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Osteoartrose: Causas, Sintomas e Tratamentos

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OSTEOARTROSE / OSTEOARTRITE
 Osteoartrite é o mesmo que osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa. A osteoartrite (artrose) é uma lesão degenerativa da cartilagem articular que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, entre elas os osteófitos. A osteoartrose é muito frequente, atingindo cerca de um quinto da população mundial. 
Atinge mais as mulheres do que os homens e a incidência aumenta com a idade. Antes dos 40 anos a incidência é baixa, mas no idoso é praticamente universal. É uma das principais causas de incapacidade laboral em todo o mundo.
A articulação é a zona de ligação entre dois ossos que permite a realização de movimentos. As superfícies dos dois ossos que se aproximam são revestidas pela cartilagem articular, cuja função é evitar o atrito de um osso contra o outro e amortecer o impacto produzido pelo movimento, facilitando o deslizamento das extremidades ósseas.
O desgaste da cartilagem faz com que os ossos se friccionem entre si durante os movimentos, causando dor, edema e perda de movimento da articulação. Com o passar do tempo, a articulação perde a sua configuração normal e podem desenvolver-se osteófitos (proliferação óssea) que se projetam para o espaço articular, provocando mais inflamação e limitação funcional.
Além da idade, outros factores podem favorecer o aparecimento da osteoartrose, tais como a obesidade, postura incorrecta e o tipo de ocupação profissional. Há também um componente genético/hereditário associado a alguns tipos de osteoartrose; isto significa que alguns doentes poderão ter maior susceptibilidade para desenvolver a doença.
As articulações mais frequentemente afectadas são as articulações dos dedos das mãos, da coluna vertebral (em particular a coluna cervical e lombar) e aquelas que suportam o peso do corpo, como quadris, joelhos e pés.
A principal manifestação clínica é a dor na articulação. Inicialmente os sintomas desenvolvem-se de forma discreta e mal definida, passando despercebidos na maioria das vezes. À medida que a doença progride, os episódios dolorosos surgem com maior intensidade, relacionando-se com o início do movimento articular. Nos casos de doença mais avançada há deformidade e rigidez da articulação envolvida, e a dor surge ao mais pequeno movimento. A osteoartrose só atinge as cartilagens articulares e não afecta, por isso, outros órgãos.
O tratamento da osteoartrose combina várias estratégias para atender às necessidades e estilo de vida do doente. O tratamento possui quatro objectivos gerais: controle dos sintomas; melhorar o cuidado com as articulações por meio de repouso (fase aguda ) e exercício ajustados; atingir o peso adequado;e adotar um estilo de vida saudável.
Os anti-inflamatórios são os fármacos de eleição no tratamento da osteoartrose. Como diminuem a dor e a inflamação associada, ajudam a melhorar os sintomas da doença. Nos doentes que têm de tomar a medicação por longos períodos de tempo ou que sofrem de distúrbios gastrointestinais, pode-se optar pela classe de anti-inflamatórios denominada por inibidores selectivos da COX-2, que são menos agressivos para o estômago do que os anti-inflamatórios clássicos. 
FISIOTERAPIA :
Exercícios e osteoartrite
É importante considerar dois aspectos em relação a exercícios e artrose: 
1) osteoartrite como conseqüência de exercícios físicos; 
2) participação dos exercícios no tratamento da osteoartrite.
A nutrição de uma articulação depende de sua atividade dentro de limites fisiológicos. Portanto, a atividade funcional de uma articulação é fundamental para a sua saúde. A inatividade excessiva é nitidamente prejudicial.
Uma articulação pode sofrer através de um trauma agudo ou crônico. O trauma crônico corresponde a uma atividade repetitiva que excede a capacidade que a articulação tem de se proteger, através de seus músculos, cápsula e tendões, fazendo com que a cartilagem receba forças excessivas que não está preparada para absorver. Há atividades de trabalho e desportivas, principalmente em esportes que muito exigem de quem os pratica, em que o uso repetitivo das articulações é habitual e que podem determinar dano articular. São exemplos de profissões que podem levar à osteoartrite: os trabalhadores da indústria têxtil, que têm maior prevalência de nódulos de Heberden (nodosidades nas pontas dos dedos das mãos); os trabalhadores que executam tarefas duradouras com seus joelhos em flexão, levando à artrose dessas articulações; os agricultores que têm com freqüência artrose da coxofemoral (junta da coxa com a bacia); os trabalhadores de minas que fazem artrose de joelhos, coxofemorais e coluna.
Os atletas de elite estão em alto risco de desenvolvimento posterior de artrose nas juntas que recebem carga. Do mesmo modo, os jogadores de futebol, mesmo aqueles sem história de traumatismos significativos. Parece que os corredores têm maior risco de desenvolverem artrose de joelho e coxofemoral tardiamente. Em indivíduos idosos sem artrose de joelhos, seguidos por 8 anos, foi observado que a atividade física elevada correlacionou com maior risco de desenvolvimento radiológico daquela doença. A atividade física habitual não aumentou o risco de artrose de joelhos para homens e mulheres.
Na avaliação do risco que uma pessoa tem de desenvolver artrose, através da atividade física, é fundamental levar em consideração as condições próprias de sua articulação. Articulaçoes normais podem tolerar exercícios prolongados e até vigorosos sem maiores conseqüências clínicas, mas indivíduos que têm fraqueza muscular, anormalidades neurológicas, articulações defeituosa (por exemplo, joelhos com desvios para dentro ou para fora – valgus ou varus), diferença significativa de comprimento dos membros inferiores, alterações articulares hereditárias ou congênitas (displasias), etc. e que praticam exercícios excessivos que sobrecarregam os membros inferiores, provavelmente acabam acelerando o desenvolvimento de osteoartrite em joelhos e coxofemorais. Deste modo, é importante avaliar a existência das anormalidades citadas em indivíduos que se dispõem a executar exercícios com sobrecarga, com a finalidade de orientá-los, caso elas existam, a desempenharem atividades físicas que não forcem as juntas, como natação, bicicleta, por exemplo. Do mesmo modo, isto é válido para indivíduos que sofreram dano de ligamentos, tendões ou meniscos que estão sujeitos a um desenvolvimento acelerado de artrose das articulações que suportam carga.
Quanto à participação dos exercícios no tratamento das artroses basta acentuar que eles conseguem melhorar o desempenho funcional das artucilações, diminuem a necessidade do uso de fármacos, e têm ainda influência sobre o estado geral do paciente, trazendo, inclusive, benefícios psicológicos, podendo atuar modificando possíveis fatores de risco na progressão da doença. Os exercícios são particularmente úteis quando há instabilidade articular. O fortalecimento da musculatura anterior da coxa é fundamental e indispensável no tratamento da artrose de joelho. Os exercícios posturais também são de grande valia. É preciso acentuar, entretanto, que os exercícios devem seguir uma estrita avaliação médica que servirá para indicar o que deve ser feito em cada caso. Não se deve fazer simplesmente exercícios e sim os exercícios adequados e que deverão ser corretamente executados.

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