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Estudo de caso_a teoria da ciência de Lakatos

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Estudo de caso: a teoria da ciência de Lakatos
 (
O 
anacronismo
 é uma incoerência cronológica em alguma disposição, especialmente uma justaposição de pessoas, eventos, objetos, ou costumes a partir de diferentes períodos de tempo. Muitas vezes o item extraviado no tempo é um objeto, mas pode ser uma expressão verbal, uma tecnologia, uma ideia filosófica, um estilo musical, um material, um costume, ou qualquer outra coisa associada a um período específico no tempo, de modo que é incorreto para colocá-lo fora do seu domínio temporal adequado.
)	Apresentamos um modelo de teoria da ciência, que pretende explicar o que faz uma ciência, como se estrutura e sua relação com a realidade empírica que pretende compreender.
	Essa teoria é muito importante porque faz parte de um ramo em que aquela dicotomia entre ciências sociais e ciências naturais é considerada anacrônica, isso significa que Lakatos defende uma ideia geral de ciência, dessa maneira, não é nem o caso de que as ciências sociais devam adotar o método das ciências naturais, e também não é o caso de que as ciência sociais tem um método completamente diferente próprio. O que Lakatos procura mostrar é que: 
Há uma ideia básica de como se faz ciência e do que ela é, e essa ideia básica se aplica qualquer que se o objeto.
 	
	Essa teoria da ciência de Lakatos é chamada por ele de Metodologia dos Programas de Pesquisa Científica é uma concepção de tipo Falsificacionista, para expor essa concepção nós vamos adotar então o seguinte esquema. Vamos compara-la, que é um procedimento que o próprio autor também faz, vamos compara-la com dois outro modelos de falsificacionismo que Lakatos vai utilizar e vai Aprimorar. Os outros dois modelos são conforme a nomenclatura que o próprio Lakatos utiliza é Falsificanismo dogmático e Falsificacionismo metodológico. A teoria dele vamos estudar sobre o nome Falsificacionismo Sofisticado.
12.1 Fasificacionismo dogmático
	Essa teoria consiste em aceitar a falibilidade de todas as teorias cientificas sem qualificação, retendo, uma espécie de base empírica infalível. O Falsificacionismo reconhece que não é possível provar qualquer teoria, mas sustenta que seja possível desaprovar teorias, e isso por meio de um contra evidência empírica.
	 CARACTERÍTICAS:
	1º Todas teorias são falsificáveis, isso significa que de acordo com essa concepção, diferente de um concepção indutivita por exemplo, não se trata de comprovar uma teoria cientifica, trata-se de testa-la para ver se ela é ou não falsificável.
	2º É da aceitação de uma base empírica infalível, uma base empírica é constituída de um conjunto de observações, essas observações, elas são adquirida através de nossos sentidos mas, especialmente pelo uso na ciência na contemporânea de equipamentos sofisticados. Então essa base empírica vai ser constituídas observações aquilo que independe de uma teoria especifica e que vai servir para testar qualquer teoria que se apresente.
	3º É a ideia de uma refutação conclusiva, usando então a 2º característica a base empírica, se refutaria uma teoria cientifica qualquer quando o que a teoria diz está em contradição com observações básicas, ela é portanto falsificada de forma definitiva.
	4º Se refere ao papel da experimentação, que é considerada essencial, o cientista elabora uma teoria, teoria é experimentada pelo experimentador, que pode ser o próprio cientista ou um grupo de pessoas envolvidas na pesquisa.
	5º Toda teoria cientifica deve ser apresentada em um sistema dedutivo, isto é a teoria através do uso do raciocínio dedutivo deve especificar observações que podem ser testadas isto é contra a ideia indutivista.
	6º É o progresso científico, o que significa que de acordo com essa perspectiva dogmática a ciência progride, através da refutação de teorias cientificas, não o suficientemente bem elaborada .
Analisando essa características Imre Lakatos apresenta algumas objeções, esta compreensão do que seja ciência:
	1º o se refere a um pressuposto do falsificacionismo dogmático, a saber que existe uma distinção natural entre:
Proposições teoréticas: são aquelas típicas da ciência são proposições gerais 
Proposições observacionais: são aquelas que se referem, a fatos observados, fatos particulares, são então proposições singulares.
2º É o pressuposto de que proposições singulares são derivada de fatos .
Essa é uma ideia que nessa versão dogmáticas o falsificacionismos compartilhava com o indutivismo e outras teorias realistas da ciências. A ideia era que proposições singulares (são aquelas que descrevem fatos particulares). Então ex: Se digo a lua gira ao redor da terra - isso é um fato particular, a sentença descreve um fato particular.
Podemos entender essa objeção de lakatos fazendo referencia a uma distinção importante entre 
o que ele está criticando é a ideia de que uma sentença qualquer, sentenças particulares, que essas sentenças elas são provadas por fatos, isso não é verdadeiro, uma sentença só pode ser provada por outra sentença ou ela é um sentença autoevidente. Por outro lado uma sentença pode ter um fundamento no fato, mas há uma diferença, ter um fundamento no fato, não garante a certeza da sentença, e esse é um ponto importante nessas teorias. Por outro lado na concepção de Lakatos sentenças autoevidentes não são suficientes para o trabalho cientifico pois são poucas, mas a maior parte da sentenças utilizada na construção das teorias cientificas, não é desse tipo.
3º Tem haver como a separação ente ciência e pseudociência ou aquilo que não é ciência.
De acordo com Lakatos na versão dogmática do falsificacionismo o critério da demarcação é muito exigente, se for aplicado a própria historia da ciência acabara eliminando algumas teorias, normalmente reconhecidas como cientificas.
EX: A teoria Dinâmica de Newton, nesse tipo de interpretação, não poderia mais ser considerado um teoria cientifica.
Por essa razão essa versão dogmática do falsificacionismo é muito ingênua, e precisa ser reposta por uma versão mais adequada . 
12.2 Falsificacionismo metodológico
	Explica o que entende pelo conceito recorrendo entre 2 teorias:
	PASSIVISTAS- defendem que o conhecimento verdadeiro consiste numa impressão da natureza sobre uma mente perfeitamente inerte; uma atividade mental só pode resultar em preconceito e distorções. Teorias ativistas defendem que não podemos ler o livro da natureza sem atividade mental, sem interpretá-la com base em nossas expectativas ou teorias.
	ATIVISTAS- consideram que não podemos ter conhecimento dos fenômenos e suas causas sem atividade mental, sem interpretá-los à luz de nossas expectativas.
	Ativistas conservadores- sustentam que nascemos com expectativas básicas(já estão fixas na natureza) , que determinam nossos esquemas conceituais e concepções cientificas.
	Ativistas revolucionários – acreditam que estruturas conceituais poder ser desenvolvidas e respostas por outras melhores(não estão fixas na natureza).
	Usando esse esquema classificatório podemos dizer que o falsificacionismos metodológico é um tipo de Ativismo revolucionário, ou outra maneira de também dizer isso é um tipo de convencionalismo. Isso porque depende de decisões metodológicas, que são necessário tomar para práticas cientificas. 
	Que decisões são essas ? Lakato menciona 5 delas: 
	1º No falsificacionismo metodológico é preciso escolher a base empírica, diferente do dogmático onde se julgava que essa base empírica se da naturalmente, no falsificacionismo metodológico nós temos que proceder uma escolha de proposições singulares, que funcionaram como base empírica,essa escolha depende da evolução do conhecimento humano, mas mostra que como é uma escolha, isso pode ser ideia deve conforme o caso ser alterado. 
	2º Consiste em separar essa base empírica do restante das teorias, isso é importante por que como a base empírica não é natural, ela pode ser mudada , em um certo sentido a própria base empírica é uma teoria então preciso separar essa das outra teorias, e essa que foi separada, que vai ser usadapara julgar as outras teorias,para verse elas são falsificáveis ou não.
	3º Consiste em estabelecer regras de rejeição, isso significa que como as regras de rejeição não são naturais, a refutação de uma teoria não é infalível, pode ser revista, por outro lado isso tem o beneficio de que se pode considerar como científicas teorias do tipo probabilístico, teorias que não podem ser além disto, além de probabilidades.
	4º se refere a elaborar de regras para ajuizar sobre cláusulas adicionais como qualquer teoria científica introduziu hipóteses auxiliares para explicar aquilo que, de início a teoria científica não tinha previsto, é preciso elaborar um conjunto de regras para saber quando rejeitar essas cláusulas.
	5º se refere a possibilidade de aceitar rejeição de teorias em razão de outras teorias bem estabelecida, e essa é uma diferença importante em relação a versão dogmática. Na versão dogmática uma teoria recusada, quando ela entra em conflito com observações, nessa outra versão ela pode também ser recusada quando entra em conflito com uma outra teoria. O problema do falsificacionismo metodológico é que ele pode facilmente degenerar, numa espécie de falibilismo cético, e é para isso que Lakatos aponta, e, é por isso que ele quer corrigir o falsificacionismo metodológico, esse perigo é representado pela ideia de que no fim em ciência tudo vale que é efetivamente a ideia retirada do século XX, pelo autor americano chamado Paul Feyerabend. 
12.3 Falsificacionismo Sofisticado 
	O falsificacionismo sofisticado difere do metodológico em relação a dois conjuntos de regras, regras de aceitação( ou critério de demarcação) por um lado e regras de refutação( Falsificação ou eliminação) por outro.
	
Regras de Aceitação:podemos ver uma diferença importante entre a versão sofisticada e na versão dogmática. 
	Na versão dogmática aceitação de uma teoria está relacionada com a base empírica infalível. 
	Na versão sofisticada o critério é outro, o critério é que uma teoria é aceita se, ela tem um conteúdo empírico excedente de uma teoria diferente que compete com ela, isso quer dizer que se a nova teoria, é capaz de prever fatos novos e uma parte dessa previsão por sua vez é corroborado pela experimentação.
	Podemos então perceber como muda a ênfase tanto na versão dogmática quanto na versão metodológica .
A ênfase estava num aspecto negativo, na ideia de tornar falsificável uma teoria, recusá-la. Enquanto que na versão sofisticada a ênfase está na capacidade heurística, quer dizer,a capacidade que a teoria tem de explicar e de predizer fatos novos.
Regras de Falsificação ou Refutação: (São termos sinônimo) Há uma mudança de perspectiva em lugar de julgar teorias com base em fatos em observações,nós passamos a julgar teorias de acordo com algumas características que elas exibem em relação a teorias anteriores. Isso significa que uma teoria substituída por outra se esta é capaz de explicar fatos novos considerados improváveis ou impossíveis na teoria anterior .
	Podemos resumir a proposta do Lakatos apontando para algumas das suas características relevantes do falsificacionismo sofisticado:
1º É ideia da falsificação de uma teoria por meio uma teoria melhor que ela. 
2º É o reconhecimento da utilidade na ciência da proliferação de teorias é bom para o desenvolvimento, para o progresso da ciência que haja a teorias alternativas.
3º Se refere a uma teoria ter Informação excedente(corroborada),isso permite a distinção entre ciência progressiva e ciência regressiva 
Ciência Progressiva:é quando uma teoria, ou conjunto de teoria, como Lakatos prefere um programa de pesquisa constantemente prevê fatos novos antes deles acontecerem.
Ciência Regressiva: O programa de pesquisa é regressivo quando os fatos acontecem independente da previsão da teoria, e só depois a teoria vai tentar explicar por que que aconteceram esses fatos.
4º Economia metodológica, isto é, não é necessária cada uma daquelas decisões metodológica, a decisão de numero 4 e 5 nós podemos simplesmente eliminar, Já as decisões de número 1 e 2 nós podemos reformula-las, continuamos adotando mas numa versão, que amplia a possibilidade de compreender a ciência.
"A filosofia da ciência sem a história da ciência é vazia; a história da ciência sem a filosofia da ciência é cega."
Imre Lakatos

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