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Aula 03- Infração penal, sujeitos e elementos do crime

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TEORIA GERAL DO CRIME 
 
INFRAÇÃO PENAL: 
Infração penal é o gênero do qual são espécies o crime e a contravenção 
penal. 
 
CRIME X CONTRAVENÇÃO PENAL 
 
O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal define como crime a 
infração apenada com detenção ou reclusão e como contravenção a infração 
apenada com prisão simples. 
O referido conceito, entretanto está defasado, quando se considera as 
espécies de pena existentes no direito penal brasileiro, e notadamente após o 
advento da Lei 11.343/2006, que chama de crime o porte de drogas para uso 
pessoal, quando não lhe é cominada pena de prisão. 
 
Os crimes e contravenções se distinguem pelos seguintes elementos: 
 
a) quanto à ação penal: Nos crimes ela pode ser pública incondicionada, 
condicionada ou privada (art. 100 do CP). As contravenções são sempre de ação 
pública incondicionada (art. 17 da LCP); 
* Vias de fato 
b) quanto à punibilidade da tentativa: a tentativa de crime é punível (art. 
14, II do CP), enquanto as tentativas de contravenção penal não o são (art. 4º da 
LCP); 
c) quanto ao elemento subjetivo: os crimes podem ser dolosos ou culposos 
(quando há previsão expressa da possibilidade de punição nesta modalidade), já 
as contravenções, em tese, poderiam ser punidas bastando a voluntariedade da 
conduta (art. 3º da LCP), entretanto, como não é possível a responsabilização 
penal objetiva no nosso direito, tal dispositivo é inócuo, devendo existir dolo ou 
culpa para as contravenções; 
d) quanto à extraterritorialidade: existe a possibilidade de aplicação da lei 
penal brasileira a crimes cometidos fora do território nacional, mas o mesmo não 
se aplica às contravenções penais; 
e) quanto ao limite de cumprimento: para as penas privativas de liberdade 
decorrentes da prática de crimes, existe o limite de 30 anos para cumprimento 
(art. 75 do CP). Já para as decorrentes de contravenção penal o limite é de 05 
anos (art. 10 da LCP). 
f) quanto ao sursis – o tempo de duração do período de provas é de 02 a 
04 anos para os crimes (e excepcionalmente de 04 a 06 anos) (art. 77 do CP) e 
para as contravenções penais o prazo é de 01 a 03 anos (art. 11 da LCP). 
 
ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME 
 
Elementos do crime são os seus elementos de constituição, são os que 
compõem a figura típica, dividindo-se em elementares e circunstâncias: 
 
Elementares: são dados essenciais da figura típica, sem os quais não há 
crime, estão incluídos no texto do tipo (caput): No homicídio, são elementares 
“matar” e “alguém”. 
Circunstâncias são os dados acessórios que se agregam ao tipo e podem 
influenciar na atribuição da pena: Ex.: furto cometido durante o repouso noturno – 
causa de aumento. 
Os elementos do crime subdividem-se em: 
 
a) objetivos: dados concretos, perceptíveis através dos sentidos. 
Exemplos: os verbos (matar - 121, subtrair - 155, induzir, etc); características de 
tempo e lugar (lugar aberto ao público – 233, durante o parto ou logo após – 123); 
modo de execução (mediante grave ameaça); objetos materiais – (alguém, coisa 
alheia, livro oficial) 
b) subjetivos: dados relacionados à vontade, ânimo, aos aspectos 
psíquicos. Não são perceptíveis concretamente (para si ou para outrem – 317, 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal - 319) 
c) normativos: são dados não perceptíveis através dos sentidos e nem 
afetos a elementos psíquicos, dependendo de um juízo de valor, que pode 
depender da análise de um conceito jurídico (funcionário público; documento) ou 
extrajurídico (grave ameaça, vigilância ostensiva). 
 
E as circunstâncias classificam-se em: 
a) judiciais: previstas no art. 59 do CP: culpabilidade, antecedentes, 
conduta social, personalidade do agente, motivos, circunstâncias e 
consequências do crime, comportamento da vítima 
b) legais: circunstâncias cuja lei determina que interferem na pena, 
aumentando-a ou diminuindo-a. Podem estar na parte geral ou especial ou na 
legislação extravagante. Ex.: qualificadora, causa de aumento, atenuante, etc). 
 
Circunstâncias elementares: parte da doutrina defende ainda a existência 
de elementos especiais do tipo penal, que seriam um misto de elementar e 
circunstância, pois apesar de ser um dado acessório que interfere na pena, há 
um deslocamento do tipo penal (do caput para um parágrafo). Seriam assim 
classificadas as qualificadoras e os privilégios. 
 
SUJEITOS DO CRIME: 
 
Sujeito ativo: 
 
Quem comete a infração penal seja autor, coautor ou partícipe. 
Só pode ser sujeito ativo de uma infração penal o ser humano e maior de 
18 anos, vez que nos termos do ECA, o adolescente que pratica atos definidos 
como crime ou contravenção penal pratica ato infracional, sujeitando-se não a 
penas, mas a medidas socioeducativas. 
 
Nos crimes de mão própria ou próprios, exige-se, ainda, uma qualidade 
especial do agente para que possa ser considerado sujeito ativo de um 
determinado tipo penal. Ex.: infanticídio (mão própria); peculato (próprio). 
 
Responsabilidade da pessoa jurídica 
 
Em regra a pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo de crime, pois se 
exige um elemento subjetivo do tipo, ligado a aspectos psíquicos que não se 
pode atribuir a uma pessoa jurídica. 
Entretanto, o direito brasileiro em alguns casos específicos, como no 
âmbito da Lei de Crimes Ambientais, a responsabilização da pessoa jurídica, 
desde que, entretanto, exista uma pessoa física, que atuando no interesse da 
empresa, protagonizou a conduta delitiva, devendo a ação penal ser contra 
ambas (pessoa física e jurídica). É este o posicionamento do STJ. 
 
Sujeito passivo 
 
O sujeito passivo de uma infração penal é o titular do bem jurídico 
protegido pela norma infringida. 
Outrossim, a violação de uma norma penal é considerada como uma 
afronta ao ordenamento jurídico, de modo que o Estado é entendido como o 
sujeito passivo constante ou formal, sendo sujeito passivo de todas as 
infrações penais. 
O sujeito passivo constante ou formal é sempre o Estado. 
O sujeito passivo eventual pode ser o Estado, a pessoa física (desde a 
concepção), a pessoa jurídica, a coletividade e até entes sem personalidade 
jurídica. 
A pessoa morta não pode ser sujeito passivo de crime – a coletividade 
seria o sujeito passivo do vilipêndio ao cadáver, por exemplo. 
Animais também não podem ser sujeitos passivos de crime – seria a 
coletividade, por afrontar o meio ambiente que é um bem coletivo. 
 
Sujeito passivo x lesado com o crime 
 
Nem todas as pessoas que são lesadas ou sofrem prejuízo com o crime 
são sujeitos passivos do mesmo, vez que apenas pode ser considerado como tal 
aquele cujo bem jurídico protegido pela norma penal violada foi atingido. Ex: 
falsificação de moeda – coletividade e quem recebeu a moeda. 
 
 Sujeito ativo e passivo simultâneo 
 
 Só é possível que uma pessoa seja ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo 
do mesmo crime no crime de rixa. 
 
OBJETO DO CRIME 
 
O objeto do crime pode ser material ou jurídico. 
O objeto material do crime é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a 
conduta. 
O objeto jurídico, por sua vez, é o bem jurídico protegido pela norma penal. 
No homicídio, por exemplo o objeto material é a vítima e o jurídico é a vida 
humana. 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 
Ocorre tal conflito de normas quando, aparentemente, mais de uma norma 
incriminadora se aplica a um determinado caso concreto. 
No direito penal já sabemos que ninguém pode ser condenado duas vezes 
pelo mesmo fato, de modo que é necessário estudar os meios de identificar qual 
a norma aplicável a um caso concreto, quando aparentemente o fato se amoldar 
a mais de um tipo penal. 
Conflito aparente de normas é diferente de conflito de leis penais no 
tempo. 
Conflito aparente de normas é diferente de concurso de crimes (conduta 
única ou múltipla ofende mais de um bem jurídico). 
 
ANTEFATO E PÓS-FATO IMPUNÍVEL 
 
Antes de estudar as regraspara solucionar o conflito aparente de normas, 
é importante mencionar que existem situações em que, apesar da pluralidade de 
ações nota-se um vínculo entre elas, razão pela qual configuram um único tipo, 
considerando-se o que foi praticado antes ou depois impunível. 
Antefato impunível ocorre quando o agente pratica uma conduta definida 
como crime com o objetivo de praticar outra da qual a primeira depende. É o que 
ocorre quando alguém falsifica um documento com a finalidade de utilizá-lo na 
prática de estelionato. 
Pós-fato impunível ocorre quando após a consumação do crime realiza-se 
nova conduta que atinge o mesmo bem jurídico sem representar agravamento da 
lesão. Ex.: Dano contra coisa furtada. 
 
SOLUÇÃO DO CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 
Quando o conflito aparente de normas efetivamente existe, ou seja, 
quando mais de uma norma incriminadora pode ser aplicada a um mesmo fato 
concreto, deve-se adotar alguma dos princípios de solução. 
 
Princípio da especialidade 
 
Sempre que existir uma relação de gênero – espécie entre os tipos penais 
em conflito deverá ser aplicada a norma especial, mais específica. 
Será especial a norma que contiver todos os elementos da geral e mais 
alguns. Assim, toda conduta que se subsume ao tipo penal especial também se 
subsume ao tipo geral, mas o contrário não é verdadeiro. 
Ex: roubo e furto; homicídio e infanticídio. 
 
Princípio da subsidiariedade 
 
Quando dois tipos penais descrevem diferentes graus de lesão ao mesmo 
bem jurídico, haverá uma norma mais ampla que deve prevalecer em relação 
àquela menos abrangente. 
A norma subsidiária pode ter esta condição expressamente declarada, 
quando o tipo penal inclui a previsão “se o fato não constituir crime mais grave” 
ou implícita, quando em um tipo penal a conduta é elementar e no outro figura 
como circunstância legal. Ex.: omissão de socorro e homicídio culposo com 
omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao 
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro 
da autoridade pública: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
(art. 121) § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou 
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura 
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é 
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 
Nestes casos de subsidiariedade, só será configurado o crime subsidiário 
se ele não fizer parte do principal. 
 
Princípio da consunção ou da absorção 
 
É o princípio segundo o qual o crime fim absorve o crime meio, ou seja, 
quando um crime é praticado como meio necessário ou normal para a prática de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art121§4
outro, não é punível o primeiro. Ex.: lesão corporal e homicídio. 
 
Princípio da alternatividade 
 
Este princípio é reconhecido por apenas parte da doutrina, mas se aplica 
às infrações penais de ação múltipla, que são os tipos penais que possuem 
vários verbos – Ex.: Tráfico de drogas. 
Quando alguém pratica mais de um dos verbos, em um mesmo contexto 
fático, tem-se crime único, embora tal circunstância deva ser considerada na fase 
d
e
 
a
p
l
i
c
a
ç
ã
o
 
d
e
 
p
e
n

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