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Conceitos básicos das teorias psicológicas do desenvolvimento humano

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Conceitos básicos das teorias psicológicas do desenvolvimento humano
Fornecer subsídios para que o aluno conheça e diferencie os enfoques teóricos sobre o desenvolvimento humano e as implicações destas concepções no contexto escolar.
Ao preocupar-se com o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano, no contexto escolar, a Psicologia da Educação busca nas diversas teorias explicações de como o homem chega ao conhecimento. Podemos discorrer sobre as concepções teóricas do processo de desenvolvimento, a partir de três abordagens: inatista, ambientalista e interacionista. Cada um destes enfoques teóricos estabelecem maneiras diferentes de entender  quem é esse  homem, sua relação com o mundo, sociedade-cultura, como adquire conhecimento e qual o papel da escola neste processo.
Cada uma destas concepções é seguida à medida que dão conta de explicar o processo de desenvolvimento humano dentro de uma determinada realidade histórico-social. A partir do momento que os  conceitos destas visões teóricas ficam ultrapassados, não acompanhando a evolução do homem em um dado período histórico, surge a necessidade de novas reflexões, novas teorias.
Vejamos o que diz cada uma delas.
CONCEPÇÃO INATISTA
Nesta concepção existe o pressuposto de que os eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais e/ou importantes para o desenvolvimento (VERCELLI, 2013).  Os fatores endógenos, internos do indivíduo são fundamentais, partem então, de uma base maturacionista e hereditária. Os adeptos desta teoria acreditavam que o homem já nasce pronto, com uma carga biológica pré-determinada para o seu desenvolvimento.
Sendo assim, as qualidades e capacidades básicas do ser humano relacionadas à sua personalidade, aos valores, hábitos, sua forma de pensar, as reações emocionais, as condutas sociais, já nasce com o indivíduo.
 
 
"Portanto, entende que o ser humano nasce com potencialidades, com dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico." (VERCELLI:2013,p.39)
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Desprezam o papel do ambiente que, apenas aprimoraria no homem o que já estaria estabelecido previamente. Portanto, entende que o ser humano nasce com potencialidades, com dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico (VERCELLI, 2013). Neste caso, o meio ambiente em que a pessoa vive  interferirá o mínimo possível neste desenvolvimento.
Em relação ao processo de aprendizagem no contexto escolar, o papel do professor reside em ajudar o aluno  a desenvolver seu talento, no mundo. Não tem muito para interferir nos dons, pois como já foi mencionado anteriormente, de acordo com a concepção inatista o homem já nasce pronto, o desenvolvimento e a aprendizagem ocorrem de maneira espontânea, pré-determinados na constituição genética do indivíduo.
 Barros (1996) considera que nesta concepção a educação constitui-se num processo que ocorre de dentro para fora, em que o aluno é ativo, e o professor somente atuaria nos níveis de desenvolvimentos já atingidos.
Você concorda que esta concepção pode gerar preconceitos em sala de aula?
Sim,  pois minimizam a intervenção pedagógica do professor.
Imagine um aluno com dificuldades de aprendizagem. O professor acredita então, que ele vai ter sempre dificuldade e nunca vai conseguir aprender! 
Quem é professor deve ter ouvido algum colega dizer: “Você dará aula para o João? Coitada!   Está roubada, não queria “estar na sua pele”.
Ouvir frases desse tipo é muito comum. Os professores que dizem isso, sem saber, são adeptos da concepção inatista, pois acreditam que determinada criança não mudará e que será sempre do mesmo jeito.
CONCEPÇÃO AMBIENTALISTA 
De acordo com os ambientalistas (ou comportamentalistas, também chamado de behavioristas, do inglês behavior = comportamento), as características do desenvolvimento humano ocorrem em decorrência das condições apresentadas pelo  o meio em que está inserido.(DAVIS & OLIVEIRA, 2010). O ambiente proporciona estímulos dos quais resultam os comportamentos humanos, ou seja, o ambiente é que determina o desenvolvimento do ser humano.
A ênfase nesta abordagem é com relação aos fatores exógenos (externos). 
 
"O homem é concebido como um ser extremamente plástico, que desenvolve suas caracteristicas em função das condições presentes no meio em que se encontra. Esta concepção deriva da corrente filosófica denominada empirismo, que enfatiza a experiência sensorial como fonte do conhecimento. Ainda segundo o empirismo, determinados fatores encontram-se associados a outros, de modo que é possível, ao se identificar tais associações, controlá-las pela manipulação" (DAVIS & OLIVEIRA: 2010, p.37)
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O homem é  considerado como um sujeito passivo, que é moldado de acordo com o  meio. As condições do ambiente podem controlar e manipular o comportamento.
 "(...) o papel do ambiente é muito mais importante do que a maturação biológica. Na verdade, são os estimulos presentes em uma dada situação que levam ao aparecimento de um determinado comportamento (...) os indivíduoa buscam maximizar o prazer e minimizar a dor. Manipulando-se os elementos presentes no ambiente - que por essa razão são chamados de estímulos - é possível controlar o comportamento" (DAVIS & OLIVEIRA: 2010, p.37)
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Os  defensores  dessa abordagem  acreditam que o comportamento pode ser condicionado por meio de estímulo-resposta, reforço positivo ou negativo e ainda, se indesejado, o comportamento pode ser extinto por meio da punição.
" (...) o grande defensor da posição ambientalista é um norte-americano, B. F. Skinner. (...) ele preocupa-se em explicar os comportamentos observáveis do sujeito, desprezando a análise de outros aspectos da conduta humana como o seu raciocínio, os seus desejos e fantasias, os seus sentimentos. Partindo de uma concepção de ciência que defende a necessidade de medir, comparar, testar, experimentar, prever e controlar (...)" (DAVIS & OLIVEIRA: 2010,p.37)
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De acordo com esta visão, a aprendizagem pode ser entendida como um processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado de fatos anteriormente vivenciados.
Ou ainda, que as novas aprendizagens acontecem mediante a manipulação de estímulos que antecedem e sucedem o comportamento.
Davis e Oliveira (2010) apontam que os teóricos mais recentes consideram que o comportamento humano também se modifica em função da observação de como agem outras pessoas, tornam-se assim, modelos a serem seguidos.
Que tal observar uma criança pequena, de mais ou menos um ano de idade para comprovar ou não esta última colocação?
Na visão ambientalista, o papel do professor é o de planejar, organizar e executar  situações de aprendizagens utilizando estratégias  pedagógicas  que reforcem positivamente os comportamentos.
A crítica aqui refere-se à passividade do ser humano. No caso, o aluno não consegue colocar nada seu, suas expectativas, suas dúvidas, até mesmo suas opiniões. Toda sua aprendizagem ocorre por meio do condicionamento, tornando-se um ser passivo, esperando o conhecimento vir pronto, determinado pelo professor.
O enfoque  ambientalista na escola teve o mérito de chamar a atenção dos educadores para a importância do planejamento de ensino, no entanto, essa abordagem fez com que a educação fosse sendo entendida como tecnologia, ficando de lado a reflexão filosófica sobre a sua prática. (DAVIS & OLIVEIRA, 2010)
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA
Os adeptos desta concepção acreditam que a construção do conhecimento se dá por meio da interação do indivíduo com o meio ambiente.
Os fatores internos (inatos) mencionados no inatismo e os externos (meio ambiente) no ambientalismo relacionam-se mutuamente, ou seja, os seres humanos têm em sua constituição biológica fatores que contribuirão para seu desenvolvimento, mas se o ambiente não auxiliar, não der sua contribuição, não propiciar, estimular, esses fatores ficarão esquecidos.
Sobre isso, Davis e Oliveira (2010) descrevem que:
 "A concepção interacionista de desenvolvimento apóia-se, portanto, na idéia de interação entre organismo e meio e vê a aquisiçãodo conhecimento como um processo construído pelo indivíduo durante toda sua vida, não estando pronto ao nascer nem sendo adquirido passivamente graças à pressão do meio. Experiências anteriores servem de base para novas construções que dependem, todavia, também da relação que o indivíduo estabelece com o ambiente numa situação determinada." (DAVIS & OLIVEIRA: 2010, p. 43)
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O ser humano age sobre o meio modificando-o de acordo com suas necessidades e, ao mesmo tempo, sofre a influência desse meio transformando-se, adaptando-se, desenvolvendo-se. Indivíduo e meio estão em constante movimento. A aprendizagem, de acordo com esta visão, ocorre por meio da interação da criança com o meio ambiente ao seu redor.