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Inclusão do aluno com deficiência intelectual no ensino regular

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UNISALESIANO 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
PEDAGOGIA 
 
 
 
 
Juliana Thais De Oliveira 
Letícia Reia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL NO ENSINO REGULAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2017 
 
 
 
JULIANA THAIS DE OLIVEIRA 
 
LETÍCIA REIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO ENSINO 
REGULAR 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Banca Examinadora do 
Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium, curso de Pedagogia, sob a 
orientação da Profª Ma Fatima Eliana 
Frigatto Bozzo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oliveira, Juliana Thais; Reia, Letícia; 
 A Inclusão do aluno com deficiência intelectual no ensino regular / 
Juliana Thais de Oliveira; Letícia Reia – – Lins, 2017. 
54p. il. 31cm. 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico 
Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em 
Pedagogia, 2017. 
Orientador: Fatima Eliana Frigatto Bozzo 
 
1. Deficiência Intelectual. 2. Inclusão. 3. Ensino Regular. I Título. 
 
CDU 37 
 
O47i 
 
 
Juliana Thais de Oliveira 
Letícia Reia 
 
A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIENCIA INTELECTUAL NO ENSINO 
REGULAR 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro 
Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação 
do curso de Pedagogia. 
 
 
Aprovado em ________/________/________ 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Prof(a) Orientador(a): Prof.ª Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo 
Titulação: Mestre em Odontologia - Saúde coletiva - Universidade do Sagrado 
Coração - USC - Bauru. 
Assinatura: _________________________________ 
1º Prof(a): Drª Fabiana Sayuri Sameshima 
Titulação: Doutora em Educação pela UNESP/Marília 
 
Assinatura: _________________________________ 
2º Prof(a): Daniela da Silva Garcia Regino 
Titulação: Enfª Mestre pela Universidade de Guarulhos/ Guarulhos – SP 
 
Assinatura: _________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
Dedico esse trabalho as minhas irmãs Tatiana Oliveira e Cristiana Oliveira, que 
me apoiaram nesses quatro anos de faculdade, me ajudando e torcendo por 
mim! 
A memória da minha mãe Vera Lucia de Oliveira, que enquanto estava presente 
sempre acreditou que eu conseguiria chegar a esse momento e conquistar meu 
sonho! 
A minha família, por sempre estarem torcendo pra mim, mesmo estando longe! 
Aos meus professores, em especial a Professora, Orientadora Fatima, pelos 
conselhos, broncas e pela linda amizade! Sentirei saudades! 
 
 Juliana Thais de Oliveira 
 
 
 
Dedico esse trabalho aos meus pais por sempre acreditar na minha 
potencialidade, sempre estar me apoiando em qualquer dificuldade, sempre 
estar torcendo por mim, pelas minhas conquistas. 
Aos meus irmãos, principalmente minha irmã querida, que sempre me apoiou e 
acreditou na minha capacidade. 
 Dedico também ao meu amigo e namorado por estar sempre do meu lado, 
com muita paciência, compreensão, por segurar as pontas comigo, me aguentar 
nos dias das crises loucas minhas. E por acreditar em mim. 
E também a minha querida Professora, Orientadora Fatima, que esteve comigo 
nessa longa caminhada, obrigada por tudo, pelas broncas e pela amizade. 
 
 Letícia Reia 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus acima de todas as coisas, pois sei que sem ele nada disso 
seria possível e por toda força que me deu durante essa jornada de quatro 
anos! 
Agradeço a minha família por todo o apoio, em especial minhas irmãs! 
Agradeço a família Dombelle, que a partir do momento que os conheci, 
sempre me apoiaram e oraram pelos meus estudos e pela minha vida! 
Agradeço a todos os professores, em especial a professora e orientadora 
Fatima por toda dedicação e orientações durante a execução desse trabalho 
e durante todo o curso! 
 
 
“Porque dele, por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois a 
gloria eternamente. Amém” (Romanos 11: 36) 
 
 
Juliana Thais de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço a Deus em primeiro lugar, acima de todas as coisas, porque sem 
ele nada disso tinha acontecido, e por toda força que ele me deu durante 
esses anos. 
Agradeço aos meus pais, e irmãos que sempre me deram forças para me 
ajudar no que sempre precisei e sempre estiveram a minha disposição para 
tudo. 
Agradeço ao meu namorado que sempre esteve do meu lado, nos dias difíceis 
da minha caminhada. Sempre estando a minha disposição em tudo que 
precisei. 
Em especial a professora e orientadora Fatima, por todo auxilio, 
orientações. Vou sentir muita falta de todos os momentos de alegria e de 
descontração na sala de aula. 
 
 
 
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que 
vence o mundo: a nossa fé”. 1João: 5:4 
 
 
 
Letícia Reia 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPIGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 Crianças com deficiências são como quaisquer outras crianças, com 
capacidade de avançar e dificuldades a serem superadas. Portanto toda 
criança tem direito à educação. Porém, para que o aluno com deficiência 
intelectual seja realmente incluído no ensino regular, a escola deve estar 
preparada e os docentes capacitados para receber os alunos, pois o professor 
tem um papel de suma importância na evolução desses alunos. Incluir as 
crianças com deficiência em uma sala do ensino regular aumenta suas 
oportunidades, desde que realmente haja a inclusão, tornando a criança mais 
autônoma e capaz de participar ativamente da sociedade, pois conviver com 
outras crianças normais irá fazer com que ela se desenvolva com mais 
facilidade. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é conhecer a importância da 
inclusão de alunos com deficiência intelectual no ensino regular. Por meio de 
um questionário mostrou-se o olhar dos docentes para com a inclusão de 
alunos com deficiência intelectual, verificando seus sentimentos pelo ato de 
incluir e as estratégias utilizadas por eles. Desta forma, a conclusão que se 
chegou após a pesquisa, foi de que há profissionais que ainda não estão 
preparados para atender esses alunos, outros que nem acreditam que é 
possível haver inclusão em sala regular e, uma parte, que acredita, mas ainda 
encontra dificuldades, pois falta capacitação, mostrando, assim que não estão 
prontos, apesar de acreditarem, o que já é um grande avanço, já que antes e 
,em alguns casos atuais há os que ainda não acreditam. Incluir é mais que 
integrar, incluir é aceitar, conviver, ajudar nas dificuldades e tornar-se igual 
diante das diferenças, pois o mundo é feito de diferenças e, saber conviver com 
elas, é crucial. 
 
Palavra-chave: Deficiência Intelectual. Inclusão. Ensino Regular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Children with disabilities are like any other children, with the ability to move 
forward and difficulties to overcome. Thereforeevery child has the right to 
education. However, in order for the student with intellectual disabilities to be 
included in regular education, the school must be prepared and the teachers 
should be able to receive the students, since the teacher plays a very important 
role in the evolution of these students. Including children with disabilities in a 
regular classroom increases their opportunities, provided there is actually 
inclusion, making the child more autonomous and able to actively participate in 
society, because living with other normal children will cause it to develop with 
more facility. Therefore, the objective of this work is to know the importance of 
the inclusion of students with intellectual disabilities in regular education. 
Through a questionnaire, the teachers' view of the inclusion of students with 
intellectual disabilities was verified, verifying their feelings by including them and 
the strategies used by them. In this way, the conclusion reached after the 
research was that there are professionals who are not yet prepared to attend 
these students, others who do not even believe that it is possible to be included 
in a regular classroom, and a part that believes, but still finds difficulties, 
because they lack training, showing, so they are not ready, although they 
believe, which is already a great advance, since before and in some cases 
today there are those who still do not believe. To include is more than to 
integrate, to include is to accept, to live, to help in the difficulties and to become 
equal before the differences, because the world is made of differences and, 
knowing to live with them, is crucial. 
 
 
Keyword: Intellectual Disability. Inclusion. Regular education. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Resposta da Pergunta nº1 dos Professores...................................30 
Figura 2- Resposta da Pergunta nº 2 dos Professores .................................31 
Figura 3- Resposta da Pergunta nº3 dos Professores...................................32 
Figura 4- Resposta da Pergunta nº4 dos Professores...................................33 
Figura 5- Resposta da Pergunta nº5 dos Professores..................................34 
Figura 6- Resposta da Pergunta nº6 dos Professores...................................35 
Figura 7- Resposta da Pergunta nº7 dos Professores...................................36 
Figura 8- Resposta da Pergunta nº8 dos Professores...................................37 
Figura 9-Resposta da Pergunta nº9 dos Professores....................................38 
Figura10-Resposta da Pergunta nº10 dos Professores.................................39 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1- Atuação profissional......................................................................31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ONU- Organizações das Nações Unidas 
AAMD- American Association of Mental Deficincy 
DI- Deficiência Intelectual 
CIDID- classificação Internacional de deficiências, Incapacidades e 
Desvantagens. 
QI- Quociente de Deficiência 
DSM-IV-T2- Manual Diagnostico de transtornos mentais 
ART- Artigo 
MEC- Ministério da Educação 
SEESP- Secretaria de Educação Especial 
SP-São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12 
 
CAPÍTULO I – DEFICIENCIA INTELECTUAL: HISTORIA CONCEITOS, 
IMPLICAÇÕES ................................................................................................ 14 
1 HISTORIA DA DEFICIENCIA INTELECTUAL ............................................. 14 
2 CONCEITO E IMPLICAÇÕES DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............. 15 
 
CAPÍTULO II – INCLUSÃO: CONCEITO, HISTÓRIA E ESTRATÉGIAS PARA 
A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ................. 22 
 
1 CONCEITO DE INCLUSÃO ....................................................................... 22 
2 HISTÓRIA DA INCLUSÃO ......................................................................... 22 
3 INCLUSÃO DO ALUNO DEFICIENTE INTELECTUAL ............................. 24 
 
CAPÍTULO III – A PESQUISA ........................................................................ 31 
1 METODOLOGIA ..................................................................................... 31 
 
CONCLUSÃO....................................................................................................42 
REFERÊNCIAS............................................................................................... 44 
APÊNDICE...................................................................................................... 48 
 
12 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A deficiência intelectual, de todas as deficiências, é a mais frequente e a 
mais grave de todos, por afetar o indivíduo no que ele tem mais precioso: a sua 
inteligência. Pensando nisso, essa pesquisa foi realizada com o intuito de 
compreender a importância da inclusão do aluno com Deficiência Intelectual no 
ensino regular e também a visão dos docentes no que diz respeito a essa 
inclusão. 
O sucesso da inclusão escolar vai depender, em grande medida, do 
trabalho pedagógico do professor da classe comum, pois este deve ser 
qualificado para responder as necessidades diferenciadas de seus alunos, 
propondo situações de ensino-aprendizagem satisfatórias para todos: "Uma 
política de formação de professores é um dos pilares para a construção da 
inclusão escolar, pois a mudança requer um potencial instalado, em termos de 
recursos humanos, em condições de trabalho para que possa ser posta em 
prática". (MENDES, 2004, p. 227) 
 A inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais 
especiais vem mobilizando a comunidade escolar e a sociedade, pois todos os 
alunos devem estar incluídos nas salas de aula do ensino regular. 
 O trabalho em parceria entre professores da classe comum e os 
profissionais da Educação Especial poderá auxiliar os professores a 
elaborarem seus métodos de diferenciação de ensino para os alunos com 
necessidades educacionais especiais: 
[...] para garantir o êxito dos trabalhos na escola inclusiva, algumas 
considerações devem ser consideras: apoio de especialistas, 
unificando os dois sistemas e adaptando-os às necessidades de 
todos os alunos; potencialização das formas de intervenção, isto é, 
aplicação dos sistemas consultivos e de intervenção direta em sala 
de aula comum por meio do ensino cooperativo; adoção de uma nova 
organização escolar, propondo a colaboração, o ajuste mútuo, as 
formas interdisciplinares e o profissionalismo docente. (DENARI, 
2004 apud RODRIGUES, 2006, p.36) 
 
 De acordo com a Declaração de Salamanca (BRASIL,1994), o conceito 
de inclusão é um desafio para a educação, uma vez que estabelece que o 
direito à educação é para todos e não só para aqueles que apresentam 
necessidades educacionais especiais. 
13 
 
 A inclusão é o eixo norteador do processo na vida da criança com 
deficiência Intelectual. Sendo assim, os professores do ensino regular devem 
estar preparados para atender as necessidades dos alunos com a deficiência 
intelectual. 
 Os objetivos dessa pesquisa foram conhecer a importância da inclusão 
de alunos com deficiência intelectual no ensino regular; conhecer os avanços 
que a ela possibilita para esses alunos; verificar metodologias utilizadas pelos 
professores através do questionário aplicado; aplicar umquestionário para os 
docentes, a fim de conhecer-lhes o olhar dos docentes diante da inclusão de 
alunos com deficiência intelectual. 
 O problema se restringe em "Como incluir o aluno deficiente intelectual 
em uma turma do ensino regular?”. Para a hipótese justifica-se que a inclusão 
desse aluno necessita de mudanças comportamentais dos profissionais da 
educação do ensino regular. 
 Segundo Mantoan (1997), o processo de inclusão exige da escola novos 
recursos de ensino e aprendizagem, concebidos a partir de uma mudança de 
atitudes dos professores e da própria instituição, reduzindo todo o 
conservadorismo de suas práticas, em direção de uma educação 
verdadeiramente interessada em atender às necessidades de todos os alunos. 
 Esse trabalho foi dividido em três capítulos, contemplando teoria e 
pesquisa. 
 O primeiro capitulo enfoca a deficiência intelectual, sua história, seus 
conceitos, e suas ampliações. 
 No segundo, aborda a inclusão, o seu conceito, um pouco da história e 
as estratégias que devem ser usadas para que sejam incluídos os alunos com 
deficiência intelectual no ensino regular. Também se tratou da importância da 
família, da escola e dos professores nessa etapa de inclusão. 
 No terceiro capítulo foi realizada a pesquisa desse trabalho, quando foi 
entregue a onze professoras do ensino fundamental um questionário sobre a 
inclusão dos alunos deficientes intelectuais na sala de ensino regular, com a 
elaboração de gráficos que mostraram o olhar dos docentes para com a 
inclusão. 
 
 
14 
 
CAPÍTULO I 
 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: HISTÓRIA CONCEITOS E IMPLICAÇOES 
 
 
1 HISTÓRIA DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
 
 
 Antigamente, na Grécia, os deficientes intelectuais eram abandonados 
ou assassinados por não atenderem os ideais de beleza e perfeição. Na idade 
Média por apresentarem sinais de malformação física ou mental, os deficientes 
intelectuais eram considerados filhos de satanás, sendo queimados em 
fogueiras. (CARVALHO, 2004) 
 Entretanto, por conta do advento do cristianismo, os deficientes 
intelectuais também eram protegidos como inocentes de Deus, uma vez que 
apresentavam a inocência e a pureza. (CARVALHO, 2004) 
 No século XVII, houve o interesse da ciência no estudo da deficiência 
com a obra “Opera Omnia” de Nicolau Tamaturgo, que hoje é conhecido como 
São Nicolau, padroeiro dos deficientes. (CARVALHO, 2004) 
 As pessoas com deficiência intelectual passaram a ser consideradas 
passíveis de serem educadas somente no século XIX, graças ao trabalho do 
médico Jean Itard (1774-1838) — considerado o primeiro teórico de Educação 
Especial — com o menino Victor de Aveyron, conhecido como “menino 
selvagem”. (CARVALHO, 2004) 
 Atualmente, houve uma grande mudança na maneira de tratar a pessoa 
com deficiência, não mais usando os termos do passado com significados 
negativos. 
 Segundo Pessotti (1984.p.25): 
 
Deficiência Intelectual veio substituir conotações e termos errôneos 
como “débil mental”, “idiota”, “retardado mental”, excepcional, 
“incapaz mentalmente”, “maluco” ou “louco”, construídos e utilizados 
por médicos, em determinados períodos históricos da sociedade 
europeia. 
 
 A declaração dos direitos dos deficientes aprovados pela ONU, em 13 
de dezembro de 1975, diz em seu artigo 4ª: “O deficiente tem os mesmos 
direitos civis e políticos dos demais seres humanos”. 
15 
 
 Sendo assim, está-se promovendo uma conscientização na sociedade, 
buscando a inclusão dos deficientes intelectuais, para que possam ter um 
futuro promissor. 
 
2 CONCEITO E IMPLICAÇÕES DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 
 
 Deficiência vem da palavra deficientia do latim e sugere algo que possua 
falhas, imperfeições, que não é completo. É o termo usado para definir a 
ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. 
Diz respeito à biologia da pessoa. 
 A convenção da Guatemala, internalizada à Constituição Brasileira 
pelo Decreto nº 3.956/2001, no seu artigo 1º, define deficiência como [...] “uma 
restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que 
limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida 
diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social” 
 Segundo a Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e 
Desvantagens (CIDID), (1989 ): 
Deficiência- perda ou anormalidade de estrutura ou função 
psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. 
Incluem-se nessas a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda 
de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, 
inclusive das funções mentais. Representa a exteriorização de um 
estado patológico, refletindo um distúrbio orgânico, uma perturbação 
no órgão. 
Incapacidade- restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade 
para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser 
humano. Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo 
a uma deficiência psicológica, física, sensorial, ou outra. Representa 
a objetivação da deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa, 
nas atividades e comportamentos essenciais à vida diária. 
Desvantagens- prejuízo para o indivíduo, resultante de uma 
deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o 
desempenho de papéis de acordo com a idade, sexo, fatores sociais 
e culturais. Caracteriza-se por uma discordância entre a capacidade 
individual de realização e as expectativas do indivíduo ou do seu 
grupo social. Representa a socialização da deficiência e relaciona-se 
às dificuldades nas habilidades de sobrevivência. 
 
 
 O conceito de deficiência intelectual passou por várias modificações até 
chegar a essa denominação atual. Já foram utilizadas outras nomeações como 
retardo mental, excepcional, retardado, deficiente, entre outros. Porém hoje o 
termo correto a ser utilizado é “pessoa com deficiência”, para qualquer 
16 
 
deficiência, e no caso da deficiência cognitiva o termo correto a ser utilizado é 
“pessoa com deficiência intelectual”. (SASSAKI, 2002) 
 Seu diagnóstico necessita do envolvimento de grupos de fatores 
biomédicos, etiológicos, comportamentais, sociais e educacionais. 
 
O diagnóstico de deficiência mental está a cargo de médicos e 
psicólogos clínicos, realizando-se em consultórios, hospitais, centros 
de reabilitação e clínicas. Equipes interdisciplinares de instituições 
educacionais também o realizam. De um modo geral, a demanda 
atende propósitos educacionais, ocupacionais, profissionais e de 
intervenção. (CARVALHO et al., 2003, p.25. ) 
 
 
 Sendo assim um dos desafios da deficiência intelectual é estabelecer 
claramente a sua origem ou causa. Em cerca de 30% a 50%%,não é possível 
determinar exatamente qual a causa. No entanto existem fatores de risco que 
podem levar à deficiência, e esses fatores são multifatoriais, compostos por 
quatro categorias: biomédicas, sociais, comportamentais e educacionais. 
Portanto. 
 
• Fatores biomédicos ou genéticos: são aqueles que dizem respeito aos 
processos biológicos. 
• Fatores ambientais: síndrome da criança maltratada, violentada, 
golpeada, abusada, negligenciada. 
• Fatores educacionais: associados ao não atendimento das exigências 
de apoio e suporte que certas crianças necessitam para o seu 
desenvolvimento intelectual e habilidades adaptativas. 
• Fatores sociais: dizem respeito à interação familiar e social. (VIEGAS, 
2004 apud BARROS, 2015, p.29). 
 
 
 Porém, de acordo com Almeida (2007, p. 34), as mais comuns são: 
 
Fator pré-natal-Condições genéticas: O atraso cognitivo é causado 
por genes hereditários, que durante suas combinações, podem sofrer 
algumas alterações de natureza genética. A exemplo disso tem-se: a 
síndrome de down ou a fenilcetonúria. 
Problemasdurante a gravidez: podem resultar da má formação do 
feto ou embrião durante o período gestacional, resultante de 
problemas que podem ocorrer no momento da divisão das células. 
Problemas de saúde: podem-se citar também a sífilis, a rubéola e a 
toxoplasmose, que, se acometer a mãe nos três primeiros meses de 
gestação, podem causar DI ao bebê. 
Fator Perinatal- problemas ao nascer. Se, durante o parto, houve a 
falta de oxigênio para o bebe, este está propício a desenvolver um 
atraso intelectual. 
Fator Pós-natal- problemas de saúde: algumas doenças infecciosas, 
como a meningite ou sarampo, que aflijam a mãe ou bebe, assim 
como, a exposição a produtos tóxicos e a má-nutrição, podem 
ocasionar problemas graves no desenvolvimento intelectual. 
 
17 
 
 Portanto nenhuns desses fatores implicam as deficiências intelectuais 
sozinhos, e sim, as situações de risco que devem ser consideradas. 
 A deficiência intelectual é uma das deficiências mais encontradas em 
crianças e adolescentes, caracterizadas pela redução no desenvolvimento 
cognitivo, ou seja, no QI, normalmente abaixo do esperado para a idade 
cronológica da criança ou adulto, acarretando, muitas vezes, um 
desenvolvimento mais lento na fala, no desenvolvimento neuropsicomotor e em 
outras habilidades. (SASSAKI, 1999) 
 "A deficiência intelectual não é considerada uma doença ou um 
transtorno psiquiátrico, e sim um ou mais fatores que causam prejuízo das 
funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro". 
(HONORA & FRIZANCO, 2008, p. 103) 
 A deficiência intelectual, segundo DSM-IV tr,( 2003) se resume em: 
a. funcionamento intelectual inferior à média: QI de aproximadamente 70 ou 
abaixo; 
b. déficits ou prejuízos concomitantes no funcionamento adaptativo atual, em 
pelo menos duas das seguintes áreas: comunicação, cuidados pessoais, vida 
doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, 
independência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança; e 
Início anterior aos 18 anos. 
 Para se considerar uma pessoa com deficiência intelectual, é necessário 
haver comprometimento tanto na questão cognitiva da criança/ adulto como na 
questão adaptativa, pois se houver incapacidades em apenas em uma das 
questões, não se considera como deficiente intelectual. (SASSAKI, 1999) 
 Durante a infância, as características da deficiência são percebidas nas 
dificuldades apresentadas desde os primeiros meses de vida do bebe: a 
demora para firmar a cabeça, para sentar, andar e falar. (SASSAKI, 1999) 
 Ao passar tempo essas dificuldades passam a ser notados em outros 
aspectos, como na compreensão de ordens simples, regras, raciocínio logico e 
normas, gerando assim dificuldades na aprendizagem. (SASSAKI, 1999) 
 As principais características apresentadas são: 
 
A falta de concentração, entraves na comunicação e na interação, 
além de uma menor capacidade para entender a lógica de 
funcionamento das línguas, por não compreender a representação 
18 
 
escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. 
(RODRIGUES, 2009 apud ROSITO, 2015, p.29). 
 
 
 Uma pessoa com deficiência intelectual, devido às suas limitações 
cognitivas não distingui entre o certo e o errado, apresentando características 
que tornam sua situação com o meio menos sociável. 
 “O aprendizado é mais do que a aquisição de capacidade para pensar; é 
a aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre várias 
coisas.”(VYGOTSKY, 1991, p.55) 
 Queirós (2007) diz: 
 
Uma pessoa com deficiência mental apresenta perturbações no 
comportamento adaptativo, possuindo determinadas características: 
*não é capaz de perspectivar o futuro, nem gerir comportamentos; 
*não estabelece relações entre situações nem sabe contextualizar 
significados; 
*tem dificuldades no nível do comportamento emocional, nos 
trabalhos de grupo e cumprimento de regras sociais; (QUEIRÓS, 
2007 apud RIBEIRO, 2008, p.6). 
 
 
Sendo assim, cada pessoa que tem a deficiência intelectual tem suas 
próprias dificuldades, tendo maior ou menor autonomia em situações do dia-a-
dia. 
As maiores dificuldades que os deficientes intelectuais enfrentam estão 
relacionados à descoberta de novos conhecimentos, aptidões e nas resoluções 
de problemas. 
Telford e Sawrey (1977, p.301), citam: 
 
1.Nas aptidões sensórios motoras (virar-se, engatinhar, andar, 
manipular objetos). 
2. Nas aptidões de comunicação (sorriso social, gesticulação, fala). 
3. Nas aptidões de autoajuda (comer, vestir-se, cuidar da higiene 
intima, tomar banho). 
4. Na socialização (os jogos imitativos, as brincadeiras com outras 
crianças, cooperativamente ou em paralelo dependendo da idade). 
Durante a infância e o início da adolescência, os déficits no 
comportamento adaptativo podem refletir-se: 
1. Na aprendizagem acadêmica. 
2.Nos juízos e raciocínios ao lida com o ambiente. 
3.Nas aptidões sociais (participação em atividades grupais e 
relacionamentos interpessoais eficazes). 
No final da adolescência e na idade adulta, os déficits no 
comportamento adaptativo podem refletir-se: 
1.Na competência ocupacional. 
2.Na família e nos deveres sociais. 
 
Assim também, como diz Ampudia (2011, p.1). 
19 
 
Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam 
apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias 
abstratas (como as metáforas, a noção de tempo e os valores 
monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a 
regras, e realizar atividades cotidianas-como, por exemplo, as ações 
de autocuidado. 
 
A deficiência intelectual não se esgota na sua condição orgânica e 
intelectual e nem pode ser definida por um único saber. Ela é uma interrogação 
e objeto de investigação de inúmeras áreas do conhecimento. 
 Pessoas com deficiência intelectual também são educáveis apesar de 
pensamentos contrários que atribuem a estas pessoas apenas uma educação. 
Voltada para desenvolverem hábitos de autonomia e independência, 
neste caso, definir bem o papel que cada um tem na interação com o deficiente 
intelectual é fundamental, para que se favoreça sua educação integral, ou seja, 
proporcionar a essas pessoas possibilidades de se desenvolverem por si 
mesmas, sem que haja superproteção o que é comum entre familiares que, no 
intuito de auxiliar e acolher, acabam por torná-las dependentes e com pouca 
iniciativa. (MANTOAN, 1989) 
 Mantoan (1997), principal colaboradora em estudos sobre a deficiência, 
em seu experimento sobre a construção da inteligência de alunos com 
deficiência intelectual, baseada no referencial piagetiano, descreveu o 
desenvolvimento intelectual como um processo sequencial comum a todos os 
seres humanos. Este experimento teve como principal objetivo comprovar se 
deficientes intelectuais seriam capazes de construir estruturas lógicas, 
condições vistas como necessárias, para que o sujeito sistematize suas ideias 
sobre o mundo, segundo a teoria piagetiana. 
 
Segundo Piaget, o ser humano, ao nascer, possui apenas as 
condições biológicas necessárias para construir a sua inteligência. 
Em outras palavras, as estruturas sensoriais e neurológicas do 
organismo humano constituem uma herança específica da espécie, 
que impõem limitações estruturais à inteligência, facilitam ou 
impedem o seu funcionamento, em si. Mas a relação entre biologia e 
inteligência não acaba aí. Para Piaget, herdamos igualmente o 
funcionamento intelectual, ou seja, o modo pelo qual o sujeito, ao 
estabelecer trocas com o meio em que vive, constrói o conhecimento. 
Esse funcionamento intelectual, a que Piaget chamou de 
hereditariedade geral, está presente durante toda a vida e é através 
dele que as estruturas cognitivas vão sendo geradas e modificadas. 
(MANTOAN, 1989, p.129) 
 
 
20 
 
 As experiências foram realizadas com52 alunos deficientes intelectuais, 
cuja faixa etária era de 9 a 26 anos, que passaram por testes de aplicação das 
provas Piagetianas como: conservação das quantidades discretas e contínuas, 
inclusão de classes e seriação de bastonetes. Os resultados comprovaram que 
os deficientes intelectuais são capazes de construir sua inteligência, do mesmo 
modo que as pessoas “normais”, ou seja, são capazes de se beneficiar de 
procedimentos educacionais que têm por base a abstração, processo pela qual 
se estrutura o conhecimento, segundo a autora. (MANTOAN, 1989) 
 
O deficiente mental apresenta avanços manifestados pelo acesso a 
períodos de desenvolvimento cognitivo progressivamente mais 
evoluídos e por condutas adaptativas cada vez complexas e objetivas 
frente aos desafios do meio. (MANTOAN 1989, p.86). 
 
A autora destaca as contribuições de Vygotsky , em que o sujeito com 
deficiência intelectual pode se beneficiar, apropriando-se do conhecimento por 
meio da mediação dos instrumentos da cultura e da zona de desenvolvimento 
proximal, ou seja, tudo aquilo que o indivíduo pode fazer com o auxílio de 
terceiros e que irá realizar sozinho, com o passar do tempo. O que Vygotsky 
conceitua como zona de desenvolvimento real, em outras palavras, é que o 
contato com a cultura faz com que o sujeito se modifique. (MANTOAN, 1989) 
Para compreender o deficiente intelectual e implementar o seu processo 
educativo, é preciso aceitar a condição de que o deficiente é, como todo o 
homem, um ser humano com possibilidades, deveres e direitos. (MANTOAN, 
1989) 
Por tal, deve-se partir do princípio que o deficiente intelectual é um ser 
humano com possibilidades em nível educacional e social, pelo que deve ser 
estimulado a um nível do desenvolvimento cognitivo e nunca excluído das 
ações sociais diárias. (MANTOAN, 1989) 
Os deficientes intelectuais podem conseguir aquisições muito complexas 
em todos os níveis. Todos eles aprendem, basta que as condições sejam 
favoráveis, uma vez que a adaptação às situações passa por um equilíbrio e 
uma organização entre os processos de assimilação e de acomodação. 
Conforme Kirk e Gallagher, (2000, p.138) 
[...] os indivíduos DI sentem mais o fracasso do que as crianças 
normais e conseqüentemente, desenvolvem maiores expectativas 
generalizadas ao fracasso. [...] crianças DI entram em situações 
21 
 
novas com desempenho geralmente debilitado, até mesmo abaixo de 
sua habilidade mental. As crianças DI tendem menos do que as 
“normais” a aumentar seu rendimento após um pequeno fracasso. 
 
É necessário que se crie currículos que estejam assentados nas teorias 
do desenvolvimento, tendo sempre em conta os períodos críticos da criança. 
Deste modo, o conhecimento das sequências de desenvolvimento apresenta-
se imprescindível, apesar de haver alguma variação. Há unanimidade quanto à 
integração/inclusão, o mais possível, do indivíduo na vida normal de uma 
sociedade. (PERRENOUD, 1999) 
O currículo escolhido para uma criança deficiente terá de respeitar o seu 
nível de aptidão, deve se adequar ao seu perfil interindividual, garantindo assim 
que os objetivos a atingir partam de pressupostos concretos. Surgem, então, os 
currículos alternativos e funcionais que se destinam a desenvolver 
competências que permitam à criança deficiente funcionar de forma autônoma 
e eficaz nos diferentes ambientes em que se insere. (PERRENOUD, 1999) 
O currículo deve, em todas as suas áreas, orientar-se numa linha de 
análise de tarefas, pela simples razão de que o insucesso gera frustração, 
confusão, desinteresse, desvalorização entre outros sentimentos negativos. 
(PERRENOUD, 1999) 
A análise de tarefas é um sistema de observação e de (re) avaliação de 
acordo com o desenvolvimento da criança, evitando, desta forma, colocá-la 
perante tarefas demasiado fáceis, o que provoca desinteresse, ou muito 
difíceis, levando à frustração. Para evitar esta situação deve-se elaborar, para 
a criança deficiente intelectual, um bom programa educacional que, no 
concreto, vise à prevenção dos efeitos secundários da deficiência intelectual. 
(SASSAKI, 1999) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
CAPÍTULO II 
 
INCLUSÃO: CONCEITO, HISTÓRIA E ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO 
DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. 
 
 
1 CONCEITO DE INCLUSÃO 
 
 Inclusão quer dizer estar um com o outro, cuidar um do outro, inclusão 
quer dizer juntar, inserir, introduzir. 
 Mas o que de fato é a inclusão? 
 
Inclusão é o termo que se encontra para definir uma sociedade que 
considera todos seus membros como cidadãos legítimos. Uma 
sociedade com que há inclusão é uma sociedade em que existe 
justiça social, em que cada membro tem direitos garantidos e em que 
sejam aceitas as diferenças entre as pessoas como algo normal 
(FONSECA, 1995.P.141). 
 
 Em suma, inclusão é garantir a todos os cidadãos a igualdade, a 
liberdade de expressão, independente das diferenças. 
 
2 HISTÓRIA DA INCLUSÃO 
 
 Enquanto “algumas culturas simplesmente eliminavam as pessoas 
deficientes, outras adotaram a prática de interná-las em grandes instituições de 
caridade, junto com doentes e idosos.” (SASSAKI, 1997, p.1) 
 Na história da educação inclusiva brasileira, Mazzota (2009) destaca 
dois períodos: 
1º período: 
1854 a 1956 (iniciativas isoladas) 
 Em 1874, o Hospital Estadual de Salvador passa a dar assistência às 
pessoas com deficiência intelectual, tratava-se possivelmente, de atendimentos 
médicos. (MAZZOTA, 2009) 
No primeiro período da história da educação inclusiva no Brasil, 
percebem-se grandes avanços, pois, em 1950, havia quarenta instituições 
especializadas em atendimentos aos deficientes intelectuais e oito 
especializadas nas outras deficiências. (MAZZOTA, 2009) 
23 
 
Percebe-se que esse primeiro período da história da educação inclusiva 
no Brasil, foi um período, principalmente, das instituições especializadas, como 
centros de habilitações e reabilitações, que atendiam os deficientes. Nestas 
instituições, era priorizada a internação das pessoas com deficiência, as quais 
não participavam de uma vida cotidiana normal, pois passavam os dias sendo 
assistidos, como se não tivessem a condição de participar de atividades e 
lugares para pessoas ditas normais. (MAZZOTA, 2009) 
 
2º Período 
1957 a 1993 (iniciativas oficiais) 
Em 1973 criou-se o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp), 
sendo que os alunos que acompanham o ensino regular permaneciam em suas 
salas, e os demais eram separados e encaminhados para a educação especial. 
(MAZZOTA, 2009) 
As pessoas com deficiência ganham atendimento oficializado em nível 
nacional, pelo governo federal. (MAZZOTA, 2009) 
 Posteriormente, forma-se a organização das próprias pessoas com 
deficiência, as quais levam aos órgãos públicos, federais e estaduais, suas 
verdadeiras necessidades. (MAZZOTA, 2009) 
 A Constituição Federal de 1988 tem como objetivo “promover o bem de 
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação”. - “Educação para todos” (art.3º inciso IV). 
 Em 1994, as diretrizes apontadas pelo Conselho Nacional de Educação, 
leis, decretos e resoluções instituem as ações básicas para a implementação 
das propostas de educação inclusiva. Para definição de uma política nacional 
para educação, as ações governamentais buscam estratégias efetivas, visando 
à garantia dessas ações em nível federal, estadual e municipal. (BRASIL, 
2007). 
O sistema público direciona políticas orientando-se pela inclusão, 
enquanto as instituições de ensino comprometem-se a mudar em seus projetos 
político-pedagógicos, os quais precisam dessas mudanças para incluir e não 
excluir os alunos com deficiência intelectual. (MAZZOTA, 2009) 
24 
 
Para Carvalho, (2006), aelaboração de determinada política educacional 
deve ser considerada como condição necessária para “fazer acontecer”, o que 
não se constitui em condição suficiente. 
 Segundo Voivodic (2007), a inclusão, historicamente, também está 
ligada a movimentos de pais de crianças com deficiência. As famílias dos 
deficientes colaboraram, e ainda colaboram, muito para as conquistas e direitos 
dos deficientes, e mesmo os deficientes hoje sabem seus direitos e brigam por 
eles. 
 
3 INCLUSÃO DO ALUNO DEFICIENTE INTELECTUAL 
 
 A inclusão escolar obteve avanços significativos no decorrer de sua 
história, mas ainda há a necessidade de envolvimento político, institucional e 
familiar para que esses avanços continuem ocorrendo e pensando sempre na 
criança especial, pois se está lidando com pessoas, seres únicos, que 
possuem sentimentos e expectativas. (MANTOAN, 1989) 
 
O princípio básico da inclusão escolar consiste em que as escolas 
reconheçam diversas necessidades dos alunos e a elas respondam, 
assegurando-lhes uma educação de qualidade, que lhes proporcione 
aprendizagem por meio de currículo apropriado e promova 
modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de 
recursos, dentre outros quesitos. (UNESCO apud MENDES,2002, p. 
56 ) 
 
 A inclusão é um processo que contribui para a construção de um novo 
tipo da sociedade, com transformações nos ambientes físicos, como: espaços 
internos e externos, equipamentos, aparelhos, meios de transportes, entre 
outros, e na mentalidade de todas as pessoas, porque ninguém carrega sua 
deficiência nas costas e de vez em quando descansam delas. O ser humano 
existe com suas limitações e possibilidades, sendo deficiente ou não, por isso 
a sociedade não deve pensar na ilusão de descansar também. (MANTOAN, 
1989) 
A meta da inclusão é, desde o início, não deixar ninguém fora do 
sistema escolar, que deverá adaptar-se às particularidades de todos 
os alunos[...] à medida que as práticas educacionais excludentes do 
passado vão dando espaço e oportunidade à unificação das 
modalidades de educação, regular e especial, em um sistema único 
de ensino, caminha-se em direção a uma reforma educacional mais 
ampla, em que todos os alunos começam a ter suas necessidades 
25 
 
educacionais satisfeitas dentro da educação regular (MANTOAN, 
1997,p. 56). 
 
 A família e a escola são à base de formação para um cidadão. A 
inclusão de uma criança com deficiência começa na família. 
Ainda que a relação de mãe e filho seja privilegiada, o pai e os irmãos 
também devem cumprir suas funções. Pincies e Dare (1987, p.226) comentam 
que: 
[...], quanto mais às mães permitem a participação do pai no cuidado 
do bebê, e quanto mais o pai tem prazer nisso, menos provável será 
a isolamento e a depressão da mãe, e maior será a perspectiva de 
equilíbrio na família. A atitude do “novo pai” merece atenção especial 
pelo fato de ser ele um conhecedor de seus próprios sentimentos em 
relação ao filho. 
 
Ter um clima de relação tranquilo e apoio de toda a família é a principal 
meta para a criação de uma criança. A família tem um papel crucial para que a 
inclusão aconteça, pois parte da conscientização da família, saber a 
importância de a criança com deficiência estar em uma escola de ensino 
regular. 
A família e a escola devem caminhar juntas para que a criança seja 
inserida nesse âmbito escolar. 
 Segundo o artigo 227 da Constituição Federal (1988): 
 
É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e 
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito a vida, a saúde, a 
educação, à cultura, ao lazer e a profissionalização, a liberdade, ao 
respeito, à dignidade e a convivência familiar e a comunitária, além 
de coloca-lo a salvo de toda forma de negligência, descriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
 
As crianças sem deficiência devem se sentir segura, e com as crianças 
com deficiência não é diferente, ambas precisa de amor, carinho, segurança, 
proteção, entre outras coisas. 
A inclusão é uma possibilidade que se abre para o aperfeiçoamento da 
educação escolar e para o benefício de todos os alunos, com ou sem 
deficiência. 
Toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter níveis adequados de aprendizagem, 
escolas regulares que possuem tal orientação inclusiva constitui os 
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se 
comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e 
alcançando educação para todos, além disso, tais escolas provêm 
uma educação afetiva à maioria das crianças e aprimoram a 
26 
 
eficiência em última instância o custo da eficácia de todo o sistema 
educacional. (SALAMANCA, 2000, p.134). 
 
Uma escola inclusiva é aquela que atenda as necessidades de todos os 
alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, 
emocionais, entre outras, sendo seu maior desafio envolver uma pedagogia 
focada no aluno, capaz de educar e incluir todos. 
A escola deve garantir uma inclusão com sucesso e qualidade. O aluno 
com deficiência deve se sentir acolhido, aceito, recebido pelo meio, tendo e 
trocando experiência com os outros alunos. 
 Como diz Aranha (2004, p.27): 
Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando 
estiver organizada para favorecer a cada aluno, independentemente 
da etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer outra 
situação. Um ensino significativo é aquele que garante o acesso 
conjunto sistematizado do conhecimento como recursos a serem 
mobilizados. 
 
“A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos 
alunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso de 
todos, adotando novas práticas pedagógicas.” (BRASIL, 2010, p.9). A inclusão 
não é apenas colocar alunos com deficiência dentro das unidades escolares e 
achar que isso é o suficiente. O que muito acontece, nos dias de hoje, no 
processo de inclusão, sempre há confusão entre os termos integração e 
inclusão. 
A noção de integração tem sido compreendida de diversas maneiras, 
quando aplicada à escola. Os diversos significados que lhe são 
atribuídos devem-se ao uso do termo para expressar fins diferentes, 
sejam eles pedagógicos, sociais, filosóficos e outros. O emprego do 
vocábulo é encontrado até mesmo para designar alunos agrupados 
em escolas especiais para deficientes, ou mesmo em classes 
especiais, grupos de lazer, residências para deficientes. Por tratar-se 
de um constructo histórico recente, que data dos anos 60, a 
integração sofreu a influência dos movimentos que caracterizaram e 
reconsideraram outras ideias, como as de escola, sociedade, 
educação. O número crescente de estudos referentes à integração 
escolar e o emprego generalizado do termo têm levado a muita 
confusão a respeito das ideias que cada caso encerra. (MANTOAN, 
1997, p.2,). 
A noção de inclusão não é incompatível com a de integração, porém 
instituí a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática. 
O conceito se refere à vida social e educativa e todos os alunos 
devem ser incluídos nas escolas regulares e não somente colocados 
na "corrente principal". O vocábulo integração é abandonado, uma 
vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já 
foram anteriormente excluídos; a meta primordial da inclusão é a de 
não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. 
As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema 
27 
 
educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que 
é estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma 
mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar 
somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas 
apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo,para que 
obtenham sucesso na corrente educativa geral. O impacto desta 
concepção é considerável, porque ela supõe a abolição completa dos 
serviços segregados (DORÉ et al., 1996 apud MANTOAN, 1997,p.3 ). 
Resumindo, a integração escolar, cuja metáfora é o sistema de 
cascata, é uma forma condicional de inserção em que vai depender 
do aluno, ou seja, do nível de sua capacidade de adaptação às 
opções do sistema escolar, a sua integração, seja em uma sala 
regular, uma classe especial, ou mesmo em instituições 
especializadas. Trata-se de uma alternativa em que tudo se mantém, 
nada se questiona do esquema em vigor. Já a inclusão institui a 
inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática, uma vez 
que o objetivo é incluir um aluno ou grupo de alunos que não foram 
anteriormente excluídos. A meta da inclusão é, desde o início não 
deixar ninguém fora do sistema escolar, que terá de se adaptar às 
particularidades de todos os alunos para concretizar a sua metáfora. 
(MANTOAN, 1997,p.3). 
 
 A inclusão implica uma mudança educacional, porque não se limita 
apenas aos deficientes, mas sim a todos os alunos. Sendo assim, a escola é a 
porta da inclusão, é o começo da vida social de qualquer cidadão. 
As crianças com deficiência intelectual necessitam de credibilidade, 
necessitam de que se acredite em seu aprendizado. Quando estimuladas e 
incentivadas, elas nos mostram aprendizagens e desenvolvimentos 
surpreendentes. 
Porém chega-se a um impasse, pois nada adianta a família ter a 
consciência de quão importante é matricular seu filho em uma escola regular, 
nada adianta a escola regular estar apta à inclusão, se não houver profissionais 
preparados para trabalhar com essas crianças. 
Como afirma Morin (2001,p 197), “pois para reformar a instituição temos 
de reformar as mentes”. [..]. 
Refletir sobre a inclusão do aluno deficiente no ensino regular sem 
pensar no professor e em sua formação é inevitável. Frequentemente, em 
palestras pelo Brasil, colocam-se em discussão: "Como um professor, mal 
pago, vai assumir ainda outras responsabilidades entre elas, a de ter na sala 
de aula comum, um ou mais alunos com deficiência”. (WERNECK. 1999, 
p.177). 
 Porém, nas mesmas palestras, o contra-argumento, é assim: “Será que 
remunerar melhor um professor ou qualquer outro profissional garante-se que 
28 
 
ele vá acreditar na inclusão? E que a execute? Com certeza, não!” 
(WERNECK. 1999, p..176). 
 Um professor pode ter o melhor salário, mas ainda pode não acreditar 
na possibilidade da inclusão dos alunos com deficiência no ensino regular. Por 
isso, os profissionais da educação devem ser capacitados e motivados a 
estabelecer estratégias para a inclusão do aluno com deficiência intelectual. 
O trabalho do professor, no que diz respeito ao processo de alfabetizar 
para incluir, tem encontrado alguns impasses, pois devido ao comprometimento 
cognitivo, o aluno tem limitações significativas na aquisição do conhecimento, o 
que acaba levando os professores a não acreditarem na capacidade de 
alfabetização dos alunos com deficiência intelectual, acabando apenas por 
deixar os alunos ali na sala, para dizer que estão sendo “incluído”, o que muitas 
vezes não acontece de fato. (Claudia Werneck, 1999). 
 De acordo com Boraschi (2013, p.613-614): 
 
O professor da sala de aula regular nem sempre está preparado para 
o trabalho com a criança com deficiência intelectual, fazendo das 
atividades diferenciadas tarefas para preenchimento de tempo e não 
para desenvolvimento harmônico e integral infantil. Utilizam propostas 
baseadas na repetição e na memorização em lugar de buscarem 
envolver a criança em situações de aprendizagem pautadas em 
experiências e vivências significativas. Esse modo de tratar a criança 
revela falta de crédito na capacidade de aprender do deficiente 
intelectual, ocasionando prejuízos para suas aprendizagens e seu 
desenvolvimento como ser humano. 
 
 Muitos professores se sentem despreparados para atender os alunos 
com deficiência intelectual, devido à diversidade que esses grupos apresentam 
em seu processo de apropriação do conhecimento. 
A lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, no art.63, garante no inciso 
lll: “Programas de educação continuada para profissionais de educação dos 
diversos níveis” 
Apesar do que está na lei, inúmeras falhas têm acontecido, o que tem 
causado danos significativos, impedindo os alunos de estarem realmente 
incluídos na turma regular. 
O professor, na perspectiva da educação inclusiva, não é aquele que 
ministra um ensino diversificado para alguns, mas aquele que prepara 
atividades diversas para seus alunos (com ou sem deficiência) ao 
trabalhar um mesmo conteúdo curricular. As atividades não são 
graduadas para atender a níveis diferentes de compreensão, e estão 
disponíveis na sala de aula para que os alunos as acolham 
29 
 
livremente, de acordo com o interesse que têm por elas. (BATISTA, 
2006, p. 13-14). 
 
O aluno com deficiência intelectual tem limitações impostas pela própria 
deficiência, mas isso não significa que o mesmo não tenha condições de ser 
alfabetizado e incluso, tudo ao seu ritmo e tempo, e cabe o professor ter a 
paciência de esperar e acompanhar cada avanço. 
Para que o aluno com deficiência intelectual se beneficie do ensino 
regular, começa por ele não estar somente matriculado e sim verdadeiramente 
incluso. É necessário que o professor, como mediador e condutor da 
aprendizagem na prática educacional, seja flexível, analisando e revisando seu 
plano de ensino, e sempre que for necessário, estar fazendo alterações, 
visando sempre ao desenvolvimento do aluno em todos os aspectos. 
Cabe ao professor ter total conhecimento das estratégias que utilizará, 
pois nem todos os alunos aprenderão com a mesma estratégia utilizada, ainda 
que sejam todos deficientes intelectuais. A apropriação de conhecimento 
acontece individualmente, pois cada aluno é único. 
Para que a inclusão aconteça dentro da sala de aula, precisa-se fazer 
com que o aluno esteja envolvido nas mesmas atividades que os restantes dos 
alunos. 
 Assim, pontua a Secretaria de educação- (SÃO PAULO, 2012, p. 141): 
 
• tratar o aluno de maneira natural, não adotando atitudes super 
protetoras, infantilizada ou de rejeição; 
• respeitar sua idade cronológica, oferecendo atividades 
compatíveis relacionadas ao que está sendo ensinado aos 
demais alunos; 
• incentivar autonomia na realização das atividades; 
• estabelecer objetivos, conteúdos, metodologias, avaliação e 
temporalidade de acordo com a necessidade do aluno; 
• dividir as instruções em etapas, olhando nos olhos do aluno; 
• respeitar o ritmo de aprendizagem, oferecendo desafios 
constantes; 
• repetir instruções/atividades em situações variadas, de forma 
diversificada; 
• estabelecer regras junto com o grupo de alunos procurando 
ressaltar a qualidade de cada; 
• reforçar comportamentos adequados; e 
• apresentar os espaços físicos construindo referencias que os 
torne mais familiares. 
 
 Não existe um método especifico para incluir um aluno com deficiência 
intelectual. Porém existem métodos que podem ser utilizados para contribuir na 
30 
 
aprendizagem desses alunos, como: currículo funcional, teacch, comunicação 
alternativa, flexibilização curricular e tecnologia assistiva. 
Sendo assim, faz-se necessária uma reflexão constante sobre métodos, 
estratégias, práticas e adequações curriculares que auxiliem o aluno durante 
esse processo de descobertas, pois as dificuldades estão presentes para 
serem superadas. 
Para que as pessoas com deficiência realmente pudessem ter 
participação plena e igualmente de oportunidade, seria necessário 
que não se pensasse tanto em adaptar as pessoas à sociedade e sim 
em adaptar a sociedade às pessoas. (JONSSON, 1994. p.61). 
 
A escola temum papel fundamental frente à sociedade, pois é nela que 
a vida social de todos os cidadãos começa. A escola inclusiva deve 
proporcionar aos alunos vivências do seu cotidiano ou daqueles que um dia 
farão parte de suas vidas. Também situações problemas do dia-a-dia, 
entrelaçando-as a situações de modo que se tornem significativas para o aluno. 
A escola é o primeiro lugar onde a criança com deficiência intelectual 
terá convívio com pessoas que não são de sua própria família. É por isso que a 
escola inclusiva se torna tão importante! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
CAPÍTULO III 
 
A PESQUISA 
 
 
1 METODOLOGIA 
 
 A metodologia utilizada nesse trabalho de conclusão de curso consistiu 
de um questionário entregue a onze professores da modalidade do ensino 
fundamental de uma escola municipal localizada na cidade de Pongaí-sp. 
 O questionário foi preparado com 10 questões dissertativas referentes à 
inclusão do aluno com deficiência intelectual no ensino regular. 
 Participaram dessas pesquisas apenas profissionais do sexo feminino, 
entre 22 e 59 anos, sendo que das 11(onze) professoras que responderam ao 
questionário, 9 (nove) possuem a graduação no curso de pedagogia, 2 (duas) 
têm formação profissional em nível do magistério, 5(cinco) também possuem 
outra graduação, 2(duas) possuem pós-graduação: uma na área de 
alfabetização e a outra em psicopedagogia. 
 O tempo de atuação profissional na área entre as participantes da 
pesquisa varia de 6 (seis) meses a 39 (trinta e nove) anos, sendo que das onze 
professoras, 2 (duas) já trabalharam em escolas particulares, 5 (cinco) 
trabalharam em escolas estaduais e as 11(onze) atualmente trabalham em 
uma escola municipal. 
Quadro1- Atuação profissional 
PROFESSORES IDADE TEMPO DE ATUAÇÃO 
P1 22 anos 2 anos e 6 meses 
P2 29 anos 7 anos 
P3 29 anos 4 anos e 3 meses 
P4 54 anos 15 anos 
P5 25 anos 3 anos 
P6 42 anos 8 anos 
P7 41 anos 6 meses 
P8 44 anos 23 anos 
P9 59 anos 39 anos 
P10 33 anos 7 anos 
P11 45 anos 12 anos 
 
Fonte: elaborado pelos autores, 2017. 
32 
 
Quanto ao questionário, a primeira pergunta feita aos professores foi: “O 
que é deficiência intelectual?” Obteve-se como resposta que seria um déficit, 
uma limitação, uma dificuldade em aprender, e de não conseguir compreender 
as coisas, resolver problemas, como nos depoimentos abaixo: 
 P10 “Deficiência intelectual é quando a pessoa não consegue compreender 
as coisas, resolver problemas, tem dificuldades de aprendizagem, de seguir e 
compreender regras e também dificuldades para se expressar.” 
P11 “É um déficit da inteligência”. 
P8 “É caracterizada pelo funcionamento cognitivo que não corresponde à 
média esperada, ou seja, que esteja abaixo do considerado normal.”. 
 
 
Figura 1 – Deficiência intelectual 
9%
9%
82%
É um Deficit da
inteligência.
É caracterizada pelo
funcionamento cognitivo.
É quando a pessoa não
consegue compreender as
coisas, tem dificuldade de
aprendizagem.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 
 
Deficiência intelectual, de acordo com o Decreto nº 5.296, refere-se ao 
funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com 
manifestações antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais 
áreas de habilidades adaptativas. 
Quando perguntado: “Para você o que é inclusão?” Obteve-se como 
resposta que incluir é acolher as pessoas, ter alunos com deficiência intelectual 
em uma sala regular, e também conjunto de ações que garante participação de 
todos na sociedade, independente das diferenças. 
P9 “Quando incluímos um individuo com alguma dificuldade intelectual, 
com alunos de sala regular para se integrar o seu papel na sociedade.” 
33 
 
P4 “Conjunto de ações que garante a participação de todos na 
sociedade, independente da classe social, física do gênero, entre outros 
aspectos.” 
P3 “É acolher as pessoas independentemente de cor, classe social e 
condições físicas e psicológicas.” 
 Figura 2 – Inclusão 
37%
27%
36%
É acolher as pessoas
independentemente de cor,
classe social.
Quando se inclui um
individuo com algumas
dificuldade intelectual.
Ações que garantem a
participação de todos na
sociedade, independente
das diferenças.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 
Inclusão é o acolhimento de todas as pessoas, sem exceção, no sistema 
de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e 
psicológicas. 
Mesmo tendo limitações e dificuldades as crianças com deficiência tem o 
direito de fazer parte do mesmo mundo que as outras. Ser deficiente não é 
uma escolha e sim uma realidade. 
Quando perguntado: “Você acredita que a inclusão de um aluno com 
deficiência intelectual da certo em uma sala regular?”. Obtiveram-se como 
resposta, profissionais a favor e contra a inclusão do aluno deficiente intelectual 
no ensino regular. 
P11 “Não, pois precisam de atendimento educacional especializado”. 
P5 “Sim, desde que a inclusão realmente aconteça com atendimento 
especializado e atividades adaptadas”. 
P3 “Deve-se incluir sim, pois é através do convívio com outras crianças 
que irá desenvolver e interagir com maior exceto.” 
P7 “Acredito que não, pois na sala regular já existem problemas de 
aprendizagem, seria necessário outro professor para suprir as necessidades.” 
P9 “Sim, pois ele se adapta muito bem com os outros alunos, 
interagindo socialmente, desde que seu nível de deficiência seja de grau leve e 
34 
 
que tenha uma cuidadora da área para auxiliá-lo com as atividades de seu 
nível de aprendizagem ou se interagir com atividades relacionadas à turma”. 
Figura 3 – Inclusão em sala regular. 
82%
18%
Sim, desde que a
inclusão realmente
aconteça com
atendimento
Não, pois na sala regular
já existem problemas de
aprendizagem.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 
 
A inclusão do aluno com deficiência intelectual na escola é, sem dúvida, 
um grande desafio ainda, mas no caso de se optar pelo uso exclusivo das 
salas especiais, corre-se o risco de não aproveitar totalmente o potencial 
cognitivo e social do aluno. 
Sendo assim, a escola e os profissionais da educação devem estar 
preparados e capacitados para que haja a inclusão desses alunos. 
Quando perguntado: “As turmas que têm algum aluno com deficiência 
intelectual teriam que ser menores? Por quê?”, Algumas respostas foram 
afirmativas, pois isso facilitaria o trabalho. Houve também, respostas negativas, 
porque haveria necessidade de disponibilizar um auxiliar para ajudar. Outra 
resposta foi que dependeria da quantidade de alunos com deficiência 
intelectual na mesma sala. 
P7 “Sim, pois facilita o processo de aprendizagem e daria para o 
professor ter um cuidado maior. 
P3 “Depende da quantidade de alunos com deficiência intelectual na 
turma.” 
P2 “Não, apesar de o aluno precisar de uma ajuda maior, é 
disponibilizado um auxiliar para sala”. 
 
Figura 4 – Turmas com aluno deficientes intelectuais devem ser menores. 
35 
 
73%
18%
9%
Sim, pois facilitaria o processo
de aprendizagem e daria para o
professor ter um cuidado
maior.
Não, apesar de o aluno precisar
de uma ajuda maior, é
desponibilizado um auxiliar
para sala.
Depende da quantidade de
alunos com deficiência
intelectual na turma.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 
 
 Quando se tem, em uma sala regular algum aluno com deficiência, as 
turmas devem sim, ser, menores, já que isso facilita o trabalho do professor, 
pois o mesmo deve saber tudo o que acontece com seu aluno. Por isso o 
profissional deve estar preparado e confiante para assim estar atendendo as 
dificuldades do aluno e superando-asdia após dia, atingindo, portanto os 
objetivos do ensino. 
 Quando perguntado “Como ocorre o trabalho com alunos com 
deficiência intelectual na sala regular?” As respostas foram: a necessidade de 
que sejam desenvolvidas diferentes estratégias e atividades paralelas. 
Algumas professoras responderam que o trabalho é realizado normalmente, 
apenas com uma atenção maior aos alunos com deficiência. Outra professora 
respondeu que depende da escola e de cada professor. 
 P10 “É necessário que sejam desenvolvidas diferentes estratégias de 
ensino aprendizagem de forma a proporcionar ao aluno melhor interação, 
participação e desenvolvimento deste nas atividades propostas, possibilitando-
lhes o acesso ao conhecimento.” 
 P2 “Depende de cada professor e escola! Eu costumo trabalhar igual, 
mas dando uma atenção maior e, se necessário, faço um caderno de tarefa 
diferente”. 
 P9 “Ocorre de maneira normal, mas com atenção maior a eles”. 
 
 Figura 5 – Trabalho em sala regular com deficiência intelectual. 
36 
 
60%20%
10%
10%
Com diferentes estratégias
de ensino aprendizagem de
forma a proporcionar ao
aluno melhor interação.
Ocorre de maneira normal,
mas com atenção maior à
eles.
Depende de cada professor e
escola.
Não Respondeu.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 
 
 O professor é o mediador e condutor da aprendizagem na sala de aula, 
sendo assim, cabe a ele ter conhecimento das estratégias, ser flexível, analisar 
e revisar o plano de ensino e, sempre que necessário fazer alterações, visando 
ao desenvolvimento do aluno. Portanto o trabalho deve ser feito de maneira 
que o aluno obtenha avanços significativos. 
 Quando perguntado: “O aluno com deficiência intelectual realiza as 
mesmas atividades que os demais alunos?”, Algumas respostas foram que sim, 
porém de acordo com as limitações. Também teve-se como resposta que não, 
que os alunos com deficiência intelectual realizam atividades adaptadas, mas 
com o mesmo objetivo que os demais alunos. Outra resposta foi que, na 
maioria das vezes sim, apesar de muitas vezes se necessário interferir ou fazer 
adaptações. 
 P10 “Sim, porém de acordo com suas limitações.” 
 P1 “Não, atividades adaptadas ao o aluno, mas com o mesmo objetivo 
de toda a sala” 
 P6 “Em sua maioria sim, mas muitas vezes devemos interferir ou fazer 
adaptações.” 
 
Figura 6- Alunos com deficiência intelectual realizam a mesmas atividades na 
sala regular. 
37 
 
36%
46%
18%
Sim, porém de acordo
com suas limitações.
Não, atividade adaptada
ao aluno, mas com o
mesmo objetivo de toda
sala.
Em sua maioria sim, mas,
muitas vezes, deve-se
interferir, ai fazendo
adaptações.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017 
 
 A utilização de materiais adaptados para a aprendizagem dos alunos 
com deficiência intelectual, constituiu-se de uma ferramenta importante, pois 
visa a facilitar o processo de ensino aprendizagem dos alunos. 
 Assim, para que o aluno se desenvolva, é necessário que o mesmo 
esteja envolvido nas mesmas atividades que o restante da turma, mesmo que 
seja com a utilização de material adaptado, porém com o intuito de atingir o 
mesmo objetivo. 
 Quando perguntado: “Você acredita que alunos com deficiência 
intelectual podem adquirir uma aprendizagem igual aos outros alunos? 
Justifique.”. Varias foram às respostas: esses alunos podem sim, ter uma 
grande evolução dependendo de cada indivíduo. Também, sim, porém com 
maiores intervenções do professor, utilizando estratégias diversificadas. Houve 
uma resposta negativa, porque segundo a professora a aprendizagem desse 
aluno é limitada. 
 P6 “Eles podem ter uma grande evolução, mas nada impede que seja 
igual, depende de cada indivíduo.” 
 P3 “Sim, pode, mas com maior intervenção do professor e estratégias 
diversificadas para sanar suas necessidades.” 
 P9 “Não, sua aprendizagem é limitada, ele aprenderá por partes de 
acordo com o seu tempo.” 
38 
 
Figura 7 – Alunos com deficiência intelectual podem adquirir uma boa 
aprendizagem 
50%
10%
40%
Sim, pode mas com maior
intervenção do profesor.
Não, sua aprendizagem é
limitada de aprender por
partes, de acordo com o
seu tempo.
Eles podem ter uma
grande evolução, mas
nada impede que ele seja
igual, depende de cada
Fonte: Elaborado pelas autoras,2017 
 
 Independentemente de qualquer coisa, toda criança tem direito 
fundamental à educação de qualidade, e deve ser-lhe dada a oportunidade de 
atingir uma boa aprendizagem. 
 Alunos com deficiência intelectual podem atingir uma aprendizagem 
igual aos demais alunos, se a dedicação e o tempo forem maiores. Toda 
criança pode atingir suas metas, só depende da estimulação que recebe da 
escola, dos professores e da família. Alunos com deficiência intelectual 
precisam de carinho e compreensão. 
 Quando perguntado: “Alunos deficientes intelectuais atrapalham o 
rendimento do restante da sala de aula regular? Como.?” Obtiveram-se como 
respostas que depende do nível da deficiência intelectual. Apenas uma 
resposta foi afirmativa, dita que devido à atenção maior que o professor tem 
que disponibilizar para esse aluno, acaba por não conseguir ajudar os outros. 
As demais respostas foram que não atrapalham, pois a interação acontece de 
forma natural. 
 P7 “Sim, devido a atenção e cuidado maior que o professor precisa ter, 
as vezes no intuito de ajudar esse aluno, consequentemente não consegue 
ajudar os outros, por conta do desconhecimento de lidar com essa situação”. 
 P9 “Depende do nível de deficiência intelectual. Se for muito acentuada, 
prejudica a classe, pois não se concentram e tumultua o interesse dos outros 
39 
 
alunos, mesmo com a monitora. Então deve ser encaminhado a uma instituição 
adequada ao nível dele.” 
 P6 “Não acredito, pois em sua maioria, há uma interação com os 
demais, é de uma forma natural e afetuosa.” 
 
Figura 8 – Alunos com deficiência intelectual atrapalham uma sala regular 
9%
73%
18%
Sim, devido á atenção e
cuidado maior que o,
professor precisa ter as
vezes, no intuito de
ajudar esse aluno.
Não acredito pois, em
sua maioria há uma
interação com os
demais.
Depende do nível de
deficiência intelectual.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras,2017 
 
 A convivência que o aluno com deficiência intelectual tem com o restante 
dos alunos é crucial para o seu desenvolvimento e, também ,dos demais, pois 
todos aprendem a compreender e aceitar as diferenças. Desta forma, desde a 
chegada do aluno deficiente, o professor deve explicar para a turma de uma 
forma sucinta, que o novo aluno necessita de uma atenção maior, porém que 
todos aprenderão juntos. 
 A formação dos professores não será para prepará-los para a 
diversidade, mas para a inclusão, uma vez que as diferenças não são 
incapacidades ou doenças. 
 Mesmo que o aluno com deficiência intelectual necessite de uma 
atenção maior, o docente deve saber ministrar sua aula, de forma a não deixar 
nenhum aluno sem atendimento. 
 Quando perguntado: “Você tem alunos com deficiência intelectual ou já 
teve?.” A maioria das respostas foram positivas: que já tiveram ou que ainda 
têm. Porém uma resposta apresentada foi que mesmo tendo o aluno incluso na 
sala regular, afirmou-se a favor da sala especial. Outra resposta foi que o aluno 
40 
 
era deficiente intelectual, porém sem laudo. Outras três respostas foram 
negativas, ou seja, não têm e nunca tiveram alunos deficientes intelectuais. 
 P11 “Sim, e sou a favor da ‘sala especial’ que, infelizmente, é tida como 
um saco de problemas.” 
 P10 “Eu já tive sem laudo, e hoje também tenho.” 
 Figura 9 – Já teve ou tem alunos com deficiência intelectual? 
73%
27%
Sim, e sou a favor da sala
especial que infelizmente é,
tida como um saco de
problemas.
Não.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017. 
 
 Dianteda resposta da questão número 9, percebe-se que mesmo com a 
inclusão do aluno no ensino regular, ainda assim há referência, por parte de 
uma das docentes, à permanência da criança em uma sala especial. 
 A sala especial priva a convivência do aluno deficiente com outros 
alunos que não tenham nenhuma deficiência. Ao incluir uma criança deficiente 
intelectual, ou com outra deficiência, no ensino regular, é mais um paradigma 
quebrado diante de uma sociedade preconceituosa. 
 Quando perguntado “Qual é o seu olhar para o quesito de incluir alunos 
com deficiência intelectual em uma sala de ensino regular?.”, Obtiveram-se 
como respostas: a favor da inclusão, mas cada uma com suas particularidades 
nas respostas, dizendo ser a favor de qualquer tipo de inclusão. Outras que é 
trabalhar com as diferenças; que a inclusão e necessária, porém existem dois 
problemas; que deve haver a inclusão, porém tendo auxílio no trabalho. 
Também houve uma resposta contra a inclusão do aluno deficiente intelectual 
no ensino regular. 
 P10 “Sou a favor de qualquer tipo de inclusão, desde que tenha suporte 
da escola, família e outros profissionais... E um trabalho que exige mais 
41 
 
atenção, paciência, carinho, dedicação, estudo. Tem-se que saber lidar com 
os alunos para que não haja diferenças, discriminação. É muito trabalhoso, 
porém pegar um aluno que não sabe nada e fazer parte da sua evolução é 
100% satisfatório.” 
 P7 “Acredito que seja necessário a inclusão, porém existem dois 
problemas, um deles é até que ponto esse aluno teria potencial cognitivo para 
acompanhar a turma e o segundo e mais importante, os professores estariam 
capacitados para atender as necessidades desses alunos sem prejudicar os 
outros. É preciso pensar na inclusão e também na dificuldades que poderiam 
surgir.” 
 P11 “Eu acho um absurdo, pois é tudo, menos inclusão. Sou a favor da 
A.E.Especializado.” 
Figura 10- O olhar para a inclusão do aluno deficiente intelectual na sala 
regular 
 
82%
9%
9%
Sou a favor de
qualquer tipo de
inclusão,desde que
tenha suporte da
escola,familia, outros
Acredito que seja
necessária a inclusão,
porém existem dois
problemas...
Eu acho um absurdo,
pois é tudo, menos
inclusão.
 
Fonte: Elaborado pelas autoras,2017 
 De acordo com as respostas da última questão, os docentes dessa 
escola acreditam na inclusão de alunos com deficiência intelectual no ensino 
regular. Alguns citam dificuldades encontradas, porém podem ser superadas. 
 Ao rever a única resposta que, definitivamente, não aceita a inclusão, 
percebeu-se ser uma afirmação assustadora, já que a forma como este 
docente se manifestou, dizendo que incluir um aluno deficiente intelectual no 
ensino regular é tudo, menos inclusão. Isso é sem dúvida a prova de que a 
inclusão começa no interior de cada um e, subsequente, de que deve 
42 
 
realmente ser capacitado para atender esses alunos que, diariamente, estão 
sendo cada vez mais incluídos no ensino regular. 
 
 
 
 
43 
 
CONCLUSÃO 
 
Vive-se em uma sociedade individualista, onde as pessoas se 
preocupam com elas e muito pouco com os demais. A inclusão é o contrário 
disso, é o cuidar do próximo, colocar no lugar dele, compartilhar dificuldades e 
os avanços. 
A inclusão de crianças com deficiência intelectual em salas da rede 
regular de ensino tem provocado muito receio nos professores, por tratar-se de 
uma deficiência defasada na capacidade cognitiva da criança. Este é o ponto 
em que a escola vai atuar para o seu desenvolvimento. 
A inclusão se realiza na prática e não na preocupação do sistema de 
ensino, em que o aluno precisa cumprir uma meta de aprendizado. O professor 
não deve estar preocupado em apenas cumprir o programa, mais sim em se 
empenhar para que de fato, seus alunos alcancem um desenvolvimento 
satisfatório. Quando o profissional da educação se preocupa em cumprir o 
sistema, está se enquadrando em um modelo tradicional de ensino, em que os 
alunos são um depósito de conhecimento. O professor deve se aprimorar em 
seus conhecimentos e nas práticas de ensino, para que consiga atender as 
necessidades de todos os alunos e deve sempre apoiado pela escola. 
Porém não se devem responsabilizar somente os professores pela 
insuficiência de aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual, apenas 
mostrar a falta de capacitação esta que não lhes é oferecida. 
A família é um instrumento muito importante na vida dessas crianças, a 
aceitação e a rápida procura de apoio, ajudam no desenvolvimento delas, 
ainda mais se for em uma escola inclusiva, onde realmente ocorra a verdadeira 
inclusão, e não apenas a inserção. Por isso, família e escola devem andar 
sempre juntas, todos com os mesmos objetivos, que é aceitar, conviver com as 
diferenças de forma natural e, o principal, amar essas crianças. 
 Os alunos deficientes que são também filhos, não podem se sentir 
inferiores aos demais, pois ser deficiente não é uma escolha deles e nem da 
família, é apenas uma fatalidade, que pode ser recompensada com muito 
carinho e cuidado. 
 Conclui-se que, incluir é um ato de amor, independentemente de qual 
seja o tipo de inclusão. Aceitar as diferenças, valorizar as diferenças, aprender 
44 
 
com as diferenças é o que faz o individuo crescer. O mundo é feito de 
diferenças, porque o normal é ser diferente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
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