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Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Patologia LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA 97105-900 Santa Maria, RS Telefone (55) 3220-8168. Fax (55) 3220-8284 http://www.ufsm.br/lpv INSTRUÇÕES PARA A DESCRIÇÃO DE LESÕES MACROSCÓPICAS EM DIAPOSITIVOS TIPOS DE DIAGNÓSTICO MACROSCÓPICO O patologista deve ser capaz de usar uma variedade de maneiras de comunicar o diagnóstico de uma lesão. Há vários modos de fazer isso, com os quais você deve ter familiaridade. A. Diagnóstico morfológico. É um resumo da lesão, mas geralmente não descreve o que está causando a lesão (exemplo: enterite granulomatosa, difusa, acentuada). B. Diagnóstico etiológico. Este tipo de diagnóstico restringe-se a indicar apenas duas coisas - o local e o agente causador da lesão (exemplo: enterite micobacteriana). C. Etiologia. Esse tipo de diagnóstico indica apenas o agente causador. Pode ser denominado também como causa, agente causador ou agente etiológico. Não implica em colocar o nome do órgão, a distribuição da lesão ou qualquer outro tipo de informação (exemplo: Mycobacterium paratuberculosis). D. Nome da doença. Nesse tipo de diagnóstico é necessário que se coloque o nome de uso comum da doença (exemplo: Doença de Johne}. COMO FORMULAR UM BOM DIAGNÓSTICO MORFOLÓGICO Um diagnóstico morfológico deve apresentar, no mínimo, três componentes: 1) o órgão em questão (exemplo: fígado, hepatite, hepático, etc.), 2) a interpretação do processo (exemplo: piogranulomatosa, necrosante, etc.) e 3) a sua distribuição (focal, difusa, etc.). Embora a inclusão de outros componentes seja aceitável e possa ajudar grandemente no diagnóstico morfológico, em muitos casos eles não são exigidos. 1. Órgão. Há várias maneiras de acomodar o nome do órgão em seu diagnóstico morfológico. Você pode usar o substantivo (exemplo: Pulmão: piogranulomas, multifocais, moderados) ou o adjetivo (exemplo: piogranulomas pulmonares multifocais) ou mesmo como parte do próprio processo (pneumonia piogranulomatosa multifocal). Pode-se usar qualquer uma dessa maneiras, mas certifique-se que o nome do órgão foi incluído no diagnóstico morfológico. 2. Distribuição. a. Focal - apenas uma lesão. b. Multifocal - lesões múltiplas distribuídas pelo órgão separadas por tecido não afetado. c. Multifocal a coalescente - lesões múltiplas que se juntam criando lesões ainda maiores. d. Difusa - envolvimento total de um tecido. e. Disseminada - numerosos pequenos focos distribuídos por uma grande área ou por vários órgãos ou tecidos. f. Transmural - abrangendo todas as camadas de um órgão oco. g. Unilateral/bilateral/bilateralmente simétrica - auto-explicativos. h. Aleatória - não obedece a nenhum padrão anatômico. 3. Tipos de inflamação. a. Purulenta/supurativa b. Granulomatosa c. Hemorrágica d. Necrosante e. Proliferativa f. Linfocítica/plasmacítica g. Catarral h. Ulcerativa i. Fibrinosa 4. Outros termos descritivos que podem ser usados. a. Relacionados à duração (aguda, subaguda, crônica) b. Intensidade (leve, discreta, moderada, acentuada) 5. "Cons”. Ocasionalmente as lesões macroscópicas são resultados de mais de um evento que se combinam para criar o quadro morfológico final (exemplo: erisipelas: vasculite cutânea multifocal com infarto dérmico. O evento principal nesse caso é a vasculite dos vasos da derma que resulta em infartos observáveis no cadáver do porco). 6. Exceções. Há certamente muito poucas exceções para o diagnóstico morfológico de três termos: a. Neoplasias: O diagnóstico morfológico de uma neoplasia é o nome da neoplasia mais o órgão onde ela está localizada: 1. Linfossarcoma renal 2. Carcinoma de células escamosas das tonsilas 3. Hemangiossarcoma esplênico b. Certas condições podem ser resumidas numa só palavra. Esses termos combinam usualmente o processo com a sua localização ou podem, alternativamente, descrever um processo generalizado. 1. Meningoencefalocele 2. Palatosquise 3. Ciclopia c. Quando em dúvida, dê tanto o diagnóstico morfológico apropriado quanto o nome da entidade entre parênteses 1. Aplasia epitelial focalmente extensa (epitheliogenesis imperfecta) 2. Endometrite supurativa difusa acentuada (piometra). d. Finalmente, evite usar certos termos que gozam atualmente de popularidade, mas cujas definições podem variar significativamente entre patologistas. É melhor empregar esses termos entre parênteses após o diagnóstico morfológico. 1. Regeneração hepática macronodular difusa (cirrose) 2. Necrose tubular renal difusa (nefrose). ______________________________________________________________________________ Laboratório de Patologia Veterinária (LPV-UFSM), 2006 – Todos os direitos reservados. http://www.ufsm.br/lpv ______________________________________________________________________________
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