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CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
UNIDADE 01 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Objetivos da contabilidade: 
· Seu conceito consiste em: registrar e controlar o Patrimônio com objetivo de fornecer informações.
· 
Patrimônio Líquido:
· A diferença entre o valor dos ativos e dos passivos representa o Patrimônio Líquido, que é o valor contábil pertendente aos proprietários, acionistas e sócios. 
· O Patrimônio Líquido também pode considerar como “devido” dado que o que sobra dentro de uma entidade pertende / é devido aos sócios.
O Patrimônio Líquido é o valor contábil pertencente aos proprietários, acionistas e sócios.
O Patrimônio Líquido é um grupo de natureza credora.
Para construir o conhecimento, precisamos entender além da composição do patrimônio líquido:
· Seu conceito e finalidade;
· Sua origem e registro;
· Sua realização;
· Sua geração de informação.
Capital Social
· É o investimento feito pelos acionistas;
· Valores incorporados ao Capital Social, derivado de renúncia de riqueza gerada na organização;
· Registro:
C – Capital Social (Patrimônio Líquido);
D – “Ativo Incorporado” na organização;
· Pode ser em caixa, imobilizado, etc.
· Realização: quando da devolução do capital dos acionistas.
· Ou seja, há redução da conta do capital social.
Capital Realizado
· Valor efetivamente realizado pelos acionistas;
· A conta do capital social discriminará o montante subscrito e a parcela ainda não integralizada:
Capital Social = “Capital Subcrito” – “Capital a integralizar”
Exemplo 1: 
Quanto o sócio registra o capital social em um determinado valor e este valor é totalmente integralizado na empresa, como caixa ou equivalentes de caixa.
D – Caixa e equivalentes de caixa (AC)	 – 100.000
C – Capital Subscrito (PL)		 – 100.000
Exemplo 2: 
Quanto o sócio aporta apenas 60% do capital social registrado, como caixa ou equivalentes de caixa.
D – Caixa e equivalentes de caixa (AC)	 – 60.000
C – Capital Subscrito (PL)		 – 100.000
		D – Capital a Integralizar (PL) 		 – 40.000 
· Conta redutora do PL
Capital Realizado = “Capital Subcrito” – “Capital a integralizar”
60.000 = 100.000 – 40.000
Ajuste de Avaliação Patrimonial
· Representam contrapartidas de variação de valor do Ativo e do Passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência.
Exemplo 1: 
Aquisição de um instrumento financeiro para venda, por 10.000, que após determinado período renda juros de 800, mas passe a ter valor de mercado de 11.000.
Aquisição do Instrumento Financeiro:
D – Instrumentos Financeiros (AC)					 – 10.000
C – Caixa e Equivalência de caixa (AC) 				 – 10.000
Atualização:
D – Instrumentos Financeiros (AC) 				 	 – 1.000
C – Receita de Juros (DRE)						 – 800
C – Ajustes de Avaliação Patrimonial (PL)	 			 – 200
A Venda (Realização):
D – Caixa e Equivalência de caixa (AC) 	 – 11.000
C – Instrumentos Financeiros (AC)		 – 11.000
D – Ajustes de Avaliação Patrimonial (PL) – 200
C – Receita de Juros – Ganho em Instrumentos Financeiros (DRE) – 200
2. RESERVAS
· Reservas são uma parte do patrimônio líquido.
· Patrimônio Líquido é o valor contábil pertendente aos proprietários, acionistas e sócios.
Reserva de Capital
· Representam valores recebidos que não transitam pelo resultado. 
· Exemplo: aumento de capital.
· Considerando que ações devem figurar pelo seu valor nominal e há uma diferença entre o predo pago e o valor nominal dessas ações.
· Valor nominal: valor existente no patrimônio / número de ações.
· O registro:
Reserva de capital: “Valor excedente (ágio) na emissão de ações.
Exemplo 1: 
A companhia tem ações com valor nominal de 1,00. Faz um aumento de Capital de 10.000 ações, entretando, cada ação a um valor de 1,50.
O valor nominal da ação é: 	10.000 x 1,00 = 10.000
O valor de mercado da ação é: 10.000 x 1,50 = 15.000
Como que ações devem figurar pelo seu valor nominal, o valor do capital social será apenas de 10.000, enquanto entrou no caixa 15.000. A diferença entre os dois valores é considerado Reserva de Capital – Ágio na Emissão de Ações, uma conta de Patrimônio Líquido.
D – Bancos (AC) – 15.000
C – Capital Social (PL) – 10.000 
C – Reserva de Capital – Ágio na Emissão de Ações (PL) – 5.000
A reserva de capital é utilizada (realizada) para:
· Absorver prejuízos, quando estes ultrapassem as reservas de lucros;
· Resgate, reembolso ou compra de ações;
· Resgate de partes beneficiárias;
· Incorporação ao capital;
· Pagamento de dividendos.
Reserva de Lucros
· Representam lucros obtidos e reconhecidos pela empresa, retidos com finalidade específica;
· Elas podem ser: 
· Reserva legal;
· Criada para dar proteção ao credor e deverá ser constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício;
· Constituída obrigatóriamente, até que seu valor atinja 20% do capital social realizado.
· E a critério da companhia, poderá parar de receber créditos quanto o saldo desta reserva, somado ao montante das Reservas de Capital, atingir 30% do capital social.
· Realização: a utilização da reserva legal está restrita á compensação de prejuízos e ao aumento do capital social.
· Reservas estatutárias;
· As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatudo da companhia. Para cada reserva estatutária, a empresa terá que:
a) Definir sua finalidade;
b) Fixar os critérios para determinar a parcela anual do lucro liquido a ser utilizada;
c) Estabelecer seu limite.
· Reservas para contingências;
· Finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável. Para cada reserva estatutária, a empresa terá que:
a) Definir sua finalidade;
b) Fixar os critérios para determinar a parcela anual do lucro liquido a ser utilizada;
c) Estabelecer seu limite.
· Reservas de lucros a realizar;
· O objetivo da sua constituição seria não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente. Pois “lucro é diferente de caixa”.
· Reservas de lucros para expansão; 
· Reservas para incentivos fiscais; e etc.
Lançamentos das Reservas:
D – Lucros Acumulados (PL) 			– 5.000
C – Reserva Legal (PL)			 	– 250
C – Reserva Estatutária (PL) 			– 1.750
C – Reserva de Lucros para Expansão (PL) 	– 1.000
C – Reserva para contingencias (PL)		– 1.000
C – Reservas de Lucros a realizar (PL)		– 1.000
· Os lucros que não forem destinados para as reservas deverão ser distribuídos a título de dividentos.
· Definido pelo CPC. Todos os lucros obtidos no período que não forem reservados, devem ser distribuídos.
· Os prejuízos acumulados representam resultados negativos gerados pela empresa à espera de absorção futura.
· Após a identificação do patrimônio líquido da entidade sob a parte do patrimônio líquido que pertence aos controladores, tem-se que destacar a parte que pertence aos minoritários.
3. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)
· É uma transcrição, de forma ordenada e racional, da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
· O foco da DLPA é o Patrimônio Líquido, mais precisamente uma conta existente neste grupo: Lucros ou Prejuízos Acumulados.
· A DLPA apresenta toda a movimentação que ocorre nesta conta.
· A lei das SA determina que os lucros que não forem destinados para as reservas previstas, deverão ser distribuídos a títulos de dividendos.
· Lucros ou Prejuízos Acumulados existe, o que a lei das SA vedada é a publicação da conta. O objetivo é a transparência, o IFRS e o CPC, orienta que esta conta não aparece no balanço, para que a organização se pronuncie em relação ao destido de todo o lucro obtido em um determinado período.
· No caso dasnão Sas, essa conta pode existir e aparecer no Patrimônio Líquido sem nenhum problema.
Composição da DLPA:
· O saldo do início do período = ao final do período anterior.
· Anterior pode ser: mês, trimestre, semestre ou ano.
· Ajustes de exercícios anteriores.
· O lucro líquido do exercíco não deve estar influenciado por efeitos que pertença a exercícios anteriores.
· Seus efeitos devem ser registrados diretamente na conta integrante do Patrimônio Líquido, Lucros (Prejuízos) Acumulados.
· Pode ter duas origens:
· Efeitos da mudança de critério contábil;
· Retificação de erro imputável a exercicios anteriores.
Reversões de reservas:
· Reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, valores que não serão mais utilizadas nas referidas reservas.
Transferências para reservas:
· São as apropriações do lucro feitas para a constutição das reservas.
· Trata-se de apropriação de novas reservas ou reservas já existentes que não tenham atingindo o seu limite.
Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício:
· É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo valor é transferido ou refletido na conta de Lucros Acumulados.
Dividendos
· Adicionalmente, o item 2 do art. 186 da Lei das Sociedadas por Ações estabelece que “a DLPA deverá indicar o montante do dividento por ação do capital social”.
· Essa informação pode ser dada na mesma linha que possui o valor do dividendo ou através das notas explicativas.
· A divulgação do Dividendo por Ação informação de grande utilidade, particularmente para empresas de capital aberto. Tomando conhecimento do valor do dividendo que cabe para cada ação, o investidor saberá de imediato o valor total de dividento que receberá se aprovado pela Assembleia Geral. Alguns estudos apontam o Dividendo por Ação como um dos fatores que mais influencia o valor da ação no mercado.
Exemplos de uma DLPA:
O objetivo da DMPL e da DLPA são diferentes:
· Objetivo da DLPA é informar onde e como foi distribuído o resultado do período, restringindo-se apenas á apresentar as alterações nos lucros.
· Objetivo da DMPL é demonstrar toda a alteração do patrimônio líquido: capital social, todas as reservas e etc.
4. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)
Substituição da DLPA pela DMPL:
· Não inclui somente o movimento da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, mas de todo o Patrimônio Líquido.
· De acordo com o artigo 186 da lei das SA, a DPLA pode ser incluída na DMPL e divulgada pela companhia. 
Itens da DMPL:
· O resultado do período e todas as suas alterações;
· O resultado abrangente do período (DRA);
· Ajustes;
· Os dividendos reconhecidos;
· Uma descrição de cada reserva (sua natureza e finalidade);
· Todas as demais contas que compões o Patrimônio Líquido também precisam ser descritas (sua natureza e finalidade);
· Para cada componente do DMPL, terá uma consiliação do saldo no início e no final do período, demonstrando separadamente as mutações de cada conta.
Exemplo:
· A conta de reserva de lucros variou significamente de 2014 para 2015. Utilizando apenas a informação disponibilizada no balanço, não conseguimos identificar o motivo da variação. Para isso, utilizamos da DMPL.
· Analisando a DMPL, podemos ver que a diferença da conta Reverva de Lucros entre os períodos pode ser justificada por uma absorção de prejuízo.
· A DMPL não tem sua publicação obrigatória pela lei das SA, no entanto, com a publicação da resolução do conselho federal de contabilidade 185, ela passou a fazer parte do conjunto de demonstrações obrigatória.

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