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URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim BIOQUÍMICA E (20-323) Patologias relacionadas ao metabolismo de aminoácidos Prof. Alexandre Umpierrez Amaral alexandreamaral@uricer.edu.br Data: 30/05/2018 o Acidemias orgânicas o Aminoacidopatias o Defeitos do ciclo da ureia o Defeitos da oxidação de ácidos graxos o Doenças do metabolismo de carboidratos o Doenças lisossomais o Doenças peroxissomais o Outros c CLASSIFICAÇÃO Erros inatos do metabolismo (EIM) Erros Inatos do Metabolismo de Aminoácidos 1. Características Gerais: Ø Desordens genéticas que afetam o metabolismo de aminoácidos Ø Presença de concentrações elevadas de aminoácidos e/ou metabólitos característicos nos líquidos biológicos (plasma, líquor e urina) dos pacientes afetados Ø Efeitos deletérios em diversos tecidos envolvendo diversos mecanismos fisiopatológicos Ø Sintomatologia neurológica importante Ø Distúrbios comuns em infantes “gravemente doentes” 2. Aspectos clínicos e laboratoriais comuns Ø Manifestações clínicas: regressão neurológica, convulsões, coma, hipotonia, hipertonia, irritabilidade, tremores, atraso no desenvolvimento psicomotor, retardo mental Ø Agravamento dos sintomas após crises metabólicas (febre, infecções, vacinações, cirurgias, jejum) Ø Manifestações laboratoriais: cheiro peculiar na urina e/ou suor, cetose, cetonúria, acidose metabólica, baixos níveis de bicarbonato, hiperamonemia, hipo/hiperglicemia, acidose láctica Ø Achados neuropatológicos: alterações de substância branca (mielina), atrofia cerebral, megaencefalia 3. Diagnóstico Ø Apresentação clínica e laboratorial (auxiliar) Ø Detecção de aminoácidos e/ou metabólitos característicos aumentados nos líquidos biológicos dos pacientes (métodos cromatográficos e espectrométricos) Ø Determinação de atividades enzimáticas (cultura de fibroblastos por exemplo) Ø Análise molecular da mutação 4. Tratamento Ø Restrição dietética Ø Dietas hipercalóricas e suplementação com vitaminas (cofatores enzimáticos) auxiliam na prevenção de crises catabólicas INESPECÍFICO FENILCETONÚRIA (PKU) CAUSAS: 1. Devido a deficiência da fenilalanina hidroxilase (PAH) (PKU clássica) § Erro inato do metabolismo da fenilalanina: associado a elevação nos níveis de fenilalanina e metabólitos relacionados nos tecidos e líquidos biológicos dos indivíduos afetados § Mais frequente causa de retardo mental devido a erros inatos do metabolismo § Frequência: 1:12.000 FENILCETONÚRIA CLÁSSICA (PKU) CONSEQÜÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA ENZIMÁTICA tirosinase FENILCETONÚRIA (PKU) Diminuição dos níveis de catecolaminas (dopamina e norepinefrina) e melanina no SNC CONSEQÜÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA ENZIMÁTICA Ø ↑ fenilalanina impede entrada de triptofano no SNC (competição pelo transportador) FENILCETONÚRIA (PKU) FENILCETONÚRIA (PKU) CONSEQÜÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA ENZIMÁTICA Ø níveis aumentados de fenil- lactato, fenilpiruvato e fenilacetato estão envolvidos com diversos efeitos deletérios no SNC (distúrbios no metabolismo energético e estresse oxidativo) Variação no número de marcadores analisados; Prevalência relativamente alta da doença; Baixo custo; Pequeno tamanho da amostra; Diagnóstico rápido (antes de complicações maiores); Não ser excessivamente rara. TESTE DO PEZINHO Deficiências do Ciclo da Uréia Síndrome HHH Citosol arginase Bicarbonato ornitina ornitina carbamil fosfato sintetase I carbamil fosfato ornitina transcarbamilase citrulina citrulina argininosuccinato sintetase argininosuccinase fumarato argininosuccinato aspartato uréia urina arginina mitocôndria HIPERAMONEMIA CONCEITO Condição causada por EIM associados a deficiências enzimáticas no ciclo da ureia FUNÇÕES DO CICLO DA URÉIA Manter o suprimento de arginina Retirar excesso de nitrogênio circulante na forma de ureia QUADRO CLÍNICO Vômitos Sonolência Convulsões Lesões no SNC (edema, lesões na substância branca) Coma após dieta hiperprotéica Morte Deficiências do Ciclo da Uréia Hiperamonemia DOENÇA DA URINA DO XAROPE DO BORDO (MSUD) 1. Bloqueio na descarboxilação oxidativa dos aminoácidos de cadeia ramificada leucina, isoleucina e valina (complexo desidrogenase dos α-cetoácidos); 2. Urina com odor de açúcar queimado; 3. Geralmente causa retardo mental; 4. Mortalidade elevada por cetose metabólica; 5. Acúmulo de toxinas (Aa, α-cetoácidos, hidroxiácidos) com efeitos deletérios sobre o SNC. MSUD Glicina Serina Complexo enzimático ↑ Glicina plasmática; Doença geralmente devastadora para os pacientes; Morte precoce ou baixa qualidade de vida nos sobreviventes (apnéia, retardo mental, convulsões, irritabilidade); A provável causa da disfunção no sistema nervoso central pode residir na ação da glicina na neurotransmissão sináptica; HIPERGLICINEMIA ACIDEMIA PROPIÔNICA E METILMALÔNICA Valina Isoleucina Metionina Treonina Ácidos graxos de cadeia ímpar Ácido Metilmalônico Ciclo de Krebs Ácido Propiônico Biotina ATP Mg2+ Propionil-CoA D-Metilmalonil-CoA L-Metilmalonil-CoA Succinil-CoA Propionil-CoA carboxilase Metilmalonil-CoA racemase Metilmalonil-CoA mutase Adenosilcobalamina • Acidose, hiperamonemia, cetonúria → edema e dano cerebral. • Hiperamonemia devida à inibição da carbamoil fosfato sintetase I por ácidos graxos de cadeia curta e ésteres de CoA. • Tratamento: dieta com restrição desses aminoácidos e evitar o jejum. Ø Goodman et al, 1975 Ø EIM da lisina, hidroxilisina e triptofano Ø Deficiência da atividade da enzima mitocondrial glutaril-CoA desidrogenase (GCDH) Ø Incidência estimada 1: 30.000-100.000 nascidos vivos (Goodman e Frerman, 2001; Kölker et al., 2004) podendo atingir 1: 300 em comunidades “fechadas” (Greenberg et al., 1995; Biery et al., 1996; Kölker et al., 2006) Ø Sintomatologia neurológica (lesão cortical crônica e estriatal aguda) Acidemia Glutárica Tipo I (GA I) Hidroxilisina Ácido 2-aminoadípico Ácido 2-cetoadípico Glutaril-CoA Glutaconil-CoA Crotonil-CoA Acetil-CoA Lisina Triptofano Ácido glutárico (GA) (0,5-5 mM) Ácido glutacônico Ácido 3-hidroxiglutárico (3-OHGA) (40-200 µM) 3-Hidroxiglutaril-CoA GCDH GCDH Glutarilcarnitina Deficiência da enzima glutaril-CoA desidrogenase (GCDH) Bibliografia • Nelson, D.L., Cox, M.M. Lehninger, Princípios de Bioquímica (5ª edição, 2011). • Harvey, R.A., Ferrier, D.R. Bioquímica ilustrada (5ª edição, 2012). • Devlin, T.M. (Coord.). Manual de bioquímica com correlações clínicas (7ª edição, 2012).
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