ESTUDO CASO PI REM OFICIAL (1)

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PROJETO INTEGRADOR 
GESTÃO DA REMUNERAÇÃO E RELAÇÕES DE TRABALHO (2019-2) 
(Estudo de caso fictício e meramente acadêmico, elaborado pelos professores da disciplina de PI GRRT) 
 
 
Sr. X é empresário brasileiro que atua em três segmentos econômicos distintos. Suas 
empresas possuem uma estrutura enxuta e organização familiar, sendo que uma delas é uma 
indústria têxtil que produz tecidos para ao mercado da moda. 
 
Recentemente o Sr. X recebeu uma oferta atrativa para incorporar ao grupo a empresa Têxtil 
Imperial. Trata-se de uma concorrente de alta representatividade e que atua com cerca de 
30% de Market Share no mercado têxtil. A oferta de venda da Têxtil Imperial surgiu em virtude 
do falecimento de seu fundador e seus herdeiros concordaram em dispôr do espólio pela falta 
de experiência e talento para dar continuidade ao negócio. De estrutura familiar e com 50 
anos de existência, a Têxtil Imperial tem cerca de 500 empregados divididos em 
administrativos, técnicos e operacionais, sendo que os empregados operacionais representam 
a maioria da mão de obra contratada. 
 
A fim de ponderar sobre a aquisição deste novo empreendimento, o Sr. X solicitou um prazo 
maior para analisar a proposta e contratou um grupo de auditores independentes que 
realizaram o diagnóstico da situação empresarial da Têxtil Imperial. Tão logo as análises foram 
efetuadas, os auditores entregaram ao Sr. X um relatório final detalhando todo o cenário 
observado. 
 
Após minuciosa análise mercadológica, ficou evidenciado se tratar de um negócio rentável, 
visto que poderá aumentar expressivamente a participação de mercado. Tal otimismo apoia-
se no fato de existir no grupo do Sr. X uma administração clara e eficaz, na qual o processo 
produtivo é automatizado e possui uma gestão eficiente e excelente logística de distribuição. 
Findados os estudos complementares e, apesar de alguns problemas detectados, foi realizada 
a proposta aos herdeiros para a compra da empresa. 
 
O relatório final dos auditores foi decisivo para que a aquisição fosse finalmente formalizada, 
já que detectou muitas situações que poderiam ter passado despercebidas em virtude do 
elevado número de itens. Para o diagnóstico foi realizado um levantamento sobre a área de 
Gestão de Pessoas e do passivo trabalhista existente, além de informações referentes às 
obrigações legais de âmbito trabalhista e previdenciário, administração da remuneração e 
saúde e segurança do trabalho. 
 
Dentre os inúmeros problemas apontados, constatou-se que a Têxtil Imperial não possuía um 
departamento de Recursos Humanos próprio, visto que terceirizou todos os processos para 
um escritório de contabilidade. Tal situação contraria a visão estratégica do Sr. X que prefere 
ter uma área de Gestão de Pessoas sobre sua responsabilidade. Com o quadro de funcionários 
ainda intacto, a Têxtil Imperial conta com uma direção pouco convencional e que impacta 
diretamente nos inúmeros problemas que foram apresentados no relatório gerado pelos 
auditores. 
 
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No início dos trabalhos, a auditoria apurou que aproximadamente 20% dos empregados foram 
contratados sem registro em carteira nos primeiros 90 dias de experiência, além de 
trabalharem em horário noturno e em regime de escala de revezamento. Também foram 
detectados potenciais situações-problemas, tais como a falta de controle de ponto, 
pagamentos irregulares, demonstrativos de pagamentos divergentes, entre tantos outros e 
que devem ser muito bem analisados pois há risco de passivo trabalhista sobre a Têxtil 
Imperial. 
 
Dentre os potenciais problemas, foi identificada a prática costumeira das gerências em obrigar 
os empregados a venderem 100% de suas férias, justificando que a empresa precisa de mão 
de obra sem interrupção e que os empregados em férias ficam felizes e motivados por 
poderem contar com dois pagamentos no mês. A gerência justifica que esta motivação se 
baseia na reserva financeira gerada ao funcionário e que não implica, de forma alguma, em 
sua qualidade de vida (gozo das férias). 
 
Outro ponto impactante refere-se ao diretor geral da Têxtil Imperial que tem como política de 
sua gestão certas práticas questionáveis. Uma delas é cultura do “por fora” e, constantemente 
efetua pagamentos variados, como prêmios, horas extras e comissões. Tais verbas costumam 
ter valores maiores que o próprio salário base do empregado. Em razão disso, a contabilização 
da folha de pagamento sempre apresenta diferenças, não representando assim o custo real 
da mão de obra e nem das bases a recolher para os encargos trabalhistas e previdenciários. 
Isso acarreta pendências tributárias referentes à folha de pagamento, representadas pelo 
INSS (GPS), FGTS (SEFIP) e IRRF (DARF) e que foram severamente afetados nos últimos meses, 
conforme demonstrado no relatório dos auditores. 
 
O acordo coletivo de trabalho (ACT/CCT) da Têxtil Imperial é um mistério e ninguém sabe se 
é cumprido ou não, como também se desconhece a data-base da categoria. O antigo 
proprietário da empresa concedia aumentos salariais sem critérios definidos e de forma 
arbitrária. Sua preferência pessoal a determinados empregados gerou muitas disparidades 
salariais sendo estas desencadeadas pelo alto descontentamento e desmotivação dos 
funcionários. Os cargos de gestão ocupados por mulheres têm ainda uma diferença salarial de 
25% a menor dos que são praticados e pagos aos cargos ocupados por homens. 
 
Uma das consequências dessa gestão desastrosa na Têxtil Imperial é o aumento da 
rotatividade, alicerçada pelos constantes desligamentos, admissões e transferências ocorridas 
nas unidades. Este fato tem preocupado demasiadamente a Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (CIPA) que tem apontado em suas análises uma relação direta entre as jornadas 
excessivas e o crescente índice de acidentes de trabalho na produção, com afastamentos de 
longo prazo por conta de lesões e até amputações de membros de funcionários. 
 
A CIPA ainda teve perdas significativas de parte dos cipeiros e suplentes que foram desligados 
indevidamente da empresa enquanto ainda elaboravam o mapa de risco, além de estarem 
desenvolvendo treinamentos educacionais aos empregados que objetivavam a prevenção 
contra acidentes. Nesse grupo de demitidos estão os Srs. Joel e Francisco que foram eleitos 
pelos empregados para a gestão da CIPA e que ainda estavam em seus mandatos. Outro 
demitido foi o Sr. José Maria que estava afastado há mais de 180 dias em decorrência de 
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acidente de trabalho ocorrido em tear manual e que ao retornar às suas atividades foi 
desligado sem qualquer justificativa cabível. 
 
O levantamento dos auditores independentes também apontou uma situação muito grave 
ocorrida na produção da Têxtil Imperial: há poucos meses o gerente Sr. Jairo mandou o Sr. 
Alcides de 46 anos, que trabalhava na máquina de bobinas, auxiliar determinado colega a 
consertar a máquina de fiação. Sem perceber, o Sr. Alcides encostou a mão na barra 
energizada de 220 volts e foi eletrocutado, vindo a falecer no local. Houve consternação geral 
e o clima organizacional ficou péssimo. Ele estava na empresa desde 2013, era casado, tinha 
dois filhos menores de 9 e 12 anos e recebia salário base mensal de R$ 3.500,00. 
 
A Têxtil Imperial, apesar de afirmar que não permite o vínculo parental entre os funcionários, 
apresentou muitas denúncias de relacionamentos amorosos ocorridos com empregados 
casados após a admissão. 
 
Outra situação muito delicada ocorrida refere-se a um colaborador da manutenção que, após 
ser demitido pela chefia imediata, seguiu para o vestuário e cometeu suicídio. Em decorrência 
disso, muitos empregados espalharam boatos que acabaram culminando com denúncia na 
mídia, o que expôs negativamente a empresa. O escritório contábil foi notificado sobre o 
suicídio do empregado no ambiente de trabalho e precisa ainda regularizar essa situação, 
efetuando o desligamento e realizando os demais procedimentos obrigatórios por lei.Dentre os setores da Têxtil Imperial destaca-se o departamento de Benefícios que conta com 
quatro funcionários efetivos, dos quais três são colaboradoras em estado gestacional (entre 
24 e 26 semanas), caracterizando que haverá coincidência da licença maternidade, o que 
preocupa muito a administração. Em decorrência, o departamento ficará desfalcado e deverá 
tomar providências para reposição das funcionárias enquanto estas estiverem de licença e, 
até o momento, a chefia não sabe como proceder. 
 
Outra situação que possui alta ocorrência refere-se ao Sr. Sérgio. O que ocorre: os 
colaboradores estacionam seus carros em um terreno que pertence à Têxtil Imperial e o Sr. 
Sérgio cuida diariamente desse espaço há cerca de cinco anos. Ele não possui registro em 
carteira profissional, mas está bem tranquilo com sua situação pois, semanalmente, recebe 
da empresa uma “caixinha” para suas despesas básicas já que mora com sua família no 
casebre construído no terreno (não paga aluguel, luz ou água). Apesar das circunstâncias, o 
Sr. Sérgio está muito feliz já que seu filho de 16 anos foi admitido pela Têxtil Imperial como 
Auxiliar de Mecânico de Manutenção, com horário de trabalho das 22h00 às 6h00 (de segunda 
à sexta), contrato de trabalho por prazo determinado e salário mensal de R$ 1.484,00, mais 
benefícios. 
 
Outras situações apresentadas no relatório apontaram pendências tributárias que estão em 
aberto e que se referem à folha de pagamento. Os auditores identificaram que algumas guias 
de recolhimento como a GPS, GFIP e a DARF referentes aos meses de janeiro a maio de 2019, 
não foram recolhidas até o momento, acarretando multas por atraso e deixando a empresa 
em situação de inadimplência. 
 
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Recentemente a Têxtil Imperial apareceu novamente na mídia por dois casos que chamaram 
a atenção das autoridades: um de preconceito e discriminação religiosa, praticados por um 
dos diretores e outro por descarregar dejetos químicos contaminantes num córrego próximo 
à empresa. Houve também grande repercussão nas redes sociais, condenando a conduta 
adotada. 
 
O referido diretor geral da Têxtil Imperial já foi alvo de várias denúncias, inclusive com 
exposição na mídia, no qual fora acusado de discriminação no tratamento dispensado aos 
grupos minoritários do seu quadro de empregados. Na sua gestão é muito pouco provável 
encontrar equipes em que mulheres, negros, pessoas da comunidade LGBT, deficientes, 
obesos e étnico-raciais tenham representatividade e igualdade salarial, principalmente em 
cargos de liderança. Ele afirma que trata a todos com equidade e que por isso não é preciso 
adotar políticas de incentivo à diversidade. Seu discurso corporativo é que “somos todos 
iguais, somos todos um”. 
 
Na visão do Sr. X, a aquisição da Têxtil Imperial será um desafio e irá requerer muitas 
providências, porém acredita fortemente que o ponto mais nevrálgico da aquisição é o de 
criar um RH estratégico. O que se pretende é iniciar a implantação de um sistema 
informatizado de movimentação de pessoal, recrutamento e seleção, folha de pagamento, 
benefícios, cadastro, desligamentos, promoções, entre outros. Idealiza Sr. X uma plataforma 
tecnológica que otimize processos burocráticos e que garanta a efetividade e segurança de 
cada um dos procedimentos desenvolvidos pela área de RH. Essa nova perspectiva contraria 
completamente o que a Têxtil Imperial prática, considerando que atualmente todos os 
processos de RH são feitos manualmente gerando muitos dados incongruentes e até mesmo 
ineficazes. A implantação da plataforma já foi aprovada e o projeto fará parte do 
planejamento estratégico para os próximos anos, uma vez que a empresa deverá dobrar de 
tamanho, colaboradores e faturamento. 
 
E agora, quais são as providências a serem tomadas? 
 
 
Após esse “retrato” corporativo, cabe aos auditores independentes (que são VOCÊS), 
identificar o que precisa ser alterado na estratégia e no modelo empresarial da Têxtil 
Imperial e apontar, em um relatório robusto e consistente, tudo o que é necessário ser 
investido para atender às expectativas de aquisição do Sr. X. Lembre-se que o relatório deve 
descrever de forma clara e justificada a viabilidade do negócio de aquisição da Têxtil 
Imperial, associando todos os conhecimentos obtidos nas disciplinas que compõem o 
módulo de Relações Trabalhistas e Sistema de Remuneração. 
 
Siga rigorosamente as orientações da professora orientadora da disciplina de Projeto e 
realize todas as atividades práticas requeridas aos grupos. 
 
Ótimo trabalho a todos!!! 
 
2019/2