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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BUENÓPOLIS – MINAS GERAIS.
Processo nº. 5000410-87.2019.8.13.0092
JOANICE VITÓRIO TEIXEIRA DE TOLEDO OLIVEIRA, brasileira, maior e capaz, solteira, estudante universitária, inscrita no CPF sob o nº 118.264.536-44, portadora da Carteira de Identidade nº MG-18.211.312 (PCMG), nascida aos 05 de agosto de 1999 na cidade de Belo Horizonte/MG e JÉSSICA VITÓRIO TEIXEIRA DE TOLEDO OLIVEIRA, brasileira, maior e capaz, solteira, estudante universitária, inscrita no CPF sob o nº 118.264.546-16, portadora da Careira de Identidade nº MG-18.211.334 (PCMG), nascida a0s 17 de outubro de 2001 na cidade de Belo Horizonte/MG, ambas com endereço na Fazenda do Condado, Zona Rural do município de Buenópolis/MG, por meio de sua advogada que esta subscreve, vem, tempestivamente, perante V.Exa., apresentar CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO em face a Ação de Exoneração de Alimentos com Tutela Provisória de Urgência ajuizada por José Antônio de Oliveira, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
As contestantes são estudantes, estão desempregadas e não possuem condições financeiras de arcarem com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízos próprios, razões pelas quais, pleiteiam os benefícios da Justiça Gratuita, asseguradas pela Constituição Federal, artigo 5º inciso LXXIV e artigo 98 e seguintes do CPC/15.
DA TEMPESTIVIDADE:
Inicialmente cabe destacar, diferentemente do que se apresenta no sistema PJE que “DECORRIDO PRAZO DE JESSICA VITORIO TEIXEIRA DE TOLEDO OLIVEIRA EM 23/01/2020 23:59:59 e DECORRIDO PRAZO DE JOANNICE VITORIO TEIXEIRA DE TOLEDO OLIVEIRA EM 23/01/2020 23:59:59”, a presente Contestação é manifestamente TEMPESTIVA, uma vez que a audiência de conciliação foi realizada em 18/12/2019, com prazo de 15 dias úteis a contar da audiência.
Cabe destacar que a Portaria Conjunta nº 917/PR/2019 “Dispõe sobre o funcionamento do Tribunal de Justiça e da Justiça de primeiro grau do Estado de Minas Gerais no período de 20 de dezembro de 2019 a 20 de janeiro de 2020”, e “no período de 20 de dezembro de 2019 a 6 de janeiro de 2020, haverá suspensão do expediente forense, dos prazos processuais, da publicação de acórdãos, sentenças e decisões e da intimação das partes e advogados na Justiça de 1ª e 2ª instâncias do estado de Minas Gerais e no período de 7 a 20 de janeiro de 2020, ficam suspensos os prazos processuais de qualquer natureza”, culminou com a suspensão dos prazos.
Nesse sentido, nos termos do art. 335 CPC/2015, o prazo para interpor a Contestação é de 15 dias úteis, e assim, considerando a suspensão dos prazos processuais conforme destacados na Portaria acima citada, o prazo final para apresentação da presente defesa expirar-se-á em 07/02/2020, sendo, portanto, tempestiva a presente contestação.
DAS PRELIMINARES
DA INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA AO AUTOR 
O Código de Processo Civil em seus artigos 99 e 100 esclarece que a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação. Vejamos:
Art.99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. 
Art.100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.
Já nos moldes do art. 337, do respectivo Código, esclarece:
Art.337.Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
XIII- indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça
O caput do art. 98 do CPC dispõe sobre aqueles que podem ser beneficiários da justiça gratuita “A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da Lei”. (grifo nosso)
O Requerente pleiteou pelo deferimento da gratuidade de justiça, alegando apenas, inclusive sem juntar aos autos sua “Declaração de Pobreza”, que “não tem como suportar os ônus do processo sem prejuízo do próprio sustento familiar”, beneficiando-se assim, de pagar taxas e demais despesas processuais.
Neste sentido, não pode ser aceita a mera declaração de pobreza, devendo ser exigida prova de impossibilidade no pagamento das custas, conforme precedentes dos tribunais:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO COMPROVADA. RECURSO DESPROVIDO.(...) Sobre a questão da gratuidade de justiça, convém destacar, que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça vem externando entendimento no sentido de que "a declaração de pobreza que tenha por fim o benefício da assistência judiciária gratuita tem presunção relativa de veracidade, podendo ser afastada fundamentadamente" (AgRg no AREsp 372.220/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado e m 03/04/2014, DJe 15/04/2014). Precedente deste Tribunal 5. Dessa maneira, o agravante não trouxe elementos que pudessem demonstrar efetivamente sua hipossuficiência, vez que diante das despesas mensais suportadas pelo recorrente, não se justifica, na hipótese, o deferimento da gratuidade de justiça, devendo, portanto, ser mantida a decisão guerreada. 6 . Agravo de Instrumento desprovido. (TRF2, Agravo de Instrumento 0008425-62.2016.4.02.0000, Relator(a): VERA LÚCIA LIMA, 8ª TURMA ESPECIALIZADA, Julgado em: 27/02/2018, Disponibilizado em: 01/03/2018)
É de se observar, contudo, que o Autor juntou comprovantes de rendimentos que demonstram sua capacidade financeira, ou seja, há evidências que tem condições de pagar as custas e despesas processuais, não fazendo jus aos benefícios da gratuidade de justiça, que como se sabe, é direito que deve socorrer tão somente aqueles que realmente necessitam, isto é, aqueles que de fato, não tem condições de arcar com os ônus do processo sem prejuízo do próprio sustento e a necessária mantença de sua família. 
Por tais motivos, não comprovada a situação de miserabilidade, requer que seja Revogado o benefício da gratuidade de justiça anteriormente concedido à parte Requerente, uma vez, por ser motivo de direito, e com o intuito de evitar a banalização do instituto.
DOS REQUISITOS NÃO ATENDIDOS À TUTELA DE URGÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE
Trata-se de pedido de tutela de urgência para fins de conceder a antecipação da tutela exoneratória e suspender o pagamento da obrigação alimentar.
Ocorre que nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo".
Diferentemente do que disposto na inicial, os requisitos para a concessão do pedido liminar NÃO foram demonstrados, vejamos:
A antecipação da tutela contra o dano está diretamente vinculada ao perigo de ineficácia do provimento jurisdicional ao final. O perigo na demora gera a necessidade de se garantir antecipadamente o direito material afirmado em juízo. Contudo, é indispensável a demonstração no caso concreto da presença dos requisitos supracitados, o que não se verifica nos autos. 
Diferentemente do que foi narrado no pedido de antecipação dos efeitos da tutela, o “Direito” pleiteado pelo Autor esbarra na orientação jurisprudencial atual da manutenção da verba alimentar ao filho maior de idade que frequenta instituição de ensino superior e demonstra a necessidade de permanecer recebendo auxílio material paterno para qualificar-se profissionalmente. 
Inexiste perigo de dano ao Requerente. Muito pelo contrário, a exoneração dos alimentos nesse momento causaria uma queda brusca na situação financeira das Requeridas, que não estão trabalhando e não têm condições de arcar com o sustento próprio, e justamente estão estudando para adquirirem qualificação profissional e se inseriremno mercado de trabalho. Ademais, residem na casa da mãe que as ajudam no que pode, portanto, contam com o auxílio financeiro do pai para evitarem a interrupção dos estudos. 
Assim, requer a Vossa Excelência, por motivo de cautela, se digne a não conceder a antecipação da tutela exoneratória pleiteado pelo Requerente. 
SÍNTESE DOS FATOS
Trata-se de Exoneração de Alimentos com Tutela Provisória de Urgência, em desfavor das contestantes, aos seguintes argumentos:
Que o Requerente é pai das Requeridas e resta judicialmente obrigado a prestar alimentos no importe de 20% (vinte por cento) dos seus rendimentos brutos, incluindo 13º salário e um terço de férias, conforme documentos (Autos nº 0092 13 001231-0 e Acórdão) já anexado aos autos. 
Alega também, que as Requeridas já atingiram a maioridade civil, concluíram o ensino médio e não estão ingressadas no ensino superior, sendo totalmente capazes de proverem seus próprios sustentos. 
Pede a exoneração da pensão alimentícia com antecipação da tutela exoneratória e condenação das Requeridas ao pagamento do ônus de sucumbência. 
Indeferida a tutela de urgência requerida. Em audiência de conciliação, não houve acordo entre as partes.
1. DA REALIDADE DOS FATOS E DO MÉRITO DA CONTESTAÇÃO
O Requerente pede a exoneração de alimentos com a mera justificativa de alcance da maioridade civil. No entanto, a simples maioridade das alimentandas, por si só, não reflete na automática extinção dos alimentos, exigindo-se para tanto, prova capaz de deduzir a capacidade das alimentandas na sua manutenção:
APELAÇÃO. DIREITO DE FAMÍLIA. PEDIDO DO GENITOR DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS EM FACE DA FILHA (COM 19 ANOS NA DATA DO REQUERIMENTO). ALEGAÇÃO DE QUE A FILHA ALCANÇOU A MAIORIDADE CIVIL E NÃO ESTUDA. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. INCONFORMISMO DO GENITOR. ALIMENTANDA QUE COMPROVA A FREQUÊNCIA EM CURSO PRÉ VESTIBULAR. SENTENÇA QUE SE MANTÉM. SENTENÇA QUE NÃO MERECE REFORMA. O poder familiar cessa com a maioridade. No entanto, os alimentos passam a ser devidos em razão do parentesco, desde que comprovada a necessidade. Inteligência do art. 1694 do Código Civil. Há entendimento consolidado na jurisprudência pátria de que a obrigação alimentar se alonga após o advento da capacidade civil até que o filho, mesmo maior de 18 anos, complete curso superior ou atinja 24 anos, o que ocorrer primeiro. Ou seja, a continuidade dos alimentos destinados ao filho após atingir a maioridade é permitida quando presente a possibilidade de profissionalização em curso técnico ou superior justamente para evitar frustrar a possibilidade de ascensão profissional do alimentando. Assim, a exoneração dos alimentos não é automática quando o alimentando completar dezoito anos, até mesmo porque a obrigação pode ser mantida, nos termos acima assinalados. O que se pretende com esse entendimento não é encorajar o ócio; ao contrário, o que se deseja é privilegiar a educação como um princípio basilar, ou seja, que os pais se conscientizem de que isso proporcionará a seus filhos uma ocupação profissional de melhor nível, resultando, no futuro, em melhor qualidade de vida. Precedentes jurisprudenciais do STJ e desta Corte. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. (TJRJ, APELAÇÃO 0084440-48.2005.8.19.0001, Relator(a): JUAREZ FERNANDES FOLHES, DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL, Julgado em: 13/03/2018, Publicado em: 15/03/2018) (Grifo nosso)
APELAÇÃO. REVISÃO DE ALIMENTOS. A fim que de seja possível a reforma da verba alimentícia, imperioso constar nos autos a mudança na situação fático-jurídica daquele que pretende a mudança. No caso, a autora, alimentanda, maior de idade, demonstrou suas necessidades de reforma do valor que se beneficia, e o réu, genitor, não logrou êxito em demonstrar a impossibilidade de atendimento. Reforma parcial da sentença, para elevar os alimentos para 1,5 salário mínimo nacional. A parcial procedência da ação não implica imposição de honorários em favor do réu. APELO PROVIDO, EM PARTE. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70068902717, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 13/07/2017).
Rolf Madaleno, discorrendo sobre a hipótese em que o filho maior cursa ensino superior, tem-se presumida a sua necessidade. Veja-se:
(...) subsiste a obrigação alimentar depois de alcançada a capacidade civil aos dezoito anos de idade, quando crédito de alimentos é destinado para mantença de filho estudante, especialmente porque continua dependente de seus pais por cursar universidade, mesmo que frequente algum estágio, pois, sabido que os valores pagos aos estagiários são em caráter simbólico e raramente atingem quantias capazes de dispensar o prolongamento da indispensável prestação alimentar (...). Madaleno, Rolf -in: Curso de Direto de Família, Rio deJaneiro: Forens, 201, p.902) (Grifo nosso)
A realidade dos fatos é que, apesar das alimentandas Joanice e Jéssica terem atingido a maioridade, pois contam hoje com 20 e 18 anos, as mesmas estão matriculadas em curso de nível superior de Direito e Psicologia na UNIFIPMoc – Centro Universitário FIPMoc na cidade de Montes Claros-MG, conforme documentos de matrículas anexos. 
Ressalta-se que além das despesas pessoais para manutenção das suas necessidades básicas, as Requeridas têm outros gastos decorrentes da realização dos Cursos (mensalidades, alimentação, xérox, material específico do curso, etc) além de precisarem desembolsar mensalmente uma quantia para custearem o transporte universitário para a cidade de Montes Claros. 
Neste passo, a pensão recebida pelas Requeridas é de fundamental importância para que possam estudar e concluir o curso de graduação em que estão matriculadas, pois não estão inseridas no mercado de trabalho e não têm condições de autossustento, necessitando continuarem a receber auxílio material do pai. 
Frisa-se, caso não mais recebam os alimentos de seu pai, serão muito provavelmente, obrigadas a desistirem dos estudos, pois só a ajuda financeira da mãe não será suficiente para a manutenção das despesas mensais que as Requeridas possuem, e desta forma, perderão grande oportunidade de terem um certificado, e, por conseguinte, um bom emprego no futuro.
Neste sentido, as Requeridas requerem que perdurem a obrigação alimentar, enquanto estiverem estudando, até a conclusão dos cursos, conforme orientação jurisprudencial atual, tendo em vista que estão estudando em curso de nível superior, e assim obter qualificação que lhe tragam independência financeira. 
DA RECONVENÇÃO (CPC, art.343)
Reconvenção é a ação do Réu contra o Autor no mesmo processo em que aquele é demandado. Não é defesa, é demanda, ataque. Esta ação amplia objetivamente o processo, obtendo novo pedido na presente ação.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Como demonstrado na contestação, as necessidades das Reconvintes persistem e aumentaram à época da fixação dos alimentos que foram fixados no importe de 20% dos rendimentos do reconvindo/autor, pois estão regularmente matriculadas em curso de nível superior na UNIFIPMoc (Centro Universitário) na cidade de Montes Claros/MG, e as despesas aumentaram em face as despesas decorrentes das faculdades.
O Código Civil, em seu art. 1.699 estabelece a possibilidade de se majorar os valores pagos à título de alimentos nos casos de mudança na situação financeira do alimentante e de quem recebe:
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
Assim, considerando o impacto da inflação no valor da moeda, bem como do aumento de despesas com os estudos tais como mensalidades, transporte, alimentação e materiais didáticos, além da elevação das despesas do cotidiano, conforme comprovantes que junta em anexo, outra alternativa não resta, senão a revisão do valor pago a título de alimentos.
Talsituação, configura motivo suficiente para a revisão dos alimentos prestados, especialmente quando o valor pago se mostra insuficiente para suprir a necessidade das alimentandas, em observância ao princípio da proporcionalidade.
Sobre tal princípio, a doutrina destaca:
"Ainda que ocorra coisa julgada em sede de alimentos, prevalece o princípio da proporcionalidade. Estipulado o encargo, quer por acordo, quer por decisão judicial, possível é a revisão caso tenha sido desatendido o parâmetro possibilidade-necessidade quando estabelecidos os alimentos. Mesmo que não tenha ocorrido alteração, quer das possibilidades do alimentante, quer das necessidades do alimentado, admissível a adequação a qualquer tempo. Ora, se fixado o montante dos alimentos sem que, por exemplo, saiba o credor dos reais ganhos do devedor, ao tomar conhecimento de que o valor estabelecido desatendeu ao princípio da proporcionalidade, cabe buscar a redefinição, sem que a pretensão esbarre na coisa julgada." (DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias - Edição 2017, e-book, 28.42. Proporcionalidade e coisa julgada)
As Alimentandas/reconvintes buscaram, amigavelmente, elevar a quantia acordada, não obtendo êxito, sendo obrigadas a recorrer às vias judiciais para tanto. Afinal, os Alimentos devem ser fixados com base na capacidade do alimentante, tanto para diminuir como para elevar os valores pactuados:
ALIMENTOS PROVISÓRIOS - (...) Necessidade de majoração e extensão da obrigação - Arbitramento que não guarda razoabilidade com as peculiaridades do caso apresentadas - Alimentando portador de autismo, que necessita de tratamento e acompanhamento especial e constante - Genitora fora do mercado de trabalho e comprometida com o tratamento do filho - Gastos comprovados, bem como recebimento de auxílio em valor superior ao arbitrado, despendido pelo alimentante - Elementos que evidenciam saúde financeira - Necessidade de regularizar os alimentos em patamar compatível com a situação trazida aos autos - Majoração para 35% dos vencimentos líquidos do alimentante em favor do menor, e em meio salário mínimo em favor da coautora - Agravo provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2022185-71.2018.8.26.0000; Relator (a): Percival Nogueira; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado Data: 27/02/2018)
REVISÃO DE ALIMENTOS. READEQUAÇÃO DO QUANTUM. MAJORAÇÃO LIMINAR. CABIMENTO. 1. A ação de revisão de alimentos tem por pressuposto a alteração do binômio possibilidade-necessidade e se destina à redefinição do encargo alimentar. 2. Demonstrada alteração na capacidade econômica do alimentante, cabe redefinir o encargo alimentar, estabelecendo-se a majoração do quantum. Inteligência do art. 1.699 do CCB. Recurso desprovido. (Agravo de Instrumento Nº 70073889032, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 07/12/2017).
REVISÃO DE ALIMENTOS. PEDIDO DE MAJORAÇÃO. ADEQUAÇÃO DO QUANTUM. 1. Comprovada a alteração da capacidade econômica do alimentante, justifica-se a revisão. 2. (...) 3. Cabe redefinir o valor quando ocorre melhora na condição econômica do alimentante, mostrando-se adequada a majoração estabelecida na sentença, pois afeiçoada ao binômio legal, (...). (Apelação Cível Nº 70075030965, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 07/12/2017).
Portanto, os valores fixados devem ser elevados conforme documentos que junta em anexo e demais provas que serão produzidas no decorrer do processo.
DO PEDIDO LIMINAR
Diante de provas suficientes a comprovar os requisitos à concessão da majoração dos alimentos, requer seja determinada a majoração dos alimentos, nos termos do Art 300 do CPC, in verbis:
"a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos:
A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da demonstração inequívoca da alteração das condições financeiras das alimentandas, bem como resta evidenciado o aumento das suas necessidades.
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela necessidade diária dos valores pleiteados, uma vez que as necessidades atuais não supridas pelo valor pactuado, ou seja, tal circunstância confere grave risco aos alimentandos pela demora.
Trata-se de necessidade inequívoca a ser suprida pela fixação de tal provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pelas alimentandas.
A concessão do pedido liminar visa a garantir a observância ao binômio: possibilidade do alimentante e necessidade do alimentando, conforme latente a jurisprudência:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REVISÃO DE ALIMENTOS. MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS LIMINARMENTE DEFERIDA. READEQUAÇÃO DO QUANTUM ALIMENTAR. POSSIBILIDADE. Em se tratando de ação de revisão de pensão alimentícia, possível que se opere a majoração por decisão liminar, desde que existente prova cabal acerca da alteração do binômio necessidade/possibilidade. (...). (Agravo de Instrumento Nº 70075779991, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 28/03/2018).
Diante de todo o exposto, diante da demonstração inequívoca da necessidade do alimentando e da possibilidade do genitor, requer a concessão imediata da majoração dos alimentos para 30% dos rendimentos brutos do alimentante.
Desta feita, requer a total procedência da presente contestação c/c reconvenção, vez que fora amplamente comprovado o direito das requeridas oras reconvintes. 
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, em sede de Contestação requer:
1. Seja recebida a presente defesa por ser tempestiva;
2. Que seja acolhida a preliminar arguida, para revogar o benefício da Gratuidade de Justiça anteriormente concedido ao Requerente;
3. A concessão da Gratuidade de Justiça às Requeridas, vez que já declararam ausência de condições financeiras para arcarem com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios nestes autos, mais eventuais honorários de sucumbência; 
4. O indeferimento do pedido da antecipação de Tutela de Urgência;
5. A IMPROCEDÊNCIA do pedido de exoneração de alimentos.
6. A condenação do Autor ao pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência.
Em sede de RECONVENÇÃO, requer:
1. O recebimento das razões de reconvenção para o seu devido processamento, nos termos do art. 343 do CPC;
2. Seja intimado o Autor para apresentar resposta, nos termos do §1º art. 343, do CPC;
3. A total PROCEDÊNCIA da RECONVENÇÃO para determinar:
a) a majoração da obrigação alimentar para 30% dos rendimentos brutos do autor, que deverão incidir sobre um terço de férias e 13º salário;
4. Manifesta o interesse na realização de audiência conciliatória;
5. A condenação do Autor ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.
6. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a testemunhal, documental, e depoimento pessoal do Autor.
Do valor da causa à Reconvenção: R$ 27.281,23 (vinte e sete mil duzentos e oitenta e um reais e vinte e três centavos).
Nestes termos, pede deferimento.
Buenópolis/MG, 04 de fevereiro de 2020.
            Vanis Aparecida da Silva Almeida
 OABMG nº 176.432

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