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REVISÃO 1-Minotauro, empresário milionário, celebrou contrato de doação com seu amigo de infância Aquiles. Através do referido contrato Minotauro doou para Aquiles uma pequena propriedade imóvel, onde ele pudesse organizar seu comitê eleitoral, já que pretende se candidatar nas próximas eleições municipais, dando a ele 15 dias úteis para declarar se aceita ou não. a) Aponte as características do contrato de doação entabulado entre os dois amigos: b) Trata-se de doação não sujeita a encargo, sendo que o doador fixou prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade. Se Aquiles, ciente do prazo, não a fizer, o que acontecerá? a) O contrato de doação em tela é: gratuito, unilateral e de caráter pessoal. b) Se não a fizer, a doação será aceita, com base no art. 539. CC Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. 2- O professor Antônio José começou a aula de Direito Civil III com a seguinte afirmação: - A vontade é um dos principais elementos para a formação dos contratos. Deve ser valorizada. Porém dentro de toda a lógica normativa que envolve os deveres e obrigações contratuais. Assim o contrato se tornou um instituto funcionalizado, isto é, uma vez não cumprida a sua função, não possui efeitos jurídicos. Nesse contexto a autonomia de vontade das partes dentro da relação negocial existente está condicionada ao cumprimento da função social. A seguir, o professor colocou as seguintes perguntas no quadro: a) Quais as condições de validade do contrato? b) O que significa e qual a relevância da autonomia da vontade das partes numa relação contratual? c) O que vem a ser a função social do contrato? RESPOSTA a) A validade do contrato exige, precipuamente, acordo de vontades e também todo o previsto no artigo Agente capaz: aptidão de alguém para exercer por si os atos da vida civil. Os artigos 3º e 4º do Código Civil excluem certas pessoas desta capacidade, considerando-os absolutamente incapazes e relativamente incapazes. Objeto lícito, determinado e possível: o objeto do contrato deve ser aquele não proibido por lei, possível de ser individualizado para distinção entre outros e apto a ser o motivo do contrato. Forma prescrita ou não defesa em lei: há casos em que a lei determina forma especial aos contratos, que se desobedecida, os tornam nulos de pleno direito. Para aqueles casos em que há liberdade de forma, as partes devem agir sempre de boa-fé, em conformidade com a lei. b) Este princípio consiste basicamente na liberdade conferida às partes contratantes, de criarem relações jurídicas, de acordo com suas intenções e necessidades, desde que obedeçam às regras impostas pela lei. Silvio Rodrigues afirma: ?O Princípio da Autonomia da Vontade consiste na prerrogativa conferida aos indivíduos de criarem relações na órbita do direito, desde que se submetam as regras impostas pela lei e que seus fins coincidam como o interesse geral, ou não o contradigam.? (RODRIGUES, Silvio. Dos Contratos e das declarações unilaterais de vontade. São Paulo: Saraiva, 2007, p.15). c) A Função Social do contrato é um dos instrumentos utilizados para se alcançar a solidariedade social estampada no texto constitucional. A ânsia da sociedade por cooperação, justiça, dignidade, igualdade e demais direitos baseados na moral e na ética, fazem com que o Estado Social de Direito determine a primazia do interesse social sobre o individual, obrigando os indivíduos a circularem riquezas de forma harmônica com os interesses da sociedade e a busca da solidariedade. Caso Concreto 2- Caio ajuizou uma demanda buscando o ressarcimento de danos materiais e morais advindos da perda da propriedade de dois lotes de terra urbanos adquiridos da empresa “Da Terra Ltda.", no ano de 2004, decorrentes da evicção. Alega Caio que, tão logo se imitiu na posse dos bens adquiridos, foi deles retirado por credor do alienante. O credor do alienante apresentou escritura particular demonstrando que os lotes que Caio acabara de adquirir lhe foram entregues em dação em pagamento. Cons iderando os dados fornecidos, esse pedido será julgado procedente ou improcedente? Por quê? Fundamente sua resposta. A ação é IMPROCEDENTE. O fato narrado não se enquadra como evicção, eis que a perda do bem imóvel não se deu por sentença judicial nem por ato administrativo. Tal fato não afasta a possibilidade de o evicto ajuizar ação de indenização contra o alienante do bem, desde que, obviamente, comprove que diligenciou juntos aos registros públicos a fim de saber sobre a vida do imóvel, demonstrando, assim, a sua boa-fé. Ademais, cabe referir que a dação em pagamento se encaixa tanto em bem móvel como imóvel, assim como a evicção. De outro norte, esta deriva de lei, não sendo necessário que conste expressamente do contrato, ao contrário do que acontece quando há sua exclusão, diminuição ou reforço. A título de curiosidade, os dois 1ºs casos não podem ser inseridos em contratos que não sejam paritários, havendo a nulidade de tal cláusula. 3- Caso Concreto (CESPE-DPE-Adaptado) Em 19/12/2012, Elias, divorciado, e sua irmã, por parte de pai, Joana, solteira, procuraram a DP para saber o que poderia ser feito a respeito da venda de um imóvel urbano, realizada pelo pai de ambos, Aldair, a seu neto, Miguel, filho de Cláudio, irmão dos assistidos, o qual havia passado a residir no imóvel com o pai alienante após a morte da companheira deste, Vilma. Afirmaram que não haviam consentido com a venda, muito embora dela tivessem sido notificados previamente, sem que, contudo, apresentassem qualquer impugnação. A alienação consumou-se em escritura pública datada de 18/10/2002 e registrada no dia 11/11/2002. Considerando aspectos relativos a defeitos, validade, invalidade e nulidade do negócio jurídico, com referência à situação hipotética acima descrita, que é necessário para sua an ulação?. Sugestão de gabarito: para que a compra e venda de Aldair a Miguel possa ser anulada, é necessária a configuração de simulação, consistente em doação disfarçada ou, alternativamente, a demonstração de prejuízo. 4- Em determinado contrato, o fiador renunciou expressamente ao benefício de ordem. O credor está executando o contrato em razão da dívida não paga requerendo a penhora de imóvel de propriedade do fiador, apesar do devedor ser proprietário de diversos imóveis . O advogado do fiador fez a seguinte afirmação: - “o fiador somente possui o direito de exigir que sejam executados, primeiramente, os bens do devedor se houver bens sitos no mesmo município na qual foi celebrado o contrato de locação, livres e desembargados” . Este advogado está certo ou errado? Fundamente sua resposta. : Está errado, pois a renúncia ao benefício de ordem é lícita e permitida pelo Código Civil brasileiro e na medida em que o fiador renunciou ao benefício de ordem, poderá ter seus bens penhorados em primeiro lugar, sim. (Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador: I - se ele o renunciou expressamente;)
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