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Bruno Torres Moreira – 201808138783 Direito Penal III Caso Concreto 03 1 No dia 20 de fevereiro do corrente ano, por volta das 09:30h, Jonas agrediu fisicamente sua ex-mulher Alaíde na presença de seu filho Bruno, de 12 anos. Conforme relatado em sede judicial por Alaíde e confirmado por seu filho, Jonas foi à casa de sua ex-mulher para acertar questões financeiras (relativas ao pagamento da pensão do filho), oportunidade em que, após a vítima ter falado algo que desagradou-o, o mesmo torceu o braço da vítima e atirou-a contra o muro, razão pela qual a mesma caiu ao chão, além de proferir-lhe xingamentos. Dos fatos, Alaíde restou arranhada na mão, no joelho e nas costas, conforme laudo do exame de corpo de delito. Ainda em sede judicial, Alaíde referiu que o ex-marido possui personalidade agressiva e que este seria o motivo do término do relacionamento. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a pessoa, responda de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas. a) Qual a correta tipificação da conduta de Jonas? Resp.: Lesão corporal leve. Art. 129 CP, por não se encaixar na tipificação de lesão grave descrita no artigo. b) Pode Jonas alegar a exclusão da tipicidade material da conduta pela incidência do princípio da insignificância? Resp.: Não. Caso de agressão familiar enquadrada na Lei Maria da Penha (11.340 / 2006). c) É cabível a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos? Resp.: Não. Apesar da Lei Maria da Penha (11.340 / 2006) não ter o dispositivo que vede a substituição. O Art 17 veda apenas a substituição de pena que implique o pagamento isolado da multa, e não sua aplicação cumulativa com outras espécies de pena. O instituto da substituição da pena está previsto no código penal, mais precisamente no art. 44 do CP, incisos I, II, II. Neste mesmo sentido, porém sendo mais abrangente, pois aborda os casos concretos, o STJ veda a aplicação para as situações em que há a violência ou grave ameaça na prática do crime. “(...) Embora a Lei nº 11.340/2006 não vede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, obstando apenas a imposição de prestação pecuniária e o pagamento isolado de multa, o art. 44, I, do CP proíbe a conversão da pena corporal em restritiva de direitos quando o crime for cometido com violência à pessoa (...)” STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1521993/RO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 04/08/2016. d) No caso apresentado, foi necessária a representação de Alaíde para que o Ministério Público deflagrasse a ação penal? Resp.: O artigo 88 da Lei n. 9.099, segundo o qual, "além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas". Mas a jurisprudência diz que no primeiro momento não é necessária a representação para a ação do MP. O Art. 16 da Lei Maria da Penha (11.340 / 2006) reza “Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à Bruno Torres Moreira – 201808138783 Direito Penal III Caso Concreto 03 2 representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público”, assim se for da vontade da ofendida em audiência judicial a ação pode ser paralisada. Questão Objetiva: Com relação aos delitos contra a pessoa, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: Estão corretas as assertivas: I. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves, ainda que decorram de violência doméstica contra a mulher. II. A incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias é espécie de lesão corporal de natureza grave, sendo que as referidas ocupações não condizem apenas com a atividade laboral exercida pela vítima na ocasião, abrangendo qualquer outra atividade costumeira, moral ou imoral, desde que lícita. III. Ao crime de lesão corporal culposa previsto no Código de Trânsito não se aplica o instituto do perdão judicial por ausência de expressa previsão legal. IV. Se a lesão for praticada contra integrante do sistema prisional em decorrência condição, a pena é aumentada de um a dois terços. a) I, II e III. b) II, III e IV c) I, II e III. d) Somente as assertivas II e IIII. e) Somente as assertivas II e IV
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