Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL CENTROIDES E MOMENTOS DE INÉRCIA Pedro Sanderson pedrosanderson88@gmail.com Fortaleza 2020 Centro de Gravidade • Na Mecânica Geral, considera-se que a força gravitacional que atua sobre um corpo rígido pode ser representada por uma força única W. • Entretanto, um corpo é composto de uma quantidade infinita de partículas com peso dW. 2 • Esses pesos formarão um sistema de forças aproximadamente paralelas cuja resultante é o peso total W que pode, em alguns problemas, ser representada passando por um único ponto, chamado CENTRO DE GRAVIDADE G. Centro de Gravidade • Considerando a placa ao lado, podemos dividi-la em n elementos de peso ΔWi com coordenadas xi e yi em relação a um ponto fixo O. • O peso total da placa é dado por: • Fazendo uma equivalência entre os momentos em torno dos eixos: 3 iWW iiG iiG WyWy WxWx Centro de Gravidade • Se fizermos ΔWi → 0, temos: • Portanto, as coordenadas do centro de gravidade são dadas por: 4 dWyWy dWxWx dWW G G dW dWy y dW dWx x GG Centro de Gravidade • As mesmas coordenadas são obtidas, caso se deseje determinar as coordenadas do centro de gravidade de uma linha homogênea de seção transversal constante. 5 dW dWy y dW dWx x GG Centro de Massa • Para se realizar um estudo dinâmico de um corpo é importante se conhecer o seu CENTRO DE MASSA M. • Fazendo dW = g dm nas expressões anteriores e supondo que a constante gravitacional g não varia, temos que: • Para finalidades práticas em engenharia, o centro de massa de um corpo coincide com o seu centro de gravidade. 6 dm dmy y dm dmx x MM Centroide de um Volume • Se o corpo é feito de material homogêneo, sua massa específica ρ será constante e um elemento de volume diferencial dV possuirá massa dm = ρ dV. Com isto, o CENTROIDE DO VOLUME de um corpo é definido por: 7 dV dVx xV dV dVy yV Centroide de uma Área • Se o corpo é prismático (espessura constante), de modo que dV = t dA, podemos definir o CENTROIDE DE UMA ÁREA C como: 8 dA dAx x dA dAy y Momento Estático • As integrais nos numeradores das expressões anteriores são conhecidas na literatura como MOMENTOS DE PRIMEIRA ORDEM ou MOMENTOS ESTÁTICOS DE UMA ÁREA: • Se a posição de um eixo coincidir com o centroide de um corpo, o momento estático em relação a este eixo será nulo. 9 AydAyQAxdAxQ xy • Para cada elemento de área dA e abscissa x em torno do eixo y, existe um outro equivalente de área dA’ de abscissa –x. • O momento de primeira ordem em relação a um eixo de simetria é nulo e, portanto, o centroide da figura está localizado neste eixo. Simetria 10 • Se uma área tiver dois eixos de simetria então o centroide C da forma geométrica passa pela interseção destes eixos. • Determinação imediata de centroides de triângulos equiláteros, retângulos, círculos e elipses. Simetria 11 12 Exemplo 1 Calcule os momentos de primeira ordem e determine a posição do centroide do triângulo compreendido entre x = 0 e x = b abaixo. 13 Exemplo 2 Calcule os momentos de primeira ordem e determine a posição do centroide da figura abaixo. Expresse o resultado em termos de a e h. Centroide de uma Linha • O CENTROIDE C de uma linha é definido como: • Aqui, o comprimento do elemento diferencial é dado pelo teorema de Pitágoras, dL² = dx² + dy², portanto: 14 15 Exemplo 3 Determine a posição do centroide do arame abaixo. Considere que a = 2, b = 1. 16 Exemplo 4 Determine a posição do centroide do arame abaixo. Centroide de Formas Usuais 17 Centroide de Formas Usuais 18 Centroide de Formas Usuais 19 Áreas Compostas • Existem muitas situações em que a geometria analisada pode ser dividida em formas usuais. 20 Áreas e Linhas Compostas • Uma vez que a posição do centroide das partes for de fácil identificação, o centroide da geometria completa pode ser determinado substituindo o operador integral por um somatório finito: • A mesma ideia se aplica para linhas: 21 n i i n i ii A Ay A Ax dA dAx A Q x 1 1 n i i n i ii A Ax A Ay dA dAy A Q y 1 1 Áreas Compostas • É preciso ter cuidado para se atribuir o sinal correto ao momento de primeira ordem de cada área. • Uma superfície cujo centroide estiver à esquerda do eixo y terá Qy negativo. • Na presença de furos a área vazia é negativa, uma vez que a mesma é retirada da geometria. 22 23 Exemplo 5 Determine a posição do centroide das figuras planas abaixo. 24 Exemplo 6 Determine a posição do centroide das figuras planas abaixo. Teoremas de Pappus Guldinus • Se girarmos uma curva plana em torno de um eixo que não intercepte a curva, a área da superfície de revolução será gerada. • 1º Teorema de Pappus e Guldinus: • “A área da superfície de revolução é igual ao produto do comprimento da curva de geração pela distância trafegada pelo centroide da curva na geração da área da superfície”. 25 Teoremas de Pappus Guldinus • A área da superfície da figura é formada girando-se a curva de comprimento L em torno do eixo horizontal x. • A = área da superfície de revolução; θ = ângulo de revolução medido em radianos, θ ≤ 2π; ̅r = distância perpendicular do eixo de revolução ao centroide da curva de geração; L = comprimento da curva de geração. 26 Teoremas de Pappus Guldinus • Um volume pode ser gerado pelo giro de uma área plana em tomo de um eixo que não intercepte a área. • 2º Teorema de Pappus e Guldinus: • “O volume de um corpo de revolução é igual ao produto da área de geração pela distância trafegada pelo centroide da área na geração do volume”. 27 Teoremas de Pappus Guldinus • O volume do sólido de revolução da figura é formado girando- se a área A em torno do eixo horizontal x. • V = volume do sólido de revolução; θ = ângulo de revolução medido em radianos, θ ≤ 2π; ̅r = distância perpendicular do eixo de revolução ao centroide da área de geração; A = área de geração. 28 Teoremas de Pappus Guldinus • FORMAS COMPOSTAS: • Também podemos aplicar os dois teoremas a linhas ou áreas que são compostas de uma série de partes combinadas. Nesse caso, a área da superfície total ou volume gerado é a adição das áreas da superfície ou volumes gerados por cada uma das partes combinadas. Se a distância perpendicular do eixo de revolução ao centroide de cada parte combinada for ̅r então: 29 30 Exemplo 7 Determine a área da superfície e o volume do sólido de revolução obtido a partir da seção transversal a seguir. Considere 1 in = 25 mm. 31 Exemplo 8 O tanque de processamento é usado para armazenar líquidos durante a manufatura. Estime o volume do tanque e a área de sua superfície. O tanque tem um topo plano e uma parede fina. Considere 1 in = 25 mm. Cargas Distribuídas em Vigas • Consideremos uma viga que suporta um carregamento distribuído w = w(x) ao longo de seu comprimento L. • A intensidade da resultante deste carregamento em um comprimento dx é dW = w dx. Assim, a força resultante, equivalente à carga w é: 32 A dAdxwW Cargas Distribuídas em Vigas • A carga resultante W deve ser aplicada em um ponto P, tal qual provoque as mesmas reações de apoio que w = w(x). • O ponto de aplicação P da carga resultante W será obtido igualando o momento gerado por W em relação ao ponto O à soma dos momentos das cargas infinitesimais dW: 33 A dAxdWxWx A A dA dAx dW dWx x O ponto de aplicação da força resultante está localizado no centroide da área que representa o carregamento distribuído w = w(x). 34 Exemplo 9 Determine as reações de apoio nas vigas abaixo. 35 Exemplo 10 Determine as componentes horizontal e vertical da reação nopino A e a força no cabo BC. Despreze a espessura dos membros. 36 Exemplo 11 Determine a distância a de modo que as reações de apoio sejam iguais. Qual o valor destas reações? Carregamento Distribuído Geral • Considere a placa plana mostrada na figura, que está sujeita à carga definida por p = p(x, y). • Conhecendo essa função, podemos determinar a força resultante FR atuando sobre a placa e sua localização. 37 A intensidade da força resultante é igual ao volume total sob o diagrama do carregamento distribuído. Carregamento Distribuído Geral • A localização de FR é determinada fazendo-se os momentos de FR iguais aos momentos de todas as forças diferenciais dF em relação aos respectivos eixos y e x. 38 A linha de ação da força resultante passa pelo centroide do volume sob o diagrama do carregamento distribuído. Pressão de Fluidos • De acordo com a lei de Pascal, um fluido em repouso cria uma pressão p em um ponto que é a mesma em todas as direções. • A intensidade de p, medida como uma força por área unitária, depende do peso específico γ (ou massa específica ρ) do fluido e da profundidade z do ponto a partir da superfície do fluido. • Esta relação pode ser expressa matematicamente como: • Essa equação é válida apenas para fluidos que são considerados incompressíveis, como no caso da maioria dos líquidos. 39 Pressão de Fluidos 40 • É possível determinar a força resultante causada por um líquido e especificar sua localização na superfície de uma placa submersa. Placa Plana de Largura Constante • A distribuição de pressão pela superfície da placa é representada por um volume trapezoidal de intensidade p1 = γz1 na profundidade z1 e p2 = γ z2 na profundidade z2. 41 • A intensidade de FR é igual ao volume desse diagrama de carga e tem uma linha de ação que passa pelo ponto P, chamado Centro de Pressão. Placa Plana de Largura Constante • Como a placa tem uma espessura constante, a distribuição de carga também pode ser vista em duas dimensões. 42 • A intensidade de carga é medida como uma força por unidade de comprimento e varia linearmente de w1 = bp1 até w2 = bp2. A intensidade de FR nesse caso é igual à área trapezoidal tem uma linha de ação que passa pelo centroide da área C. Placa Curva de Largura Constante • A pressão atuando normal à placa muda continuamente de intensidade e direção. 43 • Determinar a intensidade de FR e sua localização P é mais difícil do que para uma placa plana. • O método de cálculo requer a separação das componentes horizontal e vertical de FR. Placa Curva de Largura Constante 44 O carregamento distribuído sobre a placa pode ser representada por uma carga equivalente. Para determinar a posição do Centro de Pressão P, faz-se ΣM = 0 em relação a algum ponto conveniente. FR = FAB + FAD + Wf Wf = γbABDA Placa Plana de Largura Variável • Se considerarmos a força dF atuando sobre a faixa de área diferencial dA, paralela ao eixo x, então sua intensidade é dF = p∙dA. Como a profundidade de dA é z, a pressão no elemento é p = γ∙z, dF = γ∙z∙dA e, portanto: 45 A força resultante atuando sobre qualquer placa plana é igual ao produto da área da placa pela pressão na profundidade do seu centroide C’ (≠ P). 46 Exemplo 12 A barragem de concreto por “gravidade” é mantida por seu peso próprio. Determine o fator de segurança contra o tombamento em torno do ponto A se x = 2 m. O fator de segurança é definido como a razão do momento de estabilização dividido pelo momento de tombamento. Considere ρconc = 2500 kg/m³ e ρw = 1000 kg/m³. 47 Exemplo 13 A barragem de concreto por “gravidade” é mantida por seu peso próprio. Se a densidade do concreto é ρconc = 2500 kg/m3, e a água tem uma densidade de ρw = 1000 kg/m3, determine a menor distância d em sua base que impedirá que a barragem tombe em torno de sua extremidade A. A barragem tem uma largura de 8 m. 48 Exemplo 14 Determine a massa do contrapeso A se a comporta de 1 m de largura está prestes a abrir quando a água está no nível mostrado. A comporta é articulada em B e mantida pelo anteparo liso em C. A densidade da água é ρw = 1000 kg/m3. Se a massa do contrapeso em A for 6500 kg, determine a força que a comporta exerce sobre o anteparo liso em C. Momento de Inércia • Também chamado de momento de segunda ordem. • Aplicações em problemas de flexão de barras. 49 0 0 2 2 dAxI dAyI y x • Os momentos de inércia de uma área são definidos pelas seguintes expressões: Momento Polar de Inércia • Outra propriedade geométrica de grande importância, em relação a problemas de torção de eixos e em problemas relativos à rotação de placas, é o momento polar de inércia, definido por: 50 yxO IIdArJ 2 Raio de Giração • O raio de giração de uma área em relação a um eixo tem unidades de comprimento e é uma quantidade normalmente usada para projetos de colunas. • Está associado à esbeltez deste tipo de elemento estrutural. • Por definição: 51 ೣ ೀ Cálculo por Integração • Formas de cálculo dos momentos de inércia por integração: • Para calcular Ix, é escolhida a faixa paralela ao eixo x, de tal modo que todos os pontos que formam a faixa estejam à mesma distância y do eixo x. • A mesma ideia é usada para escolher a faixa para o cálculo de Iy. 52 Exemplo 15 Determine os momentos de inércia de um retângulo em relação aos eixos x e y. 53 Exemplo 16 Determine o momento de inércia do triângulo abaixo em relação ao eixo x. 54 Exemplo 17 Determine o momento polar de inércia do círculo abaixo e, em seguida, calcule os seus momentos de inércia. 55 Tabela de Momentos de Inércia 56 Tabela de Momentos de Inércia 57 Teorema dos Eixos Paralelos • Consideremos o momento de inércia Ix de uma superfície de área A em relação a um eixo AA’. Seja y a distância de um elemento de área dA a AA’. Escrevemos: 58 dAyI x 2 • Tracemos agora um eixo BB’, paralelo a AA’, que passa pelo centroide C da superfície. Teorema dos Eixos Paralelos • Sendo y’ a distância de dA a BB’, temos que y = y’ + dy, onde dy é a distância de AA’ a BB’. Substituindo y na integral representativa de Ix, temos que: • A primeira integral representa o momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centroide da superfície (BB’). • A segunda integral representa o momento estático da superfície em relação ao seu centroide e, portanto, é nula. 59 dAdydAyI yx 22 ' dAddAyddAydAdyI yyyx 222 '2'' AdII yxx 2' Teorema dos Eixos Paralelos • De forma análoga, podemos escrever o Teorema dos Eixos Paralelos para o momento de inércia em relação ao eixo y e para o momento polar de inércia: • Lembrando que: • I’x, I’y e JC são os momentos de inércia em relação ao centroide da área. • Ix, Iy e JO são os momentos de inércia em relação a um eixo qualquer. 60 AdJJAdIIAdII COxyyyxx 222 '' Superfícies Compostas 61 • Consideremos uma superfície composta A, formada por vários componentes A1, A2, ..., An. • Matematicamente, podemos fazer: • Pelo Teorema dos Eixos Paralelos: nAAAA x dAydAydAydAyI 2222 ... 21 iiy A i A AddAydAy ii 2 , 22 onde dy,i é a distância do centroide da área Ai para o centroide da área total A. Superfícies Compostas 62 n i iiy A i A x AddAydAyI ii 1 2 , 22 Momento de Inércia em relação ao eixo x. Momento de Inércia em relação ao eixo x’ horizontal que passa pelo centroide de cada forma mais simples que compõe a área total 63 Exemplo 18 A utilização de perfis metálicos do tipo C é comum em vários elementos estruturais. Determine os momento de inércia Ix e Iy do perfil C abaixo em relação aos eixos x e y que passam pelo centroide da seção. Exemplo 19 Determine os momentos de inércia, Ix e Iy da figura abaixo em relação ao seu centroide. 64 Exemplo 20 Determine os momentos de inércia, Ix e Iy da figura abaixo em relação aoseu centroide. 65 Exemplo 21 Determine os momentos de inércia, Ix e Iy da figura abaixo em relação ao seu centroide. 66
Compartilhar