Padrão de perda Alopécia areata (pelada) Alopécia androgenética (sem perda em regiões posteriores e laterais) Alopécia difusa (quimioterapia, lúpus) Quantidade de cabelo pode ser alterada no hipotireoidismo, insuficiência renal ou desnutrição. Face Observar a fácies, pele, olhos e região orbitária, nariz, boca, região periorbicular e orelhas. Procurar assimetrias, movimentos involuntários, lesões de pele, edema, massas e deformidades. Dismorfias e assimetrias da face Prognatismo: proeminência exagerada de um ou ambos os maxilares. Comum na acromegalia. Retrognatismo: contrário de prognatismo. Observável em casos de nanismo hipofisário e hipopituitarismo anterior. Tumorações também podem causar assimetrias faciais. Assimetrias faciais: devido paralisia, atrofia espasmo ou hipertrofia facial. A causa mais comum é a paralisia facial unilateral, em que ocorre desvio do rosto para o lado paralisado. Geralmente ocorre apagamento do sulco nasogeniano (bigode chinês) do lado paralítico. A assimetria é mais evidente quando o paciente sorri, fecha os olhos ou tenta enrugar a testa. A paralisia que acomete o nervo facial pode ser central ou periférica. Central: acomete Q.I. sendo contralateral à lesão. Periférica: acomete toda a hemiface, sendo ipsilateral à lesão. As causa mais comuns dessas paralisias são paralisia de Bell (etiologia herpética) e AVE. Pele Observar textura, espessura, distribuição dos pelos, cor e pigmentação (hiperpigmentação na hemocromatose [depósito de ferro nos tecidos] e na cirrose biliar [doença hepática crônica em que há acúmulo de bile no fígado, causando processo inflamatório com danos aos canais biliares e hepatócitos, fazendo com que a bile fique retida no fígado]). Excesso de pelos! Importante diferenciar hirsutismo e hipertricose. Hirsutismo: crescimento excessivo de pelos em áreas tipicamente masculinas, como face, queixo, tórax, coxas e triângulo pélvico superior. Hipertricose: crescimento generalizado dos pelos, sem padrão definido. Geralmente associado a determinadas etnias, doença sistêmica ou ao uso de medicamentos. Importante discernir lesão elementares de pele Pápulas: lesão sólida da pele, elevada, com menos de 1 cm, superficial, bem delimitada. Geralmente provocadas pela acumulação de vários tipos de elementos na camada superficial da pele, podendo ser células de defesa em processos inflamatórios, células da própria epiderme ou lipídios, como no caso de xantomas. Lesões vesiculares: pequenas elevações circunscritas na pele, com diâmetro menor que 5 mm, repleta de líquido, proveniente de processo inflamatório ou, em menor frequência, sangue. São provocadas por vários problemas, como picadas de insetos, herpes simples e herpes zoster, dermatite de contato e atópica. Bolhas: semelhante às vesículas, mas com diâmetro maior que 5 mm. Podem ser originadas por queimaduras ou em consequência de doenças, como pênfigo (doença autoimune rara caracterizada pela formação de bolhar na pele e em mucosas, como boca, garganta, olhos, nariz etc). Pústulas: elevações circunscritas da pele repletas de pus. Normalmente são originadas pela transformação de uma vesícula ou bolha infectada, como ocorre em furúnculo (inflamação e infecção dos folículos pilosos), na psoríase (doença cutânea caracterizada pela erupção de placas eritematosas), no impetigo (infecção cutânea altamente contagiosa causada por 2 diferentes germes: Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes) e na acne (quando folículos pilosos são obstruídos por óleo ou células mortas). Crostas: massa de consistência e cor variáveis, formadas a partir da dessecação de sangue, líquido inflamatório ou pus proveniente de uma lesão subjacente(?). Mácula: mancha ou alteração circunscrita da cor da pele, plana e sem fazer relevo. O tamanho, a cor, a forma e a evolução variam de acordo com a origem de cada caso. Região orbitária Inicia-se observando os supercílios ou sobrancelhas. Se houver fusão entre ambas as sobrancelhas, diz-se Sinofris (monocelha), podendo ser fisiológica ou patológica (Síndrome de Cornélia Lange (doença multissistêmica caracterizada por face dismórfica, déficit intelectual, atraso de crescimento, etc). Pode ser obsevado madarose > perda do terço distal dos supercílios, comum no hipotireoidismo, hanseníase, sífilis. Pálpebras > avaliar a presença de edema palpebral, coloração das pálpebras, lesões e a presença de equimoses, adequado fechamento palpebral e a forma das fendas palpebrais. O edema palpebral pode ser uni ou bilateral, consequentes a processo inflamatório local (blefarite, hordéolo, calázio, traumatismo), infestação parasitária, manifestação local de doenças sistêmicas (nefropatias e endocrinopatias). O que diferencia o edema inflamatório do não inflamatório é a presença de dor, calor e rubor (estar avermelhado) no inflamatório. O processo inflamatório mais frequente é o hordéolo Inflamação estafilocóccica dolorosa, sensível e avermelhada em uma glândula da margem palpebral que se assemelha a uma espinha na borda palpebral. O calázio é uma nodulação incolor subaguda, que compromete a glândula meiobomiana. Localiza-se na face interna da pálpebra e não na margem como o hordéolo Os xantelasmas são formações cutâneas amareladas, bem circunscritas, discretamente elevadas e sugerem dislipidemia. Deve-se analisar a posição das pálpebras, que podem estar invertidas, agredindo a córnea (entrópio palpebral) ou evertidas (ectrópio palpebral). Em ambas a pálpebra inferior é a mais acometida. A queda da pálpebra superior é chamada de ptose e sugere miastenia grave, lesão do nervo oculomotor (3º par), lesão da inervação simpática cervical (síndrome de Horner), ptose senil e ptose congênita. Olhos Observar: tamanho, posição, movimentos anormais, desvios do olhar (exame neurológico), simetria dos olhos nas órbitas, observando cada estrutura do segmento anterior do olho: esclera, córnea, íris , pupila, cristalino e conjuntiva. Palpa-seo globo ocular, avaliando a tensão (aumentada no glaucoma) e dor. Ao examinar os olhos, pode haver deslocamento anterior (exoftalmia) ou posterior (enoftalmia) Ao examinar a conjuntiva, deve-se diferenciar pinguécula e pterígio. Pinguécula: nódulo amarelado situado na conjuntiva bulbar (onde ta a parte branca do olho), em qualquer lugar da esclera e é comum no envelhecimento. Pterígio: espessamento da conjuntiva bulbar que cresce sobre a superfície externa da córnea. Tratamento cirúrgico. Ao examinar as pupilas, deve-se observar miose e midríase. Deve-se observar se as pupilas são fotorreagentes através dos reflexos direto e indireto. Reflexo fotomotor direto: incidir um feixe de luz em uma pupila e a pupila ipsilateral deve fazer uma contração. Reflexo fotomotor indireto: contração pupilar contralateral. Esses reflexos avaliam a aferência do nervo óptico (2º par) e a eferência do oculomotor (3º par)
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