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Resumo Esquematizado - Juiz do TJ SP - D Penal (2)

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Resumo Esquematizado 
Juiz do TJ SP 
 
 
Equipe Pedagógica 
Coordenador Professor Mauro Moreira 
Procurador Federal. Mestre e Especialista em Direito Tributário. Membro 
da International Fiscal Association. Aprovado nos concursos da 
Magistratura Estadual (Juiz do TJMA/2009), Notário e Registrador 
(Cartórios do PR, RS, MS, PE, BA etc), Procuradorias, Advogado da 
PETROBRAS, Advogado da Compesa, Analista de Tribunais e do MPPE 
etc. 
 
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DIREITO PENAL 
 
Noções Preliminares 
 
• Direito Penal é o ramo do Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas 
e as medidas de seguranç a aplicáv eis aos infratores. 
 
• Direito Penal Objetivo é o conjunto de normas penais. 
 
• Legislação básica: Código Penal. Legislação extravagante: Lei de Tortura; Lei de Entorpecentes; 
Lei de Abuso de Autoridade; Lei de Porte de Arma. 
 
• Direito Penal Subjetivo é o direito de punir do Estado. 
 
• Classificação das infrações penais: a) Crimes (= delitos) b) Contravenções 
 
• Definições doutrinárias importantes: 
 
o Sujeito Ativo = Agente: é a pessoa q ue comete o crime. Regra: somente o ser humano 
pode ser sujeito ativo de uma infração penal. Exceção: as pessoas jurídicas poderão 
cometer crimes, nas condutas lesivas ao meio ambiente (CF, art. 225, §3º e Lei 9.6 05/98) 
 
o Sujeito Passivo = Vítima: é a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito (vítima 
do crime). Obs. 01: O Estado é sempre sujeito passivo mediato = indireto, visto que possui 
a titularidade do poder de punir os infratores, ou seja, quando o a gente pratica o crime ele 
está ofendendo primeiramente o Estado, que é quem dita as “regras” de Direito Penal e 
tem a obrigação de manter a ordem e a disciplina na sociedade. Obs. 02: O que varia é o 
sujeito passivo imediato = direto, de acordo com a natureza do crime, podendo ser uma 
pesso a física (ser humano) ou um a pessoa jurídica (ficção jurídica – empresa, por 
exemplo). 
 
o Objeto Material: é a coisa sobre a qual recai a conduta delituosa. Ex: no crime de furto, 
o objeto material é o bem que foi subtraído da vítima no caso concreto ( bolsa, auto móvel, 
carteira etc.). Obs.: Eventualmente, pode ocorrer que o sujeito passivo confunda-se com 
 
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o objeto material, como ocorre no caso de homicídio ou lesões corporais. Ex: no caso de 
um homicídio, a vítima (pessoa que sofre os efeitos do delito – sujeito passivo) é a mesma 
“coisa” – objeto material - sobre a qual recai a ação do sujeito ativo (esfaquear, 
estrangular, enforcar, etc.). 
 
o Objetividade Jurídica (Objeto Jurídico ou Objeto da Tutela Penal): é o bem da vida ou 
interesse que a lei visa a proteger quando incrimina determinada conduta. Ex 01: No crime 
de homicídio (121, CP) o bem tutelado é a vida humana. Ex 02: No delito de estelionato 
(a rt. 171, CP), o que se deseja proteger é o patrimônio. Dica: Identifica-se o objeto da 
tutela penal de det erminado crime verificando o capítulo da parte especial do CP na qual 
o delito está inserido. Assim, a parte especial do CP inicia-se com o Título “Dos Crimes 
Contra a Pessoa” e o Capítulo I versa sobre “Do s Crimes Contra a Vida”, logo a 
objetividade jurídica é a preservação da vida humana. 
 
o Tipo Penal: é a descrição do fato criminoso feita pela lei. Dica: O tipo é como se fosse 
um moldura, cujo conteúdo é a conduta proibida, o fato criminoso. Se uma pessoa, na vida 
real, pratica um fato que se encontra previsto no tipo, estará praticando um crime. 
 
 
Princípios Penais 
 
 
Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade: consiste na exclusividade da lei para 
criar delitos e cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a utilização de 
medida provisória em matéria penal. 
 
 O STJ já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 
417 que prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas. Posteriormente, 
no entanto, o Plenário do STF, apreciando a conversão da MP 417/200 8 na Lei 11.706/ 
2008, que reabriu o prazo para registrar ou renovar o registro de suas armas de fogo de uso 
permitido, entendeu que não houve “abolitio criminis”. 
 
 A Lei n. 11.706/2008, ao reabrir o prazo para regularização de armas de fogo, produziu 
efeitos retroativos e implicou em abolitio criminis quanto às condutas praticaas entre 
23/06/200 5 até 30/0 1/2008 (período e m que não houve lei permitindo a regularização)? 
 
 Para o STJ, a nova prorrogação trazida pela MP 417/2008, posteriormente convertida na 
Lei n. 11.706/2008, retroage para alcançar as condutas praticadas de possuir arma de fogo ou 
 
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munição de uso permitido (AgRg no REsp 1237674/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
Sexta Turma, julgado em 05. 02.2013). A reabertura do prazo trazido pela Lei 11.706/2008 é 
RET ROATIVA. 
 
 Já para o STF, o fato de a Lei n. 11.706/2008 (MP 417/2008 ) ter reaberto o prazo 
para que as pessoas pudessem registrar ou renovar o registro de suas armas de fogo de uso 
permitido não significou abolitio criminis. Em outras palavras, as pessoas que foram condenadas 
por fatos posteriores à última prorrogação e anteriores à 31.0 1.2008 (Lei 11.706/2008) não 
têm o direito de ter extinta sua punibilidade. A reabertura do prazo trazido pela Lei 11.706/2008 
é IRRETROATIVA. (Info 720 ). 
 
Princípio da Anterioridade (art. 5º, XXXIX, CF): estabelece que o crime e a pena devem 
ser previamente definidos em lei. Desse princípio decorre o princípio da irretroatividade da 
lei penal, segundo o qual a lei penal não se aplica a fatos pretéritos e aqueles ocorridos 
durante sua vacatio legis, salvo para beneficiar o réu. 
 
 
Princípio da Individualização da pena (art. 5º, XLV I, CF) : de acordo com o referido 
princípio, a aplicação da pena deve levar em conta não a norma em abstrato, mas os 
aspectos objetivos e subjetivos d o crime. Incide em 03 planos diferentes: legislativo, judicial e 
administrativo. 
 
Princípio da Intranscedência ou da personalidade (art. 5º, XLV, CF): ninguém pode ser 
responsabilizado criminalmente por delito de outrem, não podendo a pena passar da pessoa do 
condenado. 
 
Princípio da Insignificância: possui natureza jurídica de causa supralegal de exclusão da 
tipicidade material, devendo ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade 
e da intervenção mínima. Busca excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, e m sua 
perspectiva material. 
 
 Requisitos Objetivos: Mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma 
periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
Inexpressividade d a lesão jurídica provocada. 
 
 Requisitos Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do 
agente (nem a reincidência, nem a reiteração criminosa, tampouco a habitualidade delitiva, são 
suficientes, por si sós, para afastar a aplicação do denominado princípio da insignificância). 
Segundo o Plenário do STF, não é possível fixar uma regra geral (uma te se) sobre o assunto. A 
 
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decisão sobre a incidência ou não do princípio da insignificância deve ser feita caso a caso. 
(STF - Info 793). 
 
 Os tribunais superiores, em algumas situações concretas , têm afasta do o princípio 
da insignificância nos casos de reincidência e de furto qualificado. 
 Súmula 606 do STJ: Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão 
clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 
183 da Lei n. 9.472/1997. 
 
 Princípio da insignificância x Tribunais Superiores: Aplicabilidade: furto simples, 
crimes contra a ordem tributáriae descaminho (ST J: 10 mil reais; STF: 20 mil reais); 
“Flanelinha” e exercício da profissão se m registro no órgão competente. 
 Inaplicabilidade: lesão corporal; furto qualificado; roubo; tráfico de drogas ; moeda 
falsa e outros crimes contrafé pública; contrabando, estelionato contra o I NSS, envolvendo 
FGTS ou envolvendo seguro-desemprego; violação de direito autoral; posse ou porte de arma de 
fog o/munição (Cuidado com a exceção: porte ilegal de uma munição como pingente); delitos 
praticados em violência doméstica; provedor clandestino de internet sem fio; crimes militares . 
 Divergências: Crimes ambientais, Crimes cometidos por prefeitos (STF já admitiu, 
STJ não); Apropriação indébita previdenciária (STF já admitiu, STJ afasta ); Porte de droga 
para consumo pessoal (STF tem um precedente isolado ); Crimes contra Administração 
Pública (STJ afasta, STF já admitiu); Rádio comunitária clandestina (STF admite em rádios 
com baixa frequência e em locais afastados dos grandes centros, quand o demonstrada a 
inexistência de lesividade – Info 853.O ST J, por sua vez, não admite). 
 Nos crimes ambientais, há divergência no STF sobre a possibilidade de aplicação d 
o princípio da insignificância quanto à pesca ilegal. 
 
 Informativo 913 do STF: Em um caso concreto, o STF reconheceu o princípio da 
insignificância, mas, como o réu era reincidente, em vez de absolvê-lo, o Tribunal utilizou esse 
reconhecimento para conceder a pena restritiva de direitos, afastando o óbice do art. 44, II, do 
CP. 
 Em regra, o reconhecimento do princípio da insignificância gera a absolvição do réu pela 
atipicidade material. Em outras palavras, o agente não responde por nada. Em um caso concreto, 
contudo, o STF reconheceu o princípio da insignificância, mas, como o réu era reincidente, em vez 
de absolvê-lo, o Tribunal utilizou esse reconhecimento para conceder a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos, afastando o óbice do art. 44, II, do CP: 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas 
de liberdade, quando: (...) II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
 
 
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 Em razão da reincidência, o STF entendeu que não era o caso de absolver o condenado, 
mas, em compensação, determinou que a pena privativa de liberdade fosse substituída por restritiva 
de direitos, afastando a proibição do art. 44, II, do CP. 
 
 Informativo 911 do STF: É possível a aplicação do princípio da insignificância para o 
furto de um galo, quatro galinhas caipiras, uma galinha garnizé e três quilos de feijão Em regra, a 
habitualidade delitiva específica (ou seja, o fato de o réu já responder a outra ação penal pelo 
mesmo delito) é um parâmetro (critério) que afasta o princípio da insignificância mesmo em se 
tratando de bem de reduzido valor. 
 Excepcionalmente, no entanto, as peculiaridades do caso concreto podem justificar o 
afastamento dessa regra e a aplicação do princípio, com base na ideia da proporcionalidade. 
É o caso, por exemplo, do furto de um galo, quatro galinhas caipiras, uma galinha garnizé e três 
quilos de feijão, bens avaliados em pouco mais de cem reais. O valor dos bens é inexpressivo e não 
houve emprego de violência. Enfim, é caso de mínima ofensividade, ausência de periculosidade 
social, reduzido grau de reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica. Mesmo que conste 
em desfavor do réu outra ação penal instaurada por igual conduta, ainda em trâmite, a hipótese é de 
típico crime famélico. A excepcionalidade também se justifica por se tratar de hipossuficiente. Não 
é razoável que o Direito Penal e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz movimente-se 
no sentido de atribuir relevância a estas situações. 
 
Princípio da Intervenção mínima: o Direito Penal só é legitimo quando utilizado em 
casos excepcionais, ou seja, quando outros ramos d os direitos não forem suficientes na 
tutela de determinados bens. A intervenção mínima é o gênero do qual são espécies: a 
fragmentariedade e a subsidiariedade. Guarda relação com o princípio da ofensividade ou 
lesividade (perigo de lesão ao bem jurídico) . 
 
Princípio da Fragmentariedade: no universo da ilicitude, somente alguns poucos fragmentos 
constituem-se em ilícitos penais. O Direito Penal é a última etapa de proteção. Obs.: o 
princípio da fragmentariedade atua no plano abstrato: permite criação de tipos penais apenas 
quando os demais ramos do direito tiverem falhado na proteção do bem jurídico. Por outro lado, o 
princípio d a subsidiariedade atua no plano concreto. É analisado se, naquele caso concreto, 
será possível solucionar através de outros ramos d o direito, ou se será preciso utilizar a 
última ratio, o executor de reserva (o direito pena l). 
 
Princípio da Ofensividade ou Lesividade: Só há crime quando a conduta é capaz de lesionar, ou 
a o menos de colocar em perigo de lesão, o bem jurídico penalmente protegido. 
 
Princípio da Adequação Social: Não pode ser considerado criminoso o comporta mento 
que, embora tipificado em lei, não afronte o sentimento social de justiça. 
 
 
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Princípio da Proporcionalidade: Garantismo negativo (proibição contra os excessos do estado) 
x positivo (proibição da proteção insuficiente). 
 
Princípio do non bis in idem: veda a dupla punição pelo mesmo fato. 
 
Fontes do Direito Penal 
 
Formal: pode ser imediata (lei) ou mediata (costume, analogia e princípios gerais do direito). 
 
Material: a União, a quem compete legislar sobre o direito penal. 
 
 
 
Aplicação da Lei Penal 
 
Tempo do crime: teoria da atividade (considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado). 
Lex tertia: é a combinação d e leis, criando uma terceira lei. É vedada (súmula 501 d o STJ). 
Lugar do crime: teoria da ubiquidade (considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado). 
Lei penal no espaço: a regra geral é a territorialidade, que consiste na aplicação da lei 
brasileira aos crime s praticados no Brasil (art. 5º, CP). Excepcionalmente, adota-se a 
extraterritorialidade, na qual aplica-se a lei brasileira a crimes (não inclui contravenção penal) 
praticados no exterior. Saiba diferenciar a extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, I, CP), 
condicionada (art. 7o, II, CP), hipercondicionada (art. 7º, §3o, CP) 
Leis penais intermitentes: sã o as leis temporária se excepcionais. Sã o regidas pelo princípio da 
ultratividade. Exemplo: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis 
meses a dois anos, tomar banho com mais de dez minutos de duração durante o período de 
racionamento de energia. 
Lei penal intermediária: se caracteriza pela sua extratividade, pois são retroativas e ultra ativas. 
Exemplo: Ao tempo da conduta estava em vigor a lei “A”, sucedida pela lei “B”, 
 
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encontrando-se e m vigor a o tempo da sentença a lei “C ”. Nada impede a aplicação da lei 
“B”, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao agente. 
 
 
Do Crime 
 
SISTEMA CLÁSSICO 
 
Fato típico 
• Conduta (movimento corporal voluntário) 
• Resultado naturalístico 
• Relação de Causalidade 
• Tipicidade 
Ilicitude (relação de contrariedade entre o fato e o direito) 
Culpabilidade 
• Imputabilidade 
• Dolo normativo ou culpa (inclui a consciência atual da ilicitude) 
 
SISTEMA NEOCLÁSSICO / NEOKANTISMO 
 
Fato típico 
• Conduta (ao invés da ação, prefere-se comportamento, abrangendo omissão; adota a teoria 
causalista para o conceito de crime, agregando ao tipo dados valorativos)• Resultado naturalístico 
• Relação de Causalidade 
• Tipicidade 
Ilicitude (relação de contrariedade entre o fato e o direito) 
Culpabilidade 
• Imputabilidade 
• Dolo normativo ou culpa (inclui a consciência atual da ilicitude) 
• Exigibilidade de conduta diversa 
 
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SISTEMA FINALISTA 
 
Fato típico 
• Conduta – dolo e culpa (o dolo é natural, pois não contém a consciência da licitude) 
• Resultado naturalístico 
• Relação de Causalidade 
• Tipicidade 
Ilicitude (relação de contrariedade entre o fato e o direito) 
Culpabilidade 
• Imputabilidade 
• Potencial consciência da ilicitude 
• Exigibilidade de conduta diversa 
 
 
Teorias da Conduta 
 
• Teoria Causalista: conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma 
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
 
• Teoria Neokantista: conduta é um comportamento (ação ou omissão) voluntário que 
produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
 
• Teoria Finalista: conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido 
a um determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe o elemento “conduta”. 
 
 
Espécies de Tentativa 
 
• Abandonada ou qualificada: desistência voluntária e arrependimento eficaz. 
• Inidônea: crime impossível ou quase crime. 
• Perfeita e imperfeita: a primeira é aquela em que o agente realiza todos os atos 
executórios, mas não atinge a consumação por circunstâncias alheias a sua vontade. 
Na segunda, o agente não realiza todos os atos executórios, porquanto é impedido de 
realizá-los. 
 
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Teorias sobre a tentativa: 
 
• Subjetiva, voluntarista ou monista: não diferencia o crime tentado do consumado, 
já que leva em conta a intenção do agente. Ex.: crimes de atentado ou de 
empreendimento. 
• Sintomática: tentativa revela a periculosidade. 
• Objetiva, realística ou dualista: diferencia a tentativa do crime consuma do. Em regra, é 
a adotada no Brasil. Na teoria objetiva, a tentativa possui pena reduzida de 1/3 a 2/3. 
Arrependimento eficaz e a desistência voluntária: Prevalece que são causas de exclusão 
da tipicidade (apesar de haver divergência ). 
 
Arrependimento posterior: prevalece se tratar de uma circunstância objetiva comunicável. 
Quanto mais rápida for a reparação do dano (sempre antes do recebimento da denúncia), maior 
será a redução da pena. 
 
Teorias sobre o crime impossível: 
 
Subjetiva: analisa a intenção para restar configurada a tentativa. Equipara o crime 
impossível ao crime tentado. 
Sintomática: a tentativa era aferida com base na periculosidade do agente. 
Objetiva: é necessário que o bem jurídico tenha sido posto em risco. A teoria objetiva 
subdivide-se em: a) Teoria objetiva pura: a ausência, absoluta ou relativa, de risco ao bem 
jurídico impede a punição; b) Teoria objetiva temperada ou intermediária: a inidoneidade 
relativa configura crime tentado, enquanto que a absoluta configura o crime impossível. É a 
teoria adotada no Brasil. 
 
Teorias do erro: 
 
Aberratio ictus: erro na execução. Art. 73, C P. Exemplo: Ciclano decide matar seu pai, para isso 
compra uma arma e espera este passar. Quando o vê, mira em seu genitor, porém, por falta de 
habilidade no manuseio do referido instrumento, acaba atirando em outra direção, atingindo 
outra pessoa que passava na rua. O agente, apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico 
pretendido. 
 Erro na execução com unidade complexa, c om resultado duplo = é a situação 
descrita pelo art. 73, in fine, do Código Penal, na qual o sujeito, além de atingir a pessoa 
inicialmente desejada , ofende também pessoa ou pessoas diversa s. 
 
 
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Aberratio criminis ou delicti: resultado diverso do pretendido. Art. 74, CP. Exemplo: Ciclano 
joga uma pedra na vidraça de seu rival, mas a caba atingindo pedestre que passava naquele 
momento. O agente, em razão do erro, acaba por atingir bem jurídico diverso. O agente responde 
por culpa, se o fato é previsto como crime culposo”. Assim, será imputado a penas o 
crime de lesão corporal culposa. Mas, atenção: se o resultado p revisto como cri me culposo for 
menos grave ou se o crime não tiver modal idade culposa, deve -se desprezar a regra delineada no 
art. 74 do Código Penal. 
 
Aberratio causae: erro sobre o nexo causal. a) Erro sobre nexo causal em sentido estrito: 
mediante um só ato o agente provoca o resultado pretendido, porém com nexo diferente. 
Exemplo: Ciclano atira Fulano de um penhasco, para que este morra afogado, porém, durante 
a queda Fulano tem a cabeça explodida por uma rocha e morre instantaneamente. b) Dolo 
geral, aberratio causae ou erro sucessivo: através da pluralidade de atos, o agente 
provoca o resultado pretendido, também com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do 
ciclano atira em Fulano, e supondo que est e já estava morto, resolve jogá-lo em um rio, 
causando a sua morte por afogamento. 
 
Erro de tipo: o agente não sabe o que faz; é o erro incidente sobre os elementos objetivos do tipo; 
trata-se da má interpretação sobre os fatos. Recai sobre os requisitos ou elementos fático-descritivos 
do tipo, como também sobre requisitos jurídico-normativos do tipo. Exclui sempre o DOLO, se 
poderia ser evitável (inescusável), responde pela culpa, caso haja previsão da forma culposa do 
delito. Exclui o crime. 
 
Erro de proibição: o agente sabe o que faz, mas pensa que sua conduta é lícita, quando na verdade 
é proibida; é o erro quanto à ilicitude da conduta; afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE, que é requisito da culpabilidade. Não há erro sobre a situação de fato, mas não há a 
exata compreensão sobre os limites jurídicos da licitude da conduta. Exclui a culpabilidade, se 
inevitável ou escusável. Diminui a pena, se evitável ou inescusável. 
 
Teorias do Nexo de causalidade: 
 
Equivalência dos antecedentes (“conditio sine qua non” ou processo hipotético de 
eliminação): causa é todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente , sem o qual o 
resultado não teria ocorrido como e quando ocorreu. É a regra geral do art. 13, caput, CP . 
 
Causalidade adequada: causa é todo e qualquer comportamento humano eficaz para produzir o 
resultado. Juízo estatístico. Identificada pelas regras da experiência. Acolhida pelo CP no 
caso de concausa relativamente independente que, por si só, poderia causar o resultado. Aplica-
se o art. 13, §1º, do CP . 
 
 
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Teoria da imputação objetiva (Roxin): insere elementos normativos na causalidade , limitando 
a imputação de uma conduta criminosa. Pela teoria da equivalência dos antecedentes, 
analisando-se apenas a causalidade objetiva, pode ocorrer o regresso ao infinito. Portanto, 
faz-se necessário também analisar a causalidade psíquica (dolo e culpa). Com a imputação 
objetiva , além da causalidade objetiva, analisa-se a causalidade normativa para atribuir a 
prática criminosa a alguém. Deve-se imputar o delito àquele que cria (ou aumenta) um risco 
juridicamente proibido, desde que o resultado produzido esteja dentro do alcance do tipo 
penal. Sendo assim, não havendo causalidade normativa, prescinde-se (dispensa-se) da análise 
de dolo e culpa. 
 
 
Teorias da tipicidade: 
 
Teoria do tipo avalorado/tipo meramente descritivo: fato típico não constitui emissão de 
valor sobre ilicitude. 
 
Teoria indiciária do tipo (ratio cognoscendi): trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a 
tipicidade como ratio cognoscendi, sendo vista, portanto, como um indício d a ilicitude. 
Todo fato típico também é presumidamente ilícito, operando-se uma presunção relativa de 
ilicitude. O efeito práticoda teoria indiciária é a inversão do ônus da prova no tocante as 
excludentes da ilicitude. 
 
Teoria da Ratio essendi: Fato típico e ilícito seria um elemento só. 
 
Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni): tipicidade legal + antinormatividade. 
 
Antijuridicidade (ilicitude): é a contrariedade do fato com o ordenamento jurídico. 
 
Causas legais de exclusão da ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito 
cumprimento do dever legal e exercício regular do direito. 
 
Causas supralegais de exclusão da ilicitude: consentimento do ofendido, quando envolver 
bem jurídico disponível e este tiver capacidade para consentir. Exemplo: tatuador que pratica 
lesões corporais em razão do seu trabalho não pratica crime. Obs.: o consentimento do 
ofendido também pode atuar como excludente de tipicidade, quando envolve bem jurídica 
indisponível e houver necessidade de dissenso da vítima para configurar o tipo penal. Exemplo: 
estupro. 
 
Culpabilidade: é um dos elementos do crime, segundo o conceito tripartido. Consiste no 
juízo d e reprovação do agente por ter praticado um fato típico e antijurídico, quando podia 
 
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entender o caráter ilícito do fato e agir conforme o direito. Para os adeptos do conceito bipartido 
de crime, é pressuposto de pena. 
 
 
Teorias da Culpabilidade: 
 
Teoria psicológica da Culpabilidade: Base positivista e concebida a partir do sistema 
causal-naturalista de Liszt e Beling. A ação é um movimento corporal voluntário que causa 
alteração no mundo exterior. A culpabilidade é o vínculo psicológico entre autor do fato e 
um resultado típico e ilícito , ou seja, uma mera imputação (cunho subjetivo: análise do 
dolo e culpa). É formada pela imputabilidade e dolo normativo/culpa. A tipicidade e a 
antijuridicidade (injusto penal) denotam a dimensão objetiva do conceito de crime. 
Teoria psicológico-normativa da Culpabilidade: Base neokantista e fundamentada na 
doutrina causal-valorativa de Frank e Mezger. A ação é concebida de forma social, 
valorativa e genérica, como um comportamento humano provocador de um resultado 
socialmente relevante. A culpabilidade é vista como um juízo d e valor que necessita de uma 
avaliação simultânea do vínculo psicológico do autor (dolo ou culpa) e da reprovação social, o 
que a torna psicológico-normativa. O novo elemento da culpabilidade é d e natureza 
normativa (exigibilidade de conduta diversa). É formada pela imputabilidade, dolo 
normativo/culpa e inexigibi lidade de conduta divers a. 
 
Teoria normativa pura da Culpabilidade: Doutrina finalista de Welzel. A ação como 
um comportamento humano dirigido a uma determinada finalidade. Elementos volitivos são 
analisados n a tipicidade (dolo e culpa), o que impede uma conduta típica sem sua 
configuração. O dolo d eixa de ser normativo e passa a ser natural. A culpabilidade deixa de 
analisar ele mentos subjetivos, tornando-se exclusivamente normativa, formada pela 
inimputabilidade , inexigibilidade de conduta diversa e potencial consciência de ilicitude. É o 
exercício inadequado d o livre-arbítrio. Foi a teoria adotada pelo C P. A teoria normativa 
pura da culpabilidade divide-se em: 
 
Teoria normativa extremada, estrita ou normativa pura da culpabilidade: para essa 
vertente, todas as discriminantes putativas configuram erro de proibição indireto. 
 
Teoria normativa limitada: o erro sobre as hipóteses (existência) e os limites das 
discriminantes putativas (causas de exclusão da ilicitude) configuram erro de proibição indireto, 
ao passo que o erro relacionado ao s pressupostos fáticos que autorizam a discriminante putativa 
( causas de exclusão da ilicitude), caracteriza-se como erro de tipo indireto ou permissivo. 
 
Excludentes da potencial consciência de ilicitude: o erro de proibição inevitável, escusável 
ou invencível (art. 21, caput, CP). Isenta o a gente de pena. 
 
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Hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível (lembrem-se que a 
coação física exclui a conduta em si e, consequentemente, o fato típico, não havendo crime) 
e obediência hierárquica (ordem não manifestamente ilegal). Em ambos, a consequência é 
a isenção de pena, por ausência de culpabilidade. 
 
Causas supralegais de inexigibilidade de conduta diversa: cláusula de consciência, 
desobediência civil, conflito de deveres, excesso intensivo exculpante (legítima defesa excessiva), 
legítima defesa preordenada diante de uma ameaça factível, estado de necessidade exculpante (não 
é adota no ordenamento pátrio). 
 
 
Da Imputabilidade 
 
 
 É um dos elementos da culpabilidade, juntamente com a inexigibilidade de conduta 
diversa e a potencial consciência de ilicitude. 
 
 Critérios: a) biológico (menoridade); b) psicológico; c) biopsicológico (adotado no art. 26, 
CP) 
 
 Inimputáveis: recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de 
segurança. 
 
 Espécies de medida de segurança: a ) internação (penas de detenção); b) tratamento 
ambulatorial (penas de reclusão). 
 
 Duração: prazo mínimo de 1 a 3 anos. Em relação ao praz o máximo, há divergência entre 
os tribunais: 
 
 Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar 
o limite máximo da pena abstratamente comina da ao delito praticado. 
 
 STF: prazo máximo de 30 a nos. 
 
 Semi-imputáveis: adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida 
ou uma medida de segurança). Contrapõe-se a o sistema do duplo binário. 
 
 
14 
 Excludentes da culpabilidade: doença mental ou desenvolvimento mental in 
completo/retarda do, menoridade, embriaguez completa e acidenta l. 
 
 Embriaguez culposa: não exclui a imputabilidade penal, diferente mente da 
embriaguez total fortuita o u acidental. 
 
Do Concurso de Agentes 
Requisitos: pluralidade de agentes culpáveis, pluralidade de condutas, relevância causal d 
as condutas e vínculo subjetivo (não se confunde com o prévio ajuste). 
Teoria adotada pelo ordenamento: em regra, adota-se a teoria monista ou unitária (todos 
aquele s que agem em concurso de agentes respondem pelo mesmo crime). 
Excepcionalmente, a teoria pluralística ou dualista. 
 
Espécies de autoria: coautoria (dois ou mais autores), autoria imediata (é aquele que pratica o 
fato com a s próprias mãos – não confundir com os crimes de mãos próprias), autoria mediata (casos 
de provocação de erro em terceiro, coação m oral, utilização de outrem como instrumento 
impunível ). 
 
Teorias da autoria: teoria restritiva objetiva-formal (autor é aquele que pratica o núcleo 
do tipo penal ); teoria restritiva objetiva-material (autor é aquele que contribui de forma 
mais relevante para o crime ); teoria extensiva (não diferencia autor de partícipe), teoria subjetiva 
(analisa o animus de autor e animus de partícipe); teoria d o domínio do fato (autor é quem 
executa o núcleo do tipo ou te m o controle final do fato. Só se aplica aos crimes dolosos e 
não elimina a figura do partícipe). 
 
Espécies de participação: participação moral (induzi mento e instigação) e participação 
material (auxílio/cumplicidade). 
 
Teorias da participação: teoria da acessoriedade mínima (basta que o autor pratique um 
fato típico para que o partícipe seja punido); teoria da acessoriedade limitada ou média (exige que 
o autor pratique um fato típico e antijurídico); teoria da acessoriedade extrema da ou máxima (é 
necessário queo autor pratique um fato típico, antijurídico e culpável) e teoria da 
hiperacessoriedade (é necessário que o autor pratique um fato típico, antijurídico, culpável e 
punível). 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
 
15 
Quanto ao concurso de crimes, é correto afirmar: 
 
A) há concurso formal próprio quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicando-se a mais grave das penas cabíveis ou, se 
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços, 
considerado o número de infrações cometidas. 
 
B) há concurso formal impróprio ou imperfeito quando a ação ou omissão, dolosa ou 
culposa, resultar de desígnios autônomos, hipótese em que a pena será aplicada pela regra 
do concurso material. 
 
C) nos crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça contra a mesma vítima, 
poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um 
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo. 
 
D) no crime continuado comum, aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços, 
considerado o número de infrações cometidas, incidindo a extinção da punibilidade sobre 
a pena de cada uma, isoladamente. 
 
Resposta: letra D 
 
A) Incorreta. A fração está equivocada: 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. 
 
B) Não cabe em ação culposa, vide a expressão designíos autônomos conforme bem 
explicado pelo colega acima. 
 
C) Incorreta. Basta a leitura do art. 71 in verbis: 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência 
ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, 
a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o 
triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
 
D) É a alternativa correta: 
 
16 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-
se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, 
em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
Das Penas 
 
Dosimetria: 
 
Sistema trifásico: 1ª fase (fixação da pena-base pelo art. 59 , CP – circunstâncias judiciais); 
2ª fase (agravantes e atenuantes – não pode m ultrapassar os limites cominados no preceito 
secundário fixados em abstrato pelo legislador); 3ª fase (causas d e aumento e causas de 
diminuição – podem ultrapassar os limites cominados no p receito secundário fixados em abstrato 
pelo legislador). 
 
 O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 
anos, tem o direito d e cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, d 
o CP), caso as circunstâncias judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis . A gravidade, em 
abstrato, do crime não constitui motivação idônea para justificar a fixação do regime mais 
gravoso (Info 859 - STF). 
 
 Pena fixada no mínimo legal e regime mais gravoso (INF O 56 2, STJ): se a pena foi 
fixa da no mínimo legal, o acusado é primário e sem antecedentes criminais, o juiz não 
pode fixar regime mais gravoso do que o decorrente da quantidade da pena. 
 
 Não é correto que o magistrado se utilize d as condenações anteriores transitadas 
em julga do com o "conduta social desfavorável". Conduta social e antecedentes criminais 
são circunstâncias distintas (Info 825-STF). 
 
 Vulnerabilidade emocional e psicológica da vítima pode m ser utilizados como 
circunstância negativa na dosimetria da pena ( Info 579 - STJ). 
 
Maus antecedentes: Elemento configurador de maus antecedentes (INFO 535, STJ): 
condenação por fato posterior ao crime em julgamento não pode servir como “ maus 
antecedentes” para valorar negativamente a culpabilidade, personalidade o u conduta. A inda 
que o novo fato transite em julgado antes do fato em análise (1º fato ). 
 
 
17 
Confissão: 
 Confissão qualificada: confissão + tese defensiva (ex.: legítima defesa). Incide 
atenuante da confissão (INFO 551, STJ). 
 Confissão parcial: se o agente confirma o fato, mas nega alguma circunstância, faz 
jus à atenuante (ex.: acusado é denunciado pelo furto qualificado. Nega a qualificadora, 
mas confessa o furto simples.). Se ele apenas admite fato diverso, não faz jus. Ex.: 
denunciado por roubo, confessa apenas a subtração (furto) mas nega a violência ou grave 
ameaça (INFO 569, STJ). 
 Compensação entre confissão e reincidência. Para o STJ, em regra, a confissão e 
a reincidência se compensam, salvo se se tratar de “multirreincidência” (INF O 555, STJ). 
Para o STF, a reincidência deve prevalecer. 
 É possível a compensação entre a atenuante da confissão espontânea e a agravante 
d a violência contra mulher (INFO 568 , STJ). 
 
Reincidência: Conceito de tecnicamente primário: a ) possui uma condenação definitiva, mas não 
praticou nenhum crime depois; b) tem condenação definitiva e praticou novo crime depois 
desta, porém entre o novo delito e a extinção da punibilidade se passaram mais de 5 anos. 
 
Continuidade delitiva: 
 Requisitos: pluralidade de condutas e crimes da mesma espécie (mesmo tipo penal – não 
necessariamente mesmo bem jurídico tutelado. Ex.: roubo e extorsão tutelam o patrimônio, 
mas não es tão no mesmo tipo penal), similitude das circunstâncias de tempo (até 30 dias), lugar 
(cidade s próximas ou limítrofes), maneira de execução. 
 Unidade de desígnios: a) teoria objetiva pura (dispensa a unidade de desígnios. Foi a 
dotada na exposição de motivos do CP no item 59); b) teoria objetivo-subjetiva (exige a 
unidade d e desígnios. É adota a pelo s Tribunais Superiores). 
 Espécies de crime continua do: simples (As penas dos crime s parcelares são iguais 
- art. 71, caput, CP: aumenta-se a pena de 1/6 a 2/3, a depender da quantidade de crimes), 
qualificado (as penas dos crimes parcelares são diferentes: furto consumado e furto tentado, por 
exemplo) e específico (art. 71, § único, CP: crimes dolosos contra vítima s diversas e com violência 
ou grave ameaça. Aumenta-se a pena até o triplo). 
 Continuidade delitiva entre delitos diferentes: não se admite continuidade delitiva entre 
roubo e extorsão (Info 549 – STJ e 899 do STF). 
 
Regimes de pena: 
 Aberto (igual ou inferior a 4 anos), semiaberto (superior a 4 anos e não excedente 
a 8anos ) e fechado (superior a 8 anos ). 
 
18 
 Fixação do regi me inicial (INFO 548, ST J): fixada a pena mínima, deve ser o regime 
inicial fixado com base na pena. Não pode impor regime mais se vero se as circunstâncias, na 
dosimetria, for em favoráveis. 
 RDD: presos que pratiquem crime doloso e que ocasionem a subversão da ordem, presos 
que apresentam alto risco para a ordem e segurança do presídio, presos com fundada s 
suspeitas de envolvimento em organizações criminosas. Até 360 dias (podendo se repetir e m 
caso d e novafalta grave da mesma espécie por até 1/6 da pena aplicada), cela individual, 2h 
diárias de banho de sol, visitas semanais de 2 pessoas, sem contar crianças. 
 
 
Penas restritivas de direitos: 
 
 Espécies: prestação pecuniária (1 a 360 salários-mínimos), perda de bens ou valore 
s (para o Fundo Penitenciário), prestação de serviço à comunidade (condenações superiores 
a 6 meses), interdição temporária de direitos e limitação de final de se mana (5h em casa 
de albergado n o final de semana). Obs.: a PR D não obsta a suspensão dos direitos políticos. 
 Requisitos: PPL não superior a 4 anos ou qual quer pena , em se tratando de crime 
culposo; crime sem violência ou grave ameaça; não reincidente e m crime doloso (salvo se 
a medida for recomendável e não ocorra reincidência específica ); circunstâncias judiciais 
favoráveis. 
 
Efeitos da condenação: 
 Principais: pena ou medida d e segurança. 
 Secundários: a) penais (reincidência e seus e feitos na concessão de benefícios); b) 
extrapenais automáticos: perda de bens/instrumentos e obrigação de indenizar; c) extrapenais não 
automáticos: perda do cargo (salvo no crime de tortura, em que o efeito é automático - art. 
1, § 5 ° d a Lei 9.455/97), do poder familiar, inabilitação para dirigir. 
 Perda do cargo: a) pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, desde 
que o crime tenha sido cometido com abuso do pode r o u violação de dever para com a 
Ad ministração Pública; b) pena privativa de liberdade superior a 4 anos: de mais casos. 
 Perda de cargo, função o u mandato: não pode ser interpretado extensivamente com o 
intuito de vedar a cassação d a aposentado ria, ainda que a aposentadoria ocorra no curso da 
ação Penal, ou seja , antes d a condenação. O rol do art. 92 d o CP é taxativo, consoante o STJ. 
(INFO 552, STJ). 
 Em regra, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função 
pública exercida no momento da prática d o delito. Exceção: se o juiz, motivadamente, 
considerar que o novo cargo guarda correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele 
que o réu ocupava no momento do crime, neste caso mostra-se de vida a perda da nova função 
como uma forma de anular (evitar) a possibilidade de que o agente pratique novamente delitos da 
m esma natureza (Info 599 - STJ). 
 
19 
 
Livramento condicional: 
 Requisitos: 
 a) objetivos: PPL igual ou superior a 2 anos, cumprir 1/ 3 (não reincidente em 
crime doloso e com bons antecedente s), 1/2 (reincidente em crime doloso) ou 2 /3 
(hediondos ou equiparados – não pode ser reincidente específico para fazer jus ao benefício); 
reparar o dano. 
 b) subjetivos: ter bom comportamento carcerário, b om desempenho no trabalho e 
aptidão para manter sua subsistência mediante trabalho honesto; constatação de que não voltará 
mais a delinquir (apenas para os condenados por crime doloso com violência ou grave ameaça). 
 Condenação por novo crime: a) cometido durante o livramento: revoga, não desconta 
na pena o tempo que esteve solto, nem pode ser concedido novamente ; b) cometido antes 
do livramento: cabe novo livramento, pode somar as penas para efeito de concessão e 
computa o tempo solto como cumprimento da pena. 
 
Reabilitação: 
 Procedimento administrativo que assegura o sigilo em relação ao processo e condenação. 
Requerer após 2 anos da extinção da pena ou terminar a execução, desde que possua domicílio 
no país por 02 anos, b om comportamento e tenha ressarcimento do dano. Letra de lei. Não 
apaga a reincidência. 
 
Falta grave: 
 -Súmula 526-S TJ: o reconheci mento de falta grave de corrente do cometimento de fato 
definido como crime doloso no cumpri mento da pena prescinde do trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato. 
 -Súmula 533-STJ: para o reconheci mento d a prática d e falta disciplinar no âmbito 
d a execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo 
diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado 
constituído ou defensor público no meado. 
 -Súmula 534-ST J: a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a 
progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa 
infração. 
 -Súmula 535- STJ: a prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação 
de pena ou indulto. 
 
Remição: Perda dos dias remidos: não é uma “faculdade ” do juiz, devendo determina r a 
perda de até 1/3. A discricionariedade está apenas na fixação do quantum de dias remidos 
irá determinar a perda (Info 55 9, STJ). 
 
Saídas: 
 
20 
 Saída Temporária: nos casos de regime semiaberto sem vigilância direta. Hipóteses: 
a) visita à família; b) frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 
2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; c) participação em atividades que 
concorram para o retorno ao convívio social. É concedida por ato motivado do Juiz da execução, 
ouvidos o M P e a administração penitenciária. Requisitos: comportamento adequado; 
cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condena do for primário, e 1/4 (um quarto), 
se reincidente; compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
 Permissão de saída: nos casos de regime fechado e semiaberto, mediante escolta. 
Hipótese s: a) falecimento o u doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou 
irmão; b) necessidade de tratamento médico. A permissão de saída será concedida pelo 
diretor d o estabelecimento onde se encontra o preso. 
 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
No que concerne às penas restritivas de direitos, é correto afirmar que 
 
A) a prestação pecuniária consiste no pagamento à vítima, a seus dependentes ou a entidade 
pública ou privada com destinação social, de importância não inferior a 10 (dez) nem 
superior a 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
 
B) a interdição temporária de direitos, nos crimes ambientais, pode consistir em proibição 
de participar de licitações, pelo prazo de 5 (cinco) anos, no caso de crimes dolosos, e de 3 
(três) anos, no de crimes culposos. 
 
C) são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando, entre outros requisitos 
legais, o réu não for reincidente em crime doloso, a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias 
autorizarem a concessão do benefício, e não for indicada ou cabível a suspensão 
condicional da pena. 
 
D) a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável a qualquer 
condenação a privação de liberdade, facultado ao condenado cumprir a pena em menor 
tempo, nunca inferior à metade da sanção corporal imposta. 
 
Resposta: letra B 
 
A) Incorreta. 
 
21 
-----> Na realidade, o mínimo da prestação pecuniária é 1 salário mínimo vigente à época 
do fato. 
-----> Prestação pecuniária não é estabelecido em dias-multa. 
 
B) Correta. 
-----> Conforme artigo 10 da Lei 9.605. 
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado 
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros 
benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de 
crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos. 
 
C) Incorreta 
-----> O "não cabimento de Sursis" não é um requisito para ocorrer a substituição da PPL 
por uma PRD. 
-----> Pelo contrário: Umdos requisitos para aplicação do Sursis é o "não cabimento de 
PRD". 
 
D) Incorreta. 
-----> Na verdade a prestação de serviços à a comunidade que, é uma espécie de pena 
restritiva de direitos, só pode ser aplicada a condenações não superiores a 04 anos, por 
crimes cometidos sem violência ou grave ameaça (regra geral), entre outros requisitos. 
-----> Enfim, está incorreto afirmar que a prestação de serviços à comunidade é aplicável 
a qualquer condenação. 
 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
Na aplicação da pena, 
 
A) é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a 
pena-base, configurando-se, porém, a má antecedência se o acusado ostentar condenação 
por crime anterior, transitada em julgado após o novo fato. 
 
B) a incidência de circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do 
mínimo legal, a não ser que utilizada a confissão para a formação do convencimento do 
julgador, hipótese em que o réu fará jus à diminuição, ainda que aquém do piso. 
 
C) o desconhecimento da lei constitui circunstância atenuante, podendo ainda a pena ser 
atenuada em razão de fato relevante, embora não previsto em lei, desde que 
necessariamente anterior ao crime. 
 
 
22 
D) a reincidência não pode ser considerada como circunstância agravante e, 
simultaneamente, como circunstância judicial, não prevalecendo a condenação anterior, 
contudo, se entre a data do trânsito em julgado para a acusação da condenação anterior e a 
infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos. 
 
Resposta: letra A 
 
a) CORRETA 
- Súmula 444 STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso 
para agravar a pena-base” 
 
- Maus antecedentes. Exemplo para esclarecer a parte final da alternativa. 
“João está sendo processado por roubo. Pratica furto antes da condenação pelo primeiro 
crime. Condenado por roubo, será considerado portador de maus antecedentes quando da 
condenação pelo crime de furto” (SANCHES) 
 
b) ERRADA. 
- Súmula 231 STJ: “a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução 
da pena abaixo do mínimo legal”. O entendimento jurisprudencial não faz qualquer 
ressalva. 
 
c) ERRADA 
- Art. 65, CP: São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
 
II - o desconhecimento da lei; 
 
- Art. 66, CP: “A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, 
anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei”. 
 
São as circunstâncias atenuantes inominadas. 
 
d) ERRADA 
- Súmula 241 (STJ): “A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância 
agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial” 1ª parte correta. 
 
- Art. 64,CP - Para efeito de reincidência: 
 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da 
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
 
23 
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer 
revogação; 
 
 
 
 
Extinção da Punibilidade 
 
Formas de extinção da punibilidade: morte do agente , anistia, graça e indulto, abolitio 
criminis, decadência, perempção (somente se aplica na ação privada), renúncia (decorre do 
princípio da oportunidade d a ação pen al privada), perdão do ofendido (ato bilateral de 
corrente do princípio da disponibilidade da ação penal privada), retratação (exemplo: 
calúnia, difamação e falso testemunho/falsa perícia) e perdão judicial (in depende de aceitação). 
 
• Anistia: é um benefício concedido pelo Congresso Nacional, com a sanção do Presidente 
da República, por meio do qual se perdoa a prática de um fato criminoso. Normalmente 
incide sobre crimes políticos, mas também pode abranger outras espécies de delito. É 
concedida por meio de uma lei federal ordinária. Pode ser concedida: antes do trânsito em 
julgado (anistia própria) ou depois do trânsito em julgado (anistia imprópria). Extingue os 
efeitos penais (principais e secundários do crime) os efeitos de natureza civil permanecem 
íntegros. O réu condenado que foi anistiado, se cometer novo crime não será reincidente. 
 
• Graça (indulto individual) e Indulto (indulto coletivo): concedidos por Decreto do 
Presidente da República. Apagam o efeito executório da condenação. A atribuição para 
conceder pode ser delegada para: Procurador Geral da República, Advogado Geral da 
União e para os Ministros de Estado. Tradicionalmente, a doutrina afirma que tais 
benefícios só podem ser concedidos após o trânsito em julgado da condenação. 
Esse entendimento, no entanto, está cada dia mais superado, considerando que o 
indulto natalino, por exemplo, permite que seja concedido o benefício desde que 
tenha havido o trânsito em julgado para a acusação ou quando o MP recorreu, mas 
não para agravar a pena imposta. Só extinguem o efeito principal do crime (a pena). Os 
efeitos penais secundários e os efeitos de natureza civil permanecem íntegros. O réu 
condenado que foi beneficiado por graça ou indulto se cometer novo crime será reincidente. 
Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP): eliminam todos os efeitos penais do crime. 
 
24 
• Prescrição da Pretensão Punitiva Propriamente dita ou da Ação: Ocorre antes de haver 
sentença condenatória transitada em julgado para a acusação e, por isso, usa como 
parâmetro para a aferição do lapso prescricional o máximo da pena privativa de 
liberdade abstratamente cominada ao crime, segundo a tabela do art. 109 do CP. 
Leva em consideração a pena em abstrato. 
• Prescrição da Pretensão Punitiva Retroativa: A prescrição da pretensão punitiva 
retroativa tem o mesmo fundamento, as mesmas características e idênticas consequências 
da prescrição superveniente, mas tem por termo inicial data anterior a sentença 
condenatória recorrível. Assim, a prescrição retroativa, atualmente , nos obriga a 
percorrer novamente apenas o percurso entre a data do recebi mento da denúncia ou 
queixa até a sentença penal condenatória recorrível. Leva em consideração a pena 
cominada em concreto. 
• Prescrição da Pretensão Punitiva Superveniente ou Intercorrente: Conta-se a 
prescrição da publicação da sentença condena tória, até a data do trânsito julgado final 
(para ambas as partes). Leva em consideração a pena cominada em concreto. 
 
Redução pela metade da PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos, ao 
tempo da sentença. 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
A chamada prescrição retroativa 
 
A) é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime. 
 
B) não pode ter por termo inicial data anterior à publicação da sentença condenatória 
recorrível. 
 
C) acarreta o acréscimo de um terço no lapso prescricional em se tratando de acusado 
reincidente. 
 
D) não marca os antecedentes do acusado, nem gera futura reincidência. 
 
Resposta: letra D 
 
Súmula 220, STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva. 
 
25 
 
Art. 110, § 1º, do CP - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em 
julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena 
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da 
denúncia ou queixa. 
 
Súmula 146, STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na 
sentença, quando não há recurso da acusação. 
 
 
Crimes Contra a Pessoa (artigos 121 a 154 do Código Penal) 
HOMICÍDIO: 
 Homicídio privilegiado: exige -se que o agente se encontre sob o domínio (e não 
influência) de violenta emoção. Exige-se R EAÇÃO I MEDIATA. 
 Atenuante genérica: basta que o agente esteja sob a influência da violenta emoção. 
Dispensa-se o requisito temporal. 
 Feminicídio: homicídiocometido contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino (violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher). 
 Homicídio qualificado x dolo eventual: a) no caso d e qualificadoras de meio, NÃO se 
admite; b) no caso das qualificadoras do motivo fútil e/ou torpe, há divergência: 
 1ª corrente: SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, aspecto 
caracterizador do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido praticado 
por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com 
o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, em princípio, compatíveis entre si. STJ. 5ª 
Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado e m 06/03/2012. 
 2ª corrente: NÃO. A qualificadora de motivo fútil é in compatível com o dolo, tendo em 
vista a ausência do elemento volitivo. STJ. 6 ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min . Nefi 
Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583). STJ. 
6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 19/4/2016 (Info 583). 
Qualificadora da "paga ou promessa de recompensa " x executor do crime de homicídio 
mercenário: não qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, embora est e 
possa incidir no referido dispositivo caso o motivo seja torpe (INFO 575 DO STJ). 
 
26 
 Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de 
homicídio supostamente praticado por agente que disputava " racha", quando o veículo por ele 
conduzido - em razão de choque com outro automóvel também participante do "racha" - tenha 
a tingido o veículo d a vítima , terceiro est ranho à disputa automobilística. Motivo fútil 
corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No caso 
de "racha", tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, estranho 
à disputa, não é possível considerar a presença da qualificadora de motivo fútil, tendo em 
vista que não houve uma reação do agente a uma ação ou omissão da vítima (INFO 583 DO STJ). 
No homicídio culposo, a pena é aumenta da de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro 
à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante (§ 4º do art. 121 do CP). Se a vítima tiver morte instantânea , tal circunstância, por 
si só, é suficiente par a afastar a causa de aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? 
NÃO. No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento 
de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por 
qualquer pessoa (INF O 554 DO STJ). 
 O juiz, na de cisão de pronúncia, só pode fazer o decote (retirada) da qualificadora 
imputada se ela for manifestamente improcedente, ou seja, se estiver completamente destituída 
de amparo nos elementos cognitivos dos autos. Isso porque o verdadeiro julgador dos crimes 
dolosos contra a vida sã o os jurados. O juiz togado somente deve atuar e m casos excepcionais 
em que a pretensão estatal estive r claramente destituída de base empírica idônea. O fato 
de o agente ter praticado o c rime com reiteração de golpes na vítima, ao menos e m princípio 
e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do “meio cruel”, p revisto no art. 121, § 2º, 
III, d o CP. (IN FO 537 STJ) 
 
INFANTICÍDIO: 
 A condição pessoal do "estado puerperal" é elementar do tipo penal e, portanto, comunica-
se ao terceiro coautor ou partícipe. Assim, por exemplo, o pai que ajuda a mãe puérpera 
a matar o seu próprio filho, também comete rá o crime d e infanticídio. 
 
ABORTO: 
 A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria 
gestante (art. 124 ) ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir 
interpretação conforme a Constituição aos arts. 1 24 a 126 do Código Penal – que tipificam 
o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da 
 
27 
gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos 
fundamentais da mulher, bem como o princípio da proporcionalidade (INFO 849 DO STF). 
 
LESÃO CORPORAL: 
 A pena da lesão corporal será aumentada de 1/3 a 2 /3 se essa lesão tiver sido praticada 
contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra seus familiares até o terceiro 
grau ), desde que o delito tenha relação com a função exercida. 
 Nas lesões corporais existe a previsão do perdão judicial, a plicando-se somente na 
modalidade culposa do art.1 29, CP. 
 A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 
2º, IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize 
a deformidade na vítima (INFO 562 do STJ). 
 A qualificadora prevista n o § 9º do art. 129 do CP a plica-se também às lesões 
corporais cometidas contra HOMEM no âmbito das relações domésticas (INF O 501 do STJ). 
 
 
Crimes Contra o Patrimônio (artigos 155 a 183 do Código Penal) 
 
FURTO: 
 Segundo o STF (INFO 851) e o STJ (INF O 55 4), é legítima a incidência da causa 
de aumento do § 1º, do art. 155 (furto noturno) tanto par a furto simples como qualificado. 
 Súmula 511-STJ (furto privilegiado-qualificado ou furto híbrido): É possível o 
reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de 
furto qualificado, se estive rem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa 
e a qualificadora for de ordem objetiva. 
 Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não s e aplica o crime impossível): 
Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança 
no interior de estabelecimento comercial, por si s ó, não torna impossível a configuração do 
crime de furto. 
 
28 
 Furto privilegiado: o criminoso é primário e a coisa furtada é de pequeno valor. 
Nesses casos, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 
um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. É indiferente que o bem furtado tenha 
sido restituído à vítima. 
 Para efeito da aplicação do princípio da bagatela, é imprescindível a distinção entre 
valor insignificante e pequeno valor, uma vez que o primeiro exclui o crime e o segundo pode 
caracterizar o furto privilegiado. 
 Furto de energia X pagamento antes do oferecimento da denúncia: extingue a 
punibilidade? STJ, 6ª Turma à Sim. Faz uma analogia entre tarifa e tributo. STJ, 5ª Turma à Não. 
Será causa de diminuição de pena. 
 Lei nº 13.654, de 2018 à furto qualificado (§§ 4º-A e 7º do art. 155): 
• A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
• A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, 
montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 
 
ROUBO: 
 Súmula 582-STJ: consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, a inda que por breve tempo e em seguida 
a perseguiçãoimediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse 
mansa e pacífica ou desvigiada. 
 A utilização de arma de brinquedo, como forma de intimidar a vítima do delito de 
roubo, caracteriza o emprego de violência, porém, não permite o reconhecimento da majorante 
de pena. (A súmula 174 do ST J está cancelada, consoante julgamento do REsp 213.054-S P, de 
24/10/01 ) 
 O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado 
exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a m era indicação do 
número de majorantes. (Súmula 443/STJ). 
 Maior de idade que pratica o roubo juntamente com um inimputável: roubo será majorado 
pelo concurso de pessoas (INF O 669 DO S TF). 
 O roubo praticado em um mesmo contexto fático, mediante uma s ó ação, contra vítimas 
diferentes, enseja o reconhecimento do concurso formal de crimes, e não a ocorrência de 
 
29 
crime único. Isso porque estará caracterizada a violação a patrimônios distintos (INFO 684 do 
STF). 
 Roubo Próprio: antes ou durante a subtração; violência própria ou imprópria. 
 Roubo Impróprio: após a subtração; só violência imprópria. 
 Lei nº 13.654, de 2018: 
• A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, 
montagem ou emprego. (art. 157, § 2º, VII) 
• A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): se a violência ou ameaça é exercida com emprego 
de arma de fogo; se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (art. 157, § 2º-A, I e II) 
• Se da violência resulta: lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 
(dezoito) anos, e multa; morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e 
multa. (art. 157, § 3º, I e II) 
 
 
LATROCÍNIO: 
 Se durante um roubo envolvendo um casal, o ladrão acaba matando as vítimas e levando 
o veículo deles , haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal de ou um único crime de 
latrocínio? 
 Para o STJ: concurso formal impróprio; Para o STF e doutrina majoritária: um ú 
nico crime de latrocínio, sendo a quantidade de vítimas consideradas na pena-base (INFO 855 
DO STF). 
 Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da 
vítima, responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal 
ou que sua participação se revele de menor importância, pois assumiu o risco de produzir o 
resultado mais grave, quando atua e m crime d e roubo, no qual as vítimas são mantidas em 
cárcere sob a mira de arma de fogo (Info 8 55 - STF). 
 
EXTORSÃO: 
 
30 
 Extorsão indireta: exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da 
situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou 
contra terceiro. 
 Extorsão mediante sequestro na forma qualificada: se o sequestro dura mais de 24 
horas, se o sequestrado é menor de 18 ou maior de 60 anos, ou se o crime é cometido por bando 
ou quadrilha. 
 A conduta do agente que submete vítima à grave ame aça espiritual que se revelou 
idônea a atemorizá-la e compeli-la a realizar o pagamento de vantagem econômica indevida, 
restando configurado o crime de extorsão (Info 598 - STJ). 
 Súmula 96 STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da 
vantagem indevida. É crime formal. 
 
ESTELIONATO: 
 Súmula 554 – STF: o paga mento de cheque emitido sem provisão de fundos, após 
o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Obs.: para o STJ 
(INFO 537), a referida súmula não se aplica ao estelionato no seu tipo fundamental (art. 
171, caput). No caso de cheque furtado, portanto, aplica-se a causa d e diminuição do 
arrependimento posterior, e não a súmula 554 do STF . 
 Súmula 521 – STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes 
de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é 
o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. 
 
RECEPTAÇÃO: 
 Receptação imprópria (art. 180 , “caput”, parte final d o CP): consiste em influir 
para que terceiro de boa-fé adquira, receba o u oculte objeto produto de crime. É a figura 
do intermediário. Trata-se de crime FORMAL, pois se consuma no instante em que o bem 
é ofertado. Se a proposta tiver sido feita, o c rime estará consumado. - 
 Receptação dolosa própria (art. 180, “caput”, 1° parte do CP): aquisição de coisa 
que o agente sabe ser produto de crime , isto é, exige-se o dolo direto. 
 Receptação qualificada (art. 180, § 1° d o CP): na prática de conduta equiparada 
( receber, transportar, conduzir ou ocultar coisa que sabe ser produto de crime). Para o STF e o 
 
31 
STJ, o § 1º d o art. 180 pune tanto o agente que atua com dolo eventual como também no caso de 
dolo direto. (Info. 712 do STF e Info. 546 do STJ) 
 
• Questão: 
 
(2017, VUNESP, TJ-SP - Juiz Substituto) 
 
Em relação aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que 
 
A) constitui causa de aumento de pena do furto simples a subtração de semovente 
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 
 
B) é isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascendente, independentemente da 
idade da vítima. 
 
C) não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso de 
estelionato contra idoso. 
 
D) admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita, estelionato 
e receptação. 
 
Resposta: letra C 
 
a) Incorreta. Não é causa de aumento, mas sim uma qualificadora. 
 
b) Incorreta. Errada a segunda parte porque se o crime é praticado contra pessoa com idade 
igual ou superior a 60 anos não se aplicará a isenção de pena. (artigo 183, III do CP) 
 
 c) Correta. Estelionato contra idoso: 
 
Artigo 171, § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. 
 
Haveria dupla imputação caso ocorresse o agravamento. 
 
 d) Incorreta. Primeiro: qual é a figura privilegiada? R - artigo 155, § 2º do CP: " Se o 
criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a multa." 
 
 
32 
Muito bem, de acordo com os artigos 170, 171, § 1º e 180, § 5º todos do CP, aplica-se o 
disposto no artigo 155, § 2º do CP para os seguintes crimes: furto (CLARO), apropriação 
indébita, estelionato e receptação. (DANO: ESTÁ FORA!) 
 
 
 
Crimes Contra a Dignidade Sexual 
 
Atentado violento ao pudor: não houve abolitio criminis, mas uma continuidade 
normativo-típica (INFO 543 DO STJ). 
Estupro e atentado violento ao pudor: crime único ou concurso material? Para o STJ, 
caso as condutas tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático, trata-
se de crime único, pois é um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo). Consequência: 
a lei nova é mais favorável. Aplicação retroativa (INFO 543 do ST J). 
 Causas de aumento: concurso de pessoas (1/4), resultar e m gravidez ou praticado 
por ascendente/padrasto/madrasta, tio, irmão, cônjuge/companheiro, tutor/curador; empregador 
(1/2); transmitir doença sexual de que sabe ou deveria saber ser portador (1/6 a 1/ 2). 
 Cliente x casa de prostituição: a) 18 anos ou mais (fato atípico); b) menor de 18 anos e 
maior que 14 ( cliente incide no art. 218 -B do CP); c) menor de 14 anos (clientepratica estupro 
de vulnerável). 
 É dispensável o contato físico entre autor e vítima para configurar o delito de 
estupro, por exemplo, a simples contemplação lasciva já configura o “ ato libidinoso” (INFO 587 
DO STJ). 
Ação penal nos crimes contra dignidade sexual: 
 A partir da Lei nº 13.718/2018, todos os crimes contra a dignidade sexual são crimes de 
ação pública incondicionada (art. 225 do CP). 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se 
mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, 
de 2018) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
33 
 
 
Importunação sexual - Novo tipo penal ( Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o 
objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 
13.718, de 2018) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais 
grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de 
pornografia - Novo tipo penal (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, 
distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de 
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, 
vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro 
de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o 
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei 
nº 13.718, de 2018) 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais 
grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é 
praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com 
a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei nº 13.718, 
de 2018) 
 
Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste 
artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica 
com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada 
sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei 
nº 13.718, de 2018) 
 
34 
 
 
 
Alteração no crime de Estupro de Vulnerável (art. 217-A, CP) 
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se 
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido 
relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
 
Nova causa de aumento de pena para os estupros coletivo e corretivo (art. 226, CP) 
Art. 226. A pena é aumentada: 
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Incluído pela 
Lei nº 13.718, de 2018) 
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, 
de 2018) 
Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído pela 
Lei nº 13.718, de 2018) 
 
Novas causas de aumento de pena para os crimes contra a dignidade sexual (art. 234-A do CP) 
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Redação dada 
pela Lei nº 13.718, de 2018) 
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença 
sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a 
vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 
2018) 
 
Crimes Contra a Fé Pública 
 
35 
 
O falso pode ser absorvido pelo descaminho, ainda que a pena da falsidade seja maior que do 
descaminho (Info 587-STJ) 
Súmula 546- STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso 
é firmada e m razão d a entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não 
importando a qualificação do órgão expedidor. 
Súmula 522- STJ: A conduta d e atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é 
típica, ainda que em situação de a legada auto defesa. 
É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os 
benefícios d a justiça gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em juízo, 
com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade de justiça, não é crime, pois aludida 
manifestação não pode ser considerada documento para fins penais. (Info 546). 
 
Crimes Contra a Administração Pública 
 
 No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da 
exigência da vantagem indevida (e não no instante da entrega). Isso porque a concussão é crime 
FORMAL, que se consuma com a exigência da vantagem indevida. Assim, a entrega da vantagem 
indevida representa mero exaurimento do crime. (Info 564- STJ). 
 O STF (Info. 712) considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um 
veículo para a realização de deslocamentos por interesse particular. 
 Obs.: Caso o agente público seja prefeito, há crime de peculato de uso, por expressa 
previsão legal. Veja a redação do art. 1, II, do Decreto-Lei 201/67: Art. 1º São crimes de 
responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, 
independente mente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: II - utilizar-se, 
indevidamente , em proveito próprio ou alheio, de bens , rendas ou serviços públicos. 
 Espécies de peculato: próprio (peculato desvio e peculato apropriação: o agente 
público tem a posse do bem), impróprio (peculato furto: o agente público não tem a posse 
d o bem), peculato culposo, peculato eletrônico (art. 3 13-A). 
 Em todas as modalidades do peculato, e mais do que isso, em todos os crimes 
funcionais, a ação penal é pública incondicionada. 
 
36 
 Peculato culposo x reparação do dano: se reparar até a sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se após isso, reduz a pena pela metade. 
Depositário judicial recebeu bens do juiz da ação cível para que estes fiquem em sua 
guarda. Nesse caso, se o depositário, sem autorização judicial, vender tais bens, cometerá peculato? 
Depositário judicial não é funcionário público para fins penais. Depositário não ocupa cargo 
público. Logo, não responde por peculato. 
 Corrupção privilegiada (existe pedido de terceiro) x prevaricação (não há pedido de 
outrem, age por interesse/sentimento pessoal): em ambos não há vantagem econômica. 
 Desacato: ainda é crime? SIM (STF e STJ). 
 Descaminho: é crime formal ou material? Formal. Portanto, não precisa aguardar o 
lançamento definitivo só crédito tributário. Não se aplica a súmula vinculante 24. Procedimento 
administrativo: não é obrigatório. 
 Corrupção Passiva: Deputado que concede apoio político para que determinada pessoa 
permanece num cargo em comissão em troca de vantagem econômica pratica corrupção passiva? 
Sim (STF).

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