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Enfermidades dos Cavalos - Armen Thomassian-ilovepdf-compressed.pdf

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Quarto de Milha.
Diferentes tecnicas de trata-
mento podem ser utilizadas para
a corre<;:aodos diferentes graus
de desvios. Para desvios de 4
graus pode ser tentada a imo-
biliza<;:aodo membro como um
todo, com talas de PVC ou pen-
so gessado. Desvios menores
do que 4 graus podem ser cor-
rigidos em poucas semanas
confinando-se os potros em
baias, corte corretivo dos cas-
cos e manejo nutricional. Casos
mais graves, acima de 4 graus,
devem ser tratados cirurgica-
mente, optando-se por uma das
tecnicas como: aplica<;:ao de
grampos ortopedicos; por dupla
compressao com parafusos e
arame ortopedico; transec<;:ao
periosteal ou osteotomia com
excelentes resultados.
E importante que potros que
apresentam desvios superiores
a 4 graus, ou que nao responde-
rem satisfatoriamente as tecnicas
nao cirLirgicas (repouso, massa-
geamento e imobiliza<;:ao do
membro), sejam submetidos as
tecnicas cirLirgicas de corre<;:ao
o mais precocemente posslvel.
Estima-se que ate 0 30 mes de
idade seja 0 perrodo em que se
obtem os melhores resultados
corretivos com a aplica<;:aodas
tecnicas de transec<;:ao perios-
Figura 5.17
Tra«ado do ponto "piv6".
Figura 5.18
Valgus carpico - Raios-X.
Figura 5.19 Valgus carpi co unilateral.
Agenesia do quarto o. carpico - Raios-X.
teal, grampos ortopedicos ou du-
pia compressao com parafusos,
reservando-se a osteotomia para
casos acima de 8 graus, e em
animais com mais de 6 a 9 me-
ses de idade.
Figura 5.20
Varus metacarpico - Raias-X.
Figura 5.21 Valgus carpico
tratado com aplica<;8.ode
grampo ortapedico - Raios-X.
5.6. Periostite, exostose e
osteoperiostite.
As periostites, exostoses e
osteoperiostites saG processos
reacionais do periosteo, mem-
brana que envolve 0 osso, po-
den do ser consequencia, prin-
cipalmente, de traumas diretos
sobre as estruturas atingidas, ou
indiretos quando a distancia.
o periosteo e composto por
duas camadas que respondem
de forma diferente aos proces-
sos inflamatorios, sendo a se-
gunda camada mais interna, cuja
func;ao e osteogenica ou osteo-
blastica, a responsavel pela for-
mac;aoossea final como respos-
ta ao trauma recebido. A conse-
quencia pode ser uma prolifera-
c;ao,inicialmente fibrosa, que ten-
de a ossificac;ao decorrente da
deposic;ao de sais de calcio. Ra-
diograficamente caracteriza-se
por proliferac;ao ossea cuja base,
isto e, a extensao da superffcie
de contato com 0 osso propria-
mente dita, e maior em seu eixo
longitudinal e mostra irregulari-
dades em sua superffcie.
A periostite pode ser aguda
ou cr6nica. Ouando aguda, e atin-
gindo 0 terceiro o. metacarpi co, e
conhecida comumente como "dor
de canela". Aparece em animais
apos exercfcios forc;ados ou em
treinamentos inadequados.
A manifestac;ao principal e a
daudicac;aodiscreta,sendo 0 pro-
cesso doloroso, quando se palpa
principalmente a face cranial do
terceiro o. metacarpico, notada-
mente da sua regiao media para
a distal, proxima ao boleto, no 10-
cal em que 0 tendao extensor di-
gital comum possui relac;ao,em-
bora fraca, com 0 periosteo que
nao resiste ao esforc;oexagerado.
o que se observa, alem da
daudicac;ao, principalmente apos
o trote ligeiro, e que ao descan-
sar 0 animal procura aliviar a dor
alternando 0 apoio do membro
afetado, 0 que se torna diffcil
quando os dois anteriores estao
atingidos. Nestas condic;6es,
quando se observa precocemen-
te 0 problema, 0 repouso consti-
tui 0 melhor tratamento, deven-
do-se, no entanto, associar apli-
cac;ao de duchas frias pelo me-
nos 2 vezes ao dia, ligas de des-
canso embebidas em agua ve-
getomineral, e aplicac;aosistemi-
ca de antiinflamatorios pelo me-
nos durante 5 dias.
Ouando os sintomas de dor
e c1audicac;ao regredirem, insti-
tua um esquema de massagea-
mento com produtos revulsivos
como tintura de iodo a 10% ou
pomadas iodetadas, aplicando
em seguida ligas de descanso.
o animal deve permanecer em
repouso pelo menos durante 10
dias antes de retornar metodica
e gradativamente ao trabalho.
As periostites cr6nicas saG
consequentes a processos agu-
dos mal curados ou decorrentes
de traumas ligeiros e constan-
tes, podendo localizar-se, alem
da periostite do terceiro o. me-
tacarpico, em qualquer regiao
dos ossos dos membros, princi-
palmente nas areas perifericas
as articulac;6es interfalangicas,
ossos carpicos e tarsicos e nos
sesamoides proximais.
As deficiencias alimentares
minerais de Ca e P,vitaminas A
e D e defeitos de aprumos sao
os gran des responsaveis por le-
soes que determinam as perios-
tites cr6nicas.
Os sintomas variam confor-
me a localiza<;ao e a gravidade
da lesao, Geralmente, 0 local
atingido aparece aumentado de
volume, com consistencia dura
e raramente sensivel a palpa<;ao
superficial. A claudica<;ao varia
de caracteristica na dependen-
cia da localiza<;ao, sendo mais
acentuada em ossos que com-
poem certas articula<;oes ou si-
tuados em suas adjacencias.
o diagnostico definitivo de-
vera ser feito pelos Raios-X para
que se possa avaliar a extensao
das prolifera<;oes do periosteo,
e optar-se pelo tratamento me-
dico com drogas que regridam
as prolifera<;oes, como 0 malea-
to de sodio, ou revulsivos poten-
tes, ou, ainda, por meios mais ra-
dicais como a cauteriza<;ao por
ponta de fogo (em desuso) e a
raspagem cirurgica. A aplica<;ao
de terapia por ondas de choque,
alem de ser um metodo moder-
no e incruento, tem proporcio-
nado otimos resultados na re-
modela<;ao do osso.
Outra forma de prolifera<;ao
do periosteo e a exostose do
terceiro o. metacarpico, con he-
cida como "sobreosso", que tra-
duz uma desmoperiostite junto
aos ligamentos interosseos do
segundo, terceiro e quarto o. me-
tacarpicos. Esta forma de exos-
tose pode ser consequente a
traumatismos, choques durante
o trabalho ou em acidentes co-
mo escorregando ou saltando
obstaculos.
E de ocorrencia mais comum
em animais jovens quando co-
me<;am a trabalhar ou a treina-
rem precocemente, antes da
uniao entre os o. metacarpicos,
associada a deficiencias mine-
rais, como Ca, Peas vitaminas
Ae D.
o processo manifesta-se por
claudica<;ao ao trote, principal-
mente em terrenos duros, notan-
do-se na face lateral ou medial
do o. metacarpico um aumento
de volume de consistencia dura,
quente ou frio e sensivel a palpa-
<;ao.A dor pode ser acentuada
pela flexao do membra.
As exostoses, de maneira ge-
ral,ou 0 "sobreosso", podem tam-
bem aparecer em qualquer ponto
do terceiro o. metacarpico, com
as mesmas caracteristicas etio-
patogenicas e clinicas, podendo
apenas variar de forma e inten-
sidade no que diz respeito a clau-
dica<;ao,que podera ate mesmo
estar ausente.
o diagnostico e realizado pe-
la forma de apresenta<;ao clini-
ca e confirmado atraves de ra-
diografias.
o tratamento do "sobreosso",
independente de sua localiza<;ao,
consiste na aplicac;:aode duchas
frias no infcio,e quentes nas fases
mais adiantadas, associando-se
massagens com pomadas iode-
tadas uma vez ao dia, e ligas de
descanso, durante 5 dias. A apli-
cac;:aolocal de produtos capazes
de regredir 0 processo (maleato
de sodio),ou mesmo 0 tratamento
cirurgico para a retirada da exos-
tose somente devera ser feita
apos rigorosa avaliac;:aoda con-
veniencia ou nao da intervenc;:ao.
Outra forma de crescimento
periosteal e a "osteoperiostite
proliferativa periarticular". Apare-
ce sob a forma de um aumento
de volume de consistencia dura
e irregular, atingindo a regiao
periferica das articulac;:6es em
sua face cranial, lateral ou medial.
A etiologia geralmente e
traumatica, porem lenta e pro-
gressiva, manifestando-se em
cavalos adultos devido ao tipo
de trabalho que exercem.
Uma vez instalada, a osteo-
periostite dificilmente reg ride
sob a ac;:aode medicamentos ou
mesmo ponta de fogo, sendo te-
merario 0 tratamento cirurgico
quando a extensao das forma-
c;:6esosseas
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