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Reforçamento positivo: Princípio, Aplicação e Efeitos Desejáveis Maria Beatriz Barbosa Pinho Madi Capitulo 2 Disponível em: https://tommyreforcopositivo.files.wordpress.com/2015/08/reforc3a7o-positivo-e-negativo-abreu-guilhardi.pdf acesso em: 29/10/2018 ás 10:05. PRINCIPIO DO REFORÇAMENTO POSITIVO NA TERAPIA O princípio do Reforçamento Positivo pode ser considerado o mais fundamental dos princípios básicos que caracterizam a Análise Aplicada do Comportamento em clínica por estar presente em muitas técnicas e procedimentos comportamentais, como a modelagem, modelação, reforçamento diferencial, entre outras. Está presente para que haja a construção de um vínculo entre terapeuta e paciente no início do processo terapêutico. O trabalho do terapeuta é de agente controlador, pois o paciente encontra-se em condição de aversão e qualquer promessa de alivio se torna reforçadora para ele. Para que esse trabalho seja exercido com sucesso o terapeuta deve se atentar as variáveis que serão apresentadas na manutenção da relação face a face entre o cliente e ele, durante as sessões terapêuticas. Porém, as histórias de contingências presentes na instalação e na manutenção dos comportamentos-problema que fizeram o cliente buscar ajuda é que devemos nos atentar para que elas sejam alteradas promovendo assim a modificação comportamental desejada/esperada. Partindo do princípio do Reforçamento Positivo seguem algumas considerações sobre relações funcionais observadas na prática clínica, os procedimentos terapêuticos derivados e os possíveis correlatos teóricos. QUANDO O REFORÇAMENTO OCORRE Os critérios que especificam quando uma resposta produzirá reforçadores, sejam eles programados ou observados, geram padrões de comportamento específicos. Quando uma consequência segue todas as ocorrências de uma dada resposta, esse critério é conhecido como esquema de reforçamento continuo. Esse esquema é particularmente possível em ambientes controláveis, podendo ocorrer quando se quer aumentar a frequência de uma resposta, oferecendo alto valor não só para é reforçado mais para quem reforça também. Durante a relação face a face entre terapeuta e cliente é desejável que o reforçamento ocorra, em especial, na aquisição de classes de respostas emitidas durante as sessões, para que ocorra o fortalecimento do vínculo entre paciente e terapeuta, reduzindo assim a possibilidade de um contra-controle que é típico das contingencias aversivas. Porem a vantagem da utilização do reforço continuo deve ser restrita as condições iniciais de aprendizagem de um comportamento. É importante lembrar que os resultados tornam-se mais persistentes quando são mantidos em esquemas de reforçamento intermitente. Reforçamento intermitente: aponta quando uma resposta será reforçada e quando o reforçador não estará disponível. Devido a isso observa-se reforçamento e a extinção, ou seja, não há a presença do reforço em determinadas ocasiões. Os esquemas de reforços intermitentes mais comuns são: Esquema de razão: há um intervalo entre os reforços gerando taxas relativamente altas e constantes, depois as pausas são reduzidas ou eliminadas e o responder mantem-se em taxas altas e constantes. Esse esquema geralmente produz padrões de comportamentos bem estabelecidos. Esquema de intervalo: O comportamento humano operante produz mais consequências nos esquemas de reforçamento em razão que em esquemas de intervalo, no qual um único desempenho pode ser emitido para liberar o reforço. Para que o esquema vigente seja identificado, o terapeuta deve especificar o desempenho de interesse, o reforçador que o segue e o mantem e a relação funcional entre eles. Para que a tarefa fique fácil, deve-se conhecer o padrão típico do desempenho em cada esquema. O esquema de reforçamento existente pode ser o principal determinando para a explicação de uma queixa. Alguns sentimentos ditos pelos clientes, estão relacionados com mudanças nos esquemas de reforçamento positivo em questão. A perda de confiança pode/é um sentimento que ocorre com frequência dentro da clínica, e pode ser analisado como sendo um estado corporal resultante da diminuição drástica de um reforçamento positivo produzido anteriormente por um comportamento reforçado continuamente. Skinner (1974) refere-se à “expectativa frustrada” como uma condição gerada quando o Reforçamento Positivo costumeiro deixa de ocorrer (extinção). A “saudade” é descrita como a ausência da ocasião apropriada para a emissão do comportamento anteriormente reforçado. A “abulia” (falta de “força de vontade”) é proveniente de esquemas de razão fixa cuja relação entre resposta e reforço tenha sido alta demais, tornando-se desfavorável para o organismo que se apresenta inapto para reiniciar o responder ou seu desempenho ocorre em baixa frequência e o indivíduo passa a relatar incapacidade de agir e de tomar decisões. Outro efeito que pode ser nocivo e produzido por esquemas de reforçamento em razão é o comportamento de “jogar compulsivo” que se mantém a despeito da razão variável, altamente desfavorável, entre desempenho e reforço. O desempenho se mantém em taxas altas, mesmo quando o reforçamento não é frequente. CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO POSITIVO Em geral, os clientes buscam ajuda terapêutica para eliminar ou evitar estímulos aversivos que lhe geram sofrimento, por vezes esses sofrimentos são tidos como respostas emocionais. Assim, sentimentos como medo, ansiedade, culpa e raiva indicam a presença de contingências aversivas na história de vida passada e/ou atual do cliente e suas dificuldades e limitações para lidar com as mesmas. As contingências de Reforçamento Positivo, por sua vez, aparecem nas queixas quando estão em falta nas relações do indivíduo com seu ambiente. Aparecem nos relatos de sentimentos de angústia ou depressão, sugerindo que houve diminuição ou perda de Reforçamento Positivo em processos que ocorreram punição negativa (perda de agente reforçador, diminuição dos reforços etc.) ou extinção (comportamentos que deixam de produzir reforçadores). Em um processo terapêutico é importante que se faça com que o cliente por si só, tente identificar contingencias de reforço positivo em suas relações com o ambiente e fazer com que ele promova para si e para os outros reforçadores positivos simples.