Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MATERIAL DIDÁTICO HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3 UNIDADE 1 - A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA ...................................................................................... 5 UNIDADE 2 - OS RAMOS DA SOCIOLOGIA ............................................................................................... 12 UNIDADE 3 - SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS E SUAS TEORIAS .................................................................. 19 UNIDADE 4 - O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO A PARTIR DO SÉCULO XX ..................................... 39 UNIDADE 5 - A SOCIOLOGIA NA ERA DA COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO ......................... 49 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 53 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 3 INTRODUÇÃO Ao lado de Ciências como Economia, Antropologia, Ciência Política, História, dentre outras, encontramos a Sociologia que pertence a um grupo que se convencionou chamar por Ciências Sociais. Genericamente poderíamos dizer que o seu objeto de estudo é o comportamento social humano em suas mais variadas formas de organização e conflito. A história nos conta que há milhares de anos o próprio ser humano procura compreender a vida em grupo, e passamos até mesmo pela filosofia e pelos dogmas (doutrinas) religiosos para entender o comum, o social e as relações (SOUSA, 2008). Eis que no século XIX, Auguste Comte inventa e usa o termo sociologia pela primeira vez em seu curso de Filosofia Positiva (1839), tentando unificar todos os estudos relativos ao homem. Com Émile Durkheim, a sociologia ganha o status de Ciência, sendo reconhecida academicamente. Veremos ao longo desta apostila que o esquema sociológico de Comte era tipicamente positivista, acreditando que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de ordem social. É importante frisar que a Sociologia surgida no século XIX procurava entender e explicar os problemas decorrentes das transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII com as Revoluções Industriais e Francesas, entretanto, só foi concretizada quando da consolidação do capitalismo moderno. Enfim, nossa intenção ao compilar a apostila “História da Sociologia” é oferecer-lhes um instrumental teórico básico de sociologia que permita lidar com os paradigmas centrais dessa ciência. Não é uma mera reprodução de conteúdos conceituais. Versaremos sobre o arcabouço que sustenta a construção da sociologia, ou seja, passaremos pela etimologia, seu objeto de estudo, sua natureza. Abordaremos o surgimento, a formação e o desenvolvimento da Sociologia que evidentemente Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 4 passa pelos sociólogos clássicos e suas teorias, dentre eles Comte, Durkheim, Marx, Weber, Lukács, Marcuse, Pareto, Simmel e Elias. Não menos importante será expor e relacionar os ramos da Sociologia enfatizando principalmente suas relações com a história. Para completar, analisaremos o pensamento sociológico a partir do século XX, “visitando” a Europa, a América do Norte e América Latina. O nosso objetivo, portanto, é apresentar os conceitos básicos para o entendimento da Sociologia, rever sua trajetória histórica e promover o aperfeiçoamento e atualização dos senhores profissionais nos temas e teorias do Ensino da Sociologia, mas ressaltamos que o assunto não se esgota e fica a proposta para que busquem outras fontes de pesquisa sanando dúvidas ou lacunas que, por ventura, surgirem. Boa leitura! Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 5 UNIDADE 1 - A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA Etimologia e conceitos importantes para o entendimento da Sociologia Tradicionalmente poderíamos dizer que sociologia trata da sociedade, da associação ou do companheirismo. É uma ciência que estuda cientificamente as formas fundamentais da convivência humana. Deriva da palavra latina societas (sociedade, socius = companheiro) e da palavra grega logos (estudo, ciência). Para Santos (1966, p. 11) a sociedade seria um grande complexo de relações humanas ou um sistema de interações. Assim, por definição, Sociologia é a ciência que estuda os fatos sociais, nos mais variados e tamanhos de “rede social” que se apresentarem, ou seja, desde uma pequena família, passando por grandes grupos étnicos, religiosos, etc. As suas teorias são criadas, baseadas no cotidiano, em coisas e fatos que acontecem de forma padronizada, mesmo em sociedade completamente diferentes. A partir da compreensão da sociedade, pode-se manipulá-la com facilidade, como por exemplo, no caso de políticos e campanhas de marketing, onde esses profissionais acabam por criar verdadeiras campanhas que se tornam “vírus”, atingindo as pessoas de forma rápida, levando-as a conhecer um produto ou uma empresa de maneira surpreendente (SANTOS, 1966). Comunidade, sociedade, grupo social, processos sociais, fato social são termos usuais dentre os Sociólogos e devido sua importância, tentaremos explicar sucintamente cada um deles. Comunidade e sociedade são as uniões de grupos sociais mais comuns dentro da Sociologia. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 6 A comunidade é a forma de viver junto, de modo íntimo, privado e exclusivo, sendo sua forma primária, onde se estabelecem relações de troca. Como exemplo podemos citar as famílias, os amigos e vizinhos. Sociedade é uma grande união de grupos sociais marcada pelas relações de troca, porém de forma não-pessoal, racional e com contatos sociais secundários e impessoais. Nas comunidades, as normas de convivência e de conduta de seus membros estão interligadas à tradição, religião, consenso e respeito mútuo. Na sociedade, é totalmente diferente. Não há o estabelecimento de relações pessoais e na maioria das vezes, não há tamanha preocupação com o outro indivíduo, fato que marca a comunidade. Por isso, é fundamental haver um aparato de leis e normas para regular a conduta dos indivíduos que vivem em sociedade, tendo no Estado, um forte aparato burocrático, decisor e central nesse sentido (MARTINS, 1994). O grupo social é uma formabásica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas que só apresenta uma serialidade entre si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não interagem entre si (MARTINS, 1994, FERREIRA, 2007). Dentre as características desse grupo temos: uma forma de organização, mesmo que subjetiva, são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum, se diferem quanto ao grau de contato de seus membros (MUNDO EDUCAÇÃO, 2008). Os processos sociais são as formas pelas quais os indivíduos se relacionam uns com os outros, ou seja, as formas de estabelecer as relações sociais. Os processos sociais estão presentes em toda a sociedade e podem ser distinguidos em associativos e dissociativos. No primeiro grupo os indivíduos estabelecem relações positivas, de cooperação e de consenso. Temos ai a cooperação, acomodação e assimilação. No segundo grupo estão a competição e o conflito, ou Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 7 seja, as relações estabelecidas são negativas, de divergência e oposição (MUNDO EDUCAÇÃO, 2008). Para completar os conceitos que entendemos fazer parte da “essencialidade da Sociologia” temos o fato social que segundo Émile Durkheim são todas as formas de associações humanas e as maneiras de agir, sentir, e pensar, padronizados e socialmente sancionadas. Em uma frase, “os modos de ser, sentir, pensar e agir comuns aos grupos sociais” (SANTOS, 1966, p. 15-17) Seu Objetivo e objeto de estudo Como foi falado, o seu objetivo é o estudo científico dos fatos sociais. Ampliando essa definição, poderíamos dizer que a Sociologia: Estuda os homens em interdependência, os homens em sociedade, tendo o fato básico de que eles não vivem isolados, ao contrário, formam agrupamentos estáveis onde se dá o encontro do homem com o homem, ao estabelecimento de relações de corporação, luta e domínio entre os homens no interior desses agrupamentos, e o desenvolvimento ou destruição das culturas humanas que decorrem de tais relações. A sociologia é uma disciplina científica, diferente, portanto da religião, da filosofia e de outras formas de conhecimento (MARTINS, 1994). Já em relação ao seu objeto de estudo, existem vários. Sociologia da Arquitetura (como um grupo de pessoas se comportará em um ambiente, por exemplo, em um teatro), o Corpo (estudar as diferenças na interação entre pessoas com boa forma física e obesos), Criminologia (a razão dos crimes acontecerem, por fatores ou problemas sociais), a Família (estudando casos de divórcio, crianças órfãs), Sociologia da Imigração (o que faz um grupo de pessoas deixar o seu povo, para viver em um local com cultura completamente diferente?), política, etnias, dentre outros que analisaremos em um tópico adiante intitulado “ramos da Sociologia”. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 8 Sua natureza De acordo com Santos (1966, p. 17) a Sociologia não é uma ciência normativa, limitando-se a estudar os fatos sociais tais como são. Quer inteirar-se de como é a sociedade e não se propõe o problema de como deve ser. Em síntese mostra o que é a sociedade e não como deve ser. Surgimento Sucintamente poderíamos dizer que a sociologia nasceu de uma mudança radical da sociedade a partir do século XVIII, resultando no surgimento do capitalismo. Toda conjuntura política, econômica e cultural passava por modificações. As revoluções industrial e francesa ocasionaram transformações que mudaram completamente o curso que a sociedade estava tomando naquela época, levando o homem a ter um novo objeto de estudo, “a sociedade” (MARTINS, 1994). A Revolução Industrial, por exemplo, representou a consolidação do capitalismo, uma nova forma de viver. A destruição dos costumes e das instituições, a automação ou novos métodos de produção geravam o aumento da produtividade e vários trabalhadores foram substituídos por máquinas. Além disso, ocorria o intenso êxodo rural, ocasionando uma explosão demográfica e consequentemente, uma falta de infra-estrutura capaz de comportar esses excedentes populacionais. A falta de empregos aliada à falta de infra-estrutura levou a um relativo estado de caos social: aumento da miséria, fome, criminalidade, doenças, prostituição, suicídio, etc. Essas novas existências foram, paulatinamente, modificando o pensamento moderno, tornando-o racional e científico, substituindo as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum (MARTINS, 1994). Quanto aos tempos da Revolução Francesa, encontramos os iluministas que queriam transformar a sociedade, objetivando demonstrar a irracionalidade e as injustiças de algumas instituições, pregando a liberdade e a igualdade dos indivíduos Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 9 que, na verdade, descobriu-se mais tarde que esses eram falsos dogmas. Esse cenário também levou à constituição de um estudo científico da sociedade (MUNDO EDUCAÇÃO, 2008). Foi dentro desse contexto que surgiu a Sociologia. Contra a revolução, pensadores tentaram reorganizar a sociedade, estabelecendo ordem, conhecendo as leis que regiam os fatos sociais. Era o positivismo surgindo e, com ele, a instituição da ciência da sociedade. Mesmo antes de ser considerada uma ciência, a sociologia estimulou a reflexão da sociedade moderna colocando como "objeto de estudo" a própria sociedade, tendo como principais articuladores Auguste Conte e Émile Durkheim (VILELA, 2008). Formação A existência de interesses opostos na sociedade capitalista influenciou na visão de como os sociólogos deveriam perceber e analisar a sociedade. E consequentemente, surgiram várias correntes sociológicas, debates sobre o seu objeto de estudo e sobre seus métodos de investigação. De um lado temos os conservadores que renegavam o Iluminismo, tendo a sociedade feudal, sua estabilidade e a hierarquia social como inspiração. Eles também não tinham interesse em defender uma sociedade moldada no capitalismo. Logicamente defendiam as instituições religiosas, as monarquias e as aristocracias em decadência. Esse conservadorismo influenciou os primeiros sociólogos, dentre eles Comte e Durkheim, além de Saint-Simon (1760-1825), que embora entusiasta da sociedade industrial, entendia que o problema da restauração da ordem devia ser enfrentado, porque, aos seus olhos, na sociedade francesa pós-revolução reinava desordem e anarquia. Durkheim dedicou-se a estabelecer um objeto de estudo e um método para a sociologia, salientando que nenhuma ciência poderia constituir-se sem uma área própria de investigação. O seu pensamento marcou decisivamente e sociologia Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 10 contemporânea, principalmente as tendências que se preocupam com as questões da manutençãoda ordem social (MARTINS, 1994). A formação e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista, sem dúvida liga-se à tradição do pensamento socialista, que encontra em Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903) a sua elaboração mais expressiva (MARTINS, 1994). Já a intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra em Max Weber (1864-1920) um marco de referência. Durante toda sua vida, insistiu em estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade (MARTINS, 1994). A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes e o político, homem de ação e de decisão comprometido com as questões práticas da vida (MARTINS, 1994). Em tópico mais adiante estudaremos minuciosamente os pensamentos e as teorias destes e outros sociólogos. Desenvolvimento Precisamos concordar com Martins (1994) quando ele analisa que mesmo tendo a Sociologia surgido no momento de grande expansão do capitalismo, infundindo otimismo em diversos sociólogos com relação a civilização capitalista, os acontecimentos históricos que permearam o seu desenvolvimento tornaram no mínimo problemáticas as esperanças de democratização que vários sociólogos nutriam com relação ao capitalismo. Na realidade, esperava-se que a burguesia mantivesse vivo o projeto de igualdade e fraternidade que servia de pano de fundo para os estudos dos sociólogos, entretanto, ela se afastou e partiu para uma vivência menos liberal e mais conservadora e pior, utilizando-se de mecanismos repressores para assegurar a dominação. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 11 Dentre esses mecanismos Martins (1994) cita as grandes empresas, monopolizando produtos e mercados, a eclosão de guerras entre as grandes potências mundiais, a intensificação da organização política do movimento operário e a realização de revoluções socialistas em diversos países, que acabaram sendo realidades históricas que abalavam as crenças na perfeição da civilização capitalista. Evidentemente que essa crise repercutiu no pensamento sociológico contemporâneo. Ainda há quem não acredite, mas o desmoronamento da civilização capitalista perfeita, levado a cabo pelos diversos movimentos revolucionários e pela alternativa socialista fez com que o conhecimento científico fosse submetido aos interesses da ordem estabelecida. As ciências sociais, de modo geral, passaram a ser usadas para produzir um conhecimento útil e necessário à dominação vigente (Martins, 1994). Aliás, todas as ciências foram utilizadas na expansão econômica e militar das grandes potências capitalistas, dentre elas, a ciência política forneceu conhecimentos para elaboração de estratégias e a antropologia facilitou a administração das populações colonizadas. Quanto a sociologia, Martins nos afirma que ela foi empregada como técnica de manutenção das relações dominantes. O que acontece nas últimas décadas é a incorporação das pesquisas de muitos sociólogos na prática das grandes empresas, do Estado Moderno, dos partidos políticos, na luta cotidiana pela preservação das estruturas econômicas, políticas e culturais do capitalismo moderno. E Martins vai mais longe, inferindo que o sociólogo dos tempos atuais passou a desenvolver o seu trabalho, via de regra, em complexas organizações privadas ou estatais que financiam suas atividades e estabelecem os objetivos e as finalidades da produção do conhecimento sociológico. Enfim, as grandes e profícuas produções de sociólogos como Comte, Durkheim, Marx, dentre outros, não são mais produzidas praticamente desde a primeira metade do século XX. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 12 UNIDADE 2 - OS RAMOS DA SOCIOLOGIA Anteriormente falando em objetos de estudo da sociologia citamos a arquitetura, o corpo, pois bem, falaremos um pouco sobre outros ramos de interesse da sociologia. A sociologia da ciência, dentro do campo da sociologia do conhecimento estuda a influência de fatores externos no desenvolvimento da ciência, estando ligada estreitamente com a história da ciência. Esse campo ganhou impulso com Thomas Kuhn, físico, filósofo e historiador de posições radicais que pensava a verdade científica como algo puramente conformado por fatores sociais (LUMIER, 2008). Nascida em resposta às teorias da economia clássica e neoclássica sobre o Homo economicus e a teoria da escolha racional, surgiu a sociologia econômica, a qual veio mostrar que existem elementos socializadores na economia e no mercado. No modelo da economia clássica existe também ação humana ao contrário do que pregam os economistas. Nesse contexto Weber distinguiu três tipos básicos de ação: racional com vistas a fins e a valores, tradicional e afetiva. A sociologia das organizações se ocupa em analisar os aspectos sociológicos de organizações, isto é, de empresas, fundações, órgãos públicos e congêneres. Além de estudar os aspectos de uma sociedade que influenciam na organização e no seu desenvolvimento, oferece uma melhor compreensão dos fenômenos que ocorrem dentro de uma organização sob um ponto de vista sociológico. Novamente encontramos em Weber o seu expoente que entendia a burocracia1 como forma de se ordenar as relações humanas entre si e com a organização, propiciando que objetivos explícitos sejam atingidos. A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais do ensino e da aprendizagem, ou seja, estuda os processos institucionais e organizacionais e as relações sociais envolvidas. 1 Vale ressaltar que esta burocracia de Weber não carregava o significado negativo, de demora no atendimento em serviços públicos, mas sim uma forma prescritiva de delegar responsabilidades e padronizar a comunicação de acordo com normas predefinidas e impessoais. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 13 Uma área interessante e pouco conhecida é a sociologia das histórias em quadrinhos (HQ) que aborda as histórias em quadrinhos a partir da perspectiva sociológica. Ela analisa o processo social de produção das HQ, os valores culturais presentes nelas, os seus efeitos no público leitor, entre outros aspectos sociais. Embora seja raro, encontramos produção de monografias e teses sobre alguns personagens dos HQs. A sociologia industrial surgiu nos Estados Unidos pela necessidade de estudar as relações de trabalho e as mudanças estruturais que ocorreram nas organizações e nas sociedades. Buscando investigar os processos jurídicos e as resoluções de conflito em diversas sociedades e grupos, nasceu a sociologia jurídica que analisa a forma como um grupo produz e encaminha as diferentes sanções e penalidades e como tais agrupamentos elaboram uma ideia de justiça também ocupa um território nobre na Sociologia Jurídica (PELISSARI, 2008). A sociologia médica estuda o comportamento de grupos e/ou indivíduos que dizem respeito à saúde e à doença, isto porque, de um lado encontramos um grupo que confia generalizadamente na medicina e outro, de descrença total, portanto, essa sociologia estuda os comportamentos que induzem estados alterados desaúde (RUIVO, 1987). Sociologia política como não poderia deixar de ser, estuda as bases sociais da política, ou seja, ela ajuda a entender a política em si. Criada por Auguste Comte foi desenvolvida posteriormente por Durkheim, Thomas Moore, John Locke, Thomas Hobbes, Montesquieu, Marx e outros. Mais um ramo da sociologia pouco conhecido é o que se refere às relações de gênero. Surgiu para entender questões relativas à identidade sexual e seus processos de construção. Sua ênfase maior está na subjetividade dos atores sociais das classes sociais. Temos ainda a sociologia da religião que busca explicar empiricamente as relações mútuas entre a religião e a sociedade, fundamentando seus estudos na dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade (TEIXEIRA, 2003; SOUZA E MARTINO, 2004). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 14 Para estudar o comportamento das pessoas que vivem distantes de localidades com concentração de pessoas e de atividades econômicas, temos a sociologia rural. Ela envolve análise de dados estatísticos, entrevistas, observação e outras técnicas. No seu oposto a sociologia urbana estuda a vida urbana no espaço das cidades, envolvendo planejamento urbano, arquitetura, geografia e economia. Ainda dentro da sociologia rural temos os estudos focados nos agronegócios (economia da agricultura), na migração rural, no meio ambiente, nos cuidados com a saúde rural, com a educação no campo e em padrões demográficos. Os sujeitos ocultos do ambiente de trabalho, fábricas, sindicatos estruturados e os fenômenos decorrentes das relações de trabalho fazem parte da sociologia do trabalho. Muito em voga na atualidade encontramos a sociologia da violência e da criminalidade, que trata tais fenômenos sociais e analisa as principais teorias criminológicas. Como pode-se perceber, são inúmeros os ramos e os campos de atuação para os sociólogos desenvolverem novas teorias. Sociologia x História x relações com a ciência Segundo León (2008), história e sociologia são um problema complexo, principalmente porque ao longo dos séculos o pensamento sociológico vem sendo entrecortado com análises históricas e esquemas de interpretação, compreensão e explicação histórica dos fatos. A Sociologia pode se apresentar como uma disciplina geral que formula teorias a serem aplicadas num vasto campo de fenômenos, enquanto à História restaria a descrição ideográfica do singular, como um suporte para as teses gerais da Sociologia. Desta maneira, a Sociologia pode reivindicar ser a ciência social par excelência, deixando a História e a Filosofia como abordagens de apoio. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 15 Entretanto a separação da Sociologia e História não tem uma justificação racional. Estes dois campos do conhecimento tornam-se metodologicamente indistinguíveis se colocarmos a Sociologia como campo analítico capaz de superar os domínios da Modernidade. Teremos, com efeito, a Sociologia Histórica como quebra desta hierarquia de saberes proporcionada pelos teóricos do século XIX, uma Sociologia que não parte de conceitos já prontos, mas os constrói segundo uma arqueologia de sujeitos, uma arqueologia de conceitos e modelos (LEÓN, 2008). Por outro lado podemos dizer que para apreciar a diferença entre tempo sociológico e tempo histórico é preciso distinguir a realidade estudada, o método aplicado a esse estudo e o objeto que resulta da conjugação de realidade e método. O caráter histórico de uma realidade social é múltiplo, havendo graus de percepção de que a ação humana concentrada pode mudar as estruturas e permitir revoltas contra a tradição. Por sua vez, a sociologia salienta “o complexo jogo” entre as escalas do social que se pressupõem uma a outra, quer dizer: procura confrontar a realidade histórica com “os planos sociais não-históricos ou pouco históricos”, como o são os elementos microssociais e grupais, respectivamente (LEÓN, 2008). Voltando nossa atenção para a Sociologia enquanto ciência, Vila Nova (2004), fala que de acordo com o senso comum, a sociologia é um tipo de explicação sobre o comportamento humano e a vida social, mas indo além do “senso comum”, as explicações que esta ciência dá à vida social são bem mais diversas daquelas existentes. "Como ciência, a Sociologia tem que obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos do conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e, consequentemente, da abordagem científica da sociedade." (VILA NOVA, 2004, p. 23). Entre as características da ciência, Vila Nova enumera os seguintes pontos: 1) A ciência procura construir um "corpo de ideias" harmonizadas entre si de modo lógico; 2) A ciência tem como principal objetivo explicar a realidade a partir da observação sistemática dos fatos; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 16 3) A ciência não pretende ser um instrumento de previsão, de controle ou de transformação da sociedade (esse papel cabe à tecnologia); 4) Não existe ciência sem método científico. Deste modo, a sociologia é uma ciência predominantemente indutiva, pois parte da observação sistemática dos fatos para tecer generalizações sobre a sociedade, enquanto outras ciências, como a história e filosofia social, são predominantemente dedutivas, pois tecem generalizações que são (ou não) aplicáveis aos fatos sociais. O uso da teoria, no caso da sociologia, é imprescindível, pois só com ela é possível evitar a simples observação dos fatos (ideia positivista e histórica) através de uma investigação científica em que haja uma observação dos fatos teoricamente orientada. A sociologia caracteriza-se por não ser valorativa, ou seja, por não atribuir valores aos fatos sociais, considerando-os a partir de uma neutralidade que também não é normativa (não estabelece regras para a sociedade). Como qualquer outra ciência, a sociologia não pretende explicar todos os fatos da sociedade, mas sim apenas aquilo que é observável nas relações sociais num determinado momento, pois todo conhecimento científico é parcial e transitório. Mesmo sem pretender fazer uma observação de todos os fatos da sociedade, a sociologia só pode observar aqueles fatos que se repetem com alguma regularidade, pois só assim é possível tecer generalizações. O trabalho do cientista, além da formulação de hipóteses, da observação, da inferência de generalizações e da elaboração de teorias, também compreende a classificação, um dos princípios fundamentais à investigação científica. Para Vila Nova: (2004, p. 28) “[...] o estudo científico da sociedade, como defendem os seguidores de Max Weber, demanda não a simplicidade dos fenômenos sociais através da observação, mas, sobretudo, a sua compreensão através da participação”. O sociólogo tem a vantagem de estudar um objeto do qual faz parte, por isso pode compreender a realidade social a partir de seu interior. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 17 Para Émile Durkheim os fatos sociais são coisas, ou seja: existem independentemente domodo subjetivo através do qual os indivíduos os conhecem e percebem. Vila Nova (2004, p. 29), afirma que “A Sociologia [...] não se ocupa de todas as regularidades observáveis na sociedade humana, mas, apenas, daquelas que têm origem nas relações sociais, e não das que derivam do organismo, por exemplo, ou do psiquismo humano. Logo, já se vê como, limitando o seu campo de investigação a esses fenômenos sociais, a teoria sociológica é uma tentativa de simplificação do conhecimento da sociedade”. A sociedade também é estudada por outras ciências além da sociologia: a antropologia cultural, a economia, a psicologia social, a história, a geografia e a ecologia, sendo suas diferenças peculiares anotadas abaixo. A diferença entre a sociologia e a história reside no fato, segundo Vila Nova, de que a primeira “se ocupa com a observação do que é repetitivo nas relações sociais para daí formular generalizações teóricas”, enquanto a história se dedica à análise daquilo “que é único na sociedade” (2004, p. 30). A economia se ocupa de um aspecto específico das relações sociais, as de caráter econômico, enquanto a sociologia “tem a tarefa de detectar as relações entre as várias áreas institucionais da sociedade” (2004, p. 31). Já a antropologia cultural (ou etnologia) historicamente é vista como uma ciência social “voltada exclusivamente para as chamadas sociedades simples”, enquanto a sociologia seria "especializada no estudo das sociedades complexas" (VILA NOVA, 2004, p. 33). A psicologia social se distingue da sociologia principalmente pelos seus temas de interesse, e não pela metodologia científica empregada. Vila Nova (2004, p. 33) destaca que além de suas aplicações “no planejamento social, na pesquisa, na orientação das relações sociais na empresa, na condução dos programas de intervenção social”, a sociologia também se constituiu numa “disciplina humanística”, por ser um meio significativo de aquisição de consciência social. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 18 Ao contrariar o ideal científico, a sociologia torna-se ideologia, isto é, passa a ser uma forma de conhecimento decorrente da situação social específica de alguma categoria social e representativa dos interesses dessa categoria” (VILA NOVA, 2004, p. 34). Então, a título de reforço, deixemos bem claras duas questões pontuais: 1 - A posição de Vila Nova: “A sociologia não tem como objetivo a resolução dos problemas sociais e tampouco tem como objeto de estudo exclusivo estes problemas, interessando-se pelos problemas sociais na medida em que eles se constituem em fatos sociais, deste modo, [...] ao sociólogo interessam [...] os problemas sociológicos, quer dizer, os problemas de explicação teórica do que acontece na vida social”. 2 – A diferença entre sociologia e suas escolas e as doutrinas sociais: a sociologia se constitui de um conjunto de teorias científicas, que são explicações de fenômenos ou conjunto de fenômenos a partir de uma observação (direta ou indireta) dos fatos que as confirmam; já as doutrinas sociais não baseiam-se na observação dos fatos: na verdade são ideias pré-concebidas da realidade, não exigindo sua demonstração pelos fatos. Enfim, na visão de Vila Nova (2004, p. 38), a sociologia só pode ser considerada “verdadeira” quando suas constatações científicas acabam incomodando as classes e grupos sociais que tenham seus interesses e privilégios afetados através da revelação das relações sociais que originam os problemas sociais. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 19 UNIDADE 3 - SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS E SUAS TEORIAS Deixamos bem claro que o objetivo deste tópico não é discutir pormenorizadamente as teorias de cada um destes sociólogos, mesmo porque cada um nos proporcionaria páginas e páginas de discussões. No entanto, eles são considerados a base da sociologia e conhecer o pensamento de cada um faz parte do arcabouço que esta apostila se propôs apresentar e evidentemente todos fazem parte da história da Sociologia. Deste modo, aquele que despertar maior interesse, sugerimos nas referências bibliográficas ao final da apostila, sites e/ou livros que irão complementar os estudos. Auguste Comte Comte nasceu e morreu na França, (1798-1857) e foi o criador do Positivismo, um método que consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação. Seu pensamento foi sintetizado em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Comte preocupou-se em tentar elaborar um sistema de valores adaptado com a realidade que o mundo vivia na época da Revolução Industrial, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia universal. O positivismo de Comte surgiu como desenvolvimento sociológico do Iluminismo e das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial. No século XIX, a indústria foi o fator novo que chamou a atenção da sociedade, existindo, na concepção de Comte, seis traços característicos que seriam: 1°-Se baseia na organização cientifica do trabalho; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 20 2°-A aplicação da ciência à organização do trabalho conduz a humanidade a desenvolver melhor os seus recursos; 3°-A produção industrial faz surgir o fenômeno das massas operarias; 4°-Concentrações de trabalhadores nos locais de trabalho determina oposição entre empregados e empregadores; 5°-Multiplicam-se as crises de superprodução criando a pobreza na abundância; 6°-O sistema econômico se caracteriza pela liberdade de trocas e pela busca do lucro por parte dos empresários e comerciantes. No que se refere às características, Comte considerava as três primeiras como decisivas. Para ele a versão da sociedade industrial não é nem liberal nem socialista, e somando-se a isto, temos que ele era hostil ao socialismo e acreditava nas virtudes da propriedade privada e, até mesmo, nas virtudes da propriedade privada das riquezas concentradas. De acordo com seu pensamento, a civilização material só se pode desenvolver se cada geração produzir mais do que o necessário para a sua sobrevivência, transmitindo à geração seguinte um estoque de riqueza maior do que o recebido da geração precedente. Por outro lado ele pensava que a organização científica da sociedade industrial atribuiria a cada indivíduo um lugar proporcional a sua capacidade, realizando a justiça social, mas só existindo sociedade na medida em que seus membros tivessem as mesmas crenças. Sendo assim, sua filosofia pressupõe três grandes temas: 1. A sociedade industrial da Europa ocidental se tornará a sociedade de todos os homens. 2. A dupla universalidade do pensamento científico. 3. O sistema de política positiva (Système de politique positive). Essas crenças nos levam a perceber que para ele a sociedade que se desenvolve no Ocidente é exemplar, servindo de modelo para toda humanidade e Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 21 que a história da humanidade é a história do espírito, ou seja, o desenvolvimento da natureza humana. O pensamento de Comte passou por três etapas evolutivas que representamas transformações pelas quais a tese da unidade humana é afirmada, explicada e justificada. A primeira etapa, entre 1820 e 1826 é representada pelos três escritos: "Opúsculos de filosofia social: apreciação sumária do conjunto do passado moderno" (1820), "Prospectos dos trabalhos científicos necessários para organizar a sociedade" (1822) e, "Considerações filosóficas sobre as ideias e os cientistas" (1825). Nos Opúsculos, Comte descreve e interpreta o momento histórico vivido pela sociedade européia no princípio do século XIX, ou seja, desaparecia a sociedade fundamentada na fé transcendental interpretada pela Igreja Católica, e nascia uma nova sociedade cientifica e industrial. Os cientistas assumem o lugar dos sacerdotes e os industriais, os dos militares. Os homens pensam cientificamente e a atividade principal das coletividades deixa de ser a guerra de homens contra homens, transformando-se na luta dos homens contra a natureza, explorando de maneira racional os recursos humanos. Comte conclui que para haver uma reforma social, a condição fundamental é a reforma intelectual. Tornam-se necessários uma síntese da ciência e a criação de uma política positiva. Para Comte, a crise da sociedade moderna encontra explicação na contradição entre uma ordem histórica teológica-militar que está desaparecendo e uma ordem social-científica-industrial prestes a nascer. Na segunda etapa, a do Curso de Filosofia Positiva, ampliam-se às ideias diretrizes em sua perspectiva. Comte considera essencialmente as sociedades da época e seu passado: a história da Europa. Também revisa as diversas ciências, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 22 desenvolve e confirma as duas leis anunciadas nos opúsculos: a lei dos três estados e a classificação das ciências. Na lei dos três estados, o espírito humano teria passado por três fases sucessivas: o espírito humano explica os fenômenos atribuídos aos seres ou forças comparáveis ao próprio homem; invoca entidades abstratas, como a natureza; se limita a observar e fixar relações regulares que podem existir entre eles e renuncia a descobrir as causas dos fatos e se contenta em estabelecer as leis que os governam. Essa passagem da idade teológica para a idade metafísica e, depois, para a idade positiva, não se opera simultaneamente em todas as disciplinas intelectuais. A maneira de pensar positiva se impôs mais cedo nas matemáticas e, na física, na química e, depois, na biologia. Para ele, a ideia da primazia do todo sobre os elementos deve ser transposta para a sociologia. Não se pode compreender o estado de um fenômeno social particular sem o recolocar no todo social. Como Comte era formado pela escola Politécnica, subentende-se ser ele um homem lógico, o que lhe dava bases para, no curso de filosofia positiva criar a nova ciência, a sociologia! Ele considera na sociologia, a fórmula dos opúsculos: assim como não há liberdade de consciência na matemática ou na astronomia, não pode haver também em matéria de sociologia. Desse modo, para que a história humana seja uma só: primeiro é preciso que o homem tenha uma certa natureza reconhecível e definível, através de todos os tempos e de todas as sociedades. Em segundo lugar ele considera que toda sociedade comporte uma ordem essencial que se possa reconhecer através da diversidade das organizações. O ponto de partida do seu pensamento é uma reflexão sobre a contradição interna da sociedade do seu tempo, entre o tipo teológico-militar e o tipo científico- industrial. O seu objetivo final é a coerência de pensamento que jamais foi realizada plenamente no curso da história e, para ele, a incoerência do modo de pensar em cada etapa da história, tem sido uma das molas do movimento histórico. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 23 Em sua nova ciência, Comte estuda as leis do desenvolvimento histórico que se fundamenta na observação e na comparação, como nos métodos análogos aos empregados por outras ciências, sendo a estática e a dinâmica as duas categorias centrais da sociologia de Comte. A estática consiste no estudo do consenso social e a dinâmica, em seu ponto de partida, é apenas a descrição das etapas sucessivas percorridas pelas sociedades humanas. Sobre a natureza humana e a ordem social, para Comte, fundamentalmente só há uma história e, pelo estudo estático, é possível identificar as características de toda sociedade. A estática pode ser decomposta em duas partes: o estudo preliminar da estrutura da natureza humana, e o estudo propriamente dito da natureza social. Sobre o homem, este se compõe de um coração e de uma inteligência, ter coração significa ter sentimento de coragem. Sobre a religião, no pensamento de Comte, esta reproduz as diferenças da natureza humana: criando a unidade, precisa dirigir-se simultaneamente à inteligência, ao sentimento e à ação, isto é, todas as disposições do ser humano. Em relação à família, ele toma como modelo a estrutura do tipo ocidental e procura demonstrar que as relações existentes dentro da família eram características ou exemplares das diversas relações que podem existir entre as pessoas humanas, e também que a afetividade humana recebia educação e formação na família. As ideias essenciais de Comte, sobre a divisão do trabalho, são as da diferenciação das atividades e da cooperação entre os homens, ou a da separação dos ofícios e a da combinação dos esforços. Pode-se identificar as ideias filosóficas de Comte, referenciando o seu pensamento às três intenções que encontramos em sua obra: a intenção do reformador social, a intenção do filosofo que sintetiza os métodos e os resultados das ciências e a intenção do homem que assume a posição de pontífice de uma nova religião, a religião da humanidade. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 24 Resumidamente podemos dizer que os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das relações sociais e da ética. Várias foram as influências do positivismo de Comte para o Brasil que vão desde o nascimento da República (o lema da bandeira brasileira "Ordem e progresso", foi inspirado na sua doutrina), bem como a separação entre igreja e Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do anonimato na imprensa e a reforma educacional proposta por Benjamin Constant, um dos mais influentes positivistas brasileiros. Émile Durkheim Também nasceu e morreu na França (Émile Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a sociologia uma matéria acadêmica, sendo aceita como ciência social). Durante sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre educação, crimes, religião, e até suicídio. “Da divisão do trabalho social” (1893), tese de doutoramento de Durkheim é seu primeiro grande livro, no qual analisa as relações entre os indivíduos e a coletividade. Para ele a solidariedade, mecânica e orgânica, é o caminho para que o conjunto de indivíduos tão diferentes chegue a um consenso comum. A primeira é a solidariedade, mecânica ou por semelhança, onde os indivíduos diferem pouco uns dos outros. A forma oposta de solidariedade, a orgânica, é aquela em que o consenso resulta de umadiferenciação, ou se exprime por seu intermédio. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes. A oposição dessas duas formas de solidariedade se combina com a oposição entre sociedades segmentárias e aquelas em que aparece a moderna divisão de trabalho. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 25 O fenômeno da divisão do trabalho que o sociólogo quer explicar é diferente, portanto, do que os economistas entendem pelo mesmo conceito. A divisão do trabalho é uma certa estrutura de toda a sociedade. Para ele, a diferenciação social, fenômeno característico das sociedades modernas, é a condição criadora da liberdade individual. Só numa sociedade em que a consciência coletiva perdeu uma parte de sua rigidez o indivíduo pode ter uma certa autonomia de julgamento e de ação. Nessa sociedade individualista, o problema mais importante é manter o mínimo de consciência coletiva, à falta da qual a solidariedade orgânica provocaria a desintegração social. No livro que escreveu sobre o suicídio (1897) tal problema está estreitamente ligado ao estudo da divisão do trabalho. Ele observa que o homem não se sente necessariamente mais feliz com sua sorte nas sociedades modernas, e registra, de passagem, o aumento do número dos suicídios, expressão e prova de certos traços, talvez patológicos, da organização atual da vida coletiva. Durkheim quer mostrar até que ponto os indivíduos são determinados pela realidade coletiva e define três tipos de suicídio: o egoísta (relacionado com os contextos sociais integradores, a religião e a família, esta última considerada sob o duplo aspecto de casamento e prole), o altruísta (ele cita dois exemplos: o primeiro, em sociedades arcaicas, a viúva indiana aceita ser colocada na fogueira que deve queimar o corpo do marido morto. O segundo, é o suicídio no exército, praticado por militares), e o anômico (que ocorre nos períodos de crises econômicas, como também nos períodos de grande prosperidade. Sua frequência também aumenta paralelamente ao aumento do número de divórcios). Sobre as formas de vida religiosa, para Durkheim, a essência da religião é a divisão do mundo em fenômenos sagrados e profanos. Não é a crença numa divindade transcendente: há religiões superiores sem Deus. O objetivo da teoria da religião de Durkheim é fundamentar a realidade do objeto da fé, sem admitir o conteúdo intelectual das religiões tradicionais, condenadas pelo desenvolvimento do racionalismo cientifico; este permite salvar o Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 26 que parece destruir, demonstrando que os homens nunca adoraram senão sua própria sociedade. A concepção sociológica de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social. Para que haja tal sociologia, duas coisas são necessárias: que seu objeto seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser observado e explicado de modo semelhante ao que acontece com os fatos observados e explicados pelas outras ciências. Esta dupla exigência leva as duas célebres fórmulas com que se costuma resumir o pensamento de Durkheim: é preciso considerar os fatos sociais como coisas; as características do fato social é que ele exerce uma coerção sobre os indivíduos. É conveniente chamar de coisa toda realidade observável do exterior, e cuja natureza não conhecemos imediatamente. Esse é o centro do pensamento metodológico de Durkheim; para ele o fato social é específico, provocado pela associação dos indivíduos, e diferente, pela sua natureza, do que se passa no nível das consciências individuais. Os fatos sociais podem ser objeto de uma ciência geral porque se distribuem em categorias, e os próprios conjuntos sociais podem ser classificados em gêneros e espécies. Sobre o problema social este não é um problema econômico; é, sobretudo um problema de consenso, isto é, de sentimentos comuns aos indivíduos, graças aos quais os conflitos são atenuados, os egoísmos recalcados e a paz mantida. O problema social é um problema de socialização. Durkheim se opõe à doutrina marxista, não crê na fecundidade dos meios violentos e se recusa a considerar a luta de classes, em particular os conflitos entre os operários e empresários, como um elemento essencial da sociedade atual, e como mola do movimento histórico. Para ele, o sociólogo também não é socialista, na medida em que muitos socialistas se inclinam a crer que a solução dos problemas da sociedade moderna virá de uma organização econômica. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 27 Durkheim insiste no fato de que as várias instituições, família, crime, educação, política, moral, religião, são consideradas pela organização da sociedade. Cada tipo social tem seu tipo de família, de educação, de Estado, de moral. Mas tende a tornar o meio social como uma realidade total, quando esta é uma categoria analítica, e não uma causa última. Durkeheim dizia que entre Deus e a sociedade é preciso escolher. Isso mostra realmente o que ele pensava. Para ele, um ato só é moral se tem por objeto uma pessoa que não a do seu autor. Portanto, para que haja uma moralidade, é preciso haver uma realidade que valha mais do que qualquer pessoa. Esta realidade, superior em valor ao ator individual, só pode ser Deus ou a sociedade, e não há nenhuma diferença entre as duas hipóteses, já que a religião, de acordo com os estudos das formas elementares da vida religiosa, não passa de adoração da sociedade transfigurada. Numa aproximação dos julgamentos de fato e de valor, encontramos sempre a convicção de Durkheim de que a autoridade dos conceitos que tendem a exprimir a realidade, ou dos ideais que tendem a informar a ação, provém da própria sociedade. Segundo as ideias de Durkheim, a sociologia justifica o individualismo racionalista e prega, ao mesmo tempo, o respeito pelas normas coletivas. Karl Marx Nascido na Alemanha, em 1818, viveu em meio às várias revoluções européias (inglesa, francesa e russa), vindo a falecer em Londres, em 1883. Também é considerado um dos fundadores da Sociologia, além de desenvolver trabalhos nas áreas de filosofia e história. Até os dias atuais, mesmo quem não é adepto ou simpático à sua ideologia chamada de marxista2 precisa passar pelas teorias de Marx para entender a sociedade humana (SINGER, 1982). 2 É o conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Marx e Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Interpreta a vida social conforme a Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 28 Na análise socioeconômica do capitalismo feita por Marx, sua primeira ideia é de que a história humana se caracteriza pela luta de grupos humanos chamados classes sociais. Seu pensamento interpreta o regime capitalista enquanto contraditório, dominado pela luta de classes. Sua ciência tem a finalidade de demonstrar rigorosamente o caráter antagônico da sociedadecapitalista, a autodestruição, inevitável dessa sociedade contraditória, a explosão revolucionaria que porá fim ao caráter antagônico da sociedade atual. Segundo Max, a luta de classe tenderá a uma simplificação. Os diferentes grupos sociais se polarizarão em torno da burguesia e do proletariado, e é o desenvolvimento das forças produtivas que será o motor do movimento histórico, levando, pela proletarização e pela pauperização, à explosão revolucionaria e ao surgimento, pela primeira vez na história, de uma sociedade não-antagônica. Sua obra mais ilustre “O capital”, tem sido objeto de dois tipos de interpretação e, segundo alguns, é essencialmente uma obra de economia científica, sem implicações filosóficas. Para outros, é uma espécie de análise fenomenológica ou existencial da economia, mas não deixa de ser uma sociologia do capitalismo. Marx assume como objetivo explicar o modo de funcionamento do regime capitalista, com base na sua estrutura social, e o desenvolvimento desse regime com base no seu modo de funcionamento, e isso ele se destina a explicar no capital, que é um empreendimento grandioso. O esquema fundamental do pensamento marxista é o de uma sociedade histórica que passa pela ação dos homens e, ao mesmo tempo, é superior à ação e cada um deles, o de um mecanismo histórico que tende a destruir o regime, pelo jogo das leis intrínsecas do seu funcionamento. O centro e a originalidade do pensamento marxista estão na conjunção de uma análise do funcionamento e da análise de uma transformação inevitável. Cada indivíduo, agindo racionalmente em função do seu interesse, contribui para destruir o interesse comum de todos os interessados em salvaguardar o regime. dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 29 Sobre o processo de proletarização e pauperização, Marx disse que, no processo de proletarização, à medida que se desenvolve o regime capitalista, as camadas intermediárias, entre capitalistas e proletários, serão desgastadas, corroídas, e um número crescente dos membros dessas camadas serão absorvidos pelo proletariado. A pauperização é o processo pelo qual os proletários tendem a ser tornar cada vez mais miseráveis na medida que se desenvolvem as forças da produção. Segundo o próprio Marx, não é impossível elevar o nível de vida dos operários, sem modificar a taxa de exploração. O que impede a elevação dos salários é o excedente permanente de mão-de-obra não empregada, que pesa sobre o mercado de trabalho e modifica as relações de troca entre capitalistas e assalariados, em detrimento dos operários, enfim, a pauperização é uma teoria econômico-sociológica. O elemento sociológico é a ideia de que, uma vez que os salários tendem a se elevar, a taxa de natalidade aumenta, criando assim um excesso de mão-de-obra. O mecanismo propriamente econômico é o do desemprego tecnológico. A sociologia marxista comporta alguns equívocos, dentre eles a concepção do capitalismo e da história de Marx que está associada à combinação dos conceitos de forças de produção, relações de produção, luta de classes, consciência de classe, infra-estrutura e superestrutura, mas o emprego crítico das categorias marxistas não implica uma interpretação dogmática do curso da história. Outro equívoco da sociologia marxista tem a ver com a análise e a discussão dos conceitos essenciais, notadamente os de infra-estrutura e superestrutura, ou seja, não se define a qual estrutura pertencem os elementos da realidade social. A ideia central de Marx é a de que a sociedade capitalista é antagônica; como consequentemente, todas as características essenciais do regime capitalista têm origem nesse fenômeno. A sociologia de Marx supõe a redução da ordem política à ordem econômica, isto é, a extinção do Estado a partir do momento em que forem impostas a propriedade coletiva dos meios de produção e planificação. Contudo, a ordem política é essencialmente irredutível à ordem econômica. Qualquer que seja o regime econômico e social, o problema político persistirá, porque ele consiste em Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 30 determinar quem governa, como são recrutados os governantes, como o poder é exercido, ou qual a relação de consentimento ou de revolta entre os governantes e governados. A ordem política é tão essencial e autônoma quanto a ordem econômica. Enfim, a sociologia dos regimes políticos não pode ser reduzida a um simples apêndice da sociologia da economia ou das classes sociais. Max Weber Nascido na Alemanha em 1864, faleceu em 1920. Filho de classe média alta, Weber encontrou na sua família um ambiente altamente estimulador intelectualmente. O pai, advogado, lhe orientou para o sentido das humanidades e ao entrar na faculdade se dedicou aos estudos da economia, história, filosofia e direito. Sobre a teoria da ciência, encontramos em Weber quatro tipos distintos de ação: a ação racional com relação um objetivo, a ação racional com relação a um valor, a ação afetiva ou emocional e a ação tradicional. A ação racional com relação a um objetivo é definida pelo fato de que o autor concebe claramente seu objetivo e combina os meios disponíveis para atingi- lo. Na ação racional com relação a um valor, o ator age racionalmente, aceitando todos os riscos, não para obter um resultado extrínseco, mas para permanecer fiel à sua ideia de honra. A ação que Weber chama de afetiva é a ação ditada imediatamente pelo estado de consciência ou humor do sujeito. Já, a ação tradicional, é aquela ditada pelos hábitos, costumes e crenças, transformada numa segunda natureza. No entendimento de Weber, a ciência é um aspecto do processo de racionalização, característico das sociedades ocidentais modernas, chegando a sugerir que a ciência histórica e sociológica da nossa época representa um fenômeno historicamente singular, na medida em que não houve, em outras Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 31 culturas, o equivalente a esta compreensão racionalizada do funcionamento e do desenvolvimento das sociedades. A ciência positiva e racional foi muito valorizada por Max Weber e faz parte do processo histórico de racionalização, sendo apresentadas duas características que comandam o significado e o alcance da verdade científica. Esses dois traços específicos são: o não-acabamento essencial e a objetividade, esta última sendo definida pela validade da ciência para todos os que procuram este tipo de verdade, e pela rejeição dos juízos de valor. A sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social; essa compreensão implica a percepção do sentido que Weber atribui à sua conduta. A compreensão dos sentidos subjetivos implica uma classificação dos tipos de conduta e leva à percepção da sua estrutura inteligível (WEBER, 1979). Weber concebe o objeto da sociologia como, fundamentalmente, "a captação da relação de sentido" da ação humana. Em outras palavras, conhecer um fenômeno social seria extrair o conteúdo simbólico da ação ou ações que o configuram.Por ação, Weber entende "aquela cujo sentido pensado pelo sujeito jeito ou sujeitos jeitos é referido ao comportamento dos outros; orientando-se por ele o seu comportamento". Tal colocação do problema de como se abordar o fato, significa que não é possível propriamente explicá-lo como resultado de um relacionamento de causas e efeitos (procedimento das ciências naturais), mas compreendê-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda a sua amplitude (WEBER, 1979). Observe-se que na concepção de Durkheim, a comunidade é anterior a sociedade, ou melhor, a comunidade se transforma em sociedade. Já para Weber comunidade e sociedade coexistem. A comunidade existe dentro do interior da sociedade, como por exemplo, a família (comunidade) que existe dentro da sociedade. Temos que concordar que as ciências históricas e sociológicas são ciências causais, como também, interpretações compreensivas do sentido subjetivo das condutas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 32 Segundo Weber, a investigação causal pode se orientar em dois sentidos chamados de causalidade histórica e causalidade sociológica. A primeira determina as circunstancias únicas que provocaram um certo acontecimento; a segunda pressupõe a determinação de relação regular entre os dois fenômenos (WEBER, 1979, ARON, 2000). De um modo geral, todo pensamento causal de Max Weber se exprime em termos de probabilidades ou de oportunidades. Não há, portanto, uma determinação unilateral do conjunto da sociedade por um elemento, seja ele o econômico, o político ou o religioso. Weber concebe as relações causais da sociologia como relações parciais e prováveis. São relações parciais no sentido de que um fragmento dado da realidade, torna provável ou improvável um outro fragmento (ARON, 2000). Como vimos, as relações de causa variam conforme o caso (histórico ou sociológico). Para o historiador pesa a eficácia causal dos diferentes antecedentes numa única conjuntura; já no caso do sociólogo, este procura estabelecer relações de sucessão que se repetiram ou que são susceptíveis de repetição. Para Weber, as sociedades são efetivamente o meio ambiente onde os valores são criados, mas as sociedades reais são compostas de homens, isto é, por nós mesmos e pelos outros, e que em consequência não é a sociedade concreta, como tal, que nós adoramos ou devemos adorar (ARON, 2000). Nesse sentido Weber tem como objetivo analisar o conflito fundamental que surge, ou seja, as diferenças entre a moral da responsabilidade e a moral da convicção, isto porque os homens são dotados do ponto de vista físico, intelectual e moral e entram em conflito quando existe poder, política, Estado e ética. Em termos de Sociologia da Religião, encontramos no pensamento de Weber, a moral da convicção como uma das expressões possíveis da atitude religiosa. O pacifismo por convicção só se explica dentro de uma concepção global do mundo. Para ser compreendida, toda atitude exige a percepção da concepção global da existência que anima o ator e na qual ele vive. Esse é o ponto de partida do estudo weberiano no campo da sociologia da religião (ARON, 2000). Weber procurou refutar o materialismo histórico e explicar o comportamento econômico pelas religiões, em vez de postular que estas são apenas a Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 33 superestrutura de uma sociedade cuja infra-estrutura seria constituída pelas relações de produção. Ele quis demonstrar que a conduta dos homens nas diversas sociedades só pode ser compreendida dentro do quadro da concepção geral que esses homens têm da existência. Os dogmas religiosos, e sua interpretação, são partes integrantes dessa visão do mundo; é preciso entendê-los para compreender a conduta dos indivíduos e dos grupos, notadamente seu comportamento econômico (ARON, 2000). O essencial para Weber é analisar a concepção religiosa do mundo, de uma atitude com relação à existência por parte de homens que interpretavam sua situação a partir de certas crenças. Ele quis demonstrar principalmente a afinidade intelectual e existencial entre uma interpretação do protestantismo e determinada conduta econômica. Esta afinidade entre o espírito do capitalismo e a ética protestante torna inteligível o modo como uma forma de conceber o mundo pode orientar a ação. Neste campo, seus estudos permitem compreender de forma positiva e científica a influência dos valores e das crenças nas condutas humanas. O seu tratado de sociologia geral intitulado "Economia e sociedade" desenvolve ao mesmo tempo uma sociologia econômica, jurídica, política e religiosa e seu objeto é a história universal. A sociologia política de Weber se baseia numa distinção entre a essência da economia e a essência da política, estabelecida a partir do sentido subjetivo das condutas humanas. Se toda sociologia é compreensão interpretativa da ação humana, do sentido subjetivo que os atores atribuem ao que fazem ou deixam de fazer, é no plano do sentido subjetivo das condutas que definimos a ação econômica e a ação política. Essa sociologia política leva a uma interpretação da sociedade presente, como sua sociologia da religião conduz a uma interpretação das civilizações contemporâneas (ARON, 2000). Enfim, na concepção de Aron (2000) a personalidade, a filosofia e as opiniões de Max Weber ilustram a multiplicidade dos sentidos em que parece ser apropriado afirmar que ele é nosso pensador contemporâneo, entretanto, ele coloca constantemente algumas questões fundamentais como o relacionamento entre o conhecimento e a fé, a ciência e a ação, entre a igreja e o profetismo, a burocracia e Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 34 a liderança carismática, entre a racionalização e a liberdade individual que fazem sua sociologia ser menos científica. Georg Lukács Húngaro, foi o mais notável discípulo de Weber e percebendo suas limitações conduziu os avanços sociológicos da corrente positivista. O Clássico “História e Consciência de Classe” é uma leitura obrigatória a todo aquele que queira compreender o ser humano vivendo em sociedade. O peso de sua erudição não tira o interesse do trabalho, ao contrário. Foi um dos últimos brilhantes a ir mais longe que Marx dentro do pensamento marxista (CHAVES, 2004). Herbert Marcuse Segundo Gabriel (2008) Herbert Marcuse, um dos mais importantes teóricos do século XX (filósofo e sociólogo), foi aclamado mundialmente como o filósofo da libertação e da revolução. Seu trabalho influenciou uma geração de intelectuais e ativistas radicais. Seus livros foram discutidos, atacados e celebrados, tanto nos meios de comunicação de massa, quanto nas publicações acadêmicas. Filho de judeus, Marcuse nasceu em Berlim, Alemanha, em 1898, vindo a falecer em 1979. Como um intelectual de esquerda, ingressou, em 1933, no Instituto de Pesquisa Social, que foi o primeiro instituto considerado de orientação marxista na Europa e que tinha como objetivo desenvolver uma teoria social crítica, de análise e interpretação da realidade social existente. Contudo, entre 1942 e 1951, como vários pensadores, precisou ir para o exílio em razão da perseguição nazista aos judeus. Prestou serviços ao governo americano,em especial aos órgãos de informação relacionados à Segunda Guerra Mundial e ao Departamento de Estado. Foi um período histórico conturbado, pois marcado pela ascensão e derrocada do nazismo na Alemanha e pelo surgimento da Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 35 Guerra Fria, que provocou a divisão do mundo entre duas superpotências: Estados Unidos da América e União Soviética. Seu trabalho foi direcionado para uma melhor compreensão histórica das sociedades capitalista, comunista e uma sólida base histórico-empírica para escritos posteriores. Nesse sentido, em 1964, escreveu a obra “A Ideologia da Sociedade Industrial”, apresentando uma teoria de crítica às novas formas de dominação existentes nas sociedades industriais avançadas. Há que se ressaltar que no entendimento do autor, o Estado do Bem-Estar Social e seus avanços tecnológicos eram os responsáveis pelo sistema totalitário de dominação. Sua contribuição mais importante foi desenvolver uma teoria social crítica para a superação da sociedade industrial de exploração e o resgate da racionalidade crítica, tão importante para a existência humana. Para Marcuse o progresso tecnológico era o responsável pelo sistema de dominação da natureza e da própria consciência do ser humano. Outro livro de sua autoria “Eros e Civilização”, aborda o protesto da juventude contra sociedade tecnológica, que disciplina o corpo e mente dos seres humanos: É a vida deles que está em jogo e, se não a deles, pelo menos, a saúde mental e capacidade de funcionamento como seres humanos livres de mutilações. O protesto do jovem continuará porque é uma necessidade biológica. Por natureza, a juventude está na primeira linha dos que vivem e lutam contra uma civilização que se esforça para encurtar o atalho para a morte (MARCUSE, 1978, p. 23). Vilfredo Pareto Político, sociólogo e economista italiano (1848-1923) participou de inúmeras manifestações contra o socialismo de Estado, o protecionismo e o militarismo do governo italiano, sendo, à época, adepto da democracia e do liberalismo. Publicou estudos sobre os princípios fundamentais da economia pura e executou um estudo sobre a distribuição de renda. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 36 Fundou o que ficou conhecido como física social parentiana. Não concebeu outro modelo para as Ciências Sociais que não fosse o das Ciências Exatas (FERREIRA, 2007). Para ele a sociologia seria uma ciência que deveria preocupar-se com as ações não-lógicas, cujos fins não estariam claramente ligados a meios definidos. Em seu Tratado de 1916 a ideia era de que as ações não-lógicas remeteriam à parte obscura da natureza humana, que seria composta de instintos, de pulsões, de necessidades, que ele chamou de resíduos, que variariam de acordo com os indivíduos e as civilizações. Sobre esses resíduos seriam adicionadas certas derivações, que corresponderiam às construções pseudo-racionais (crenças, teorias, e até mesmo, ideologias) pelas quais as condutas humanas seriam justificadas. Ou seja: o homem não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente e frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos (FERREIRA, 2007). Deixando de lado os estudos da natureza humana e passando para a sociedade, pretendeu demonstrar (com seus estudos sobre distribuição de renda) que os fenômenos sociais obedeciam a ciclos, e que tanto o poder como as riquezas eram desigualmente distribuídas em proveito das elites que seriam obrigadas a recorrer à força ou à astúcia para defender uma dominação disputada. Com isto ele trouxe contribuições à teoria das classes dominantes, mas ao final da vida, de antigo liberal, aderiu ao fascismo mussoliniano, o que ocasionou descrédito de uma ambição, que pretendia construir uma Sociologia Científica baseada na observação dos fatos, mas que acabou caindo no dogmatismo e na abstração, segundo os exemplos de Comte e Spencer (FERREIRA, 2007, p. 83). Georg Simmel Sociólogo alemão (1858-1918), Simmel desenvolveu o que ficou conhecido como micro-sociologia, uma análise dos fenômenos no nível micro da sociedade. Foi um dos responsáveis por criar a sociologia na Alemanha, juntamente com Max Weber e Karl Marx. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 37 Simmel desenvolveu a sociologia formal, também conhecida como sociologia das formas sociais, influenciado pela filosofia kantiana (o neo-kantismo era uma corrente muito forte na Alemanha da época) que distinguia a forma do conteúdo dos objetos de estudo do conhecimento humano. Na sua concepção os conflitos sociais fazem parte da constituição da sociedade, sendo momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia. Um dos principais conceitos criado por ele é o de sociação que seria uma forma pura de interação, sem um fim nelas mesmas. Seria a interação da ordem do estar junto, da manutenção das relações sociais, desvestida de interesses (políticos, econômicos etc.). Influenciou autores como Robert E. Park, Louis Wirth, Ernst Burgess, Merton, Georg Lukács, Leopold Von Wiese, Ernst Bloch, Karl Mannheim, Theodor Adorno, Max Horkheimer, Max Weber, entre outros (MORAES FILHO, 1983). Norbert Elias (Breslau,1897- Amsterdãn, 1990) Suas obras focaram a relação entre poder, comportamento, emoção e conhecimento na História. Devido a circunstâncias históricas, Elias permaneceu durante um longo período como um autor marginal, tendo sido redescoberto por uma nova geração de teóricos nos anos setenta, quando se tornou um dos mais influentes sociólogos de todos os tempos (ZAHAR, 2008). Sua tardia popularidade pode ser atribuída à sua concepção de grandes redes sociais, que encontrou aplicação nas sociedades ocidentais pós-modernas, onde a presença da ação individual não pode ser negligenciada. De fato, a demasiada ênfase na estrutura sobre o indivíduo em vigor até então começava a ser duramente criticada. A obra mais importante de Elias foram os dois volumes de “O Processo Civilizatório”, sendo tratado no primeiro volume, os acontecimentos históricos do Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 38 habitus europeu, ou "segunda natureza", ou seja, a estrutura psíquica individual moldada pelas atitudes sociais. Elias demonstrou como os padrões europeus pós- medievais de violência, comportamento sexual, funções corporais, etiqueta à mesa e formas de discurso foram gradualmente transformados pelo crescente domínio da vergonha e do nojo. O segundo volume aborda as causas destes processos e os reconhece nas cada vez mais centralizadas e diferenciadas interconexões na sociedade. No Brasil, sua obra mais conhecida é “A Sociedade de Corte” que estuda as relações sociais e suas interdependências (ZAHAR, 2008). Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 39 UNIDADE 4 - O PENSAMENTO
Compartilhar