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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS Processos Unitários nas Indústrias de Fermentação Profa. Dra. Sueli Rodrigues Aluna Propag: Niédila N. Alves Tratamento Biológico de Efluentes 3 Utilização de água pela indústria Incorporação ao produto, lavagens de máquinas, tubulações e pisos; Àguas de sistemas de resfriamento e geradores de vapor; Águas utilizadas diretamente nas etapas do processo industrial; Esgotos sanitários dos funcionários; Água que vai seguir servindo como manancial para a próxima cidade ribeirinha. 4 Disposição final de resíduos líquidos Em corpos d’água; Na rede pública de esgotos; No solo; No mar; Em poços profundos. Legislação: Órgãos estaduais de regulamentação e fiscalização. CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente. 5 Águas residuárias e a poluição Matéria orgânica Oxigênio reduz Morte; Crescimento de algas (eutrofização); Compostos tóxicos (metais pesados, cianetos, sulfatos, etc) Inibição de atividades vitais de m.o. microflora e peixes; Sais inorgânicos (Ca e Mg) dureza da água; M.o. patogênicos. Por que polui? 6 Águas residuárias e a poluição Temperatura elevada >T nos cursos de água, acelerar reações bioquímicas; Variação do pH; Acúmulo de materiais grosseiros, óleos, graxas, espumas, corantes,etc dificulta a reoxigenação. Por que polui? 7 Abordagem dos problemas envolvidos Avaliação da situação Teor de matéria orgânica, sólidos em suspensão e substâncias tóxicas; Minimização da carga poluidora modificação dos processos. Ex.: recirculação de água; Determinação do grau de tratamento necessário. 8 Abordagem dos problemas envolvidos PRIMÁRIO Remoção de resíduos sólidos (sedimentação e flotação); SECUNDÁRIO Matéria orgânica e sólidos menores em suspensão. Processos biológicos de tratamento; TERCEÁRIO Remoção de possíveis nutrientes e metais pesados. 9 Abordagem dos problemas envolvidos PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCEÁRIO Gradeamento Lagoas Troca iônica Câmara de areia Lodos ativados Carvão ativado Sedimentação primária Digestão aeróbia Filtração Flotação Filtro biológico Coagulação 10 Abordagem dos problemas envolvidos AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO • Conhecimento dos processos de fabricação; • Caracterização dos resíduos; • Consulta à legislação; • Futuras aplicações. MINIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS • Alteração nos processos de fabricação; • Recuperação dos produtos; • Reuso da água; • Segregação ou junção dos resíduos. DETERMINAÇÃO DA FORMA DE DISPOSIÇÃO • No solo; • Em corpos d’água; • Em poços profundos; • Na rede pública de esgoto. SELEÇÃO DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO ADEQUADO • Físicos; • Biológicos; • Físico- químicos. 11 Processos biológicos de tratamento de resíduos Fenômenos biológicos: Síntese de compostos orgânicos Biodegradação Biodegradação (decomposição) Nutrição e respiração. Respiração Obtenção de energia a partir da matéria orgânica. Tratamento O composto tem que ser biodegradável 12 Medida da matéria orgânica em águas residuárias DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio É a quantidade de oxigênio requerida por unidade de resíduo, para estabilização da matéria orgânica biodegradável (normalmente medida após 5 dias de incubação a 20oC através de organismos vivos ou de suas enzimas). É geralmente expressa em mg O2 consumido/L de água residuária. 13 Medida da matéria orgânica em águas residuárias EFLUENTE DBO (mg/L) Esgoto doméstico 350 Vinhaça de usinas de álcool (melaço) 10.000 – 25.000 Produção de leveduras 3.000 – 14.000 Resíduos de fábrica de antibióticos 5.000 – 30.000 Cervejarias 2.000 Licor sulfídrico de fábricas de papel 20.000 – 45.000 Laticínios sem recuperação do soro do leite 30.000 14 DQO: Demanda química de oxigênio É quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica da amostra através de dicromato de potássio em meio ácido na presença de catalisadores. Medida da matéria orgânica em águas residuárias A relação DQO/DBO é adotada como parâmetro de biodegradabilidade de águas residuárias A DQO tem maior reprodutibilidade, facilidade e velocidade de medida do que a DBO, porém não diz se a matéria orgânica é biodegradável ou não. 15 COT: Carbono orgânico total, medido por métodos instrumentais. Medida da matéria orgânica em águas residuárias Desvantagem: perda da matéria orgânica volátil durante a eliminação de carbono inorgânico por acidificação e purga com gás nitrogênio. Medida de m.o. Avaliados pela concentração de Sólidos em Suspensão Voláteis (SSV) ou Totais (SST). Inclui células vivas e mortas, porém não destruídas por lise + material orgânico absorvido pelas células. Não leva em consideração atividade real das células. Inclui sólidos orgânicos e inorgânicos em suspensão. 16 Relação DQO/DBO 2 DBO DQO 2 DBO DQO Esgoto sanitário (biodegradável) Efluentes não facilmente biodegradáveis 2 DBO DQO Efluentes biodegradáveis 17 Processos biológicos AERÓBIO ANAERÓBIO Oxigênio livre como aceptor final de hidrogênio. Oxigênio ligado a compostos químicos como aceptor final de hidrogênio. Maior degradação nos processos aeróbios. Processos anaeróbios exigem aquecimento. 18 Processos biológicos AERÓBIO • Mesmo DBO baixas podem ser tratadas por este métodos; • Para tratar resíduos com elevados teores de compostos tóxicos, usam-se m.o. adaptados; • É necessário o fornecimento adequado de nutrientes: DBO:N:P = 100:5:1 • pH 6 – 8; • Mais importante: fornecimento adequado de oxigênio (O2 > 2 mg L -1). 19 Processos biológicos Lodos ativados Filtros Biológicos Lagoas Aeróbias 20 Lodos ativados Sistema no qual uma massa biológica cresce e flocula, sendo continuamente recirculada e colocada em contato com a matéria orgânica do despejo líquido na presença de oxigênio puro, ou através de aeradores mecânicos de superfície. 21 Fases do tratamento por lodo ativado Processo aplicado à esgotos domésticos e industriais (matéria orgânica < 2 g DBO/L) Eficiência de 95% na remoção de DBO. 22 Microbiota do lodo Ciliado fixo – protozoário filtrador Euplotes sp.– alimentam-se das bactérias que constituem o lodo ativado Poteriodendron – Colônia de flagelos 23 Microbiota do lodo Centropyxis – ameba com “carapaça” Floco bom – bactérias viáveis, mortas e material particulado 24 Microbiota do lodo Estequiometria 25 Filtros biológicos Sistema constituído de um leito de material ao qual os microrganismos aderem e através do qual o efluente é percolado, após ser distribuído sobre o topo do leito por um distribuidor rotativo geralmente acionado pela reação do jato do líquido Bactérias, protozoários, micrometazoários, fungos. 26 Filtro biológico 27 Materiais de enchimento CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS: Elevado volume de vazios; Elevada área superficial; Estruturalmente forte para suportar o próprio peso + peso limo (microbiota); Ser leve para reduzir custos das obras civis e construções mais altas e que ocupem menor espaço; Biológica e quimicamente inerte; Baixo custo por unidade de BOD removida; Ex.: Pedra de brita, pedregulo, sabugo de milho, plásticos sintéticos. 28 Enchimento plástico 29 Função da recirculação Promove retorno dos microrganismos ativos; A matéria orgânica entra em contato com o material ativo mais de uma vez; Promove a diluição de concentração da matéria orgânica afluente; Permite o aumento da taxa de aplicação hidráulica sem alteração sensível na taxa de aplicação orgânica; Facilita a regularização na vazão de alimentação 30 Filtros biológicos 31 Filtro biológico - suportes 32 Lagoas de estabilização Grandes tanques de pequena profundidade definidos por diques de terra; As águas são tratadas por processosinteiramente naturais, envolvendo principalmente bactérias e algas; As algas tem o papel de fornecedores de oxigênio para as bactérias para a degradação da matéria orgânica. Algas fotossintéticas Bactérias aeróbias Matéria orgânica LUZ O2CO2 33 Classificação das lagoas Lagoas fotossíntéticas Pouco profundas (0,3 a 0,5m) Projetadas para águas residuárias pré-decantadas Utiliza cargas de 7 a 14 DBO/m3 dia Lagoas facultativas Profundidade (0,1 a 2,0m) Condições aeróbias próximas á superfície Decomposição anaeróbia dos sólidos no fundo Utiliza cargas de 9 a 21 DBO/m3 dia Lagoas anaeróbias Pouco profundas (0,3 a 0,5m) Projetadas para cargas orgânicas relativamente elevadas Usadas no pré-tratamento de águas residuárias Geralmente seguidas de lagoas facultativas Utiliza cargas de 100 a 400 DBO/m3 dia 34 Lagoas aeradas Seguidas de um sistema de separação de sólidos (decantação), fornecem uma eficiência de remoção de DBO bastante elevada, mesmo a baixas idades de lodo. Ocupa uma área da ordem de 1 a 10% da necessária para lagoas de estabilização fotossintética. 35 Lagoa aerada 36 Digestão anaeróbia Fermentação bacteriana com conseqüente degradação damatéria orgânica complexa em metano e gás carbônico Metade séc XIX – utilização para tratamento de esgoto doméstico Século XX – digestores para produção de gás metano a partir de esterco / desenvolvimento de biodigestores e equipamentos auxiliares Características da digestão anaeróbia Processo mais lento que o aeróbio, exigindo maiores tempos de retenção Fase limitante - formação de metano Condições para as bactérias metanogênicas: 35-37 oC e 57-59 oC e pH ~ 7,0 37 Digestor anaeróbio 38
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