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Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia DERMATOSES ERITEMATOESCAMOSAS Eritema: lesão primária. Escama: lesão secundária – consequência direta da multiplicação acelerada de queratinócitos. PSORÍASE A psoríase é uma doença inflamatória crônica de base imunogenética combinada a fatores desencadeantes como traumas, infecções, medicamentos e estresse emocional. Apresenta causas desconhecidas e multifatoriais. Ela é causada pelo aumento do índice de proliferação dos queratinócitos e aumento da produção de citocinas inflamatórias pelos linfócitos Th1. Episódios de exacerbação e remissão são frequentes. Afeta igualmente homens e mulheres. Acomete cerca de 2% da população mundial. Pode surgir em qualquer idade, com pico entre os 16 aos 22 e os 57 aos 60 anos. Obesidade, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo são fatores associados à psoríase. O consumo de bebidas alcoólicas agrava as lesões da psoríase e aumenta a resistência aos tratamentos. Em pacientes HIV+ a prevalência é similar à dos não soropositivos, mas naqueles as lesões cutâneas tendem a ser mais extensas, severas e resistentes, além de apresentarem uma prevalência maior de psoríase artropática. Doenças como IAM, embolia pulmonar e AVCs são mais comuns em pacientes com psoríase. A psoríase pode acometer a pele, as unhas e as articulações. A principal característica na pele são as placas eritematodescamativas simétricas e bem delimitadas. A multiplicação acelerada de queratinócitos na epiderme leva ao acúmulo de corneócitos, formando escamas estratificadas que podem apresentar-se branco-acinzentadas ou prateadas. As áreas mais atingidas são couro cabeludo, cotovelos, joelhos, região sacral e unhas. Podem acontecer prurido e sensação de queimação. PSORÍASE EM PLACAS OU VULGAR Consiste em cerca de 90% dos casos. Apresenta-se em placas predominantes nas áreas de maior atrito. Acomete superfícies extensoras como cotovelos e joelhos, couro cabeludo e região sacra. As dobras articulares são geralmente poupadas, exceto na psoríase invertida. O prurido é eventual – não é uma característica marcante da psoríase. Pode acometer as unhas – psoríase ungueal. Na infância é preditiva pelo rosto. Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia PSORÍASE INVERTIDA É uma manifestação da psoríase em placas em áreas de dobras (superfícies flexoras). Envolve axilas, região inguinal, prega interglútea e região inframamária. Há mais eritema e menos descamação. PSORÍASE UNGUEAL A manifestação mais comum é a presença de depressões puntiformes na lâmina ungueal (unha em dedal). A manifestação mais precoce e característica é a “mancha de óleo”, que corresponde a pequenas manchas irregulares, amarelo-acastanhadas, no leito ungueal. O envolvimento ungueal na psoríase é considerado um fator de risco para a psoríase artropática. PSORÍASE GUTTATA OU EM GOTAS Pode ser a forma de manifestação inicial da doença. Múltiplas e pequenas lesões papuloescamosas, distribuídas pelo tronco. O gatilho pode ser atribuído a uma infecção bacteriana aguda. É mais frequente em jovens após infecção estreptocócica. Geralmente regride de 2 a 3 meses, mesmo sem tratamento. PSORÍASE ERITRODÉRMICA É forma mais grave e mais difícil de tratar da psoríase. Predomina o eritema sob a descamação. Universal – acomete toda a pele. Costuma ser desencadeada pelo rebote pós- corticoterapia. Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia PSORÍASE PUSTULOSA É chamada de psoríase de Von Zombusch. Pode ser desencadeada pela interrupção de corticoide sistêmico, uso de antimaláricos, hipocalcemia, infecções ou gestação. O pus está relacionado à morte de leucócitos e queratinócitos. Causa febre e leucocitose. Quando as pústulas se localizam na matriz ungueal, leva à perda das unhas. PSORÍASE ARTROPÁTICA O acometimento das articulações é clinicamente observado em 5 a 7% dos pacientes e presente de forma assintomática em 60 a 90% dos casos. Pode ter acometimento exclusivamente axial ou periférico. Quando periférica é mono ou oligoarticular e assimétrica. As articulações mais comprometidas são: interfalangianas distais, punhos, tornozelos, sacrilíacas e coluna vertebral. É uma artrite soronegativa, ou seja, tem fator reumatoide negativo. Geralmente a manifestação cutânea precede a manifestação articular. Quando não tratada, ocorre a destruição da articulação acometida. É deformativa. PSORÍASE PALMOPLANTAR Muito frequentemente ocorre exclusivamente nas regiões da palma das mãos e da planta dos pés. Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia DIAGNÓSTICO O diagnóstico da psoríase é essencialmente clínico e o curso da doença é variável. Fênomeno de Koebner: corresponde à reprodução de lesões, com as mesmas características das originais, em locais que sofreram traumatismo. Pode ser o fator inicial para o início da psoríase, mas costuma acontecer ao decorrer do desenvolvimento da doença. Curetagem metódica de Brocq: 1) Sinal da vela: desprendimento de escamas, como se uma vela estivesse sendo raspada; 2) Sinal da membrana derradeira ou membrana de Duncan: desprendimento de uma membrana; 3) Sinal do orvalho sanguíneo ou de Auspitz: surgimento de um pontilhado hemorrágico típico da psoríase (mas não patognomônico). TRATAMENTO O tratamento deve ser baseado em apoio emocional e informação ao paciente (doença não contagiosa, benigna, com possibilidade de remissão espontânea, disponibilidade de uma ampla gama de tratamento). A exposição aos raios solares (helioterapia) traz benefícios à grande maioria dos pacientes com psoríase. A presença de lesões em áreas expostas ao sol em geral contraindica a helioterapia. Quadros muito extensos, quando expostos à radiação UVB, podem evoluir para eritrodermia. O tratamento tópico envolve emolientes, fototerapia, corticoides tópicos, queratolíticos (como o ácido salicílico), análogos da vitamina D e imunomoduladores tópicos. A fototerapia é o principal tratamento da psoríase. O UVB de banda estreita é a melhor irradiação disponível. Quanto ao uso de corticosteroides tópicos: sua ação é rápida, porém doses cada vez maiores podem ser necessárias para a manutenção do efeito, até que ocorra a falta de resposta terapêutica. O tratamento sistêmico está indicado nas formas extensas e rebeldes aos regimes terapêuticos convencionais. A manutenção do tratamento tópico é recomendável, com o objetivo de reduzir o aporte de medicamentos de uso sistêmico. Os tratamentos sistêmicos indicados são PUVA (Psoraleno + UVA), Metotrexato, retinoides como a Acitretina, Ciclosporina e biológicos. A fototerapia e os retinoides não tem ação fora da pele, enquanto o Metotrexato e a Ciclosporina atuam nas lesões articulares. Metotrexato: inibe a proliferação celular de queratinócitos e linfócitos. Ciclosporina: é altamente eficaz na psoríase. É reservada aos casos de psoríase eritrodérmica ou àqueles que não respondem a outras terapias. Terapias biológicas de alto custo, cujos principais alvos são as células T e o TNF-α, são indicadas para a psoríase moderada a grave e/ou artrite psoriática. O USO DE CORTICOIDE SISTÊMICO NÃO É TRATAMENTO PARA A PSORÍASE. *Fontes: Duncan + Aula
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