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Modulo 2 Historia da Sociologia

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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2 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3 
UNIDADE 1 - A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA ...................................................................................... 5 
UNIDADE 2 - OS RAMOS DA SOCIOLOGIA ............................................................................................... 12 
UNIDADE 3 - SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS E SUAS TEORIAS .................................................................. 19 
UNIDADE 4 - O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO A PARTIR DO SÉCULO XX ..................................... 39 
UNIDADE 5 - A SOCIOLOGIA NA ERA DA COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO ......................... 49 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 53 
 
 
 
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3 
INTRODUÇÃO 
 
Ao lado de Ciências como Economia, Antropologia, Ciência Política, História, 
dentre outras, encontramos a Sociologia que pertence a um grupo que se 
convencionou chamar por Ciências Sociais. 
Genericamente poderíamos dizer que o seu objeto de estudo é o 
comportamento social humano em suas mais variadas formas de organização e 
conflito. A história nos conta que há milhares de anos o próprio ser humano procura 
compreender a vida em grupo, e passamos até mesmo pela filosofia e pelos dogmas 
(doutrinas) religiosos para entender o comum, o social e as relações (SOUSA, 
2008). 
Eis que no século XIX, Auguste Comte inventa e usa o termo sociologia pela 
primeira vez em seu curso de Filosofia Positiva (1839), tentando unificar todos os 
estudos relativos ao homem. Com Émile Durkheim, a sociologia ganha o status de 
Ciência, sendo reconhecida academicamente. 
Veremos ao longo desta apostila que o esquema sociológico de Comte era 
tipicamente positivista, acreditando que toda a vida humana tinha atravessado as 
mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este 
progresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de ordem social. 
É importante frisar que a Sociologia surgida no século XIX procurava entender 
e explicar os problemas decorrentes das transformações econômicas, políticas e 
culturais ocorridas no século XVIII com as Revoluções Industriais e Francesas, 
entretanto, só foi concretizada quando da consolidação do capitalismo moderno. 
Enfim, nossa intenção ao compilar a apostila “História da Sociologia” é 
oferecer-lhes um instrumental teórico básico de sociologia que permita lidar com os 
paradigmas centrais dessa ciência. Não é uma mera reprodução de conteúdos 
conceituais. 
Versaremos sobre o arcabouço que sustenta a construção da sociologia, ou 
seja, passaremos pela etimologia, seu objeto de estudo, sua natureza. Abordaremos 
o surgimento, a formação e o desenvolvimento da Sociologia que evidentemente 
 
 
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passa pelos sociólogos clássicos e suas teorias, dentre eles Comte, Durkheim, Marx, 
Weber, Lukács, Marcuse, Pareto, Simmel e Elias. 
Não menos importante será expor e relacionar os ramos da Sociologia 
enfatizando principalmente suas relações com a história. 
 Para completar, analisaremos o pensamento sociológico a partir do século 
XX, “visitando” a Europa, a América do Norte e América Latina. 
O nosso objetivo, portanto, é apresentar os conceitos básicos para o 
entendimento da Sociologia, rever sua trajetória histórica e promover o 
aperfeiçoamento e atualização dos senhores profissionais nos temas e teorias do 
Ensino da Sociologia, mas ressaltamos que o assunto não se esgota e fica a 
proposta para que busquem outras fontes de pesquisa sanando dúvidas ou lacunas 
que, por ventura, surgirem. 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 - A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA 
 
Etimologia e conceitos importantes para o entendimento da 
Sociologia 
 
Tradicionalmente poderíamos dizer que sociologia trata da sociedade, da 
associação ou do companheirismo. É uma ciência que estuda cientificamente as 
formas fundamentais da convivência humana. 
Deriva da palavra latina societas (sociedade, socius = companheiro) e da 
palavra grega logos (estudo, ciência). 
Para Santos (1966, p. 11) a sociedade seria um grande complexo de relações 
humanas ou um sistema de interações. Assim, por definição, Sociologia é a ciência 
que estuda os fatos sociais, nos mais variados e tamanhos de “rede social” que se 
apresentarem, ou seja, desde uma pequena família, passando por grandes grupos 
étnicos, religiosos, etc. 
As suas teorias são criadas, baseadas no cotidiano, em coisas e fatos que 
acontecem de forma padronizada, mesmo em sociedade completamente diferentes. 
A partir da compreensão da sociedade, pode-se manipulá-la com facilidade, 
como por exemplo, no caso de políticos e campanhas de marketing, onde esses 
profissionais acabam por criar verdadeiras campanhas que se tornam “vírus”, 
atingindo as pessoas de forma rápida, levando-as a conhecer um produto ou uma 
empresa de maneira surpreendente (SANTOS, 1966). 
Comunidade, sociedade, grupo social, processos sociais, fato social são 
termos usuais dentre os Sociólogos e devido sua importância, tentaremos explicar 
sucintamente cada um deles. 
Comunidade e sociedade são as uniões de grupos sociais mais comuns 
dentro da Sociologia. 
 
 
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A comunidade é a forma de viver junto, de modo íntimo, privado e exclusivo, 
sendo sua forma primária, onde se estabelecem relações de troca. Como exemplo 
podemos citar as famílias, os amigos e vizinhos. 
Sociedade é uma grande união de grupos sociais marcada pelas relações de 
troca, porém de forma não-pessoal, racional e com contatos sociais secundários e 
impessoais. 
Nas comunidades, as normas de convivência e de conduta de seus membros 
estão interligadas à tradição, religião, consenso e respeito mútuo. Na sociedade, é 
totalmente diferente. Não há o estabelecimento de relações pessoais e na maioria 
das vezes, não há tamanha preocupação com o outro indivíduo, fato que marca a 
comunidade. Por isso, é fundamental haver um aparato de leis e normas para 
regular a conduta dos indivíduos que vivem em sociedade, tendo no Estado, um 
forte aparato burocrático, decisor e central nesse sentido (MARTINS, 1994). 
O grupo social é uma formabásica de associação humana que se considera 
como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é 
necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas 
que só apresenta uma serialidade entre si, como em uma fila de cinema, por 
exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não 
interagem entre si (MARTINS, 1994, FERREIRA, 2007). Dentre as características 
desse grupo temos: uma forma de organização, mesmo que subjetiva, são 
superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, 
provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma 
consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em 
comum, se diferem quanto ao grau de contato de seus membros (MUNDO 
EDUCAÇÃO, 2008). 
Os processos sociais são as formas pelas quais os indivíduos se relacionam 
uns com os outros, ou seja, as formas de estabelecer as relações sociais. Os 
processos sociais estão presentes em toda a sociedade e podem ser distinguidos 
em associativos e dissociativos. No primeiro grupo os indivíduos estabelecem 
relações positivas, de cooperação e de consenso. Temos ai a cooperação, 
acomodação e assimilação. No segundo grupo estão a competição e o conflito, ou 
 
 
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seja, as relações estabelecidas são negativas, de divergência e oposição (MUNDO 
EDUCAÇÃO, 2008). 
Para completar os conceitos que entendemos fazer parte da “essencialidade 
da Sociologia” temos o fato social que segundo Émile Durkheim são todas as 
formas de associações humanas e as maneiras de agir, sentir, e pensar, 
padronizados e socialmente sancionadas. Em uma frase, “os modos de ser, sentir, 
pensar e agir comuns aos grupos sociais” (SANTOS, 1966, p. 15-17) 
 
Seu Objetivo e objeto de estudo 
 
Como foi falado, o seu objetivo é o estudo científico dos fatos sociais. 
Ampliando essa definição, poderíamos dizer que a Sociologia: 
Estuda os homens em interdependência, os homens em sociedade, tendo o 
fato básico de que eles não vivem isolados, ao contrário, formam agrupamentos 
estáveis onde se dá o encontro do homem com o homem, ao estabelecimento de 
relações de corporação, luta e domínio entre os homens no interior desses 
agrupamentos, e o desenvolvimento ou destruição das culturas humanas que 
decorrem de tais relações. 
A sociologia é uma disciplina científica, diferente, portanto da religião, da 
filosofia e de outras formas de conhecimento (MARTINS, 1994). 
Já em relação ao seu objeto de estudo, existem vários. Sociologia da 
Arquitetura (como um grupo de pessoas se comportará em um ambiente, por 
exemplo, em um teatro), o Corpo (estudar as diferenças na interação entre pessoas 
com boa forma física e obesos), Criminologia (a razão dos crimes acontecerem, por 
fatores ou problemas sociais), a Família (estudando casos de divórcio, crianças 
órfãs), Sociologia da Imigração (o que faz um grupo de pessoas deixar o seu povo, 
para viver em um local com cultura completamente diferente?), política, etnias, 
dentre outros que analisaremos em um tópico adiante intitulado “ramos da 
Sociologia”. 
 
 
 
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Sua natureza 
 
De acordo com Santos (1966, p. 17) a Sociologia não é uma ciência 
normativa, limitando-se a estudar os fatos sociais tais como são. Quer inteirar-se de 
como é a sociedade e não se propõe o problema de como deve ser. Em síntese 
mostra o que é a sociedade e não como deve ser. 
 
Surgimento 
 
Sucintamente poderíamos dizer que a sociologia nasceu de uma mudança 
radical da sociedade a partir do século XVIII, resultando no surgimento do 
capitalismo. 
Toda conjuntura política, econômica e cultural passava por modificações. As 
revoluções industrial e francesa ocasionaram transformações que mudaram 
completamente o curso que a sociedade estava tomando naquela época, levando o 
homem a ter um novo objeto de estudo, “a sociedade” (MARTINS, 1994). 
A Revolução Industrial, por exemplo, representou a consolidação do 
capitalismo, uma nova forma de viver. A destruição dos costumes e das instituições, 
a automação ou novos métodos de produção geravam o aumento da produtividade e 
vários trabalhadores foram substituídos por máquinas. Além disso, ocorria o intenso 
êxodo rural, ocasionando uma explosão demográfica e consequentemente, uma 
falta de infra-estrutura capaz de comportar esses excedentes populacionais. A falta 
de empregos aliada à falta de infra-estrutura levou a um relativo estado de caos 
social: aumento da miséria, fome, criminalidade, doenças, prostituição, suicídio, etc. 
Essas novas existências foram, paulatinamente, modificando o pensamento 
moderno, tornando-o racional e científico, substituindo as explicações teológicas, 
filosóficas e de senso comum (MARTINS, 1994). 
Quanto aos tempos da Revolução Francesa, encontramos os iluministas que 
queriam transformar a sociedade, objetivando demonstrar a irracionalidade e as 
injustiças de algumas instituições, pregando a liberdade e a igualdade dos indivíduos 
 
 
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que, na verdade, descobriu-se mais tarde que esses eram falsos dogmas. Esse 
cenário também levou à constituição de um estudo científico da sociedade (MUNDO 
EDUCAÇÃO, 2008). 
Foi dentro desse contexto que surgiu a Sociologia. Contra a revolução, 
pensadores tentaram reorganizar a sociedade, estabelecendo ordem, conhecendo 
as leis que regiam os fatos sociais. Era o positivismo surgindo e, com ele, a 
instituição da ciência da sociedade. Mesmo antes de ser considerada uma ciência, a 
sociologia estimulou a reflexão da sociedade moderna colocando como "objeto de 
estudo" a própria sociedade, tendo como principais articuladores Auguste Conte e 
Émile Durkheim (VILELA, 2008). 
 
Formação 
 
A existência de interesses opostos na sociedade capitalista influenciou na 
visão de como os sociólogos deveriam perceber e analisar a sociedade. E 
consequentemente, surgiram várias correntes sociológicas, debates sobre o seu 
objeto de estudo e sobre seus métodos de investigação. 
De um lado temos os conservadores que renegavam o Iluminismo, tendo a 
sociedade feudal, sua estabilidade e a hierarquia social como inspiração. Eles 
também não tinham interesse em defender uma sociedade moldada no capitalismo. 
Logicamente defendiam as instituições religiosas, as monarquias e as aristocracias 
em decadência. 
Esse conservadorismo influenciou os primeiros sociólogos, dentre eles Comte 
e Durkheim, além de Saint-Simon (1760-1825), que embora entusiasta da sociedade 
industrial, entendia que o problema da restauração da ordem devia ser enfrentado, 
porque, aos seus olhos, na sociedade francesa pós-revolução reinava desordem e 
anarquia. 
Durkheim dedicou-se a estabelecer um objeto de estudo e um método para a 
sociologia, salientando que nenhuma ciência poderia constituir-se sem uma área 
própria de investigação. O seu pensamento marcou decisivamente e sociologia 
 
 
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contemporânea, principalmente as tendências que se preocupam com as questões 
da manutençãoda ordem social (MARTINS, 1994). 
A formação e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e 
negador da sociedade capitalista, sem dúvida liga-se à tradição do pensamento 
socialista, que encontra em Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903) a sua 
elaboração mais expressiva (MARTINS, 1994). 
Já a intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra em 
Max Weber (1864-1920) um marco de referência. Durante toda sua vida, insistiu em 
estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa 
investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade (MARTINS, 1994). 
A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma 
rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes 
e o político, homem de ação e de decisão comprometido com as questões práticas 
da vida (MARTINS, 1994). 
Em tópico mais adiante estudaremos minuciosamente os pensamentos e as 
teorias destes e outros sociólogos. 
 
Desenvolvimento 
 
Precisamos concordar com Martins (1994) quando ele analisa que mesmo 
tendo a Sociologia surgido no momento de grande expansão do capitalismo, 
infundindo otimismo em diversos sociólogos com relação a civilização capitalista, os 
acontecimentos históricos que permearam o seu desenvolvimento tornaram no 
mínimo problemáticas as esperanças de democratização que vários sociólogos 
nutriam com relação ao capitalismo. 
Na realidade, esperava-se que a burguesia mantivesse vivo o projeto de 
igualdade e fraternidade que servia de pano de fundo para os estudos dos 
sociólogos, entretanto, ela se afastou e partiu para uma vivência menos liberal e 
mais conservadora e pior, utilizando-se de mecanismos repressores para assegurar 
a dominação. 
 
 
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Dentre esses mecanismos Martins (1994) cita as grandes empresas, 
monopolizando produtos e mercados, a eclosão de guerras entre as grandes 
potências mundiais, a intensificação da organização política do movimento operário 
e a realização de revoluções socialistas em diversos países, que acabaram sendo 
realidades históricas que abalavam as crenças na perfeição da civilização 
capitalista. 
Evidentemente que essa crise repercutiu no pensamento sociológico 
contemporâneo. Ainda há quem não acredite, mas o desmoronamento da civilização 
capitalista perfeita, levado a cabo pelos diversos movimentos revolucionários e pela 
alternativa socialista fez com que o conhecimento científico fosse submetido aos 
interesses da ordem estabelecida. As ciências sociais, de modo geral, passaram a 
ser usadas para produzir um conhecimento útil e necessário à dominação vigente 
(Martins, 1994). Aliás, todas as ciências foram utilizadas na expansão econômica e 
militar das grandes potências capitalistas, dentre elas, a ciência política forneceu 
conhecimentos para elaboração de estratégias e a antropologia facilitou a 
administração das populações colonizadas. Quanto a sociologia, Martins nos afirma 
que ela foi empregada como técnica de manutenção das relações dominantes. 
O que acontece nas últimas décadas é a incorporação das pesquisas de 
muitos sociólogos na prática das grandes empresas, do Estado Moderno, dos 
partidos políticos, na luta cotidiana pela preservação das estruturas econômicas, 
políticas e culturais do capitalismo moderno. E Martins vai mais longe, inferindo que 
o sociólogo dos tempos atuais passou a desenvolver o seu trabalho, via de regra, 
em complexas organizações privadas ou estatais que financiam suas atividades e 
estabelecem os objetivos e as finalidades da produção do conhecimento sociológico. 
Enfim, as grandes e profícuas produções de sociólogos como Comte, 
Durkheim, Marx, dentre outros, não são mais produzidas praticamente desde a 
primeira metade do século XX. 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 - OS RAMOS DA SOCIOLOGIA 
 
Anteriormente falando em objetos de estudo da sociologia citamos a 
arquitetura, o corpo, pois bem, falaremos um pouco sobre outros ramos de interesse 
da sociologia. 
A sociologia da ciência, dentro do campo da sociologia do conhecimento 
estuda a influência de fatores externos no desenvolvimento da ciência, estando 
ligada estreitamente com a história da ciência. Esse campo ganhou impulso com 
Thomas Kuhn, físico, filósofo e historiador de posições radicais que pensava a 
verdade científica como algo puramente conformado por fatores sociais (LUMIER, 
2008). 
Nascida em resposta às teorias da economia clássica e neoclássica sobre o 
Homo economicus e a teoria da escolha racional, surgiu a sociologia econômica, a 
qual veio mostrar que existem elementos socializadores na economia e no mercado. 
No modelo da economia clássica existe também ação humana ao contrário do que 
pregam os economistas. Nesse contexto Weber distinguiu três tipos básicos de 
ação: racional com vistas a fins e a valores, tradicional e afetiva. 
A sociologia das organizações se ocupa em analisar os aspectos 
sociológicos de organizações, isto é, de empresas, fundações, órgãos públicos e 
congêneres. Além de estudar os aspectos de uma sociedade que influenciam na 
organização e no seu desenvolvimento, oferece uma melhor compreensão dos 
fenômenos que ocorrem dentro de uma organização sob um ponto de vista 
sociológico. Novamente encontramos em Weber o seu expoente que entendia a 
burocracia1 como forma de se ordenar as relações humanas entre si e com a 
organização, propiciando que objetivos explícitos sejam atingidos. 
A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais 
do ensino e da aprendizagem, ou seja, estuda os processos institucionais e 
organizacionais e as relações sociais envolvidas. 
 
1
 Vale ressaltar que esta burocracia de Weber não carregava o significado negativo, de demora no 
atendimento em serviços públicos, mas sim uma forma prescritiva de delegar responsabilidades e 
padronizar a comunicação de acordo com normas predefinidas e impessoais. 
 
 
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Uma área interessante e pouco conhecida é a sociologia das histórias em 
quadrinhos (HQ) que aborda as histórias em quadrinhos a partir da perspectiva 
sociológica. Ela analisa o processo social de produção das HQ, os valores culturais 
presentes nelas, os seus efeitos no público leitor, entre outros aspectos sociais. 
Embora seja raro, encontramos produção de monografias e teses sobre alguns 
personagens dos HQs. 
A sociologia industrial surgiu nos Estados Unidos pela necessidade de 
estudar as relações de trabalho e as mudanças estruturais que ocorreram nas 
organizações e nas sociedades. 
Buscando investigar os processos jurídicos e as resoluções de conflito em 
diversas sociedades e grupos, nasceu a sociologia jurídica que analisa a forma 
como um grupo produz e encaminha as diferentes sanções e penalidades e como 
tais agrupamentos elaboram uma ideia de justiça também ocupa um território nobre 
na Sociologia Jurídica (PELISSARI, 2008). 
A sociologia médica estuda o comportamento de grupos e/ou indivíduos que 
dizem respeito à saúde e à doença, isto porque, de um lado encontramos um grupo 
que confia generalizadamente na medicina e outro, de descrença total, portanto, 
essa sociologia estuda os comportamentos que induzem estados alterados desaúde 
(RUIVO, 1987). 
Sociologia política como não poderia deixar de ser, estuda as bases sociais 
da política, ou seja, ela ajuda a entender a política em si. Criada por Auguste Comte 
foi desenvolvida posteriormente por Durkheim, Thomas Moore, John Locke, Thomas 
Hobbes, Montesquieu, Marx e outros. 
Mais um ramo da sociologia pouco conhecido é o que se refere às relações 
de gênero. Surgiu para entender questões relativas à identidade sexual e seus 
processos de construção. Sua ênfase maior está na subjetividade dos atores sociais 
das classes sociais. 
Temos ainda a sociologia da religião que busca explicar empiricamente as 
relações mútuas entre a religião e a sociedade, fundamentando seus estudos na 
dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade (TEIXEIRA, 2003; 
SOUZA E MARTINO, 2004). 
 
 
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Para estudar o comportamento das pessoas que vivem distantes de 
localidades com concentração de pessoas e de atividades econômicas, temos a 
sociologia rural. Ela envolve análise de dados estatísticos, entrevistas, observação 
e outras técnicas. No seu oposto a sociologia urbana estuda a vida urbana no 
espaço das cidades, envolvendo planejamento urbano, arquitetura, geografia e 
economia. Ainda dentro da sociologia rural temos os estudos focados nos 
agronegócios (economia da agricultura), na migração rural, no meio ambiente, nos 
cuidados com a saúde rural, com a educação no campo e em padrões 
demográficos. 
Os sujeitos ocultos do ambiente de trabalho, fábricas, sindicatos estruturados 
e os fenômenos decorrentes das relações de trabalho fazem parte da sociologia do 
trabalho. 
Muito em voga na atualidade encontramos a sociologia da violência e da 
criminalidade, que trata tais fenômenos sociais e analisa as principais teorias 
criminológicas. 
Como pode-se perceber, são inúmeros os ramos e os campos de atuação 
para os sociólogos desenvolverem novas teorias. 
 
Sociologia x História x relações com a ciência 
 
Segundo León (2008), história e sociologia são um problema complexo, 
principalmente porque ao longo dos séculos o pensamento sociológico vem sendo 
entrecortado com análises históricas e esquemas de interpretação, compreensão e 
explicação histórica dos fatos. 
A Sociologia pode se apresentar como uma disciplina geral que formula 
teorias a serem aplicadas num vasto campo de fenômenos, enquanto à História 
restaria a descrição ideográfica do singular, como um suporte para as teses gerais 
da Sociologia. Desta maneira, a Sociologia pode reivindicar ser a ciência social par 
excelência, deixando a História e a Filosofia como abordagens de apoio. 
 
 
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Entretanto a separação da Sociologia e História não tem uma justificação 
racional. Estes dois campos do conhecimento tornam-se metodologicamente 
indistinguíveis se colocarmos a Sociologia como campo analítico capaz de superar 
os domínios da Modernidade. Teremos, com efeito, a Sociologia Histórica como 
quebra desta hierarquia de saberes proporcionada pelos teóricos do século XIX, 
uma Sociologia que não parte de conceitos já prontos, mas os constrói segundo uma 
arqueologia de sujeitos, uma arqueologia de conceitos e modelos (LEÓN, 2008). 
Por outro lado podemos dizer que para apreciar a diferença entre tempo 
sociológico e tempo histórico é preciso distinguir a realidade estudada, o método 
aplicado a esse estudo e o objeto que resulta da conjugação de realidade e método. 
O caráter histórico de uma realidade social é múltiplo, havendo graus de 
percepção de que a ação humana concentrada pode mudar as estruturas e permitir 
revoltas contra a tradição. Por sua vez, a sociologia salienta “o complexo jogo” entre 
as escalas do social que se pressupõem uma a outra, quer dizer: procura confrontar 
a realidade histórica com “os planos sociais não-históricos ou pouco históricos”, 
como o são os elementos microssociais e grupais, respectivamente (LEÓN, 2008). 
Voltando nossa atenção para a Sociologia enquanto ciência, Vila Nova 
(2004), fala que de acordo com o senso comum, a sociologia é um tipo de 
explicação sobre o comportamento humano e a vida social, mas indo além do 
“senso comum”, as explicações que esta ciência dá à vida social são bem mais 
diversas daquelas existentes. "Como ciência, a Sociologia tem que obedecer aos 
mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos do conhecimento científico, 
apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os 
fenômenos de natureza e, consequentemente, da abordagem científica da 
sociedade." (VILA NOVA, 2004, p. 23). 
Entre as características da ciência, Vila Nova enumera os seguintes pontos: 
1) A ciência procura construir um "corpo de ideias" harmonizadas entre si de 
modo lógico; 
2) A ciência tem como principal objetivo explicar a realidade a partir da 
observação sistemática dos fatos; 
 
 
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3) A ciência não pretende ser um instrumento de previsão, de controle ou de 
transformação da sociedade (esse papel cabe à tecnologia); 
4) Não existe ciência sem método científico. 
Deste modo, a sociologia é uma ciência predominantemente indutiva, pois 
parte da observação sistemática dos fatos para tecer generalizações sobre a 
sociedade, enquanto outras ciências, como a história e filosofia social, são 
predominantemente dedutivas, pois tecem generalizações que são (ou não) 
aplicáveis aos fatos sociais. 
O uso da teoria, no caso da sociologia, é imprescindível, pois só com ela é 
possível evitar a simples observação dos fatos (ideia positivista e histórica) através 
de uma investigação científica em que haja uma observação dos fatos teoricamente 
orientada. 
A sociologia caracteriza-se por não ser valorativa, ou seja, por não atribuir 
valores aos fatos sociais, considerando-os a partir de uma neutralidade que também 
não é normativa (não estabelece regras para a sociedade). 
Como qualquer outra ciência, a sociologia não pretende explicar todos os 
fatos da sociedade, mas sim apenas aquilo que é observável nas relações sociais 
num determinado momento, pois todo conhecimento científico é parcial e transitório. 
Mesmo sem pretender fazer uma observação de todos os fatos da 
sociedade, a sociologia só pode observar aqueles fatos que se repetem com alguma 
regularidade, pois só assim é possível tecer generalizações. 
O trabalho do cientista, além da formulação de hipóteses, da observação, da 
inferência de generalizações e da elaboração de teorias, também compreende a 
classificação, um dos princípios fundamentais à investigação científica. 
Para Vila Nova: (2004, p. 28) “[...] o estudo científico da sociedade, como 
defendem os seguidores de Max Weber, demanda não a simplicidade dos 
fenômenos sociais através da observação, mas, sobretudo, a sua compreensão 
através da participação”. 
O sociólogo tem a vantagem de estudar um objeto do qual faz parte, por isso 
pode compreender a realidade social a partir de seu interior. 
 
 
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Para Émile Durkheim os fatos sociais são coisas, ou seja: existem 
independentemente domodo subjetivo através do qual os indivíduos os conhecem e 
percebem. 
Vila Nova (2004, p. 29), afirma que “A Sociologia [...] não se ocupa de todas 
as regularidades observáveis na sociedade humana, mas, apenas, daquelas que 
têm origem nas relações sociais, e não das que derivam do organismo, por exemplo, 
ou do psiquismo humano. Logo, já se vê como, limitando o seu campo de 
investigação a esses fenômenos sociais, a teoria sociológica é uma tentativa de 
simplificação do conhecimento da sociedade”. 
A sociedade também é estudada por outras ciências além da sociologia: a 
antropologia cultural, a economia, a psicologia social, a história, a geografia e a 
ecologia, sendo suas diferenças peculiares anotadas abaixo. 
A diferença entre a sociologia e a história reside no fato, segundo Vila Nova, 
de que a primeira “se ocupa com a observação do que é repetitivo nas relações 
sociais para daí formular generalizações teóricas”, enquanto a história se dedica à 
análise daquilo “que é único na sociedade” (2004, p. 30). 
A economia se ocupa de um aspecto específico das relações sociais, as de 
caráter econômico, enquanto a sociologia “tem a tarefa de detectar as relações entre 
as várias áreas institucionais da sociedade” (2004, p. 31). 
Já a antropologia cultural (ou etnologia) historicamente é vista como uma 
ciência social “voltada exclusivamente para as chamadas sociedades simples”, 
enquanto a sociologia seria "especializada no estudo das sociedades complexas" 
(VILA NOVA, 2004, p. 33). 
A psicologia social se distingue da sociologia principalmente pelos seus temas 
de interesse, e não pela metodologia científica empregada. 
Vila Nova (2004, p. 33) destaca que além de suas aplicações “no 
planejamento social, na pesquisa, na orientação das relações sociais na empresa, 
na condução dos programas de intervenção social”, a sociologia também se 
constituiu numa “disciplina humanística”, por ser um meio significativo de aquisição 
de consciência social. 
 
 
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Ao contrariar o ideal científico, a sociologia torna-se ideologia, isto é, passa a 
ser uma forma de conhecimento decorrente da situação social específica de alguma 
categoria social e representativa dos interesses dessa categoria” (VILA NOVA, 2004, 
p. 34). 
Então, a título de reforço, deixemos bem claras duas questões pontuais: 
1 - A posição de Vila Nova: “A sociologia não tem como objetivo a resolução 
dos problemas sociais e tampouco tem como objeto de estudo exclusivo estes 
problemas, interessando-se pelos problemas sociais na medida em que eles se 
constituem em fatos sociais, deste modo, [...] ao sociólogo interessam [...] os 
problemas sociológicos, quer dizer, os problemas de explicação teórica do que 
acontece na vida social”. 
2 – A diferença entre sociologia e suas escolas e as doutrinas sociais: a 
sociologia se constitui de um conjunto de teorias científicas, que são explicações de 
fenômenos ou conjunto de fenômenos a partir de uma observação (direta ou 
indireta) dos fatos que as confirmam; já as doutrinas sociais não baseiam-se na 
observação dos fatos: na verdade são ideias pré-concebidas da realidade, não 
exigindo sua demonstração pelos fatos. 
Enfim, na visão de Vila Nova (2004, p. 38), a sociologia só pode ser 
considerada “verdadeira” quando suas constatações científicas acabam 
incomodando as classes e grupos sociais que tenham seus interesses e privilégios 
afetados através da revelação das relações sociais que originam os problemas 
sociais. 
 
 
 
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UNIDADE 3 - SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS E SUAS TEORIAS 
 
Deixamos bem claro que o objetivo deste tópico não é discutir 
pormenorizadamente as teorias de cada um destes sociólogos, mesmo porque cada 
um nos proporcionaria páginas e páginas de discussões. No entanto, eles são 
considerados a base da sociologia e conhecer o pensamento de cada um faz parte 
do arcabouço que esta apostila se propôs apresentar e evidentemente todos fazem 
parte da história da Sociologia. 
 Deste modo, aquele que despertar maior interesse, sugerimos nas 
referências bibliográficas ao final da apostila, sites e/ou livros que irão complementar 
os estudos. 
 
Auguste Comte 
 
Comte nasceu e morreu na França, (1798-1857) e foi o criador do 
Positivismo, um método que consiste na observação dos fenômenos, subordinando 
a imaginação à observação. Seu pensamento foi sintetizado em sete palavras: real, 
útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Comte preocupou-se em tentar 
elaborar um sistema de valores adaptado com a realidade que o mundo vivia na 
época da Revolução Industrial, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia 
universal. 
O positivismo de Comte surgiu como desenvolvimento sociológico do 
Iluminismo e das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da 
sociedade industrial. 
No século XIX, a indústria foi o fator novo que chamou a atenção da 
sociedade, existindo, na concepção de Comte, seis traços característicos que 
seriam: 
1°-Se baseia na organização cientifica do trabalho; 
 
 
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2°-A aplicação da ciência à organização do trabalho conduz a humanidade a 
desenvolver melhor os seus recursos; 
3°-A produção industrial faz surgir o fenômeno das massas operarias; 
4°-Concentrações de trabalhadores nos locais de trabalho determina oposição 
entre empregados e empregadores; 
5°-Multiplicam-se as crises de superprodução criando a pobreza na 
abundância; 
6°-O sistema econômico se caracteriza pela liberdade de trocas e pela busca 
do lucro por parte dos empresários e comerciantes. 
No que se refere às características, Comte considerava as três primeiras 
como decisivas. Para ele a versão da sociedade industrial não é nem liberal nem 
socialista, e somando-se a isto, temos que ele era hostil ao socialismo e acreditava 
nas virtudes da propriedade privada e, até mesmo, nas virtudes da propriedade 
privada das riquezas concentradas. 
De acordo com seu pensamento, a civilização material só se pode 
desenvolver se cada geração produzir mais do que o necessário para a sua 
sobrevivência, transmitindo à geração seguinte um estoque de riqueza maior do que 
o recebido da geração precedente. 
Por outro lado ele pensava que a organização científica da sociedade 
industrial atribuiria a cada indivíduo um lugar proporcional a sua capacidade, 
realizando a justiça social, mas só existindo sociedade na medida em que seus 
membros tivessem as mesmas crenças. Sendo assim, sua filosofia pressupõe três 
grandes temas: 
1. A sociedade industrial da Europa ocidental se tornará a sociedade de 
todos os homens. 
2. A dupla universalidade do pensamento científico. 
3. O sistema de política positiva (Système de politique positive). 
Essas crenças nos levam a perceber que para ele a sociedade que se 
desenvolve no Ocidente é exemplar, servindo de modelo para toda humanidade e 
 
 
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que a história da humanidade é a história do espírito, ou seja, o desenvolvimento da 
natureza humana. 
O pensamento de Comte passou por três etapas evolutivas que representamas transformações pelas quais a tese da unidade humana é afirmada, explicada e 
justificada. 
A primeira etapa, entre 1820 e 1826 é representada pelos três escritos: 
 "Opúsculos de filosofia social: apreciação sumária do conjunto do 
passado moderno" (1820), 
 "Prospectos dos trabalhos científicos necessários para organizar a 
sociedade" (1822) e, 
 "Considerações filosóficas sobre as ideias e os cientistas" (1825). 
Nos Opúsculos, Comte descreve e interpreta o momento histórico vivido pela 
sociedade européia no princípio do século XIX, ou seja, desaparecia a sociedade 
fundamentada na fé transcendental interpretada pela Igreja Católica, e nascia uma 
nova sociedade cientifica e industrial. 
Os cientistas assumem o lugar dos sacerdotes e os industriais, os dos 
militares. 
Os homens pensam cientificamente e a atividade principal das coletividades 
deixa de ser a guerra de homens contra homens, transformando-se na luta dos 
homens contra a natureza, explorando de maneira racional os recursos humanos. 
Comte conclui que para haver uma reforma social, a condição fundamental é 
a reforma intelectual. Tornam-se necessários uma síntese da ciência e a criação de 
uma política positiva. 
Para Comte, a crise da sociedade moderna encontra explicação na 
contradição entre uma ordem histórica teológica-militar que está desaparecendo e 
uma ordem social-científica-industrial prestes a nascer. 
Na segunda etapa, a do Curso de Filosofia Positiva, ampliam-se às ideias 
diretrizes em sua perspectiva. Comte considera essencialmente as sociedades da 
época e seu passado: a história da Europa. Também revisa as diversas ciências, 
 
 
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desenvolve e confirma as duas leis anunciadas nos opúsculos: a lei dos três estados 
e a classificação das ciências. 
Na lei dos três estados, o espírito humano teria passado por três fases 
sucessivas: o espírito humano explica os fenômenos atribuídos aos seres ou forças 
comparáveis ao próprio homem; invoca entidades abstratas, como a natureza; se 
limita a observar e fixar relações regulares que podem existir entre eles e renuncia a 
descobrir as causas dos fatos e se contenta em estabelecer as leis que os 
governam. 
Essa passagem da idade teológica para a idade metafísica e, depois, para a 
idade positiva, não se opera simultaneamente em todas as disciplinas intelectuais. A 
maneira de pensar positiva se impôs mais cedo nas matemáticas e, na física, na 
química e, depois, na biologia. 
Para ele, a ideia da primazia do todo sobre os elementos deve ser transposta 
para a sociologia. Não se pode compreender o estado de um fenômeno social 
particular sem o recolocar no todo social. 
Como Comte era formado pela escola Politécnica, subentende-se ser ele um 
homem lógico, o que lhe dava bases para, no curso de filosofia positiva criar a nova 
ciência, a sociologia! Ele considera na sociologia, a fórmula dos opúsculos: assim 
como não há liberdade de consciência na matemática ou na astronomia, não pode 
haver também em matéria de sociologia. Desse modo, para que a história humana 
seja uma só: primeiro é preciso que o homem tenha uma certa natureza 
reconhecível e definível, através de todos os tempos e de todas as sociedades. Em 
segundo lugar ele considera que toda sociedade comporte uma ordem essencial que 
se possa reconhecer através da diversidade das organizações. 
O ponto de partida do seu pensamento é uma reflexão sobre a contradição 
interna da sociedade do seu tempo, entre o tipo teológico-militar e o tipo científico-
industrial. 
O seu objetivo final é a coerência de pensamento que jamais foi realizada 
plenamente no curso da história e, para ele, a incoerência do modo de pensar em 
cada etapa da história, tem sido uma das molas do movimento histórico. 
 
 
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Em sua nova ciência, Comte estuda as leis do desenvolvimento histórico que 
se fundamenta na observação e na comparação, como nos métodos análogos aos 
empregados por outras ciências, sendo a estática e a dinâmica as duas categorias 
centrais da sociologia de Comte. 
A estática consiste no estudo do consenso social e a dinâmica, em seu ponto 
de partida, é apenas a descrição das etapas sucessivas percorridas pelas 
sociedades humanas. 
Sobre a natureza humana e a ordem social, para Comte, fundamentalmente 
só há uma história e, pelo estudo estático, é possível identificar as características de 
toda sociedade. A estática pode ser decomposta em duas partes: o estudo 
preliminar da estrutura da natureza humana, e o estudo propriamente dito da 
natureza social. 
Sobre o homem, este se compõe de um coração e de uma inteligência, ter 
coração significa ter sentimento de coragem. 
Sobre a religião, no pensamento de Comte, esta reproduz as diferenças da 
natureza humana: criando a unidade, precisa dirigir-se simultaneamente à 
inteligência, ao sentimento e à ação, isto é, todas as disposições do ser humano. 
Em relação à família, ele toma como modelo a estrutura do tipo ocidental e 
procura demonstrar que as relações existentes dentro da família eram 
características ou exemplares das diversas relações que podem existir entre as 
pessoas humanas, e também que a afetividade humana recebia educação e 
formação na família. 
As ideias essenciais de Comte, sobre a divisão do trabalho, são as da 
diferenciação das atividades e da cooperação entre os homens, ou a da separação 
dos ofícios e a da combinação dos esforços. 
Pode-se identificar as ideias filosóficas de Comte, referenciando o seu 
pensamento às três intenções que encontramos em sua obra: a intenção do 
reformador social, a intenção do filosofo que sintetiza os métodos e os resultados 
das ciências e a intenção do homem que assume a posição de pontífice de uma 
nova religião, a religião da humanidade. 
 
 
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Resumidamente podemos dizer que os positivistas abandonaram a busca 
pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, 
para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no 
caso das leis, das relações sociais e da ética. 
Várias foram as influências do positivismo de Comte para o Brasil que vão 
desde o nascimento da República (o lema da bandeira brasileira "Ordem e 
progresso", foi inspirado na sua doutrina), bem como a separação entre igreja e 
Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do anonimato na imprensa e a 
reforma educacional proposta por Benjamin Constant, um dos mais influentes 
positivistas brasileiros. 
 
Émile Durkheim 
 
Também nasceu e morreu na França (Émile Durkheim foi um dos 
responsáveis por tornar a sociologia uma matéria acadêmica, sendo aceita como 
ciência social). Durante sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre 
educação, crimes, religião, e até suicídio. 
“Da divisão do trabalho social” (1893), tese de doutoramento de Durkheim é 
seu primeiro grande livro, no qual analisa as relações entre os indivíduos e a 
coletividade. Para ele a solidariedade, mecânica e orgânica, é o caminho para que o 
conjunto de indivíduos tão diferentes chegue a um consenso comum. 
A primeira é a solidariedade, mecânica ou por semelhança, onde os 
indivíduos diferem pouco uns dos outros. A forma oposta de solidariedade, a 
orgânica, é aquela em que o consenso resulta de umadiferenciação, ou se exprime 
por seu intermédio. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes. 
A oposição dessas duas formas de solidariedade se combina com a oposição 
entre sociedades segmentárias e aquelas em que aparece a moderna divisão de 
trabalho. 
 
 
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O fenômeno da divisão do trabalho que o sociólogo quer explicar é diferente, 
portanto, do que os economistas entendem pelo mesmo conceito. A divisão do 
trabalho é uma certa estrutura de toda a sociedade. 
Para ele, a diferenciação social, fenômeno característico das sociedades 
modernas, é a condição criadora da liberdade individual. Só numa sociedade em 
que a consciência coletiva perdeu uma parte de sua rigidez o indivíduo pode ter uma 
certa autonomia de julgamento e de ação. 
Nessa sociedade individualista, o problema mais importante é manter o 
mínimo de consciência coletiva, à falta da qual a solidariedade orgânica provocaria a 
desintegração social. 
No livro que escreveu sobre o suicídio (1897) tal problema está estreitamente 
ligado ao estudo da divisão do trabalho. Ele observa que o homem não se sente 
necessariamente mais feliz com sua sorte nas sociedades modernas, e registra, de 
passagem, o aumento do número dos suicídios, expressão e prova de certos traços, 
talvez patológicos, da organização atual da vida coletiva. 
Durkheim quer mostrar até que ponto os indivíduos são determinados pela 
realidade coletiva e define três tipos de suicídio: o egoísta (relacionado com os 
contextos sociais integradores, a religião e a família, esta última considerada sob o 
duplo aspecto de casamento e prole), o altruísta (ele cita dois exemplos: o primeiro, 
em sociedades arcaicas, a viúva indiana aceita ser colocada na fogueira que deve 
queimar o corpo do marido morto. O segundo, é o suicídio no exército, praticado por 
militares), e o anômico (que ocorre nos períodos de crises econômicas, como 
também nos períodos de grande prosperidade. Sua frequência também aumenta 
paralelamente ao aumento do número de divórcios). 
Sobre as formas de vida religiosa, para Durkheim, a essência da religião é a 
divisão do mundo em fenômenos sagrados e profanos. Não é a crença numa 
divindade transcendente: há religiões superiores sem Deus. 
O objetivo da teoria da religião de Durkheim é fundamentar a realidade do 
objeto da fé, sem admitir o conteúdo intelectual das religiões tradicionais, 
condenadas pelo desenvolvimento do racionalismo cientifico; este permite salvar o 
 
 
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26 
que parece destruir, demonstrando que os homens nunca adoraram senão sua 
própria sociedade. 
A concepção sociológica de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social. 
Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e 
científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social. 
Para que haja tal sociologia, duas coisas são necessárias: que seu objeto 
seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser 
observado e explicado de modo semelhante ao que acontece com os fatos 
observados e explicados pelas outras ciências. Esta dupla exigência leva as duas 
célebres fórmulas com que se costuma resumir o pensamento de Durkheim: é 
preciso considerar os fatos sociais como coisas; as características do fato social é 
que ele exerce uma coerção sobre os indivíduos. É conveniente chamar de coisa 
toda realidade observável do exterior, e cuja natureza não conhecemos 
imediatamente. 
Esse é o centro do pensamento metodológico de Durkheim; para ele o fato 
social é específico, provocado pela associação dos indivíduos, e diferente, pela sua 
natureza, do que se passa no nível das consciências individuais. Os fatos sociais 
podem ser objeto de uma ciência geral porque se distribuem em categorias, e os 
próprios conjuntos sociais podem ser classificados em gêneros e espécies. 
Sobre o problema social este não é um problema econômico; é, sobretudo um 
problema de consenso, isto é, de sentimentos comuns aos indivíduos, graças aos 
quais os conflitos são atenuados, os egoísmos recalcados e a paz mantida. O 
problema social é um problema de socialização. 
Durkheim se opõe à doutrina marxista, não crê na fecundidade dos meios 
violentos e se recusa a considerar a luta de classes, em particular os conflitos entre 
os operários e empresários, como um elemento essencial da sociedade atual, e 
como mola do movimento histórico. 
Para ele, o sociólogo também não é socialista, na medida em que muitos 
socialistas se inclinam a crer que a solução dos problemas da sociedade moderna 
virá de uma organização econômica. 
 
 
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Durkheim insiste no fato de que as várias instituições, família, crime, 
educação, política, moral, religião, são consideradas pela organização da sociedade. 
Cada tipo social tem seu tipo de família, de educação, de Estado, de moral. Mas 
tende a tornar o meio social como uma realidade total, quando esta é uma categoria 
analítica, e não uma causa última. 
Durkeheim dizia que entre Deus e a sociedade é preciso escolher. Isso 
mostra realmente o que ele pensava. Para ele, um ato só é moral se tem por objeto 
uma pessoa que não a do seu autor. Portanto, para que haja uma moralidade, é 
preciso haver uma realidade que valha mais do que qualquer pessoa. Esta 
realidade, superior em valor ao ator individual, só pode ser Deus ou a sociedade, e 
não há nenhuma diferença entre as duas hipóteses, já que a religião, de acordo com 
os estudos das formas elementares da vida religiosa, não passa de adoração da 
sociedade transfigurada. 
Numa aproximação dos julgamentos de fato e de valor, encontramos sempre 
a convicção de Durkheim de que a autoridade dos conceitos que tendem a exprimir 
a realidade, ou dos ideais que tendem a informar a ação, provém da própria 
sociedade. Segundo as ideias de Durkheim, a sociologia justifica o individualismo 
racionalista e prega, ao mesmo tempo, o respeito pelas normas coletivas. 
 
Karl Marx 
 
Nascido na Alemanha, em 1818, viveu em meio às várias revoluções 
européias (inglesa, francesa e russa), vindo a falecer em Londres, em 1883. 
Também é considerado um dos fundadores da Sociologia, além de desenvolver 
trabalhos nas áreas de filosofia e história. 
Até os dias atuais, mesmo quem não é adepto ou simpático à sua ideologia 
chamada de marxista2 precisa passar pelas teorias de Marx para entender a 
sociedade humana (SINGER, 1982). 
 
2
 É o conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por 
Marx e Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Interpreta a vida social conforme a 
 
 
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Na análise socioeconômica do capitalismo feita por Marx, sua primeira ideia é 
de que a história humana se caracteriza pela luta de grupos humanos chamados 
classes sociais. Seu pensamento interpreta o regime capitalista enquanto 
contraditório, dominado pela luta de classes. 
Sua ciência tem a finalidade de demonstrar rigorosamente o caráter 
antagônico da sociedadecapitalista, a autodestruição, inevitável dessa sociedade 
contraditória, a explosão revolucionaria que porá fim ao caráter antagônico da 
sociedade atual. 
Segundo Max, a luta de classe tenderá a uma simplificação. Os diferentes 
grupos sociais se polarizarão em torno da burguesia e do proletariado, e é o 
desenvolvimento das forças produtivas que será o motor do movimento histórico, 
levando, pela proletarização e pela pauperização, à explosão revolucionaria e ao 
surgimento, pela primeira vez na história, de uma sociedade não-antagônica. 
Sua obra mais ilustre “O capital”, tem sido objeto de dois tipos de 
interpretação e, segundo alguns, é essencialmente uma obra de economia científica, 
sem implicações filosóficas. Para outros, é uma espécie de análise fenomenológica 
ou existencial da economia, mas não deixa de ser uma sociologia do capitalismo. 
Marx assume como objetivo explicar o modo de funcionamento do regime capitalista, 
com base na sua estrutura social, e o desenvolvimento desse regime com base no 
seu modo de funcionamento, e isso ele se destina a explicar no capital, que é um 
empreendimento grandioso. 
O esquema fundamental do pensamento marxista é o de uma sociedade 
histórica que passa pela ação dos homens e, ao mesmo tempo, é superior à ação e 
cada um deles, o de um mecanismo histórico que tende a destruir o regime, pelo 
jogo das leis intrínsecas do seu funcionamento. O centro e a originalidade do 
pensamento marxista estão na conjunção de uma análise do funcionamento e da 
análise de uma transformação inevitável. Cada indivíduo, agindo racionalmente em 
função do seu interesse, contribui para destruir o interesse comum de todos os 
interessados em salvaguardar o regime. 
 
dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do 
desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo. 
 
 
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Sobre o processo de proletarização e pauperização, Marx disse que, no 
processo de proletarização, à medida que se desenvolve o regime capitalista, as 
camadas intermediárias, entre capitalistas e proletários, serão desgastadas, 
corroídas, e um número crescente dos membros dessas camadas serão absorvidos 
pelo proletariado. 
A pauperização é o processo pelo qual os proletários tendem a ser tornar 
cada vez mais miseráveis na medida que se desenvolvem as forças da produção. 
Segundo o próprio Marx, não é impossível elevar o nível de vida dos operários, sem 
modificar a taxa de exploração. O que impede a elevação dos salários é o excedente 
permanente de mão-de-obra não empregada, que pesa sobre o mercado de trabalho 
e modifica as relações de troca entre capitalistas e assalariados, em detrimento dos 
operários, enfim, a pauperização é uma teoria econômico-sociológica. O elemento 
sociológico é a ideia de que, uma vez que os salários tendem a se elevar, a taxa de 
natalidade aumenta, criando assim um excesso de mão-de-obra. O mecanismo 
propriamente econômico é o do desemprego tecnológico. 
A sociologia marxista comporta alguns equívocos, dentre eles a concepção do 
capitalismo e da história de Marx que está associada à combinação dos conceitos 
de forças de produção, relações de produção, luta de classes, consciência de 
classe, infra-estrutura e superestrutura, mas o emprego crítico das categorias 
marxistas não implica uma interpretação dogmática do curso da história. 
Outro equívoco da sociologia marxista tem a ver com a análise e a discussão 
dos conceitos essenciais, notadamente os de infra-estrutura e superestrutura, ou 
seja, não se define a qual estrutura pertencem os elementos da realidade social. 
A ideia central de Marx é a de que a sociedade capitalista é antagônica; como 
consequentemente, todas as características essenciais do regime capitalista têm 
origem nesse fenômeno. 
A sociologia de Marx supõe a redução da ordem política à ordem econômica, 
isto é, a extinção do Estado a partir do momento em que forem impostas a 
propriedade coletiva dos meios de produção e planificação. Contudo, a ordem 
política é essencialmente irredutível à ordem econômica. Qualquer que seja o 
regime econômico e social, o problema político persistirá, porque ele consiste em 
 
 
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determinar quem governa, como são recrutados os governantes, como o poder é 
exercido, ou qual a relação de consentimento ou de revolta entre os governantes e 
governados. A ordem política é tão essencial e autônoma quanto a ordem 
econômica. Enfim, a sociologia dos regimes políticos não pode ser reduzida a um 
simples apêndice da sociologia da economia ou das classes sociais. 
 
Max Weber 
 
Nascido na Alemanha em 1864, faleceu em 1920. Filho de classe média alta, 
Weber encontrou na sua família um ambiente altamente estimulador 
intelectualmente. O pai, advogado, lhe orientou para o sentido das humanidades e 
ao entrar na faculdade se dedicou aos estudos da economia, história, filosofia e 
direito. 
Sobre a teoria da ciência, encontramos em Weber quatro tipos distintos de 
ação: a ação racional com relação um objetivo, a ação racional com relação a um 
valor, a ação afetiva ou emocional e a ação tradicional. 
 A ação racional com relação a um objetivo é definida pelo fato de que o 
autor concebe claramente seu objetivo e combina os meios disponíveis para atingi-
lo. 
 Na ação racional com relação a um valor, o ator age racionalmente, 
aceitando todos os riscos, não para obter um resultado extrínseco, mas para 
permanecer fiel à sua ideia de honra. 
 A ação que Weber chama de afetiva é a ação ditada imediatamente 
pelo estado de consciência ou humor do sujeito. 
 Já, a ação tradicional, é aquela ditada pelos hábitos, costumes e 
crenças, transformada numa segunda natureza. 
No entendimento de Weber, a ciência é um aspecto do processo de 
racionalização, característico das sociedades ocidentais modernas, chegando a 
sugerir que a ciência histórica e sociológica da nossa época representa um 
fenômeno historicamente singular, na medida em que não houve, em outras 
 
 
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culturas, o equivalente a esta compreensão racionalizada do funcionamento e do 
desenvolvimento das sociedades. 
A ciência positiva e racional foi muito valorizada por Max Weber e faz parte do 
processo histórico de racionalização, sendo apresentadas duas características que 
comandam o significado e o alcance da verdade científica. Esses dois traços 
específicos são: o não-acabamento essencial e a objetividade, esta última sendo 
definida pela validade da ciência para todos os que procuram este tipo de verdade, e 
pela rejeição dos juízos de valor. 
A sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social; essa 
compreensão implica a percepção do sentido que Weber atribui à sua conduta. A 
compreensão dos sentidos subjetivos implica uma classificação dos tipos de conduta 
e leva à percepção da sua estrutura inteligível (WEBER, 1979). 
Weber concebe o objeto da sociologia como, fundamentalmente, "a captação 
da relação de sentido" da ação humana. Em outras palavras, conhecer um 
fenômeno social seria extrair o conteúdo simbólico da ação ou ações que o 
configuram.Por ação, Weber entende "aquela cujo sentido pensado pelo sujeito jeito 
ou sujeitos jeitos é referido ao comportamento dos outros; orientando-se por ele o 
seu comportamento". Tal colocação do problema de como se abordar o fato, 
significa que não é possível propriamente explicá-lo como resultado de um 
relacionamento de causas e efeitos (procedimento das ciências naturais), mas 
compreendê-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para 
outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda a sua 
amplitude (WEBER, 1979). 
Observe-se que na concepção de Durkheim, a comunidade é anterior a 
sociedade, ou melhor, a comunidade se transforma em sociedade. Já para Weber 
comunidade e sociedade coexistem. A comunidade existe dentro do interior da 
sociedade, como por exemplo, a família (comunidade) que existe dentro da 
sociedade. 
Temos que concordar que as ciências históricas e sociológicas são ciências 
causais, como também, interpretações compreensivas do sentido subjetivo das 
condutas. 
 
 
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Segundo Weber, a investigação causal pode se orientar em dois sentidos 
chamados de causalidade histórica e causalidade sociológica. A primeira determina 
as circunstancias únicas que provocaram um certo acontecimento; a segunda 
pressupõe a determinação de relação regular entre os dois fenômenos (WEBER, 
1979, ARON, 2000). 
De um modo geral, todo pensamento causal de Max Weber se exprime em 
termos de probabilidades ou de oportunidades. Não há, portanto, uma determinação 
unilateral do conjunto da sociedade por um elemento, seja ele o econômico, o 
político ou o religioso. Weber concebe as relações causais da sociologia como 
relações parciais e prováveis. São relações parciais no sentido de que um fragmento 
dado da realidade, torna provável ou improvável um outro fragmento (ARON, 2000). 
Como vimos, as relações de causa variam conforme o caso (histórico ou 
sociológico). Para o historiador pesa a eficácia causal dos diferentes antecedentes 
numa única conjuntura; já no caso do sociólogo, este procura estabelecer relações 
de sucessão que se repetiram ou que são susceptíveis de repetição. 
Para Weber, as sociedades são efetivamente o meio ambiente onde os 
valores são criados, mas as sociedades reais são compostas de homens, isto é, por 
nós mesmos e pelos outros, e que em consequência não é a sociedade concreta, 
como tal, que nós adoramos ou devemos adorar (ARON, 2000). 
Nesse sentido Weber tem como objetivo analisar o conflito fundamental que 
surge, ou seja, as diferenças entre a moral da responsabilidade e a moral da 
convicção, isto porque os homens são dotados do ponto de vista físico, intelectual e 
moral e entram em conflito quando existe poder, política, Estado e ética. 
Em termos de Sociologia da Religião, encontramos no pensamento de Weber, 
a moral da convicção como uma das expressões possíveis da atitude religiosa. O 
pacifismo por convicção só se explica dentro de uma concepção global do mundo. 
Para ser compreendida, toda atitude exige a percepção da concepção global da 
existência que anima o ator e na qual ele vive. Esse é o ponto de partida do estudo 
weberiano no campo da sociologia da religião (ARON, 2000). 
Weber procurou refutar o materialismo histórico e explicar o comportamento 
econômico pelas religiões, em vez de postular que estas são apenas a 
 
 
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superestrutura de uma sociedade cuja infra-estrutura seria constituída pelas 
relações de produção. Ele quis demonstrar que a conduta dos homens nas diversas 
sociedades só pode ser compreendida dentro do quadro da concepção geral que 
esses homens têm da existência. Os dogmas religiosos, e sua interpretação, são 
partes integrantes dessa visão do mundo; é preciso entendê-los para compreender a 
conduta dos indivíduos e dos grupos, notadamente seu comportamento econômico 
(ARON, 2000). 
O essencial para Weber é analisar a concepção religiosa do mundo, de uma 
atitude com relação à existência por parte de homens que interpretavam sua 
situação a partir de certas crenças. Ele quis demonstrar principalmente a afinidade 
intelectual e existencial entre uma interpretação do protestantismo e determinada 
conduta econômica. Esta afinidade entre o espírito do capitalismo e a ética 
protestante torna inteligível o modo como uma forma de conceber o mundo pode 
orientar a ação. Neste campo, seus estudos permitem compreender de forma 
positiva e científica a influência dos valores e das crenças nas condutas humanas. 
O seu tratado de sociologia geral intitulado "Economia e sociedade" 
desenvolve ao mesmo tempo uma sociologia econômica, jurídica, política e religiosa 
e seu objeto é a história universal. 
A sociologia política de Weber se baseia numa distinção entre a essência da 
economia e a essência da política, estabelecida a partir do sentido subjetivo das 
condutas humanas. Se toda sociologia é compreensão interpretativa da ação 
humana, do sentido subjetivo que os atores atribuem ao que fazem ou deixam de 
fazer, é no plano do sentido subjetivo das condutas que definimos a ação econômica 
e a ação política. Essa sociologia política leva a uma interpretação da sociedade 
presente, como sua sociologia da religião conduz a uma interpretação das 
civilizações contemporâneas (ARON, 2000). 
Enfim, na concepção de Aron (2000) a personalidade, a filosofia e as opiniões 
de Max Weber ilustram a multiplicidade dos sentidos em que parece ser apropriado 
afirmar que ele é nosso pensador contemporâneo, entretanto, ele coloca 
constantemente algumas questões fundamentais como o relacionamento entre o 
conhecimento e a fé, a ciência e a ação, entre a igreja e o profetismo, a burocracia e 
 
 
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a liderança carismática, entre a racionalização e a liberdade individual que fazem 
sua sociologia ser menos científica. 
 
Georg Lukács 
 
Húngaro, foi o mais notável discípulo de Weber e percebendo suas limitações 
conduziu os avanços sociológicos da corrente positivista. 
 O Clássico “História e Consciência de Classe” é uma leitura obrigatória a 
todo aquele que queira compreender o ser humano vivendo em sociedade. O peso 
de sua erudição não tira o interesse do trabalho, ao contrário. Foi um dos últimos 
brilhantes a ir mais longe que Marx dentro do pensamento marxista (CHAVES, 
2004). 
 
Herbert Marcuse 
 
Segundo Gabriel (2008) Herbert Marcuse, um dos mais importantes teóricos 
do século XX (filósofo e sociólogo), foi aclamado mundialmente como o filósofo da 
libertação e da revolução. Seu trabalho influenciou uma geração de intelectuais e 
ativistas radicais. Seus livros foram discutidos, atacados e celebrados, tanto nos 
meios de comunicação de massa, quanto nas publicações acadêmicas. 
Filho de judeus, Marcuse nasceu em Berlim, Alemanha, em 1898, vindo a 
falecer em 1979. Como um intelectual de esquerda, ingressou, em 1933, no Instituto 
de Pesquisa Social, que foi o primeiro instituto considerado de orientação marxista 
na Europa e que tinha como objetivo desenvolver uma teoria social crítica, de 
análise e interpretação da realidade social existente. 
Contudo, entre 1942 e 1951, como vários pensadores, precisou ir para o exílio 
em razão da perseguição nazista aos judeus. Prestou serviços ao governo 
americano,em especial aos órgãos de informação relacionados à Segunda Guerra 
Mundial e ao Departamento de Estado. Foi um período histórico conturbado, pois 
marcado pela ascensão e derrocada do nazismo na Alemanha e pelo surgimento da 
 
 
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Guerra Fria, que provocou a divisão do mundo entre duas superpotências: Estados 
Unidos da América e União Soviética. 
Seu trabalho foi direcionado para uma melhor compreensão histórica das 
sociedades capitalista, comunista e uma sólida base histórico-empírica para escritos 
posteriores. Nesse sentido, em 1964, escreveu a obra “A Ideologia da Sociedade 
Industrial”, apresentando uma teoria de crítica às novas formas de dominação 
existentes nas sociedades industriais avançadas. 
Há que se ressaltar que no entendimento do autor, o Estado do Bem-Estar 
Social e seus avanços tecnológicos eram os responsáveis pelo sistema totalitário de 
dominação. 
Sua contribuição mais importante foi desenvolver uma teoria social crítica 
para a superação da sociedade industrial de exploração e o resgate da racionalidade 
crítica, tão importante para a existência humana. Para Marcuse o progresso 
tecnológico era o responsável pelo sistema de dominação da natureza e da própria 
consciência do ser humano. 
Outro livro de sua autoria “Eros e Civilização”, aborda o protesto da juventude 
contra sociedade tecnológica, que disciplina o corpo e mente dos seres humanos: 
É a vida deles que está em jogo e, se não a deles, pelo menos, a saúde 
mental e capacidade de funcionamento como seres humanos livres de mutilações. O 
protesto do jovem continuará porque é uma necessidade biológica. Por natureza, a 
juventude está na primeira linha dos que vivem e lutam contra uma civilização que 
se esforça para encurtar o atalho para a morte (MARCUSE, 1978, p. 23). 
 
Vilfredo Pareto 
 
Político, sociólogo e economista italiano (1848-1923) participou de inúmeras 
manifestações contra o socialismo de Estado, o protecionismo e o militarismo do 
governo italiano, sendo, à época, adepto da democracia e do liberalismo. 
Publicou estudos sobre os princípios fundamentais da economia pura e 
executou um estudo sobre a distribuição de renda. 
 
 
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Fundou o que ficou conhecido como física social parentiana. Não concebeu 
outro modelo para as Ciências Sociais que não fosse o das Ciências Exatas 
(FERREIRA, 2007). 
Para ele a sociologia seria uma ciência que deveria preocupar-se com as 
ações não-lógicas, cujos fins não estariam claramente ligados a meios definidos. Em 
seu Tratado de 1916 a ideia era de que as ações não-lógicas remeteriam à parte 
obscura da natureza humana, que seria composta de instintos, de pulsões, de 
necessidades, que ele chamou de resíduos, que variariam de acordo com os 
indivíduos e as civilizações. Sobre esses resíduos seriam adicionadas certas 
derivações, que corresponderiam às construções pseudo-racionais (crenças, teorias, 
e até mesmo, ideologias) pelas quais as condutas humanas seriam justificadas. Ou 
seja: o homem não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente e 
frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para 
suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos (FERREIRA, 2007). 
Deixando de lado os estudos da natureza humana e passando para a 
sociedade, pretendeu demonstrar (com seus estudos sobre distribuição de renda) 
que os fenômenos sociais obedeciam a ciclos, e que tanto o poder como as riquezas 
eram desigualmente distribuídas em proveito das elites que seriam obrigadas a 
recorrer à força ou à astúcia para defender uma dominação disputada. Com isto ele 
trouxe contribuições à teoria das classes dominantes, mas ao final da vida, de antigo 
liberal, aderiu ao fascismo mussoliniano, o que ocasionou descrédito de uma 
ambição, que pretendia construir uma Sociologia Científica baseada na observação 
dos fatos, mas que acabou caindo no dogmatismo e na abstração, segundo os 
exemplos de Comte e Spencer (FERREIRA, 2007, p. 83). 
 
Georg Simmel 
 
Sociólogo alemão (1858-1918), Simmel desenvolveu o que ficou conhecido 
como micro-sociologia, uma análise dos fenômenos no nível micro da sociedade. Foi 
um dos responsáveis por criar a sociologia na Alemanha, juntamente com Max 
Weber e Karl Marx. 
 
 
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Simmel desenvolveu a sociologia formal, também conhecida como sociologia 
das formas sociais, influenciado pela filosofia kantiana (o neo-kantismo era uma 
corrente muito forte na Alemanha da época) que distinguia a forma do conteúdo dos 
objetos de estudo do conhecimento humano. 
Na sua concepção os conflitos sociais fazem parte da constituição da 
sociedade, sendo momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de 
harmonia. 
Um dos principais conceitos criado por ele é o de sociação que seria uma 
forma pura de interação, sem um fim nelas mesmas. Seria a interação da ordem do 
estar junto, da manutenção das relações sociais, desvestida de interesses (políticos, 
econômicos etc.). 
Influenciou autores como Robert E. Park, Louis Wirth, Ernst Burgess, Merton, 
Georg Lukács, Leopold Von Wiese, Ernst Bloch, Karl Mannheim, Theodor Adorno, 
Max Horkheimer, Max Weber, entre outros (MORAES FILHO, 1983). 
 
Norbert Elias 
 
(Breslau,1897- Amsterdãn, 1990) 
Suas obras focaram a relação entre poder, comportamento, emoção e 
conhecimento na História. Devido a circunstâncias históricas, Elias permaneceu 
durante um longo período como um autor marginal, tendo sido redescoberto por uma 
nova geração de teóricos nos anos setenta, quando se tornou um dos mais 
influentes sociólogos de todos os tempos (ZAHAR, 2008). 
Sua tardia popularidade pode ser atribuída à sua concepção de grandes 
redes sociais, que encontrou aplicação nas sociedades ocidentais pós-modernas, 
onde a presença da ação individual não pode ser negligenciada. De fato, a 
demasiada ênfase na estrutura sobre o indivíduo em vigor até então começava a ser 
duramente criticada. 
A obra mais importante de Elias foram os dois volumes de “O Processo 
Civilizatório”, sendo tratado no primeiro volume, os acontecimentos históricos do 
 
 
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habitus europeu, ou "segunda natureza", ou seja, a estrutura psíquica individual 
moldada pelas atitudes sociais. Elias demonstrou como os padrões europeus pós-
medievais de violência, comportamento sexual, funções corporais, etiqueta à mesa e 
formas de discurso foram gradualmente transformados pelo crescente domínio da 
vergonha e do nojo. O segundo volume aborda as causas destes processos e os 
reconhece nas cada vez mais centralizadas e diferenciadas interconexões na 
sociedade. 
No Brasil, sua obra mais conhecida é “A Sociedade de Corte” que estuda as 
relações sociais e suas interdependências (ZAHAR, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 - O PENSAMENTO

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