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Aula 4 - ORÇAMENTO DE VENDAS

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AULA 4 
GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 
Profª Edicreia Andrade dos Santos 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Seja bem-vindo a mais uma aula sobre gestão orçamentária! Até agora, 
você já aprendeu tudo o que tange as características e os conceitos relacionados 
a estratégia e plano orçamentário, o histórico e a evolução do orçamento 
empresarial, além dos diferentes tipos de orçamento existentes. Assim sendo, 
nesta apostila trata acerca da organização do orçamento empresarial. 
O primeiro passo para organizar o plano orçamentário é estabelecer as 
premissas orçamentárias. Porém, antes é preciso ter claros os objetivos e a 
missão da empresa, e com base nisso é que os cenários são definidos, e neles 
constam as previsões para o futuro com base nos fatores ambientais (Padoveze, 
2012). 
Após o estabelecimento dos cenários, é o momento de conhecer as 
informações que compõem a organização do orçamento, que se divide em dois 
tipos de elementos: operacionais e não operacionais. Os elementos 
operacionais relacionam projeção de vendas, despesas, custos, logística e 
demais informações referentes ao desempenho das atividades operacionais da 
entidade. Por sua vez, os elementos não operacionais relacionam-se aos 
financiamentos e aos investimentos que se fazem necessários para a manutenção 
das atividades operacionais da empresa. 
Nessa direção, considerando a importância da organização do orçamento 
empresarial, o objetivo desta aula é tratar dos elementos que compõem o 
orçamento, sendo eles: orçamento de vendas, orçamento de produção, 
orçamento de despesas operacionais, orçamento de investimentos e orçamento 
de financiamentos. 
Saiba mais 
Quer saber um pouco mais sobre a organização de orçamento? Leia o 
artigo disponível em: 
<https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/2464/2464>. 
CONTEXTUALIZANDO 
As organizações que se concentram em suas estratégias e seus planos 
sabem exatamente onde querem gastar seus recursos e têm um plano para evitar 
que gastem dinheiro em áreas que não se alinham com a visão (o que a empresa 
 
 
3 
está tentando fazer) e com a missão (por que está fazendo isso). Por isso, toda 
organização, não importa o tamanho, deve saber por que existe e o que espera 
realizar. Isso é articulado por meio de uma declaração de visão e missão por 
escrito, ou seja, um plano estratégico de como a organização planeja alcançar sua 
missão. 
Em seguida, as metas anuais de negócios são as etapas que uma 
organização adota para implementar seu plano estratégico, e são essas metas 
que precisam ser financiadas pelo orçamento. As metas precisam ser 
desenvolvidas, e é necessário que haja responsabilidade para atingi-las, que é 
responsabilidade da equipe administrativa, da diretoria, dos gestores ou do 
proprietário da empresa. 
Entre essas metas estão as projeções de receita que devem ser baseadas 
no desempenho financeiro histórico, bem como na receita de crescimento 
projetada para a empresa. O crescimento projetado pode estar vinculado a metas 
organizacionais e iniciativas planejadas que iniciarão o crescimento dos negócios. 
Outro ponto de destaque é a projeção de custos fixos, que é o olhar para 
os custos mensais previsíveis que não mudam, como custos de compensação de 
funcionários, despesas de instalação, custos de serviços públicos etc. Os custos 
fixos são uma despesa mínima que precisa ser financiada no orçamento. 
Na sequência, deve-se pensar os custos variáveis, que são os custos que 
flutuam mês a mês, custos de fornecimento, custos de horas extras etc. Essas 
são despesas que podem e devem ser orçadas e controladas. Ademais, tem-se 
outras despesas relacionadas às metas (projetos) que também devem receber 
orçamentos. Cada iniciativa deve ter custos projetados associados às metas – é 
aí que o custo de implementação de metas é incorporado ao orçamento anual. 
Projeções de custos devem ser identificadas, expostas e incorporadas ao 
orçamento departamental responsável por completar a(s) meta(s). 
Vale salientar, ainda, que toda organização, seja com fins lucrativos ou 
sem, deve ter uma margem de lucro específica. As margens de lucro permitem 
retornos para o proprietário da empresa ou para os investidores. Organizações 
sem fins lucrativos reinvestem suas margens de lucro nas instalações e no 
desenvolvimento da organização. Os lucros são importantes para todas as 
organizações, e as margens de lucro saudáveis são um forte indicador da força 
de uma organização. 
 
 
4 
Por fim, após pensar e executar todas essas etapas, é necessário a 
aprovação do orçamento por um conselho diretor, pelo presidente, proprietário ou 
chefe da organização, e ele(s) deve(m) manter-se atualizado(s) com o 
desempenho orçamentário no decorrer do período de sua execução. Contudo, 
para maior segurança, faz-se necessário que, periodicamente, o orçamento seja 
revisto para o monitoramento do desempenho em relação às metas. Isso pode ser 
realizado por um comitê de revisão, que deve revisar as variações orçamentárias 
e avaliar as questões associadas aos excedentes orçamentários. É importante 
fazer isso mensalmente, de modo que possa haver uma correção para gastos 
excessivos ou modificações no orçamento, se necessário. Esperar até o final do 
ano para fazer correções pode ter um efeito negativo no resultado final do 
orçamento. 
Portanto, como visto, de forma geral o plano orçamentário deve ser 
organizado levando em consideração os passos acima detalhados. Padoveze e 
Taranto (2012, p. 20) sintetizam estas etapas em: 
 Proposta de um cronograma de atividades para o processo 
orçamentário; 
 Instalação de comitê orçamentário; 
 Definição das premissas gerais orçamentárias; 
 Revisão e definição dos sistemas de apoio e de elaboração de 
orçamentos; 
 Revisão e definição dos relatórios de acompanhamento; e 
 Revisão e definição da estrutura contábil a ser utilizada. 
Esses passos devem ser considerados para a elaboração de todo e 
qualquer orçamento que compõe o orçamento empresarial total, como os que 
veremos a seguir. 
TEMA 1 – ORÇAMENTO DE VENDAS 
Neste tema, começaremos a conhecer de forma detalhada os planos 
orçamentários de vendas, despesas e produção, como também de financiamento 
e investimento. 
O primeiro passo para tratar do estudo dos itens que compõem o 
orçamento empresarial é entender a estrutura básica orçamentária. A estrutura 
básica orçamentária é formada por dois grandes grupos de elemento: orçamento 
operacional e orçamento financeiro. O orçamento operacional refere-se a vendas, 
produção e despesas da empresa, enquanto o financeiro envolve os 
investimentos e os financiamentos. Esses dois elementos serão a base para a 
 
 
5 
projeção das demonstrações financeiras. Na figura a seguir, é apresentada a 
estrutura orçamentária: 
Figura 1 – Estrutura básica orçamentária 
 
Fonte: Padoveze, 2012, p. 19. 
Conforme a imagem, verifica-se que a primeira etapa para a implantação 
do sistema orçamentário é o orçamento de vendas, que é o ponto de partida para 
todas as peças orçamentárias operacionais, ou seja, ele será a base para as 
próximas projeções que tratam das atividades-fins da organização, mas por que 
ele é tão importante? 
A resposta é bem simples: o volume de vendas é reflexo da percepção da 
demanda de produtos da organização em um determinado período, e é ele que 
vai determinar os limites da projeção. Para a realização do orçamento de vendas, 
é preciso observar alguns aspectos relevantes, são eles (Padoveze; Taranto, 
2009, p. 112): 
 Identificação dos produtos a serem vendidos; 
 Determinação do critério de entendimento do que é o produto para 
fins de orçamento de vendas – por exemplo, versão especificada por 
modelo e por linha do produto; 
 Identificação dos mercados dos produtos – por exemplo, mercado 
interno, regiões, filiais, mercado externo e clientes-chave; 
 Determinação das quantidades a serem orçadas; 
 Determinaçãodos preços para cada produto e para cada 
mercado; 
 
 
6 
 Determinação dos preços à vista e a prazo; 
 Incorporação de eventual mudança de política de crédito; 
 Determinação das quantidades de vendas à vista e a prazo; 
 Determinação dos aumentos previstos nas listas de preços, 
segundo as premissas orçamentárias; 
 Determinação das projeções das taxas das moedas estrangeiras 
para vendas ao mercado externo; 
 Incorporação da sazonalidade mensais conhecidas ou estimadas; 
 Inclusão, por produto, das expectativas de vendas de acessórios, 
opcionais e produtos complementares; 
 Identificação dos impostos sobre vendas para cada produto e 
mercado; 
 Identificação dos créditos fiscais para cada produto e mercado; 
 Projeção de outras receitas, como variações cambiais após a 
venda e recuperações de despesas; 
 Projeção de inadimplências. 
Após o estudo de tais elementos, a organização estará apta a projetar o 
seu orçamento de vendas, o qual é formado pelas quatro etapas especificadas 
por Padoveze e Taranto (2009, p. 112): “1. Previsão de vendas em quantidades 
para cada produto; 2. Previsão dos preços para os produtos e seus mercados; 3. 
Identificação dos impostos sobre as vendas; e 4. Orçamento de vendas em moeda 
corrente do país.” 
Tais itens serão detalhados nos subtópicos a seguir: 
 Previsão de quantidade de vendas: o primeiro passo para a elaboração 
do orçamento de vendas é o estabelecimento da quantidade de produtos 
que serão vendidos no período projetado. Essa é considerada a etapa mais 
difícil, afinal é muito complicado determinar quantos produtos a empresa 
vai vender sem levar em conta um certo otimismo ou pessimismo, você não 
acha? 
As dificuldades de determinação do volume de vendas provêm da 
imprevisibilidade do mercado econômico e das sazonalidades existentes. No 
entanto, a leitura dos cenários e o próprio acompanhamento do negócio permitem 
estabelecer números referentes a vendas futuras com certa exatidão. 
A empresa também pode fazer uso de métodos de previsão, e os mais 
comuns são: método estatístico, que envolve a correlação e a análise setoriais 
com base nos recursos computacionais; coleta de dados das fontes de origem 
das vendas, que correspondem a busca de informações coletadas pelos 
vendedores; e o uso final dos produtos, que deve ser utilizado quando a 
empresa possui conhecimento sobre o uso final de seus produtos (Padoveze; 
Taranto, 2009). 
7 
 Orçamento de preços: a segunda etapa do orçamento de vendas é o
orçamento de preços. Segundo Padoveze e Taranto (2012, p. 115), “nele
devem ser apresentados os preços por produtos e seus respectivos
mercados”. Ao elaborar o orçamento de preços, deve-se separar os
produtos vendidos em moeda nacional e os produtos vendidos em moeda
estrangeira.
 Impostos sobre vendas: nesta etapa, são identificados os impostos
incidentes sobre as vendas de cada produto, já que produtos diferentes
podem ter alíquotas de tributação distintas. Essa diferenciação de
tributação muitas vezes vai além: no Brasil, determinadas regiões possuem
tributação diferenciada para estimular a produção e a comercialização de
produtos, o que acaba influenciando o valor dos impostos.
Segundo Padoveze e Taranto (2012, p. 116), “existe ainda a possibilidade
de a tributação ser diferenciada para clientes ou setores e, caso isso seja 
relevante para a empresa em questão, também deve ser identificado”. 
 Orçamento de receitas: após a determinação do volume de vendas, dos
impostos e dos preços, o último passo é a determinação do orçamento de
receitas. Nesse método, deve-se fazer o levantamento mensal das receitas
destacando receita bruta, receita líquida e impostos referentes.
Após conhecermos os conceitos iniciais sobre a estrutura do orçamento,
no próximo tópico trataremos do orçamento de produção. 
TEMA 2 – ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO 
Agora que você já conhece os principais aspectos do orçamento de vendas, 
é o momento de conhecer o orçamento de produção. 
O orçamento de produção é baseado no orçamento de vendas. A lógica é 
clara: com base no estabelecimento de quanto a empresa pretende vender é que 
são definidos quantos produtos ela precisar produzir. Além do mais, outra 
característica que deve ser destacada é que o orçamento de produção 
é quantitativo. Ele deve ser estabelecido com base na quantidade de produtos 
que deverão ser produzidos para manter a continuidade das operações normais. 
“Ele é a base para a formação do orçamento de consumo e compra de materiais 
diretos e indiretos, é a base do trabalho para os orçamentos de capacidade e 
logística” (Padoveze; Taranto, 2009, p. 120). 
 
 
8 
Organizações que utilizam o método just in time (que não faz uso de 
estoques) terão a quantidade de orçamento de vendas e a quantidade do 
orçamento de produção exatamente iguais. No entanto, é mais comum que as 
empresas façam uso de um estoque de segurança, ou seja, produzam um pouco 
mais do que vão vender. 
Saiba mais 
O sistema just in time (JIT) é uma filosofia de administração da 
manufatura surgida no Japão em meados da década de 1960, tendo a sua ideia 
básica e seu desenvolvimento creditados à Toyota Motor Company, por isso 
também conhecido como o “Sistema Toyota de Produção”. O idealista desse 
sistema foi o vice-presidente da empresa, Taiichi Ohno. 
Esse novo enfoque na administração da manufatura surgiu de uma visão 
estratégica, buscando vantagem competitiva através da otimização do processo 
produtivo. Os conceitos da filosofia JIT foram extraídos da experiência mundial 
em manufatura e combinados dentro de uma visão holística do 
empreendimento. Os principais conceitos são independentes da tecnologia, 
embora possam ser aplicados diferentemente com os avanços técnicos. O 
sistema visa administrar a manufatura de forma simples e eficiente, otimizando 
o uso de recursos de capital, equipamento e mão de obra. O resultado é um 
sistema de manufatura capaz de atender às exigências de qualidade e entrega 
de um cliente, ao menor custo. 
Fonte: Alves, 1995, p. 5. 
Duas informações são imprescindíveis para a confecção do orçamento de 
produção, são elas: 1 – Política de estocagem de produtos acabados; e 2 – 
Orçamento da quantidade de vendas. Tais informações, unidas aos dados 
referentes ao número de mercadorias presentes no estoque, formarão a projeção 
de projeção (Padoveze; Taranto, 2009). 
É comum que a maioria das empresas possuam um volume de produção 
maior do que o volume de vendas com o intuito de evitar transtornos no decorrer 
do período projetado. No entanto, nem sempre essa decisão é a melhor opção 
para a organização, haja vista que investimentos nos estoques podem prejudicar 
a liquidez financeira da organização e prejudicar o seu fluxo de caixa. 
Segundo Padoveze e Taranto (2009, p. 120), “de forma geral, a política de 
estocagem de produtos acabados é fixada em dias de venda, por tipo de produto 
 
 
9 
– a empresa tem informações e experiência que lhe permitem fixar o estoque 
mínimo a ser mantido para atendimentos”. Outro ponto relevante é que sempre é 
importante ficar atento a qualquer mudança para maior ou para menor na política 
de estocagem. Observe o exemplo a seguir. 
Figura 2 – Exemplo de orçamento de produção (em quantidade) 
 
Fonte: Padoveze; Taranto, 2009, p. 3. 
Conforme a imagem, observa-se que a primeira coluna representa a 
política de estocagem adotada pela empresa, que é definida em dias de venda, 
ou seja, a empresa tem por política manter o estoque a 15 dias da venda. Além 
disso, a empresa ainda coleta dados referentes aos estoques inicial e final para 
determinar o quanto produzir (Padoveze; Taranto, 2009). 
As capacidades operacional e logística também devem ser observadas. 
Afinal, o subsistema físico-operacional é que vai determinar o quanto e em 
quanto tempo a empresa conseguirá produzir. Desse modo, quando o orçamento 
de vendas indicar que é preciso aumentara capacidade de recursos, o orçamento 
operacional precisa ser construído para atender a tais necessidades; no caso de 
diminuições, mudanças também devem ser realizadas (Padoveze; Taranto, 2009). 
Além da capacidade fabril e de comercialização, o sistema de logística 
também precisa estar alinhado à produção da organização; já a cadeia de 
distribuição dos produtos é tão relevante quanto a própria produção. 
No próximo tópico, trataremos do orçamento de despesas. 
TEMA 3 – ORÇAMENTO DE DESPESAS 
 
 
10 
Depois de conhecer os aspectos relacionados à produção e ao volume de 
vendas, chegou o momento de conhecer as despesas e os custos relacionados a 
sua produção, ou seja, o orçamento de despesas. Elas são divididas em quatro 
grupos (Padoveze, 2012, p. 23): “1 – Mão de obra (direta e indireta); 2 – Consumo 
de materiais indiretos; 3 – Despesas gerais; 4 – Depreciações e amortizações.” 
Vamos tratar de forma mais detalhada cada um desses grupos: 
 Mão de obra (direta e indireta): corresponde a um custo variável e direto 
que é empregado diretamente na confecção dos produtos, o qual está 
relacionado aos orçamentos de vendas e de produção e envolve encargos 
sociais e salariais, como férias, 13° salário, plano de aposentadoria e 
assistência médica etc. (Padoveze; Taranto, 2009). 
Não se pode deixar de citar que uma das metodologias mais utilizadas para 
a elaboração do orçamento de despesas é a separação da mão de obra direta 
dos demais gastos, incluída a mão de obra indireta – tais gastos são chamados 
de despesas indiretas de fabricação, e nelas estão incluídos tanto despesas 
como custos. Os principais custos são apresentados a seguir (Padovez; Taranto, 
2009): 
Quadro 1 – Tipos de custos 
Tipos O que são? Exemplos 
Custos fixos 
comprometidos 
São os custos ligados ao uso de um 
parque fabril ou comercial; em outras 
palavras, são os gastos para manter 
a fábrica ou as vendas em operação. 
Aluguel dos imóveis operacionais, 
gastos com associações de classe, 
contratos de manutenção e 
conservação de imóveis. 
Custos fixos 
discricionários 
São gastos administrados que 
podem ser alterados dependendo da 
dotação orçamentária anual. 
Despesas com publicidade, propaganda 
e assessoria de imprensa, contratos de 
consultoria, benefícios aos funcionários. 
Custos 
semivariáveis 
São custos cuja variação não ocorre 
na proporção da variação do volume 
de produção ou vendas. 
Gastos com materiais indiretos, como 
ferramentas, dispositivos e materiais de 
escritório. 
Custos 
semifixos 
São custos que contêm, na sua 
formação de valor, uma parcela fixa 
e uma parcela que varia de acordo 
com a atividade. 
Despesas com telefone (assinatura 
mais impulsos) e energia elétrica 
(demanda contratada mais consumo). 
Custos 
estruturados 
São custos que variam com relação 
ao elemento sob o qual são 
estruturados ou ligados e são a 
causa de seu maior ou menor valor. 
Despesas com viagens e consulta a 
entidades de proteção ao crédito. 
 
 
11 
Fonte: Adaptado de Padoveze; Taranto, 2009, p. 144. 
Os custos apresentados no quadro, além dos demais custos e despesas, 
devem ser absorvidos no custeamento unitário do produto. 
 Consumo de materiais indiretos: corresponde aos insumos que não 
estão relacionados de forma direta aos produtos. Segundo Padoveze e 
Taranto (2009, p. 145), “os principais materiais indiretos são: materiais 
auxiliares combustíveis, material de conservação de limpeza, material de 
segurança do trabalho e material de escritório, entre outros”. 
 Despesas gerais: correspondem às despesas de consumo de centros de 
custos ou atividades, que não estão incluídas nos itens anteriores. Entre as 
despesas gerais, Padoveze e Taranto (2009, p. 145) destacam como 
principais: “energia elétrica, telecomunicações, despesas com viagens, 
estadias e refeições, publicidade e propaganda, brindes, anúncios e 
publicações e comissões sobre vendas, entre outras”. 
 Depreciações e amortizações: no último elemento do orçamento das 
despesas, estão incluídas as depreciações e amortizações. O 
levantamento dessas informações é importante pela necessidade de 
atribuição de responsabilidade pelo uso de bens que estão sendo utilizados 
nas operações das organizações. Segundo Padoveze e Taranto (2009, p. 
145), as despesas a serem orçadas compreendem: “1 – As depreciações e 
amortizações dos bens diretos existentes; e 2 – As depreciações e 
amortizações dos bens e diretos a serem adquiridos durante o exercício 
orçamentário e decorrente do orçamento de investimentos”. 
No próximo tópico, trataremos dos orçamentos financeiros, começando 
pelo orçamento de investimentos. 
TEMA 4 – ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS 
Até agora, a maioria das informações apresentadas nos orçamentos 
estudados estavam relacionadas a execução de projeções de curto ou de médio 
prazo. O orçamento de investimentos (ou orçamento de capital) é um pouco 
diferente, pois possui um foco muito maior no longo prazo, haja vista que grande 
parte dos investimentos são estabelecidos no plano operacional que tem como 
base o plano estratégico, elaborado pela alta administração. 
 
 
12 
De forma geral, os planos de orçamento são projeções que abrangem mais 
de um período, por exemplo os investimentos relacionados ao desenvolvimento 
de novos produtos: todo o processo é realizado em um ano? Via de regra, não. 
Tais pesquisas podem envolver mais de um período, fora o tempo despendido 
para que o produto seja produzido e comece a ser comercializado. 
Pode-se dizer que o plano de investimentos envolve os investimentos dos 
planos operacionais iniciados em outros períodos, como também investimentos 
do período em curso. Alguns exemplos de investimentos de longo prazo são: 
desenvolvimento de novos produtos, compra de máquinas etc. Por outro, são 
exemplos de investimentos de curto prazo: manutenção de máquinas, aquisição 
de equipamentos menores, dentre outros. 
Não existe uma regra específica, no entanto seria importante que todos os 
elementos que compõem o ativo imobilizado/fixo da empresa constassem no 
orçamento. De acordo com Padoveze (2012, p. 133), o orçamento de 
investimentos é formado pelas seguintes peças orçamentárias: 
 Orçamento de aquisição de investimentos em outras empresas; 
 Orçamento de venda de investimentos em outras empresas; 
 Orçamento de aquisição de imobilizados; 
 Orçamento de venda de imobilizados; 
 Orçamento de despesas geradoras de intangíveis; 
 Orçamento de depreciações, exaustões e amortizações das 
novas aquisições e baixas. 
Em síntese, portanto, o orçamento de capital ou de investimento é o 
processo de planejamento usado para determinar se os investimentos de longo 
prazo de uma organização, como maquinário novo, substituição de maquinário, 
novas plantas, novos produtos e projetos de desenvolvimento de pesquisa, valem 
o financiamento de caixa por meio da estrutura de capitalização da empresa 
(dívida, capital ou lucros acumulados). É o processo de alocação de recursos para 
grandes despesas de capital ou investimento. 
Para a elaboração desse orçamento, muitos métodos formais são usados, 
incluindo técnicas como: taxa de retorno contábil, retorno contábil médio, período 
de retorno, valor presente líquido, índice de rentabilidade, taxa interna de retorno, 
taxa interna de retorno modificada, custo anual equivalente, avaliação de opções 
reais, entre outros. 
Esses métodos usam os fluxos de caixa incrementais de cada investimento 
ou projeto em potencial. Técnicas baseadas em lucros contábeis e regras 
contábeis às vezes são usadas, como a taxa de retorno contábil e o retorno sobre 
 
 
13 
o investimento. Também são usados métodos simplificados e híbridos, como o 
período de retorno e o período de retorno descontado. 
Após a apresentação do orçamento de investimentos, no próximo tópico 
trataremos do orçamento de financiamentos. 
Saiba mais 
O orçamentode capital 
A elaboração do orçamento de capital está diretamente ligada à seleção 
as propostas de investimento de longo prazo, bem como a sua implementação 
e controle. 
Pode-se afirmar que os investimentos de longo prazo, no geral, 
representam grandes desembolsos de recursos que normalmente são 
adquiridos junto a terceiros (fornecedores, instituições financeiras, bancos, etc.). 
Por esse motivo a empresa precisa elaborar seus orçamentos de capital. 
O orçamento de capital é o processo que consiste em avaliar e selecionar 
investimentos de longo prazo que estejam consistentes com o planejamento 
estratégico da empresa, visando maximizar a riqueza dos acionistas. 
Em geral, esses investimentos estão relacionados ao ativo imobilizado 
(máquinas, equipamentos e instalações, por exemplo) ou a investimentos 
estratégicos em outras empresas (aquisição de participação societária em 
clientes, fornecedores etc.). Cabe lembrar que as decisões de orçamento 
(investimento) e de financiamento são tratadas de maneira separada. Em geral, 
uma vez aceita a proposta de investimento, o administrador financeiro passa a 
escolher o melhor método de financiamento. 
Os dispêndios de capital são desembolsos de recursos efetuados pela 
empresa, na expectativa de gerar benefícios após um ano. Por outro lado, os 
dispêndios correntes são desembolsos que resultam em benefícios obtidos em 
prazo inferior a um ano. 
Desembolsos efetuados na aquisição de ativo imobilizado são 
dispêndios de capital, mas nem todos os dispêndios de capital são classificados 
com ativo imobilizado. São exemplos desses dispêndios: expansão industrial 
(nível de operações), substituição (ativos operacionais obsoletos; modernização 
(alternativa à substituição), outras finalidades (gastos com propaganda, 
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos). A elaboração do orçamento 
de capital consiste em cinco etapas: 
 
 
14 
1. Geração de propostas; 
2. Avaliação e análise; 
3. Tomada de decisão; 
4. Implementação; e 
5. Acompanhamento. 
 
Fonte: Ferreira, 2005, p. 117. 
TEMA 5 – ORÇAMENTO DE FINANCIAMENTOS 
Após a apresentação dos orçamentos que compõem o plano operacional e 
do orçamento de investimentos que faz parte do plano financeiro, chegou a hora 
de você compreender o orçamento de financiamentos. Essa peça orçamentária 
possui como objetivo prever tudo o que está relacionado à área de obtenção de 
fundos, por exemplo pagamentos de parcelas de financiamentos, manutenção de 
gastos etc. (Luz, 2015). 
A seguir, são discorridas as quatro peças orçamentárias que fazem parte 
do orçamento de financiamentos: 
 Orçamento de novos financiamentos: corresponde aos novos 
financiamentos. É importante destacar que uma empresa pode obter um 
financiamento de diferentes maneiras, tanto em moeda nacional como em 
moeda estrangeira, de instituições financeiras. No entanto, essa não é a 
única opção: outra modalidade de obter capital é por meio de empréstimos 
junto aos seus acionistas ou por meio de levantamento de fundos, o que é 
conhecido como project finance. 
Saiba mais 
O que é project finance? 
Project finance é uma forma de engenharia/colaboração financeira 
sustentada contratualmente pelo fluxo de caixa de um projeto, servindo como 
garantia à referida colaboração os ativos desse projeto a serem adquiridos e os 
valores recebíveis ao longo do projeto. 
Os contratos de project finance são baseados na análise e quantificação 
dos riscos envolvidos, cujo objetivo básico é o de prever qualquer variação no 
fluxo de caixa do projeto, minimizando os riscos por meio de obrigações 
contratuais. 
 
 
15 
Trata-se de uma modalidade de apoio mais comum a projetos de grande 
porte, normalmente para o setor de infraestrutura, tais como usinas, estradas, 
projetos de saneamento básico e outros. 
Fonte: Borges, 1998, p. 2-3. 
 Orçamento de financiamentos existentes: é muito semelhante aos 
orçamentos de financiamentos novos, só que, nesse caso, existe um saldo 
de um período anterior que vai servir como saldo do balanço inicial do 
período projetado. 
 Orçamento de outras despesas financeiras: além das despesas 
financeiras e dos gastos incorridos com os empréstimos, a organização 
ainda possui gastos necessários para garantir a continuidade normal das 
suas atividades. Esses gastos, normalmente, são feitos junto a instituições 
bancárias e devem ser orçados da melhor maneira possível, tendo como 
base tendências passadas. Tais gastos correspondem a despesas comuns 
da empresa, que, apesar da nomenclatura financeira, estão relacionadas 
às operações normais da entidade, correspondendo a resíduos financeiros 
de suas atividades (Padoveze; Taranto, 2009). 
 Orçamento de outras receitas financeiras: existem algumas receitas que 
não ocorrem com frequência, as quais são caracterizadas como receitas 
financeiras. Segundo Padoveze e Taranto (2012, p. 169), tais receitas “não 
estão relacionadas a aplicações financeiras dos excedentes de caixa e que, 
embora decorram de outras operações, são marginais a elas”. Assim como 
as outras despesas financeiras, os elementos das outras receitas 
financeiras estão relacionados às operações normais da empresa, 
correspondendo a resíduos financeiros de suas operações. 
Em linhas gerais, esse orçamento tem por objetivo prever tudo o que é 
relacionado com a área de obtenção de fundos (ou recursos), os gastos para a 
manutenção desses fundos e os pagamentos previstos, que podem ser: 
programas estratégicos de propaganda, atualização de sistemas de informação, 
introdução de novas tecnologias de informação e reformulação da estrutura de 
capital. 
FINALIZANDO 
16 
Com base no conteúdo apresentado nesta aula, foi possível conhecer um 
pouco mais sobre o funcionamento do orçamento empresarial e todos os aspectos 
que envolvem a sua utilização. Pudemos conhecer o orçamento operacional 
formado pelos orçamentos de vendas, operações, logística etc., e os orçamentos 
formados por elementos não operacionais, tais como o orçamento de 
investimentos e de financiamentos. 
Assim, pode-se concluir que a compreensão de tais elementos é de grande 
importância para a correta elaboração do planejamento empresarial, pois tais 
elementos serão responsáveis pela determinação de informações quantitativas e 
qualitativas que farão parte das projeções orçamentárias. 
Por fim, vale salientar que o estudo do tema buscou a ampliação do 
conhecimento sobre a organização do orçamento empresarial, além do 
aprofundamento do conteúdo anteriormente estudado, visando dar uma visão 
geral sobre o assunto. Porém, enfatiza-se que esse assunto é muito extenso, o 
que cria a necessidade de que novas pesquisas sejam realizadas posteriormente. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Texto de abordagem teórica 
Acesse o livro Orçamento empresarial: novos conceitos e técnicas 
(PADOVEZE; TARANTO), e leia o item Orçamento empresarial (10) e Orçamento 
das atividades financeiras (11) – unidades 10 e 11. Disponível na Biblioteca 
Virtual (AVA Univirtus). Pode acessar digitando a palavra-chave “Orçamento 
empresarial: novos conceitos e técnicas”.
Texto de abordagem prática 
ISHISAKI, N. A utilização do orçamento empresarial: um estudo em empresa 
da região do Vale do Paraíba – SP. 203 f. Dissertação (Mestrado em 
Administração de Empresas) – Universidade de Taubaté, Taubaté, 2003. 
A revisão bibliográfica da dissertação trata dos prazos do orçamento, da gestão 
orçamentária e dos orçamentos que compõem a execução do planejamento 
orçamentário. Conta ainda com aplicação prática de tais elementos em uma 
empresa da região do Vale do Paraíba. 
17 
Saiba mais 
O vídeo Como elaborar um orçamento empresarial trata de elementos 
que compõem o orçamento empresarial, tais como a estimativa de 
vendas, os investimentos e os financiamentos. Tais itens serão de suma 
importância para a elaboração do orçamento empresarial. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=swupZ6j9k9s>.Acesso em: 4 
jun. 2018. 
https://www.youtube.com/watch?v=swupZ6j9k9s
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
ALVES, J. M. O sistema just in time reduz os custos do processo produtivo. 
Congresso Brasileiro de Custos, 1995. 
BORGES, L. X. F. Project finance e infraestrutura: descrição e críticas. Revista 
BNDE, v. 5, n. 9, 1998. Disponível em: 
<https://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Ar
quivos/conhecimento/revista/rev905.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2018. 
FERREIRA, J. A. S. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2005. 
LUZ, E. E. Gestão financeira e orçamentária. São Paulo: Pearson Education do 
Brasil, 2015. 
PADOVEZE, C.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos e 
métodos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. 
PADOVEZE, C. Orçamento empresarial. São Paulo: Pearson Education do 
Brasil, 2012.

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