fissuras, quando exten- sas, podem se transformar em fraturas completas quando da realizac;:aode movimentos bruscos de levantar e deitar. Ja 0 arran- camento da tuberosidade da tibia se produz por traumatismo direto, ou entao atraves da trac;:aoexa- gerada dos ligamentos da patela. as sintomas nas. fraturas completas com ou sem expo- sic;:aode fragmentos sac muito evidenciados pela impotencia funcional e desvio do eixo os- seo. As fissuras sac diflceis de serem diagnosticadas devido ao quadro de c1audicac;:aonao ser caraderlstico. A dor a palpac;:ao profunda e a radiografia da ti- bia sac os unicos meios de sus- peita e diagnostico das fissuras. E de fundamental importancia a realizac;:aode imagens radio- graficas pelo menos em duas posic;:6espara que se possa fa- zer uma correta observac;:ao da Figura 5.59 Fratura da tuberosidade da crista da tibia em adulto jovem - Raios-X. gravidade da fratura, se simples ou cominutiva. as arrancamentos da tube- rosidade da tibia, alem do au- mento de volume que surge no local, produzem flexao insufi- ciente da articulac;:ao femorotl- bio-patelar, levando 0 animal, algumas vezes, a arrastar a pin- c;:adurante a locomoc;:ao. as Raios-X confirmam a suspeita diagnostica. a tratamento das fraturas completas sem exteriorizac;:aode fragmentos, em cavalos adultos e jovens, pode ser tentado atra- ves da aplicac;:aode placas ou pi- nos,associada a repouso prolon- gada e aparelho de suspensao. Fraturas expostas, mesmo em potros, quase sempre condu- zem a eutanasia, mesmo quando tratadas cirurgicamente, em vir- tude da grande possibilidade de instalac;:aode infecc;:aoe 0 desen- volvimento de osteomielite devi- do a invasao baderiana do foco de fratura. as arrancamentos da tubero- sidade da tibia possuem um bom prognostico e podem ser tratados atraves da aplicac;:aode parafu- sos ou pregos ortopedicos. 5.21 Fraturas dos sesamoides proximais. As fraturas dos sesamoides proximais sac mais comuns em cavalos de corrida, devido a hi- perextensao da articulac;:ao metacarpofalangica (membros anteriores), e da metatarsofa- langica (membros posteriores) do cavalo de trote. 0 trauma di- reto sobre os ossos sesam6ides, ocasionalmente pode produzir as fraturas, sendo frequentes as rupturas de seus ligamentos. Figura 5.60 Fratura do terc;:oproximal da tibia - Raios-X. Figura 5.61 Fratura do terc;:adistal da tibia - Raias-X. o quadro e de aparecimento brusco, com impotencia funcio- nal do membro e apoio em pin- <;adevido a flexao do boleto. 0 aumento de volume surge rapi- damente, e a palpa<;aoda regiao produz muita dor. As fraturas podem acometer a por<;aoapical, basilar e abaxial, podendo atingir ambos os sesa- m6ides de cada membro, porem, geralmente, s6 afetam um dos membros. o diagn6stico e radiografico, o que possibilita 0 diferencial com sesamoidite, embora esta nao apresente um infcio com grande intensidade sintomatica como as fraturas. o tratamento pode ser con- servador; no entanto, para que 0 cavalo continue sendo utilizado em todo seu potencial de traba- lho, tais fraturas deverao ser tra- tadas cirurgicamente pela retira- da do fragmento nas fraturas api- cais e,com parafusos ortopedicos nas fraturas basilares e abaxiais, associado a aplica<;ao de ferra- duras com ramp6es. o repouso, com 0 membro imobilizado em discreta flexao, e extremamente importante na recupera<;ao e posterior retira- da dos parafusos. Artrite e 0 termo gene rico que se utiliza para definir basica- mente, todo e qualquer processo inflamat6rio que atinge as articu- la<;6es.A afec<;ao pode com pro- meter qualquer das estruturas que comp6em as articula<;6es, em conjunto ou separadamente (ossos, cartilagem, capsula arti- cular, tecido sinovial, ligamentos colaterais periarticulares e intra- articulares, Ifquido sinovial e te- cidos periarticulares). A capsula articular e com- posta de uma camada externa, fibrosa e uma interna que con- tem 0 tecido sinovial que secre- ta 0 Ifquido sinovial. A cartilagem articular consiste de tres cama- das, sendo uma basal. assenta- da sobre 0 osso subcondral, (cal- cificada); uma intermediaria com grande capacidade de absorver o choque mecanico devido ao alto conteudo em agua, e uma camada superficial delgada composta de colageno. A nutri- <;aoda cartilagem, fundamental- mente e feita por dois leitos ca- pilares distintos: 0 leito capilar sinovial, e 0 leito capilar das ex- Figura 5.62 Artrasinavite tarsica. tremidades 6sseas que com- poem a articula<;ao. E de fundamental importan- cia aometabolismo normal dos componentes cartilaginosos e sinoviais (tecido e IIquido sino- via!),a slntese de proteoglicanas promovida pela vitamina D, es- sencial para a diferencia<;ao nor- mal das cartilagens fisarias em potros, e a slntese do acido hia- lur6nico e outras glicosaminogli- canas, presente na cartilagem hialina e no liquido sinovial de articula<;oes normais de equinos. a liquido sinovial e um dializado proteico do plasma sanguineo que apresenta propriedades im- portantes: lubrifica<;ao e umec- ta<;ao de superficies; capacida- de de suportar pressoes; capa- cidade de condu<;ao de calor; elasticidade, e, final mente, pro- priedade de semi-solidificar-se instantaneamente no momento de impactos. Figura 5.63 Artrite serosa - potro com "O.CD:'. Uma articula<;ao acometida por processo asseptico, apresen- ta inflama<;aoaguda da membra- na sinovial com aumento de pro- du<;ao de liquido sinovial com baixa concentra<;ao de acido hia- lur6nico. Concomitantemente ao aumento de produ<;aodo liquido sinovial, poden§.ocorrer derrame de sangue ou somente de soro, que saD os responsaveis pelo agravamento do quadro c1inico e das modifica<;oesda viscosida- de do liquido sinovial. Muitas saD as causas de ar- trites, sendo os casos primarios consequencia da a<;aode traumas diretos e ferimentos com pene- tra<;ao de germes ou de carpos estranhos no interior da articula- <;ao.As artrites secundarias po- dem ser resultantes de ma-con- forma<;ao6ssea, aprumos irregu- lares, deficiencias nutricionais (proteinas, vitaminas, minerais), superalimenta<;ao,osteocon drite dissecante ("O.CH'), pneumonias por Rhodococcus equi, e infec<;ao do cordao umbilical (artrite septi- ca e osteomielite do potro). A sintomatologia geral das artrites se caracteriza pela defor- ma<;ao,que e a aumento de vo- lume da articula<;ao; calor (agu- da); dor; e, consequentemente, a c1audica<;ao,que varia de inten- sidade (graus) e tipo (aIta,media au baixa), conforme a gravidade das lesoes e da articula<;ao atin- gida. Em geral, os processos agu- dos provocam intensa inflama<;ao nos tecidos comprometidos, exa- cerbando a sintomatologia, ao contrario dos processos cr6nicos que apresentam sinais discretos com tendendas a recidivas peri6- dicas que podem produzir les6es articulares definitivas. a aumento de volume que se observa nas artrites pode ser de- corrente de: distensao da capsu- la articular, devido ao aumento da produ<;aode liquido sinovial; es- pessamento da capsula articular (capsulite); inflama<;ao dos teci- dos periarticulares; periostites e osteoperiostites intra e periarticu- lares, como consequencias das les6es de peri6steo que a a<;ao do trauma e tra<;aoda capsula ar- ticular produzem, au mesmo esti- ramento das inser<;6esdos liga- mentos colaterais periarticulares e articulares, nos casas de entor- ses e subluxa<;6es. Quanta ao tipo, as artrites po- dem ser c1assificadas em: 1. Artrite serosa (artrite trau- matica): Sao devidas a traumas diretos em animais que sofrem coices sabre as articula<;6es au pancadas em obstaculos durante saltos. Os traumas indiretos tam- bem podem desencadear este ti- po de artrite, e sao, na maioria das vezes,decorrentes de ma-confor- mat;:ao dos membros que