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Esquizofrenias 2017

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TRANSTORNOS PSICÓTICOS 
 
 
 
Esquizofrenias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROF. Dr. SÉRGIO LUIZ RIBEIRO 
CURSO DE PSICOLOGIA 
UNIP – Campus de Bauru 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribeiro – Curso de Psicologia – UNIP Campus Bauru – 2017 
 
 
1)Definição 
 
 
 
Doença de origem desconhecida, caracterizada por sintomas psicóticos que 
comprometem significativamente o funcionamento psíquico, com perturbações das 
sensações, sentimentos, pensamentos e comportamento. É crônica e apresenta uma fase 
ativa com alucinações e delírios e outra residual no qual estas alterações podem estar 
ausentes. As causas são predisposições genéticas somadas a desencadeantes 
biopsicossociais. 
 
 
1809 – descrição dos sintomas pelo médico britânico John Haslam. 
 
1801-1809 – descrição de casos de esquizofrenia pelo médico francês Philippe 
 
Pinel. 
 
1852 – psiquiatra belga Benedict Morel a denominou de démence précoce. 
 
1898 – psiquiatra alemão Emil Kraepelin aplicou o termo dementia praecox a 
um tipo de doença que se iniciava na adolescência e levava a uma demência em 
pouco tempo. 
1908 – psiquiatra suíço Eugen Bleuler criou o termo esquizofrenia, que 
significa mente dividida, cindida. 
 
 
Os principais sintomas são: 
 
- Conteúdo do pensamento anormal: delírios, ideações de autorreferência, pobreza de 
conteúdo. 
- Forma do pensamento ilógica: afrouxamento das associações, incoerência, 
neologismos, bloqueios. 
- Distúrbios da percepção: alucinações auditivas (as mais frequentes) visuais, olfativas e 
tácteis. 
- Alterações do afeto: embotamento, labilidade. 
 
- Comprometimento da vivência do Eu: perda dos limites do Eu, confusão quanto ao 
sexo, identidade, incapacidade de distinguir realidade interna e externa. 
- Alterações da vontade: impulsos ou motivações inadequados, ambivalência acentuada. 
 
- Comprometimento da interação: retraimento, agressividade, comportamento sexual 
inadequado. 
- Alterações psicomotoras: agitação, retraimento, posturas bizarras, rituais, catatonia. 
 
- Crítica da doença comprometida, negação da doença.
 
 
 
2 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribeiro – Curso de Psicologia – UNIP Campus Bauru – 2017 
 
Atualmente tem-se feito uma diferenciação destes sintomas em positivos e 
negativos. 
Os positivos estão geralmente presentes na fase ativa ou surto psicótico e são os 
delírios, alucinações, alterações de pensamento e alterações do comportamento 
(impulsividade, agitação, bizarrices). 
Os sintomas negativos são muitas vezes consequência das perdas cognitivas e 
afetivas da evolução da doença, tratamentos inadequados e/ou muito tempo de 
institucionalização. Apresentam-se como o distanciamento afetivo, isolamento social, 
empobrecimento da linguagem e do pensamento, diminuição da vontade, falta de 
pragmatismo e lentificação psicomotora. A diferenciação entre estes grupos de sintomas 
é importante para as estratégias a serem usadas para o tratamento. 
 
 
 
 
2) Epidemiologia 
 
 
 
- 1% da população. 
 
- Homens = mulheres. 
 
- Início dos 15 aos 35 anos. 
 
 
 
3) Tipos de Esquizofrenia 
 
 
 
 
 
a) Catatônica 
 
 
 
Apresenta estupor ou mutismo, negativismo, rigidez, momentos de excitação 
sem propósito. Também manifesta posturas bizarras, flexibilidade cérea. Início pode ser 
insidioso ou agudo, não apresenta delírios ou alucinações. Pode ocorrer remissão 
espontânea, apresentam boa resposta ao tratamento. 
 
 
Caso: Ana, 23 anos, solteira, faz curso de Matemática. Foi trazida ao Pronto Socorro 
pela polícia após ter atacado uma criança. Ana havia se aproximado de uma menina de 
9 anos em uma parada de ônibus e tentado estrangulá-la. As pessoas que ali estavam 
dominaram-na e chamaram a polícia. A princípio ela lutou violentamente e tentou
 
 
 
3 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribeiro – Curso de Psicologia – UNIP Campus Bauru – 2017 
 
alcançar a criança, mas subitamente tornou-se imóvel e rígida como uma estátua, com 
um braço esticado em direção à criança e uma expressão selvagem no rosto. Quando a 
polícia chegou foi difícil de colocá-la no carro, porque ela não se movia e resistia as 
tentativas de ser movida. Quase teve que ser carregada para entrar no carro. Na 
delegacia não disse palavra alguma, continuava parada em uma posição 
desconfortável e olhando fixo para a frente. 
 
 
 
b) Desorganizada (Hebefrênica) 
 
 
 
Caracterizada por incoerência acentuada, afrouxamento das associações, 
comportamento irresponsável, desorganizado e imprevisível. Afeto achatado ou muito 
inapropriado, delírios ou alucinações pouco sistematizados, fugazes e fragmentados e 
ainda, apresenta tendência ao isolamento. Início ocorre na adolescência ou início da 
idade adulta (antes dos 25 anos). Podem ocorrer prejuízos cognitivos e interpessoais 
com rapidez a cada nova crise que vivencia. 
 
 
Caso: Iracema, 22 anos e solteira. Foi levada a emergência devido a agitação 
psicomotora, ideias de perseguição e afeto incongruente. Suas alterações se iniciaram 
aos 16 anos, subitamente abandonou seu cargo como secretária estagiária, tornou-se 
muito ansiosa e agitada e começou a discutir com seus pais. Ela se sentia perseguida, 
dizia que camundongos estavam comendo seu estômago e que tinha visto cobras perto 
de sua cama. Foi encaminhada a um hospital-dia e tratada com medicamento, 
melhorou e foi encaminhada para tratamento ambulatorial. Como estava melhor, parou 
de tomar os remédios e de ir às consultas. 
Aos 21 anos foi internada num hospital, pois se tornara mais ansiosa e insone, 
com alucinações somáticas e visuais, além de acessos de agressividade em relação a 
sua mãe. No hospital ficava agitada, com fala incoerente e afeto incongruente. Ela 
conseguiu atear-se fogo após derramar um pouco de parafina sobre a cama e sofrera 
queimaduras graves em seu corpo. Teve melhora relativa e assim teve alta após cinco 
meses de internação. Abandonou novamente o tratamento ambulatorial após um mês de 
sua alta. 
Desta vez na consulta estava bastante desalinhada, inquieta, gritava palavrões 
para os funcionários e corria pelos corredores. Apresentava associações frouxas, 
pensamento ilógico e incoerente e alucinações e delírios bastante fragmentados. 
 
 
c) Paranoide 
 
 
 
Preocupação com delírios sistematizados e/ou alucinações frequentes 
relacionadas a tema único, na maioria de ser perseguido. Não apresenta incoerência ou 
 
 
 
4 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribeiro – Curso de Psicologia – UNIP Campus Bauru – 2017 
 
afrouxamento das associações, alterações de afeto e comportamento ausentes ou muito 
discretos. Boa resposta ao tratamento, ocorrendo pouco ou nenhum prejuízo com a 
doença. 
 
 
Caso: Chega ao Ambulatório de Saúde Mental Ilza, uma mulher de 30 anos, casada, 
um filho, desempregada há 2 meses. Vem apresentando nos últimos dias alterações de 
comportamento caracterizadas por irritabilidade, insônia e agressividade. Na 
entrevista referiu ser vítima de controle dos pensamentos por meio do marido que, 
enciumado, não estaria suportando que ela ficasse sozinha em casa. Perguntada como 
chegou a esta conclusão, respondeu que descobriu pelo rádio, quando ouvia um 
programa, percebeu que vários pensamentos seus estavam sendo repetidos pelo 
locutor. Concluiu que o marido estava controlando seus pensamentos e os estaria 
revelando por meio do radialista. O marido referiu que há alguns meses estão 
passando por dificuldades econômicas, acentuadas após Ilza ter sido demitida do seu 
emprego. 
 
 
 
d) Simples 
 
 
 
Ocorrência insidiosa e progressiva de excentricidade de comportamento, se 
tornando incapaz de responder exigências da sociedade e com declínio global do 
desempenho. Os sintomas negativos se desenvolvem sem seremprecedidos por 
sintomas psicóticos manifestos. Pouca resposta ao tratamento, chegando rapidamente ao 
estado residual. 
 
 
 
d) Residual 
 
 
 
Ocorre após período de sintomas agudos. É um estado de estabilização da 
doença, com ausência de delírios proeminentes, alucinações, incoerência ou 
comportamento desorganizado. Apresenta os sintomas negativos: lentidão psicomotora,
 
 
 
5 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribeiro – Curso de Psicologia – UNIP Campus Bauru – 2017 
 
hipoatividade, embotamento, passividade, falta de iniciativa e desempenho social 
prejudicado. É consequência da evolução da Esquizofrenia Desorganizada quando não 
tratada e acompanhada de forma adequada e do próprio quadro da Esquizofrenia 
Simples. 
 
 
 
4) Tratamentos 
 
 
 
- Na fase de surto: 
 
 
 
Atendimento intensivo – CAPS, NAPS, Hospital-Dia, Enfermaria psiquiátrica em 
hospital geral, hospital psiquiátrico. 
 
 
-Por meio de articulação de várias modalidades de cuidado por meio de equipe 
interdisciplinar e de acordo com a necessidade da pessoa e seu projeto terapêutico. Entre 
elas avaliação e utilização de medicação, apoio psicológico e social, Acompanhamento 
Terapêutico, orientação e apoio da família, atividades de Terapia Ocupacional, 
atividades expressivas, grupos de apoio, atividades recreativas e de socialização e 
cuidados clínicos gerais. 
 
 
 
 
Após o surto: 
 
 
 
- O atendimento pode ser realizado, de acordo com a possibilidade e a necessidade da 
pessoa, em CAPS, Hospitais-Dia, ambulatórios de saúde mental, Oficinas terapêuticas, 
Centros de Convivência, Centros de Saúde, Unidade Básicas de Saúde, Estratégia da 
Saúde da Família ou de forma partilhada entre estes serviços. 
- Os cuidados a serem desenvolvidos pela equipe interprofissional são os mesmos 
citados acimas, acrescidas de outras que foram necessárias, com maior ênfase na 
recomposição da vida social, afetiva, econômica e profissional e na autonomia deste 
usuário e de evitar novos surtos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribeiro – Curso de Psicologia – UNIP Campus Bauru – 2017 
 
Tratamento medicamentoso 
 
 
 
1) Antipsicóticos: 
 
- Haldol, Neozine, Amplictil (sintomas positivos). 
 
- Stelazine, Melleril, Risperdal, Zyprexa, Geodon e Leponex (sintomas positivos e 
negativos). 
 
 
2) Antiparkinsonianos (Akineton) e Fenergan: (impregnação neurolética). 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
 
 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 
 
 
KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J. Manual de Psiquiatria Clínica. Rio de Janeiro: 
Medsi, 1992, cap. 6. 
 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e 
de Comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

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