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Exame Protoparasitológico e Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes

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Jéssica N. Monte Complementação Diagnóstica 
 
O recipiente da coleta deve ser limpo e seco, com vedação hermética. 
A coleta não pode ser realizada diretamente da privada. Para isso, pode optar-se pelo uso de um pinico 
ou de sacos plásticos próprios para isso que são colocados sobre o assento do vaso. 
A quantidade de fezes a ser coletada, no caso de fezes líquidas, é de uma colher de sopa ou 10 ml. No 
caso de fezes sólidas, a quantidade é semelhante ao tamanho de uma noz. 
Como na maioria das vezes a coleta de fezes não é realizada no ambiente hospitalar/laboratorial, o 
paciente deve armazenar na geladeira (nunca no congelador) a amostra. 
Se as fezes forem líquidas, podem ficar armazenadas por até 1 hora. Se forem sólidas, podem ficar na 
geladeira por até 24 horas. Deve-se orientar o paciente a nunca congelar as fezes, pois se tornam 
impróprias para análise. 
Deve-se lembrar o paciente de sempre identificar o recipiente, com nome completo, data e hora da coleta 
das fezes. 
 
Identifica parasitoses intestinais de helmintos ou protozoários. 
Identificação de helmintos: ovos ou larvas. 
Identificação de protozoários: trofozoítos, cistos ou oocistos. 
 
Helmintos mais importantes na prática clínica: Ascaris lumbricoides (lombriga), Ancylostoma 
duodenale/Necator americanos (ancilostomíase), Enterobius vermiculares* (oxiuríase), Strongyloides 
stercolaris (estrongiloidíase), Trichuris trichiura (tricuríase), Schistosoma mansoni (esquistossomose) e 
Taenia sp. (teníase). 
*O exame protoparasitológico não é o exame mais sensível para a identificação da oxiuríase. Se o exame 
vier negativo não se deve descartar, mas sim continuar a investigação por meio do swab anal. 
 
Protozoários mais importantes na prática clínica: Entamoeba histolytica (amebíase), Giardia lamblia 
(giardíase), Isospora belli* (isosporíase), Cryptosporidium parvum* (criptosporidiose), Cyclospora 
cayetanensis* (ciclosporiase), Entamoeba coli** e Endolimax nana**. 
*Isospora belli, Cryptosporidium parvum e Cyclospora cayetanensis são responsáveis por diarreia crônica 
em pacientes imunossuprimidos. O exame protoparasitológico não é o exame ideal para a pesquisa desses 
microrganismos. Por isso, deve-se adicionar na solicitação do exame a pesquisa de oportunistas. 
**Entamoeba coli e Endolimax nana não causam doença em humanos, porém comumente são encontrados 
no resultado do exame. Não devem ser tratados. 
 
Exame direto: identifica trofozoítos (morfologia e movimentação). Diferencia protozoários. Principais 
microrganismos: Entamoeba histolytica e Giardia lamblia. 
Método de Willis/Faust (centrífugo-flutuação): identifica larvas, ovos leves e alguns oocistos. Tanto 
protozoários quanto helmintos. 
Método de Lutz/Hoffman (sedimentação espontânea): identifica ovos mais pesados (Ascaris lumbricoides 
e Schistosoma mansoni principalmente). 
Método de Rugai: termo-hidrotropismo das larvas. Exclusivo para helmintos (larvas). 
Método de Kato-Katz: único método quantitativo de ovos. Importante na esquistossomose e no 
acompanhamento do tratamento. 
 
Jéssica N. Monte Complementação Diagnóstica 
Não utilizar de 2 a 3 semanas antes da coleta: 
→ Antiácidos/antidiarreicos que contenham bismuto, magnésio ou cálcio. 
→ Laxantes que contenham vaselina ou óleo mineral. Se necessário utilizar somente laxantes a base 
de sódio. 
→ Contraste Baritato: pode gerar resultado falso negativo. 
→ Antibióticos. 
A coleta deve ser realizada em 6 dias: coletar 3 amostras em dias alternados. 
Por quê? Intermitência da eliminação de alguns parasitas, distribuição não uniforme de ovos nas fezes, 
estágio dos protozoários e limitação das técnicas. 
 
É uma triagem não-invasiva de câncer colorretal. 
Em quem fazer? Pessoas assintomáticas, pacientes de 50 a 75 anos e pessoas com risco moderado para 
câncer colorretal. 
A triagem só é efetiva se realizada anualmente. 
Triagem invasiva: colonoscopia. 
 
Técnicas de O-toluidina/guaiacol: cora as fezes na presença de sangue. Geralmente azul-esverdeado. 
Muitas vezes dá falso-positivo, pois as fezes podem ficar coradas diante da presença de outras substâncias 
além do sangue. O armazenamento da amostra pode ser feito por até 24 horas. 
Teste imunohistoquímico: extremamente específico para hemoglobina humana. Só pode ser realizado em 
até 4 horas, se não pode dar falso-negativo. 
 
Não fazer uso de medicações como AINEs, aspirina (predispõem sangramento gastrointestinal) e sulfato 
ferroso (pode causar falso positivo). 
Se a técnica for a de O-toluidina/guaiacol, evitar alimentos com a coloração vermelha (beterraba, rabanete, 
tomate) e carne (hemoglobina animal) na semana da coleta do exame. (Outros alimentos: brócolis, melão, 
cenoura, couve-flor, pepino, peixe, raiz forte, cogumelos, aves, nabo e alimentos ou bebidas enriquecidos 
com vitamina C). 
Cuidado ao escovar os dentes: sangramento bucal vai ser identificado na amostra e gerar resultado falso 
positivo. 
 
75% das pessoas que têm câncer de cólon não apresentam história familiar ou marcadores genéticos. 
Fatores de risco: história familiar e doenças genéticas (síndrome de Lynch – carcinoma de cólon e reto 
hereditário não associado à polipose). 
Rastreamento sem fatores de risco: dos 50 aos 75 anos; com fatores de risco: a partir dos 40 anos ou 10 
anos antes da idade que iniciou no familiar; com fatores de risco muito elevados: a partir dos 20 ou 25 
anos. 
Fatores que aumentam o risco: histórico familiar, síndrome familiar, obesidade, diabetes, doença 
inflamatória intestinal, consumo de carne vermelha, álcool, cigarro e acromegalia. 
Fatores que diminuem o risco: rastreamento, exercícios, vitamina D/cálcio, estrogênio pós-menopausa, 
aspirina e AINEs.

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