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Apostilas CBDA Natação-1

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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
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CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUÁTICOS • CBDA
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
I. INTRODUÇÃO
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – CBDA,
através do trabalho desenvolvido pelo Prof. Ricardo de Moura, Diretor
Técnico de Natação, vem colocar à disposição da comunidade o
Manual de Iniciação à Natação CBDA/CORREIOS, com o objetivo
de fornecer informações mínimas necessárias sobre o aprendizado
da Natação.
De acordo com o Atlas do Esporte no Brasil, a natação tem cerca
de 11 milhões de praticantes no território nacional.
Mesmo assim, ainda são muitos os brasileiros sedentos pela
prática da natação em todos os lugares de nosso país.
O Brasil é um país com 8.000 km de costa litorânea, com praias
acessíveis ao lazer. Além disso, possui rios caudalosos que cortam
a extensão territorial, proporcionando o deslocamento de muitas
pessoas, em embarcações através deles e do lazer que eles também
proporcionam. A falta do aprendizado da natação e sua prática
regular, associada ao desconhecimento do perigo e a audácia de
alguns incautos, têm feito aumentar significativamente o número de
óbitos por afogamento.
Para além do fato da própria sobrevivência, já que nosso planeta
é formado em 2/3 por água, a natação é o esporte mais saudável
sob o ponto de vista fisiológico, pela anulação da força da gravidade,
através da impulsão e a atividade poder ser realizada sem
sobrecarga sobre a coluna e outras articulações.
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POR QUE A NATAÇÃO?
• Porque é fundamental para a sobrevivência do ser humano no
meio líquido;
• Porque a natação exercita todo o corpo, sendo considerado o
esporte mais completo;
• Porque a natação pode manter um ritmo elevado do coração num
esforço contínuo;
• Porque a pressão sanguínea é mais baixa quando se está em
posição horizontal;
• Porque o volume do coração é maior quando se está submergido
na água do que quando se esta em terra firme;
• Porque os riscos de lesões são menores;
• Porque nenhuma idade é impeditiva para se fazer natação, sendo
benéfica tanto para crianças como para pessoas mais idosas;
• Porque é o esporte mais democrático e que nem mesmo as
deficiências físicas, mentais ou de qualquer natureza impedem sua
realização
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
Alguns dos benefícios da atividade física na água
Para as Gestantes:
– Alivia o peso corporal;
– Elimina parcialmente o edema no tornozelo;
– Permite um trabalho cardiorrespiratório adequado;
– Possibilita um fortalecimento muscular localizado;
– Aumenta a auto-estima;
– Possibilita a realização pessoal, com maior disposição para as
actividades diárias.
Para Bebês, crianças, jovens e atletas:
– Aumenta a capacidade pulmonar;
– Aumenta o crescimento ósseo;
– Fortalece a musculatura de uma forma completa e harmoniosa;
– Melhora o equilíbrio;
– Facilita os movimentos espontâneos;
– Diminui o medo e a ansiedade frente a novas situações.
Para Adultos e idosos:
– Desenvolve aspectos psicomotores, tais como equilíbrio, esquema
corporal, coordenação motora;
– Produz sensação de menor esforço sem dor muscular;
– Reduz os espasmos musculares;
– Facilita a movimentação articular;
– Diminui o stress;
– Promove interação social;
- Elevar a auto-estima.
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A utilidade da natação é tão evidente que faz parte da educação
integral do ser humano desde a Grécia Antiga. Seja para o próprio
salvamento, no auxílio à outra pessoa em caso de acidente, como
saudável recreação, como higiene e como meio de extraordinária
eficiência para o desenvolvimento físico.
Pelos extraordinários benefícios a natação deveria fazer parte
do currículo escolar para que todas as crianças pudessem aprender
a nadar.
A natação é instintiva na imensa maioria dos animais terrestres.
Só o homem não sabe nadar por natureza, mas para isso tem a
inteligência para suprir com vantagem o defeito do instinto.
Os animais têm maior facilidade que o homem para nadar, devido
ao hábito da posição horizontal, necessária para a natação, já que
nessa posição têm, por configuração, a cabeça mais alta que o
corpo, o que facilita sua emersão para a respiração.
Por sua vez, o homem deve realizar um esforço dependente da
vontade para manter a cabeça fora d’água. Podemos observar nas
pessoas que se afogam que elas sobem duas ou três vezes à
superfície por movimentos instintivos, mas não conseguem manter
a cabeça como a parte que flutue.
I. SABER NADAR
Nadar, no sentido estrito, é o ato de se deslocar na água.
O conceito de saber nadar, para a grande maioria das pessoas,
sem formação específica em natação, ainda significa
fundamentalmente ser capaz de flutuar e deslocar-se na água sem
o recurso a apoios fixos ou meios auxiliares de sustentação.
(Carvalho, 1994).
Sob o aspecto pedagógico esse conceito é muito limitado.
Portanto, podemos afirmar que “saber nadar” é solucionar em cada
momento, no meio aquático, em quantidade e qualidade a equação
do equilíbrio, propulsão e respiração.
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
III- A SOBREVIVÊNCIA
Segundo Osni Pinto Guaiano, Diretor Administrativo da Sobrasa –
Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, a cada ano estima-se
que no Mundo em torno de meio milhão de pessoas morrem afogadas.
Afirma Guaiano1, em seu trabalho “Relato de Experiência –Teoria
de Controle do Afogamento que: no Brasil, dos cerca de 1,3 milhões
de casos de afogamento, quase oito mil vítimas chegam ao óbito.
65% delas são crianças. O afogamento é a segunda causa de morte
entre 5 e 14 anos .
Do total de casos de afogamento no Brasil, em torno de 65%
acontecem em água doce, onde não há guarda-vidas. Os Estados
não banhados pelo mar têm o maior número relativo de óbitos por
habitantes. Com isso, percebe-se a necessidade de maior atenção
nesses locais.
Indicadores assinalam que o Estado de São Paulo lidera o alto
índice de óbitos por afogamento no Brasil. Porém, do total absoluto
de óbitos, cerca de 86,08% ocorrem no interior do Estado.
Com o crescente aumento do número de banhistas que migram
para os balneários onde o lazer é público e gratuito (piscinas públicas,
rios, lagos, lagoas, represas, cacimbas, praias e outros) ou mesmo
para áreas privadas (praias particulares, piscinas condominiais, clubes
e academias) torna-se cada vez mais necessário veicular entre a
população meios de como prevenir o afogamento.
As três principais causas de afogamento são a incapacidade de
reconhecer condições e práticas perigosas, não saber sair de tais
situações e a falta de conhecimento dos métodos seguros para ajudar
pessoas que precisam de socorro na água.
A segurança dentro e sobre a água depende de vários fatores:
capacidade de nadar suficientemente bem para poder cuidar de si
mesmo em circunstâncias normais, capacidade de reconhecer e evitar
condições e práticas perigosas, capacidade de utilizar artifícios de
auto-salvamento para sair de situações de risco e, finalmente, saber
salvar outras pessoas em perigo de Afogamento, demonstrando
capacidade de preservar sua própria vida, assim como cuidar da
segurança de outra pessoa.
1 GUAIANO, Osni Pinto – Teoria de Controle do Afogamento – Revista Portuguesa de Ciência do Desporto – vol. 4 – n. 2 – Set 2004
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Recomendações gerais para se evitar afogamentos
1. Sempre quando estiver na água ou por perto, pescando,
velejando ou andando de barco usar um colete de flutuação;
2. Nunca ingerir bebida alcoólica e praticar natação, porque o
álcool pode atrapalhar o equilíbrio, a coordenação e até o poder
de concentração do praticante;
3. Indivíduos que trabalham ou brincam perto da água devem
aprender a nadar o quanto antes;
4. Nunca vá nadar sem uma companhia se não dominar algum
nado ou estiver no mar;
5. Somente pratique a natação se estiver em lugar supervisionado;
6. Obedeça as placas de “proibido nadar” ou bandeiras vermelhas
em praias;
7. Comece entrando na água pelos pés se não conhecera
profundidade da piscina, rio ou mar;
8. Se nadar para longe da borda de piscina, beirada de rio ou
mar, lembre-se de guardar energia para retornar;
9. É sempre bom parar de nadar ou velejar assim que ouvir trovão
ou tempestade, pois a água é excelente condutor de eletricidade.
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Para Crianças
1. Nunca deixe crianças sozinhas perto de água, isso inclui:
piscinas, rio, mar, banheiras e até recipientes com água
dependendo do tamanho da criança;
2. Flutuadores do tipo bóias, ou braçadeiras não substituem a
supervisão de um adulto;
3. Se tiver piscina e crianças em casa, não se esqueça de
acrescentar cercas ou grades que impeçam que elas tenham
acesso à água quando estiverem sós.
4. Tenha sempre perto da piscina ou rio, utensílios de salvamento
do tipo: bóias, cordas, coletes ou qualquer tipo de flutuador e
saiba como usá-los.
5. Se seu filho costuma se aproximar muito de piscinas ou
tanques, leve-o para a escolinha de natação o quanto antes;
6. Piscinas infláveis devem ser guardadas e esvaziadas após o
uso;
7. Se possível, os pais deveriam fazer um curso de salvamento e
ressuscitação cardíaca para aprenderem técnicas especiais, em
caso de necessidade.
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IV- NOÇÕES DE BIOMECÂNICA
Antes mesmo de passarmos à parte prática do aprendizado
específico da natação, é necessário uma abordagem simples de
alguns temas no sentido de melhorar o conteúdo teórico do
Professor, ampliando o nível de conhecimento e identificação dos
atos na aplicação dos recursos propiciando o desenvolvimento da
formação técnica.
Às vezes, algumas explicações aos alunos podem contribuir de
forma significativa e o Professor deve estar apto a responder aos
“porquês” proferidos por eles.
Muitos experts acreditam que antes de tentar uma nova tarefa e
durante as primeiras fases do aprendizado, deve haver mais ênfase
nos aspectos cognitivos, perceptivos e mecânicos do trabalho.
(Cratty,1984)
A ÁGUA
A água tem propriedades próprias e particulares.
Fonte natural de energia, a água tem várias propriedades físicas
que atuam de forma decisiva no comportamento do corpo humano
quando colocados nela.
A atuação e desenvoltura dos corpos e substâncias dentro e fora
do meio líquido reagem de forma completamente diferente.
Mesmo pelo fato do ser humano ter estado por cerca de nove
meses em meio líquido, quando de seu nascimento as coisas se
modificam em sua base.
A primeira e principal transformação é a adaptação à respiração.
Sob o ponto de vista pedagógico, são 3 as componentes que
fundamentam o ato de nadar, que ajustam o comportamento na
água: o equilíbrio, a respiração e propulsão.
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1. O EQUILÍBRIO:
Ao entrar na água, a força da impulsão impede o apoio no fundo
com a mesma estabilidade que na terra. Os problemas de
equilíbrio provocados por esta força e o tipo de apoios necessários
para as ações propulsivas determinam que os deslocamentos
tenham que ser efetuados em decúbito ventral (deitado de barriga
para baixo) ou em decúbito dorsal (deitado de barriga para cima),
proporcionando u equilíbrio horizontal.
Dentre as várias implicações ocorridas nesse ato, a mais
significativa diz respeito à respiração: é preciso tirar a cabeça da
água pelo fator limitante da função respiratória.
2. A RESPIRAÇÃO:
O domínio do controle respiratório é o principal fator de adaptação
ao meio líquido, independentemente de deslocar-se de forma
rápida ou mais lenta.
Ou seja, ao estar em um meio líquido a ação respiratória deixa
de ter uma ação involuntária (automática) e passa a ter uma ação
voluntária.
Para que os deslocamentos possam ser executados, é necessário
que haja o controle dos reflexos de defesa com a sincronia dos
momentos de respiração e deslocamento, já que não é possível
respirar em qualquer momento.
3. A PROPULSÃO:
Os movimentos dentro da água são muito mais difíceis de serem
executados do que fora dela. Um dos indicativos mensuráveis
dessa dificuldade encontra-se no fator de que a fricção da pele
na água é 790 vezes maior que no ar.
Com isso é fácil dimensionar que os movimentos realizados na
água têm um custo energético maior e são mais lentos.
Uma ação na água, proporcionada por movimentos de braços,
pernas e tronco proporcionará uma reação de deslocamento,
gerando uma força propulsiva.
Um movimento combinado desses movimentos provocará o
deslocamento horizontal na água.
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PORQUE UNS CORPOS FLUTUAM E OUTROS NÃO
É um erro vulgar e muito generalizado afirmar que o corpo humano
flutua por sua natureza e que basta não ter medo para poder
sustentar-se sobre a água.
Como a flutuação está sujeita à Lei de Arquímedes, a relação
entre os pesos específicos do corpo e do líquido é a única
determinante. Todos teríamos imensa facilidade de flutuar em um
recipiente de mercúrio e afundaríamos, mesmo sendo o melhor
nadador do mundo em outro de álcool, benzina ou éter.
PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
“Todo corpo mergulhado num fluido em
repouso sofre, por parte do fluido, uma
força vertical para cima, cuja intensidade é
igual ao peso do fluido deslocado pelo
corpo.”
Apesar da resistência natural da água multiplicar o esforço exigido
em um movimento, por mais simples que seja, segundo as leis da
física, a água responde na mesma intensidade a uma força aplicada
sobre ela, ou seja, a resistência oferecida pela água vai ser
proporcional à força do movimento. Sentimos esse efeito quando
submergimos em uma piscina ou quando mergulhamos um corpo
qualquer em um líquido. Você já deve ter percebido a existência
desta força ao tentar mergulhar, na água, um pedaço de madeira,
por exemplo. Essa força vertical dirigida para cima se denomina
empuxo do líquido sobre o corpo mergulhado.
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Sobre um corpo submerso atuam duas forças: seu peso, que é
vertical e para baixo e o empuxo, que também é vertical, porém
para cima. Podem ocorrer três casos:
1) Que o empuxo seja menor do que o peso. Nesse caso o
corpo afunda até o fundo. Isto acontece quando a densidade
do corpo é maior que a densidade do líquido (dc > dl).
2) Que o empuxo seja igual ao peso. Nestas condições o corpo
ficará em equilíbrio quando estiver totalmente mergulhado
no líquido. Isto acontece quando a densidade do corpo é
igual a densidade do líquido (dc = dl ).
3) Que o empuxo seja maior do que o peso. Nesse caso o
corpo sobe até à superfície e aflora em parte. Isto acontece
quando a densidade do corpo é menor que a densidade do
líquido (dc<dl ).
CAPACIDADE DE FLUTUAÇÃO
A capacidade de flutuação difere entre as pessoas.
Existe um teste simples para aferir a flutuabilidade (Carvalho,
1994):
Em uma piscina com pouca profundidade, no caso em que a
pessoa não saiba nadar, ela toma a forma agrupada (posição fetal)
e prende a respiração. Na medida em que ela se mantém nesta
posição, podemos observar:
- Flutuabilidade positiva: no caso em que o corpo flutua e parte
das costas se mantém à superfície.
- Flutuabilidade negativa: no caso em que o corpo afunda e os
pés tocam o fundo.
- Flutuabilidade neutra: se o corpo emergir com as costas -
submersas, a densidade do corpo é igual à densidade do líquido
em que está mergulhado.
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DENSIDADE
Densidade é a grandeza que dá a medida da concentração da
massa de uma substância num determinado volume. Define-se
densidade pela razão entre a massa da substância e o volume
correspondente. Quanto maior essa razão, maior a massa contida
num determinado volume, portanto maior a densidade da substância.
Assim sendo m a massa contida no volume V, a expressão
matemática da densidade d é: d = m/V. A unidade de densidade é
kg/m3, entretanto utiliza-se com muita freqüência o g/cm3 como
unidade prática.
De uma forma geral, o corpo humano tem uma densidade um
pouco menor que a da água (contém ar nos pulmões e nas vísceras
e gordura).
Podemos observar que as pessoas obesas têm mais dificuldadepara apanharem um objeto no fundo da piscina. Também podemos
observar, em grande parte dos casos, que as pessoas em flutuação
dorsal ou ventral têm as pernas afundadas, em função das grandes
massas musculares que são mais densas que a água.
Geralmente as mulheres têm menor densidade corporal que os
homens na medida em que possuem mais gordura corporal,
facilitando a flutuação.
Existe a possibilidade de que essa flutuabilidade maior seja
responsável por um dispêndio menor de energia para percorrer uma
mesma distância, em cerca de 30% menos que os homens.
(McCardle et.al.-1991).
A diferença do peso específico é, sem dúvida, muito efêmera e
basta uma profunda inspiração de ar para neutralizá-la e ainda,
superá-la. Os pulmões operam da mesma forma que as guelras
dos peixes, e por isso seu papel é essencial na natação.
Uma outra variável que influi na flutuação dos corpos é o meio
líquido onde o corpo é mergulhado. Por exemplo, a água do mar
tem um peso maior, ou seja, uma densidade maior que a água doce.
Em termos práticos, é mais fácil flutuar no mar que nas piscinas.
A flutuação é mais fácil na água do mar que na água de rio,
porque a água do mar tem uma densidade superior, em termos
médios, em cerca de 2,5%.
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 CONCEITOS:
- Densidade da água pura = 1000 kg/m³
- Densidade da água do mar = 1024 kg/m³
- Densidade do gelo = 920 kg/m³
- Densidade do ferro = 7700 kg/m³
- Densidade do corpo humano = 950 kg/m³
(criança – 860/m³) em inspiração
PESO HIDROSTÁTICO
PORCENTAGEM DE PESO HIDROSTÁTICO
Coeficiente das equações de regressão simples para o cálculo do
peso hidrostático do indivíduo em diferentes profundidades de água
a partir do peso corporal (X1) do indivíduo.
SEGMENTOS B0 B1 r s
TORN 0.0216560 0.97538121 0,316 0,243
JOEL - 1.9392850 0.91118262 0,995 0,743
QUAD - 18.3202251 0.83611268 0,998 1,819
UMBI - 11.2189132 0.63623014 0,957 1,361
XIFO - 8.6796315 0.45413941 0,940 1,158
OMBR - 4.3347624 0.23042802 0,712 1,607
PESC - 3.2734498 0.14317034 0,770 0,869
Pode-se através dos dados obtidos pelas equações de regressão
simples, conhecendo-se o peso corporal do indivíduo, calcular seu
peso hidrostático em determinada profundidade de água.
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UTILIZAÇÃO DA FÓRMULA DE KRUEL PARA CALCULAR O
PESO HIDROSTÁTICO
Tome-se como exemplo um indivíduo com peso corporal total de
60,2kg, para o qual se deseje calcular o peso hidrostático na
profundidade de água de: cicatriz umbilical, somente conhecendo-
se o peso corporal do indivíduo e usando-se as equações de
regressão simples, tem-se que:
Peso Hidrostático = PH
X1 = Peso total do indivíduo
PH umb = B0 + B1 . X1
PH umb = -11.2189 + (0.6362 . 60,2)
PH umb = 27,0804; ou seja, nesta profundidade o
indivíduo esta pesando apenas 27,08kg
VISCOSIDADE
A água é um meio líquido mais denso que o ar, e cria resistência
nos movimentos devido ao atrito com as moléculas d’água em nosso
corpo.
Princípio importante no trabalho para o fortalecimento da
musculatura.
Viscosidade se refere à magnitude da fricção interna específica
do fluido.
A água tem viscosidade intermediária entre os líquidos, mas ainda
apresenta muita resistência ao movimento. Sob condições de fluxo
turbulento, esta resistência aumenta como uma função logarítmica
da velocidade e dependente da forma e do tamanho do objeto.
A viscosidade torna a água um meio útil para treino de
fortalecimento, pois sua resistência aumenta à medida que mais
força é exercida contra ela, embora essa resistência caia a zero
instantaneamente com a cessação da força.
Os líquidos são definidos em parte pela viscosidade individual,
expressa quantitativamente sob a forma do coeficiente de
viscosidade, representado pela letra grega h (eta). Quanto maior o
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coeficiente, mais viscoso o líquido e maior a força requerida para
criar movimento dentro do líquido. Esta força é proporcional ao
número de moléculas de líquido postas em movimento e à velocidade
do seu movimento.
Esta força é representada pela fórmula: F = h. A V/l, onde A é a
área, l a profundidade e V a velocidade do movimento.
A viscosidade de um fluido é basicamente uma medida de quanto
ela gruda. A água é um fluido com pequena viscosidade. Coisas
como shampoo ou xaropes possuem densidades maiores. A
viscosidade também depende da temperatura. O óleo de um motor,
por exemplo, é muito menos viscoso a temperaturas mais altas do
que quando o motor está frio.
Um dos maiores técnicos de natação de todos os tempos, o
americano James Counsilman, em 1971, provou que um nadador é
capaz de se apoiar na água em função da separação do fluxo
produzida pela viscosidade.
Da mesma forma que a viscosidade auxilia na propulsão do
nadador, ela cria uma resistência impedindo seu avanço.
HABILIDADE MOTORA
INÍCIO E TRANSFERÊNCIA
As dificuldades de ambientação ao meio aquático têm influência
direta do comportamento adquirido em meio aéreo.
Passa, então, da importância da experiência aérea (aprendizagem
e destrezas efetuada fora da água) e sua transferência para a
aprendizagem da natação (aprendizagem e destrezas efetuadas
dentro da água).
Em uma visão ontogenética (desenvolvimento do indivíduo desde
a fecundação até a maturidade para a reprodução) são fundamentais
as manifestações anteriores e determinantes nas reações de
adaptação ao meio físico atual.
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Assim o bebê reage, quando colocado na água, a um nível reflexo
de acordo com o controle neuromotor dos padrões retidos conforme
sua própria evolução.
Conseqüentemente, é totalmente improdutivo solicitar da criança,
durante os 3-4 primeiros anos de vida, (especialmente nos primeiros
6 meses, cujo comportamento é comandado de forma reflexa), um
controle e comando segmentado de ações.
É durante o primeiro ano de vida que a motricidade “arcaica” vai
sendo substituída pela motricidade voluntária ou piramidal, a qual
forma a “vida socializada”, que atinge sua expressão máxima aos
5-6 anos em função das situações que lhe são propostas e
largamente condicionadas pelo envolvimento social.
Durante este período, de engatinhar, isto é, antes de andar de
forma autônoma, verificamos que o eixo céfalocaudal mantém uma
posição horizontal, fato que na água facilita, de certa forma, ao
deslocamento.
Por outro lado, tal deslocamento encontra-se limitado pelos
aspectos da evolução psicomotora, ao nível de tratamento e
elaboração das necessárias coordenadas à locomoção aquática.
Este fato, porém não impede a resolução do principal problema
relativo imersão total e que é a existência do “reflexo respiratório”
(bloqueio reflexo da glote, impedindo a inspiração de água),
possibilitando a experimentação em termos sensório-motores, das
características físicas da água.
Portanto, há uma influência genética do ser humano à água, pois
no período de gestação, no líquido amniótico, o feto “respira” através
do cordão umbilical e não bebe água, porque o bloqueio da glote é
instintivo.
Até os primeiros seis meses de vida esse instinto de sobrevivência
é mantido pelo bebê que depois perde essa capacidade.
No entanto, quando os primeiros contatos com a água acontecem
depois de aprender a andar, a transferência de comportamento
adquirido continua a existir com alguma dificuldade.
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
Agora, o eixo céfalocaudal já não está no plano horizontal. Da
mesma forma os órgãos de captação e tratamento das informações
(telereceptoras) já estão atuando para uma ação na horizontal.
Sob o ponto de vista motor (postural) a posição vertical adotada
pelo homem fora da água não favorece às alterações exigidas para
a aprendizagem no meio aquático (horizontal) e na utilização dos
membros superiores e inferiores que são solicitados ativamente na
locomoção e propulsão em uma posição e de maneira diferente.
Podemos ainda acrescentar a diferença entre os apoios (sólidos
no meio aéreo – móveis no meio aquático) e de aplicação de força
(constante no meioaéreo – aceleração no meio aquático) o que
dificulta também um controle imediato de movimentos.
É difícil precisar a idade ótima para se adaptar ao meio aquático,
na medida em que cada faixa etária o processo pedagógico assume
características próprias. De todas as formas, há o período crítico de
aprendizagem e, dentro disso, sugerimos que o período considerado
ideal seja até os 6 anos de idade.
APRENDER A NADAR
Quando ensinamos alguém a nadar, tentamos fazer a tarefa
transmitindo determinados padrões motores técnicos que visam
sempre um rendimento, isto é, o nadar de forma mais fácil e
econômica.
Podemos observar que as populações que vivem perto de rios,
mares ou lagos, seus habitantes possuem as mais variadas formas
de deslocamento aquático adquiridas por meio próprio. Expressando
de outra forma: essas pessoas nadam - ou seja, deslocam-se na
água sem a ajuda de objetos flutuantes.
Porem, podemos observar também, que essas formas de nadar
são empíricas. Normalmente, com a cabeça sempre fora da água,
imitando os animais, o que chamamos popularmente de “natação
de rio”, onde não se utiliza a respiração de forma correta.
Daí a importância do ensino da natação ser ministrado por
professores qualificados que, por meio de atividades lúdicas e
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exercícios educativos, transmitirão os fundamentos adequados ao
processo de aprendizado desde os primeiros movimentos na água.
Pelo fato do desconhecimento científico e aplicação de fatores
que provocam a economia de esforço físico objetivando o
deslocamento de forma mais rápida e fácil, esses indivíduos bem
como os que tiveram comprometimento com defeitos técnicos de
base terão seus caminhos obstruídos para atingir performances
elevadas.
Assim sendo, podemos afirmar que no processo de ensino-
aprendizagem da natação as “aquisições de base” são “aquisições
técnicas”, na medida em que as “aquisições de base” envolvem um
conteúdo científico aplicado de forma correta, que cada professor
tem o dever de conhecer e colocar em prática, através de uma
progressão pedagógica e didática.
Temos que partir do princípio que a natação – em seus primeiros
contatos – é uma situação aberta uma vez que tudo se passa de
forma imprevista para o ser humano.
Qualquer ação da água é incômoda e perturba o controle motor
- que deverá estar em constantes (re) adaptações.
Os constantes desequilíbrios, a sensação desagradável da água
nos olhos, nos ouvidos e na boca (o levar a mão ao rosto), a procura
insistente no apoio físico (borda da piscina, professor, companheiro,
etc.), são manifestações evidentes das alterações que a ação da
água provoca.
As dificuldades provocadas pela existência da água provocam,
ainda, um estudo diferente de adaptação dos apresentados no meio
aéreo, uma vez que a maioria dos movimentos se processa abaixo
do nível da água, o que impede a observação direta do executante.
Dadas as perturbações visuais, auditivas e cinestésicas nos
estágios inicias de adaptação, algumas ajudas pedagógicas ficam
limitadas em sua ação e que são auxiliados pelos recursos da
utilização de objetos flutuantes (placas, cintos, bolas, etc.) e não
flutuantes (objetos densos que se fixam no fundo), proporcionando
conforme os exercícios propostos, a análise dos aspectos
particulares e necessários do gesto técnico.
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
Esses comportamentos vão evoluindo conforme o “critério de
análise”, ou seja, das observações das capacidades iniciais. Essas
capacidades iniciais vão evoluindo e progressivamente transformam
a situação inicialmente aberta, para uma situação fechada.
Assim sendo, para que o indivíduo possa confrontar-se consigo
mesmo na água, será preciso que as condições objetivas de
segurança estejam garantidas e a condições subjetivas transpostas.
Na medida em que as alterações psicológicas fazem parte do
processo de forma relevante, o processo de ensino-aprendizagem
somente terá condições de seguir em frente de forma consciente
quando se ultrapassam as condições subjetivas.
Portanto, uma adaptação ao meio líquido bem feita é um caminho
seguro para que o aluno tenha uma melhor relação com a água e
aprenda a emergir, flutuar, respirar, coordenar os movimentos de
braço e perna com a respiração, incorporando em seu esquema
neuro-motor as “aquisições de base”.
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AS FASES DE ADAPTAÇÃO – NÍVEL I
ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO
A formação de um nadador passa por duas fases:
Fase I:
a) Mergulhar de olhos abertos
b) Deslizar ventral e dorsal
c) Deslocar-se na água sem auxílio de apoios fixos
d) Respirar ritmadamente
Fase II:
a) Equilíbrio – que passa do vertical para o horizontal – capacidade
de deslizar ventral e dorsalmente
b) Respiração – necessita de um novo automatismoque possibilite
respirar ritmadamente, fazendo a expiração no meio aquático
c) Propulsão – cuja resolução se expressa pela capacidade de
deslocamento no meio aquático com ausência de apoios fixos.
Fases de desenvolvimento do equilíbrio
• Entrada no meio aquático
Todo aluno ao ser confrontado pela primeira vez com uma grande
quantidade de água, se revela receoso para entrar e, em muita
ocasiões se recusa a fazê-lo.
Outros aspectos inibidores:
Reação negativa pela temperatura da água e hidrofobia –
possivelmente de traumatismos anteriores.
• Equilíbrio vertical com apoio das mãos
A força da impulsão, diminuindo a ação da gravidade, aliada à
resistência que a água provoca ao deslocamento, afetam a confiança
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
do principiante. Portanto, não será estranho se ele procurar por
apoios fixos, agarrando-se à borda da piscina, ao professor ou a
um companheiro para ganhar a necessária confiança.
• Equilíbrio vertical sem apoio das mãos
Logo que os apoios fixos das mãos são abandonados, mantêm-se
as reações de instabilidade características: braços levantados
procurando a todo momento a segurança dos apoios e deslocação
cautelosa e insegura.
• Tomada de consciência da força de impulsão
Diz o Princípio de Arquimedes: “Todo corpo mergulhado num líquido
sofre da parte desse líquido uma força de baixo para cima igual ao
peso do volume do líquido deslocado”.
• Equilíbrio horizontal (ventral/dorsal) com apoio das mãos
• Equilíbrio horizontal (ventral/dorsal) sem apoio das mãos
• Alterações de equilíbrio
• Equilíbrio em função das ações propulsivas
• Saltos
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CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUÁTICOS • CBDA
A QUALIDADE DO ENSINO NA NATAÇÃO
Quando falamos em aprender a nadar, queremos dizer que o
ensino da natação, nos dias de hoje, é o aprendizado das diversas
técnicas utilizadas na natação competitiva. Isto vale dizer: o
aprendizado do nado livre, do nado de costas, do nado de peito e
do nado de borboleta.
A atuação de um professor de Natação, em busca da qualidade
do ensino na natação se compõe em sua maior parte, de dois tipos
de aspectos principais: TÉCNICOS (conteúdo), por quanto se
pretende a correta realização de gestos, habilidades, destrezas e
estilos básicos, que é o primordial objetivo do ensino, e DIDÁTICOS
(forma) porque o caminho do conhecimento deve fazer-se seguindo
métodos e sistemas que melhores resultados têm demonstrado, e
portanto, se mostram mais eficazes.
Porém, existem outros fatores, que embora não pertençam
estritamente ao mundo da ciência, são igualmente importantes
porque se relacionam com o dia a dia, com a conduta, com a
experiência e com a atitude do professor.
O ensino da natação é um processo de comunicação. O professor
é, portanto, um comunicador, um emissor de conhecimentos
técnicos. Sua inquestionável autoridade na matéria e sua condição
de produtor de mensagens lhe convertem no principal centro de
atenção, muitas vezes mais que a própria atividade e tal circunstância
lhe obriga a cuidar de uma série de aspectos, que se não são a
essência da mensagem, fazem com que esta se transmita e seja
recebida em melhores ou piores condições.
Referimo-nos a: imagem pessoal, atitude, estado de ânimo,
aspectofísico, gestos, hábitos, roupas de trabalho, o olhar, a voz,
etc...
A responsabilidade do professor compreende todos os aspectos
concernentes à sua atividade. A tudo que diz respeito ao seu local
de trabalho.
O professor, com suas atitudes, hábitos, condutas, etc... deve
representar e transmitir o conceito do desporto saudável em sua
globalidade, que vai além da mera prática da Natação.
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
Tudo o que se refere à aula, deve estar previsto e preparado
com suficiente antecipação. A planificação, a programação (anual,
mensal, semanal, por níveis, etc...), material, avaliação de resultados,
provas de nível, organização da piscina, normas de uso, etc...
Fazendo com que a improvisação seja um recurso extremo, uma
exceção e não uma prática habitual.
O lugar de trabalho do professor de natação é a borda da piscina
ou dentro d´água, o mais próximo dos alunos.
A entrada do professor na água é necessária, porque traz as
seguintes vantagens:
- É útil como ajuda ao alunos;
- Dá confiança aos alunos;
- Reforça a imagem e valorização do professor;
- A imagem visual, através das demonstrações técnicas,
é um elemento de grande ajuda ao aprendizado.
A atenção ao aluno é o ponto principal do processo de
aprendizagem. O aluno é a razão de ser do processo de ensino e é
a pessoa que torna possível e justifica o salário do professor.
Deve ser dado um tratamento igualitário a todos os alunos, sem
preferências e privilégios. Nenhum aluno deve se sentir discriminado
ou subestimado. Há que ser honesto com o aluno. Não enganá-lo,
nem prometer coisas impossíveis. Devemos fazê-lo ver suas próprias
limitações, sem lhe dar falsas expectativas.
O professor não deve se conformar com o normal ou a
mediocridade.
Deve pretender fazer seu trabalho bem feito, com exigências de
qualidade.
Deve buscar ótimas condições de trabalho e os melhores
resultados possíveis. Isto representa um alto grau de exigência
consigo mesmo e um grande apreço pelo aluno, ou o que é o mesmo,
um autêntico compromisso profissional.
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CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUÁTICOS • CBDA
CONDUTAS INCORRETAS A EVITAR
1. Dar aulas sentado.
2. Olhar constantemente o relógio.
3. Estar mais preocupado com outras coisas, do que
com os alunos.
4. Ter a cara aborrecida. Bocejar. Parecer cansado e
enfadado.
5. Abandonar a aula a pequenos intervalos.
6. Começar a aula atrasado ou terminá-la antes do
tempo.
7. Rir do aluno, seja de seu aspecto físico ou técnico.
8. Estar passivo, não explicar, nem corrigir o aluno.
9. Estar ausente, sem fixar-se na aula.
10. Falar burocraticamente. Repetir sempre o mesmo.
11. Ser superficial, sem aprofundar os conhecimentos.
12. Dirigir-se a poucos alunos, seja nas correções ou
nas explicações.
13. Parecer sujo ou desasseado. Cheirar mal. Ter mau
hálito.
14. Comer, beber, fumar, etc ... Durante a aula.
15. Falar com outras pessoas durante a aula.
16. Executar tarefas não compatíveis com a aula.
17. Premiar ou castigar injustamente.
18. Ser insensível às limitações dos alunos.
19. Não reconhecer o esforço dos alunos.
20. Ficar de costas para a turma.
Estas condutas incorretas são observadas no dia-a-dia e
devemos evitá-las, se pretendemos um ensino de Natação
com qualidade.
QUALIDADE é uma atitude pessoal diante da vida, uma forma
de comprometimento, que define a postura do Educador.
Trabalhar com exigência de qualidade é ter responsabilidade e
consciência do papel que um EDUCADOR cumpre na sociedade.
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CURSO DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
 ETAPA AULA OBJETIVO/DESENVOLVIMENTO
1. Sentados na borda com os pés na água, fazer movimentos com os pés.
2. Imitar sapinho, fazendo bolinhas dentro dágua 
3. Fazer gangorra, sentando o bum-bum no fundo da piscina.
4. Caça ao tesouro, pegando objetos no fundo da piscina.
5. Contar os dedos do professor dentro dágua.
6. Submarino - deslocar como submarino com os olhos abertos
7. Peixinho barrigudo - flutuar em decúbito dorsal
2 DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE DE EXPIRAR NO MEIO AQUÁTICO
1. Bater pernas com as mãos na borda, braços estendidos.
2. Elevador - segurando na borda, submergir soltando o ar pelo nariz, ao emergir pegar o ar 
pela boca.
3. Super-homem - dando impulso na borda, com os braços à frente, deslizar como o Super-
homem.
4. Tubarão - Mãos acima da cabeça, deslizar como um tubarão.
5. Peixe-espada - mesmo exercício anterior com um dos braços estendidos à frente. A outra 
mão colada na coxa.
6. Torpedo - Mãos na coxa, impulso na borda, deslizar como um torpedo.
7. Avião - Braços estendidos ao lado como asas de avião, deslizar mantendo o rosto dentro 
dágua.
3 DESENVOLVIMENTO DO EQUILÍBRIO HORIZONTAL (JOGOS DE ADAPTAÇÃO)
1. Peixe barrigudo - Boiar com a palma da mão ao lado da coxa para ajudar a sustentação do 
corpo na flutuação.
2. Estrela - O lhando para o céu, braços e pernas afastados, buscando o ponto de equilíbrio no 
quadril.
3. Batman - deslizar com os braços à frente, queixo no peito.
4. Deslizes - com impulso na borda, braços à frente, procurar deslocar-se o mais longe 
possível.
4 DESENVOLVIMENTO DO DESLIZE VENTRAL + DESENVOLVIMENTO DA EXPIRAÇÃO
1. Bater pernas na borda, cabeça entre os braços com expiração.
2. Exercícios de deslises com batida de pernas., com batida de pernas e expiração.
3. Super-homem - dando impulso na borda, com os braços à frente, deslizar como o Super-
homem., com batida de pernas e expiração
4. Tubarão - Mãos acima da cabeça, deslizar como um tubarão., com batida de pernas e 
expiração
5. Peixe-espada - mesmo exercício anterior com um dos braços estendidos à frente. A outra 
mão colada na coxa, com batida de pernas e expiração.
6. Torpedo - Mãos na coxa, impulso na borda, deslizar como um torpedo, com batida de 
pernas e expiração.
7. Avião - Braços estendidos ao lado como asas de avião, deslizar mantendo o rosto dentro 
dágua, com batidas de pernas e expiração.
8. Cabeça apoiada na água, olhando na direção dos pés, com as mãos em palmateio, deslocar-
se batendo pernas de costas.
5 DESENVOLVIMENTO DO DESLIZE VENTRAL ASSOCIADO À EXPIRAÇÃO
1. Bater pernas na borda, cabeça entre os braços, colocando o queixo no ombra de maneira 
alternada (lado esquerda e lado direito) com expiração.
2. Deslocamento - com impulso na borda, deslocar-se batendo pernas com movimento 
respiratório
3. O mesmo exercício anterior, com apenas um dos braços à frente e o outro braço estendido 
ao longo da coxa, bater pernas com movimentos respiratórios.
4. Variação - Exercício anterior na posição de costas.
6 DESENVOLVIMENTO DO DESLIZE + DESENVOLVIMENTO DA EXPIRAÇÃO
REFORÇO DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS NAS AULAS ANTERIORES COM MOVIMENTOS 
RUDIMENTARES DE BRAÇADAS.
Mãos apoiadas nas bordas, batimento de pernas, executar o movimento da braçada de crawl 
apenas de um lado.
7 DESENVOLVIMENTO DO DESLIZE DORSAL + DESENVOLVIMENTO DA EXPIRAÇÃO
exercícios
REFORÇO DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS NAS AULAS ANTERIORES COM MOVIMENTO 
SRUDIMENTARES DE BRAÇADAS.
8
DESENVOLVIMENTO DO DESLIZE VENTRAL COM EXPIRAÇÃO ASOCIADO AO 
BATIMENTO DE PERNAS ALTERNADO
exercícios EXERCÍCIOS ANTERIORES COM O AUXÍLIO DA PRANCHA
exercícios
exercícios
exercícios
exercícios
exercícios
II
I
1 DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE DE MERGULHAR A CABEÇA E ABRIR OS OLHOS
exercícios
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