Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE – IMS CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA – CAT ANA MARQUES BOTELHO ESTUDO DE CASO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Vitória da Conquista 2017 ANA MARQUES BOTELHO ESTUDO DE CASO – ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Estudo de caso apresentado ao curso de graduação em Nutrição do Instituto Multidisciplinar em Saúde – Campus Anísio Teixeira da Universidade Federal da Bahia, para aprovação curricular no estágio supervisionado em Nutrição Clínica. Prof.ª Erlânia Freitas Prof.ª Grazielle Prates Prof.ª Luiz Gustavo Prof.: Matheus Cortes Prof.: Pâmela Correia Vitória da Conquista 2017 SUMÁRIO 1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 5 1.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO 5 1.2 HISTÓRICO DA DOENÇA ATUAL 5 1.3 ANTECEDENTES CLÍNICOS 5 1.4 ANTECEDENTES FAMILIARES 5 1.5 HISTÓRICO SOCIAL 6 1.6 MEDICAMENTOS 6 2 FISIOPATOLOGIA 10 2.1 SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ 10 2.2 DIABETES MELLITUS TIPO 2 11 2.3 ÚLCERAS DE PRESSÃO 11 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 13 3.1 AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL 13 3.2 EXAME FÍSICO 13 3.3 EXAMES BIOQUÍMICOS 13 3.4 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA 16 3.4.1 PRIMEIRA REAVALIAÇÃO 16 3.4.2 SEGUNDA REAVALIAÇÃO 18 3.5 ANAMNESE ALIMENTAR 20 3.6 DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL 20 4 PLANEJAMENTO DIETOTERÁPICO 21 4.1 OBJETIVOS DO CUIDADO NUTRICIONAL 21 4.1.1 Objetivo geral 21 4.1.2 Objetivos específicos 21 4.2 REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS 21 4.3 PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL 23 5 ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL 25 6 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL E CLÍNICA 27 6.1 REAVALIAÇÃO (20/03/2017) 27 6.2 REAVALIAÇÃO (29/03/2017) 27 6.1 VISITAS DIÁRIAS 28 7 CONCLUSÃO 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31 ANEXOS 31 23 1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE A.S.T, sexo masculino, branco, 47 anos, casado, autônomo, grau de escolaridade – ensino médio completo, brasileiro, natural de Rio de Janeiro – RJ, atualmente reside no bairro Divino Espírito Santo - Condeúba / BA. Admitido primeiramente na UTI 2 do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) no dia 21 de fevereiro de 2017 e, tendo alta da UTI, admitido posteriormente na Clínica Médica do mesmo hospital no dia 20 de março de 2017, sendo acompanhado até dia 3 de abril do mesmo ano, quando teve alta hospitalar. 1.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO Síndrome de Gullain-Barré com paralisia flácida de progressão. Portador de Diabetes Mellitus tipo 2. Apresenta úlcera de pressão nas costas. 1.2 HISTÓRICO DA DOENÇA ATUAL Paciente admitido no dia 21 de fevereiro de 2017, UTI 2 do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), trazido pelo SAMU 192, com intensa dor em região dorsal irradiada da coluna lombar para a coluna cervical, associada à tetraplegia e desconforto respiratório, sendo necessário o uso de O2 suplementar com máscara de alto fluxo. Na situação se apresentava com nível de consciência preservado, afebril, com diurese e dejeções presentes, negando trauma febre e qualquer quadro infeccioso anterior, aguardando a avaliação do neurologista, com diagnóstico de Síndrome de Gullain-Barré. 1.3 ANTECEDENTES CLÍNICOS O histórico patológico se iniciou 2 dias antes do internamento: o paciente começou a apresentar formigamento e fraqueza muscular iniciada nas pernas com progressão ascendente. Na noite do dia 20 de fevereiro, quando já apresentava paralisia dos membros inferiores e superiores, o paciente foi levado pela esposa à emergência do Hospital do município de Condeúba – BA e de lá foi encaminhado para a UTI do Hospital Geral de Vitória da Conquista onde foi admitido no dia 21 de fevereiro. 1.4 ANTECEDENTES FAMILIARES Paciente relata que as condições de saúde dos seus pais era relativamente boa e que eles morreram de velhice. Sua mãe era hipertensa e seu pai não apresentava nenhuma doença crônica. Relata ainda que por não ter mais convívio ativo com seus familiares, desconhece as condições de saúde dos mesmos. 1.5 HISTÓRICO SOCIAL Paciente atualmente reside com a esposa e um filho no município de Condeúba – BA. O paciente é o responsável por toda a renda da casa que não é fixa por ele ser um profissional autônomo, variando entre 1 a 2 salários mínimos por mês, com um total de 3 pessoas dependendo dessa renda mensal. 1.6 MEDICAMENTOS Medicamentos Período de administração Março Abril 21 22 23 24 25 26 27 28 29 01 02 01 02 03 04 Soro fisiológico 500ml X X X X X X X X X X X X X X X Insulina NPH 30 UI pela manhã e 15 à noite X X X X X X X X X X X X X X X O2 à 10ml (VENTUNE) X X X X X X X Clexane 40mg 1x dia X Dipirona 2ml de 6/6h se dor ou febre X X X X X X X X X X X X X X X Vonau, 2mg X Rivotril, 2mg X X X X X Omeprazol 1 ampola EV 1xdia X X X X X X X X X X X X X X X Plasil 1 ampola 8/8HS Dil. S/N X X X X X X X X X X X X X X Flitienema retal X X Medicamentos Indicação* Efeitos colaterais Interação droga – nutriente Variáveis de Monitoramento Soro Fisiológico 1500ml Utilizado para o restabelecimento de fluido e eletrólitos. A solução também é utilizada como repositora de água e eletrólitos em caso de alcalose metabólica de grau moderado, em carência de sódio e como diluente para medicamentos. A utilização de forma inadequada pode causar reações adversas que incluem resposta febril, infecção no ponte de injeção, trombose venosa ou flebite estendida no local de injeção, extravasamento e hipervolemia. Não foi encontrado interações descritas na literatura - Omeprazol (01 ampola) Anti-ulceroso; Tratamento de esofagite de refluxo; Tratamento de pacientes que apresentam risco de aspiração de conteúdo gástrico durante anestesia geral (profilaxia de aspiração ácida). Agitação; alteração do paladar; alucinação; angioedema; coceira; confusão mental; constipação intestinal; contratura muscular; cor amarelada na pele ou nos olhos; depressão; diarréia; dor abdominal; dor articular; dor de cabeça; dor muscular; erupção na pele; estreitamento dos brônquios; febre; fraqueza muscular; gases; hepatite; hipersensibilidade à luz; insônia; náusea; perda de sensibilidade nos dedos dos pés ou das mãos; queda de cabelos; sonolência; sudorese; tonturas; tosse; visão borrada; vômito. Redução na absorção de ferro. Queixas, função hepática e controle da hemoglobina e ferritina. Plasil (01 ampola) Distúrbios da motilidade gastrintestinal e - náuseas e vômitos de origem central e periférica (cirurgias, doenças metabólicas e infecciosas, secundárias a medicamentos). Boca seca; aumento do tempo do esvaziamento gástrico; náusea; diarreia; obstipação. Inquietação; tontura; fadiga; insônia; cefaléia; alterações visuais; galactorréia; edema transitório. Aumento de prolactina; aumento de aldosterona transitório. Medicamentos Indicação* Efeitos colaterais Interação droga – nutriente Variáveis de monitoramento Dipirona (01 ampola) Analgésico e antitérmico Raramente pode causar reações anafiláticas/anafilactoides que, em casos muito raros, podem se tornar graves e com risco de vida. Ocasionalmente reação hipotensiva isolada Não há interações comprovadas FALTA Clexane 40mg Anticoagulante Dor abdominal, sangramento GI, obstipação, fezes escuras, náuseas, vômitos Diminuição de absorção digestiva de vitamina K Concentrações plasmáticas de Vitamina K. tempo de coagulação pela trombina e pré-trombina. Hidantal 100mg Crises convulsivas durante ou após neurocirurgia; crises tônico-clônicas generalizadas e crise parcial complexa (lobo psicomotor e temporal); estado de mal epiléptico. Hiperplasia de gengiva, alterações no paladar, disfagia, náuseas, vomito, obstipação; letargia; sonolência; vertigem; sedação; dor de cabeça. Precaução: Álcool, não usar na lactação, diabetes: ↑glicemia. Realizar cuidados dentários cautelosamente. Não suplementar com ácido fólico e dieta equilibrada em piroxidina (vitamina B6). Iniciar c/1m/dia de folato c/fenitoína. Podenecessitar de suplemento de vit D e/ou tiamina. Suplementos de Ca, Mg ou antiácidos podem ↓abs: tomar separadamente por 2h Flete enema 15 mg Indicado como laxante no alivio da prisão de ventre Reação muito rara (menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): irritação da pele próxima à região do reto, queimação, coceira, dor ou sangramento retal. Interrompa o uso deste medicamento e informe seu médico se você tiver sangramento retal ou se você não conseguir evacuar após aplicação da solução retal. - - 2 FISIOPATOLOGIA 2.1 SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ De acordo com Lastra e Heredero (2002), a síndrome de Guillain-Barré é uma neuropatia aguda de origem autoimune e rápida progressão. É atualmente a causa mais freqüente de paralisia flácida aguda em todo o mundo e constitui uma das emergências graves em neurologia (NOBUHIRO, 2012). O sistema nervoso, em geral, controla as atividades rápidas do corpo como eventos viscerais, secreção de glândulas e também contrações musculares (GUYTON, 1998, p.325). O principal aspecto patológico da síndrome de Guillain Barré é a destruição da bainha de mielina mediada por anticorpos autoimunes, impedindo a transmissão normal dos impulsos elétricos ao longo das raízes nervosas sensoriomotoras, levando a um acometimento da contração muscular com consequente paralisia. Esta desmielinização leva a um quadro de inflamação e alterações degenerativas nas raízes nervosas posteriores (sensoriais) e anteriores (motoras) (SOUZA, et al, 2007). A destruição da bainha de mielina mediada por anticorpos autoimunes está relacionada a uma resposta imunológica que o organismo realiza em função de agentes infecciosos presentes no organismo (Montero e Carranza, 2002). Lastra e Heredero (2002) citam como enfermidades importantes associadas ao desenvolvimento desta síndrome a infecção do trato respiratório superior, infecções gastrointestinais; enfermidade diarréica aguda ocasionada por Campylobacter jejuni; enfermidades infecciosas virais principalmente as causadas por citomegalovírus, vírus do Herpes, da hepatite A e B e vírus da AIDS; vacina antirrábica e câncer Foram reportados alguns casos da síndrome decorrentes associados com infecção pelo Zica vírus, entre eles, um caso no rio de Janeiro (BRASIL, P. et al., 2016) e na Polinésia Francesa, onde, no período de outubro de 2013 à abril de 2014, no Centre Hospitalier de Polynésie Française, 98% dos pacientes que desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré apresentaram IgM ou IgG para Zica Vírus (CAO-LORMEAU, 2016). Segundo Campellone (2004), as manifestações da doença progridem rapidamente (com evolução que pode ocorrer dentro de 24 a 72 horas) causando fraqueza muscular que tem início nas pernas e estende-se posteriormente para os braços (paralisia ascendente), evoluindo para paralisia de todo o corpo. Também se observam como sintomas típicos alterações como diminuição da sensibilidade, dor muscular, visão confusa, dificuldade de movimentação dos músculos da face, palpitação e contração muscular, dificuldade de deglutição, dificuldade respiratória, ausência temporária do movimento respiratório, incapacidade de realização do movimento respiratório e desmaio. Apesar de grave, apresenta um bom prognóstico, com cerca de 95% dos casos se recuperando por completo e 2 a 5% evoluindo para óbito, não havendo, no entanto, perspectivas de recuperação após dois anos de evolução da patologia. (BENETI, 2006) Segundo Tavares et al. (2000), a SGB é uma patologia que ocorre em todo mundo, em qualquer época do ano, afetando adultos e crianças, homens e mulheres, independente da classe social e hábitos de vida, parecendo ser mais freqüente com o avançar da idade e mais comum nos homens, com incidência anual na América do Norte de 02 a 04 casos por 100.000 habitantes, apresentando padrões epidemiológicos semelhantes no mundo todo. Segundo Brunner e Studarth2, a síndrome de Guillain Barré é considerada uma emergência médica e pode ser fatal quando relacionada à dificuldade na deglutição, condição que pode levar à broncoaspiração, à desregulação autônoma e, principalmente, ao potencial de falência respiratória. Oxford Academic PubMed Google Scholar 2.222222222342.2 DIABETES MELLITUS TIPO 2 O diabetes tipo 2 é uma doença metabólica causada pela diminuição da sensibilidade dos tecidos à insulina, sendo descrita como resistência à insulina. caracterizada por uma diminuição da secreção pancreática de insulina e também , resultando em hiperglicemia e glicotoxicidade (MARCONDES, 2003). 2.3 ÚLCERAS DE PRESSÃO Úlcera de pressão é definida como qualquer lesão causada por uma pressão não aliviada que pode resultar em morte tecidual frequentemente localizada na região das proeminências ósseas (CARDOSO, 2004). Os fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras por pressão são todos aqueles que levam o indivíduo a períodos prolongados de isquemia induzida por pressão, e que reduzem a capacidade de recuperação tecidual da lesão isquêmica, como por exemplo, o diabetes (WADA, 2010). 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Segundo a anamnese: Paciente do sexo masculino, com diagnóstico de paralisia flácida devido à Síndrome de Guillain-Barré. O paciente é portador de diabetes mellitus tipo 2 e apresenta úlcera de pressão nas costas. Vem cursando com falta de ar e muita secreção no pulmão. Diurese e dejeções presentes. Presença de disfagia. Ausência de alergias e intolerâncias alimentares. Paciente apresenta sobrepeso. Segue sob nível de assistência terciário. 3.1 AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL A avaliação Subjetiva Global (ASG) foi aplicada no dia da admissão do paciente (20/03/17). O paciente foi classificado com nível de assistência terciário (ANEXO A). 3.2 EXAME FÍSICO O primeiro exame físico foi realizado no dia 27 de janeiro de 2017, no momento da admissão na clínica médica. Durante o exame, o paciente se encontrava acordado, orientado, acamado, sem conseguir movimentar o corpo devido ao quadro de paralisia flácida da doença. Apresentou edema de mãos, sem demais alterações nos parâmetros avaliados. Apresentou dejeções pastosas, decorrentes da dieta enteral ofertada e urina concentrada indicando falta de hidratação. 3.3 EXAMES BIOQUÍMICOS HEMOGRAMA Valor Encontrado 12/03/2017 Valor Encontrado 22/03/2017 Valor encontrado 24/03 Valor Encontrado 26/03/2017 Valor Encontrado 28/03/2017 Valor de Referência SÉRIE VERMELHA Eritrócitos 3.7 3,5 3,7 3,8 3,7 4,5 a 5,9 Hemoglobina 10,7 9,9 10,7 11,2 10,7 13,5 a 17,5 em g/dL Hematócrito 33,5 31,5 34,5 34,3 34,5 41,0 a 53,0 em % VCM 90,5 90,0 93,2 90,3 93,2 80 a 100 em u³ HCM 28,9 28,3 28,9 29,5 28,9 26,0 a 34,0 em uug CHCM 31,9 31,4 31,0 32,7 31,0 31,0 a 36,0 em % RDW 13,7 14,6 15,4 14,5 15,4 11 a 15 em % SÉRIE BRANCA % mm³ % mm³ % mm³ % mm³ % mm³ % mm³ Leucócitos - 9219 - 11.530 - 12.640 - 11.190 - 11.570 4000 a 10.000 Neutrófilos 81 7.467 72,0 8.301,6 71,0 8.974,4 63 7.049,7 66,9 7.740 43 a 80 1700 a 8000 Bastonetes 2 184,4 2,0 230,6 4,0 505,6 2 223,8 0 0 0 a 5 0 a 500 Segmentados 79 7.283 70,0 8.071 67,0 8.468,8 61,0 6.825,9 66,9 7.740 43 a 80 1700 a 8000 Eosinófilos 3 276,6 2,0 230,6 4,0 505,6 4,0 447,6 5,0 578,5 1,3 a 5 50 a 500 Basófilos 0 0 0 0 0 0 0 0 1,4 162,0 0 a 1 0 a 100 Linfócitos típicos 14 1.290 17,0 1.960 15,0 1.896,0 22,0 2.461 18,3 2.117,3 22,5 a 29 900 a 2900 Monócitos 2 184,4 9,0 1.037 10,0 1,264,0 11,0 1.230,9 8,4 971,9 7,5 a 9 300 a 900 Plaquetas 172.600 171.100 211.300 240.400 268.500 150.000 a 450.000 UREIA 38,8 mg dL - 24,2 31 - 7,0 – 18,7 mg/dL CREATININA 0,6 mg dL - 0,7 0,60 - 0,6 – 1,1 mg/dL Sódio 143 mEq L 133 131 131 129 136 – 145 mEq Cloro 105 mmol/L - - 98,0 a 107 mmol/L Cálcio 7,95 mg/dL - 8,28 - Potássio - - 4,3 3,80 - 3,5 – 5,1 mEq/l Proteína C reativa 178,9 64,765,8 60,66 37,77 <5,0 mg/dL Magnésio 2,23 mg/dL - 1,68 1,5 - 1,8 – 2,4 mEq/l A anemia ocorre quando existe uma deficiência no tamanho ou número de glóbulos vermelhos no sangue (hematócrito) ou na quantidade de hemoglobina (KRAUSE, 2012, p. 725) Em todos os exames bioquímicos realizados durante o período de acompanhamento, foram observados valores baixos para eritrócitos, hemoglobina e hematócrito, sem alterações para VCM, HCM e CHCM indicando anemia ferropriva decorrente, provavelmente, da deficiência na ingestão de nutrientes necessários para a síntese de eritrócitos, principalmente ferro, vitamina B12 e ácido fólico e proteínas Valores alterados de uréia podem indicar diversos problemas renais, mas também problemas não renais como desidratação, excessiva quantidade de proteínas na dieta e catabolismo protéico elevado (CALIXTO-LIMA, 2012, p. 32). Todos os valores obtidos para uréia apresentaram-se acima dos valores de referência e como a doença de base do paciente em questão promove grande depleção de massa magra, o catabolismo protéico elevado pode ser o motivo dos níveis aumentados de uréia. Calixto-Lima (2012, p. 30) indica que a proteína C reativa (PC-R) uma das principais proteínas participantes da fase aguda de processos inflamatórios. Observa-se nos exames valores muito aumentados desse marcador inflamatório, em relação aos parâmetros de referência estabelecidos. Porém, ao decorrer dos exames, é observada uma diminuição desses valores, indicando a diminuição do quadro inflamatório do paciente ao longo do acompanhamento, transparecendo então a melhora do quadro de paralisia flácida com retomada dos movimentos, observada durante as últimas visitas. 3.4 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA 3.4.1 Primeira reavaliação A primeira reavaliação foi realizada em 20/03/2017. Por o paciente se obeso, a PCT não foi aferida. Foram estimados peso e altura uma vez em que o paciente se encontrava acamado. Dados coletados na avaliação antropométrica do dia 20/03/2017. CPA: 40,0 cm CB: 36,0 cm Semi – envergadura: 83,0 cm AJ: 52,0 cm Cálculos antropométricos do dia 20/03/2017. Peso estimado HB: (AJ x 1,19) + (CB x 3,21) – 86,82 HB: (52 x 1,19) + (36 x 3,21) – 86,82 MB: 61,88 + 115,56 – 86,82 Peso estimado: 90,62 kg Fonte: (CHUMLEA et al., 1988) Altura estimada Altura estimada: Semi-envergadura x 2 = 86 x 2 Altura estimada: 1,72m Fonte: (KWOK et al., 1991) Peso ideal IMC desejado x estatura (m)² 24 x 1,74² Peso ideal: 72,7 kg Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/ UFG, 2010) Adequação do peso %P: peso atual x 100/Peso Ideal 90,82x100/72,7 Adequação de peso: 124,9% (Obesidade) Fonte: (CHUMLEA et al., 1988) Peso ajustado Obesidade: (peso atual – peso ideal) x 0,25 + peso atual = (90,62 – 72,7) x 0,25 + 90,62 = 95Kg Peso ajustado: 95Kg Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/ UFG, 2010) Adequação da CB (cm) %CB: %CB: %CB: 111,8 % (Sobrepeso) Fonte: (Brackburn & Thomton, 1979) Classificação CPA CPA > 31 = Eutrofia CPA: 40,0 cm Diagnóstico: Eutrofia Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/ UFG, 2010) Classificação de IMC IMC: IMC: 30,63 kg/m² (Obesidade) Fonte: (WHO, 1992) Cálculo das necessidades nutricionais do dia 20 de março de 2016. Necessidades Nutricionais Harris Benedict (1919) TMB (Homem) = 66,5 + (13,8 x peso) + (5 x altura) – (6,8 x idade) 66,5 + (13,8 x 90,62) + (5 x 172) – (6,8 x 47) 66,5 + 1250,6 + 860 – 319,6 TMB = 1857Kcal VET = 1857 x 1,2 VET = 2228,4 Fator injúria Para doença neurológica: 1,2 Necessidade hídrica 35 ml/kg ao dia x 90 = 3.150 ml/kg ao dia Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/UFG,2010) Carboidratos: 2.228,4 – 100% X -- 55% X = 1.225,62Kcal 1.225,624 = 306,4 gramas Proteína: 2.228,4 – 100% 724,96 -- x X = 32,5 % 2,0 x 90,62 = 181,24 gramas 181,24 x 4 = 724,96 Kcal Lipídio: 2228,4 – 100% X – 12,5% X = 278 Kcal 278,6 9 = 30,9 gramas Fonte: Próprio autor 3.4.2 Segunda reavaliação A segunda reavaliação foi feita em 29/03/2017. O paciente se manteve acamado embora já começasse apresentar movimento dos membros inferiores e superiores, não foi possível aferir o peso, por isso altura e peso foram estimados. Quadro 7 Dados coletados na avaliação antropométrica do dia 29/03/2017. CPA: 36,0,0 cm CB: 35,0 cm Semi – envergadura: 83,0 cm AJ: 52,0 cm Cálculos antropométricos do dia 29/03/2017. Peso estimado HB: (AJ x 1,19) + (CB x 3,21) – 86,82 HB: (52 x 1,19) + (35,0 x 3,21) – 86,82 MB: 61,88 + 112,35 – 86,82 Peso estimado: 87,41 kg Fonte: (CHUMLEA et al., 1988) Altura estimada Altura estimada: Semi-envergadura x 2 = 86 x 2 Altura estimada: 1,72m Fonte: (KWOK et al., 1991) Peso ideal IMC desejado x estatura (m)² 24 x 1,74² Peso ideal: 72,7 kg Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/ UFG, 2010) Adequação do peso %P: peso atual x 100/Peso Ideal 87,41x100/72,7 Adequação de peso: 120,2% (Obesidade) Fonte: (CHUMLEA et al., 1988) Peso ajustado Obesidade: (peso atual – peso ideal) x 0,25 + peso atual = (87,41 – 72,7) x 0,25 + 87,41 = 91,1Kg Peso ajustado: 91,1Kg Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/ UFG, 2010) Adequação da CB (cm) %CB: %CB: %CB: 108,7 % (Eutrofia) Fonte: (Brackburn & Thomton, 1979) Classificação CPA CPA > 31 = Eutrofia CPA: 36,0 cm Diagnóstico: Eutrofia Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/ UFG, 2010) Classificação de IMC IMC: IMC: 29,5 kg/m² (Obesidade) Fonte: (WHO, 1992) Necessidades Nutricionais Harris Benedict (1919) TMB (Homem) = 66,5 + (13,8 x peso) + (5 x altura) – (6,8 x idade) 66,5 + (13,8 x 87,41) + (5 x 172) – (6,8 x 47) 66,5 + 1206.2 + 860 – 319,6 TMB = 1857Kcal VET = 1813 x 1,2 VET = 2175,4 Kcal Fator injúria Para doença neurológica: 1,2 Necessidade hídrica 35 ml/kg ao dia x 87 = 3.045 ml/kg ao dia Fonte: (Apostila Hospital das Clínicas de Goiás – HC/UFG,2010) Carboidratos: 2.175,4 – 100% X -- 55% X = 1.196,25Kcal 1.196,254 = 299,0g Proteína: 2.175,4 – 100% 724,96 -- x X = 32,5 % 2,0 x 90,62 = 181,24 gramas 181,24 x 4 = 724,96 Kcal Lipídio: 2175,4 – 100% X – 12,5% X = 278 Kcal 278,6 9 = 30,9 gramas 3.5 ANAMNESE ALIMENTAR O paciente, antes de sua internação apresentava hábitos alimentares pouco variados, provavelmente devido a limitações financeiras. Apresentava alguns conhecimentos equivocados a respeito da alimentação para diabéticos: excluía o pão branco da alimentação, imaginando que somente ele deveria ser restringido e acrescentava bolacha de água e sal ou bolo no lugar, sempre no café-da-manhã e no lanche da tarde, porém já havia sido bem orientado sobre utilizar adoçante no lugar do açúcar no café, sucos e chás. Apresentava o bom hábito de ingerir legumes e verduras tanto no almoço quanto à noite uma vez em que apresentava o hábito de jantar, porém não tinha o costume de ingerir frutas. 3.6 DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL De acordo com os parâmetros avaliados o paciente encontra-se com quadro de obesidade. 4 PLANEJAMENTO DIETOTERÁPICO 4.1 OBJETIVOS DO CUIDADO NUTRICIONAL 4.1.1 Objetivo geral Manutenção do estado nutricional do paciente através da oferta de uma dieta que supra suas necessidades metabólicas de acordo com as doenças associadas. 4.1.2 Objetivos específicos Os pacientes que apresentam a doença podem desenvolver disfagia quando os músculos orofaríngeos são afetados (KRAUSE, 2012, p. 949), por isso um dos principais objetivos nutricionais é o cuidado com a consistência e com a via da dieta para evitar broncoaspiração além do acompanhamento do paciente quanto à consistência ou via da dieta forem evoluídas, para avaliar a sua adaptação. · Supervisionar o suporte nutricional, avaliando as dietas prescritas; · Monitorizar as refeições quando evolução da dieta, para avaliar o nível de dificuldade do paciente em deglutir · Atentar para adaptação do paciente à dieta prescrita. · Prevenirou diminuir déficits nutricionais. 4.2 REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS As demandas metabólicas de pacientes que apresentam a Síndrome de Guillain-Barré, na fase aguda, são parecidas com as de pacientes que apresentam neurotrauma, podendo a necessidade energética chegar à 40-45 Kcal/dia e a protéica até duas vezes o normal (KRAUSE, 2012, p 949). Para o cálculo energético foi utilizado o fator injúria 1,2 para paciente com doença neurológica uma vez em que o paciente, ao sair da UTI e ser admitido na clínica médica, já vinha saindo da fase aguda da doença e para as necessidades protéicas, manteve-se o valor de 2,0g/Kg referenciado. Utilizando 2,0g/Kg para proteína, a proporção desse macronutriente dentro no VET ficou em 29,3%. Não existem recomendações específicas de carboidratos e lipídeos para a síndrome, por isso, a proporção calórica destes macronutrientes foi definida, na medida do possível, dentro dos parâmetros estabelecidos para a população geral, utilizando 55% do VET para carboidratos e 15,7% para lipídeos. A oferta hídrica foi calculada seguindo a recomendação para adultos de 35 ml/kg/dia: 3.150 (primeira reavaliação) e 3.045 ml/dia (segunda reavaliação). A adequação da oferta hídrica juntamente com a oferta adequada de fibras deve ser introduzida para reduzir a constipação que é um sintoma característico da síndrome em questão (KRAUSE, 2012). Para tratamento da anemia estabelecida no paciente, uma dieta rica em ferro é de fundamental importância. Os principais alimentos indicados para aumento do aporte desse micronutriente são: Fígado, rim, carne bovina, peixes e aves, que possuem o ferro heme (tipo de ferro que apresenta melhor absorção) e ovos, grãos, vegetais, que apresentam ferro não heme (tipo de ferro que apresenta menor índice de absorção em relação ao ferro heme). A absorção do ferro não heme pode ser melhorada com a associação desses alimentos com a vitamina C (KRAUSE, 2012). O paciente, durante seu período de internação na clínica médica, fez uso das dietas entenral, semi-líquida e pastosa. Desta forma A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel e sua principal função refere-se ao crescimento e diferenciação celular, exercendo função protetora da integridade dos tecidos epiteliais, por inibição da ação dos radicais livres. Esse micronutriente é encontrado através do consumo de frutas e verduras, onde estão presentes os carotenoides e os betacarotenos que são precursores da vitamina A, já que esta não é sintetizada no organismo humano e por isso constitui-se uma vitamina essencial, encontrando-se armazenada no fígado (BARROS, 2012). Segundo Correia (2011), dietoterapia para tratamento de úlcera de pressão tem como objetivo principal garantir as necessidades nutricionais para a manutenção do estado nutricional e as demandas metabólicas para o processo de cicatrização, Indicando 30 a 35 kcal/kg/dia de energia e pelo menos 1,2-1,5 g/kg/dia de proteínas. Uma vez em que a úlcera de pressão não é a doença de base do paciente, os valores de base para cálculo energético e aporte protéico utilizados foram referentes à síndrome de Guillain-Barré. Segundo Waitzberg (2010), algumas vitaminas e minerais tem também um papel importante no processo de cicatrização das úlceras por pressão, são elas vitamina A, C, K, e do complexo B e os minerais ferro, cobre, zinco. 4.3 PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL Horário Refeição Alimento Medida Caseira 08:00 Café da Manhã Mingau de maizena 300 ml 10:00 Colação Vitamina de mamão 300 ml 12:00 Almoço Feijão batido Arroz papa Pirão 2 ovos de galinha cozidos 2 conchas 1 colher de servir 1 colher de servir Unidade média 15:00 Lanche da tarde Vitamina de mamão 300 ml 18:00 Jantar Purê de batata 2 ovos de galinha cozidos 1 colher de servir Unidade média 21:00 Ceia Mingau de maizena 300 ml 5 ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL A composição química das dietas oferecidas foi estimada através de informações do padrão do hospital (no caso das dietas normais). A adequação com os requerimentos nutricionais estão descritos na tabela abaixo. Prescrição Médica: Dieta de acordo com o Serviço de Nutrição Prescrição e adequação ás necessidades dietética Necessidades diárias 30/03 Dieta Semi-líquida Dieta Oferecida Dieta Consumida Adequação do VET VET 2.228 Kcal 2.029,11 kcal 2.029,11 kcal 91% Proteínas 181,0g 2,0g/kg/peso (32,5%) 95,08 g 1,05g/Kg (18,62%) 95,08 g 1,05g/Kg (18,62%) 53% Carboidratos 306,4g (55%) 265,24 g (51,94%) 265,24 g (51,94%) 86,6% Lipídeos 30,9,0g (12,5%) 66,81 g (29,44%) 66,81 g (29,44%) 216% Micronutrientes - - - - Vit. A 900 mg 513,8 513,8 57,1% Vit. C 90 mg 78,4 78,4 87,1% Vit. E 15 mg 5,1 5,1 34,0% Selênio 55 mg 22,2 22,2 40,4% Zinco 11,0 10,4 10,4 94,5% Cálcio 1000 mg 422,1 422,1 42,2% Fibras Alimentares 38g 16,0 16,0 42,1% E possível observar que o consumo alimentar de carboidratos, proteínas e lipídeos ficaram abaixo das necessidades do paciente. O valor energético ingerido pelo paciente ficou muito próximo da necessidade energética diária calculada por Harris-Benedict, porém ainda ficou abaixo deste valor de referência estabelecido. Em relação aos micronutrientes ingeridos, todos os valores de minerais e vitaminas ficaram abaixo das DRI’s. Os valores de fibras totais ingeridas também ficaram abaixo das necessidades de ingestão, porém é entendido que isso se deve à consistência da dieta que não permitia ainda alimentos fibrosos. 6 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL E CLÍNICA 6.1 REAVALIAÇÃO (20/03/2017) O paciente Adamir Silva, 47 anos, foi admitido no dia 20/03/17 na clínica médica com o diagnóstico de Síndrome de Guillain Barré como doença de base. O paciente também é portador de diabetes Mellitus tipo 2. Ao exame físico apresentou mucosa ocular normocorada, edema de tornozelo (+) e membros superiores (++). Dejeções presentes e urina com coloração escura indicando falta de hidratação, sem demais alterações ao exame físico. Em relação à avaliação antropométrica, apresentou IMC = 30,8 (Obesidade) e em relação à adequação de peso, apresentou-se também dentro dos parâmetros de obesidade. Aos exames bioquímicos, o paciente apresentou valores abaixo da referência para eritrócitos, hemoglobina e hematócrito, indicando anemia ferropriva. Apresentou valores altos para leucócitos e monócitos, indicando infecção e PCR aumentado indicando processo inflamatório agudo. A necessidade energética do paciente, segundo Harris-Benedict é de 2636 Kcal/dia e a necessidade hídrica é de 2,1L/dia. A dieta apresenta-se via sonda nasográstrica com fracionamento de 6x ao dia, volume 300ml. Segue com nível de assistência terciário. 6.2 REAVALIAÇÃO (29/03/2017) Foi realizada a primeira reavaliação no dia 29/03/2017 onde foi observado em relação aos exames bioquímicos, valores baixos para eritrócitos, hemoglobina e hematócrito, indicando anemia ferropriva e valores aumentados para leucócitos, monócitos e PCR, indicando processo inflamatório. . Ao exame físico, o paciente encontrava-se acordado, acamado, apresentando ainda fraqueza muscular, porém com evolução de melhora. Apresentou mucosa ocular normocorada e abdomem timpânico, sem demais alterações. Apresenta diurese normal e obstipação. Em relação à avaliação antropométrica, apresentou eutrofia para %CB e CPA e com sobrepeso para IMC, mostrando perda de peso e medidas comparando com a avaliação anterior. A necessidade energética, segundo Harris-Benedect é de 2.473,9kcal e a hídrica, 2,7L/dia. A dieta é para disfágicos, hipercalórica e hiperproteica. O paciente apresenta boa aceitação da dieta. Segue com nível de assistência terciário. 6.1 VISITAS DIÁRIAS No primeiro dia de acompanhamento (20/03/17), o paciente encontrava-se em dieta enteral artesanal, 300ml de volume, vazão de 60ml/s, via sonda nasogástrica e com estímulo oral através da dieta semi líquida, com indicação da fonodiologa de desmame da sonda. Apresentava-se LOTE, com dejeções com aspecto pastoso devidoà dieta enteral e urina muito escura, provavelmente devido à baixa ingestão de água. 21/03: Acompanhante relatou retirada da sonda pelo próprio paciente. Acompanhante relatou também a boa aceitação da dieta semi-líquida ofertada com consumo de toda a preparação oferecida, embora goste não muito dos mingais oferecidos, preferindo as preparações salgadas que vem no no almoço e jantar. Não apresenta dificuldade de deglutição ou disfagia, porém sente dor ao engolir os alimentos. Dejeções presentes com aspecto pastoso devido à dieta enteral oferecida e urina de coloração mais clara, indicando melhora na hidratação do paciente. Consistência da dieta: Semi-líquida. 22/03: Paciente LOTE, apresentando dor ao deglutir a dieta oferecida. Urina continua apresentando cor mais clara, indicando melhora na hidratação do paciente. Apresenta secreção expessa. Segue em observação. 23/03: Paciente LOTE, apresenta dor ao deglutir a dieta oferecida. Ficou em jejum durante toda a manhã para realização do exame: endoscopia. Diurese presente e dejeções ausente por 8 dias (em uso do óleo mineral). Paciente relata que está aceitando melhor a dieta, mas que ainda não estava satisfeita com a consistência. Prescrição do coquetel laxativo em dois horários: 09:30 e 15hs. 24/03: Paciente LOTE, apresenta do ao deglutir a dieta oferecida. Permaneceu apresentando boa aceitação da dieta semi-líquida oferecida. Prescrição de evolução da consistência da dieta para pastosa com algumas restrições (Retirada da carne para evitar dificuldades de deglutição e acrescentado o ovo) Dejeções e diurese seguem presentes e adequadas. 27/03: Paciente LOTE. Acompanhante relatou que, durante final de semana foi fornecida dieta de consistência normal para o paciente. Retirada da dieta pastosa até resolução do problema e involução para dieta para semi-líquida. Diurese e dejeções presente. Em relação a consistência das dejeções 28/03: Paciente LOTE, sem queixas, aceita bem a dieta semi-líquida. Diurese normal e dejeções ausentes. Em relação a consistência das dejeções: liquida, efeito do flitienema. 29/03: Foi realizada a segunda reavaliação do paciente. Foi realizada medida de circunferência do braço (CB) e da panturrilha (CP), altura do joelho (AJ) e semi-envergadura. Diurese presente; quadro de obstipação. Foi observado que a úlcera por pressão está tendo uma boa cicatrização. 30/03: Paciente LOTE, sem queixas, consome toda a dieta semi-líquida oferecida. Não apresenta mais dor ao deglutir a dieta. Reintrodução da dieta pastosa no almoço, sob supervisão, com algumas restrições (ovo no lugar da carne). Diurese normal e dejeções ausentes. Introdução de coquetel laxativo nos horários de 9:30 e 15:30 para tratar quadro de obstipação. 31/03:.Paciente LOTE, sem queixas, com boa aceitação da dieta ofertada. Apresentou quadro de hiponatremia, sendo então acrescentado à sua dieta 1 sachê de sal no almoço. Paciente se mantém obstipado. Sem demais intercorrêcias. 03/04: Paciente apresenta-se bem disposto no leito, já consegue conversar com um pouco de esforço. Apresentou falta de ar durante todo o final de semana, situação causada pelo quadro de acúmulo de secreção no pulmão. Diurese presente. Dejeções ausentes, sendo necessário realizar lavagem intestinal. Paciente com ótima aceitação da dieta, consumindo integralmente, tudo o que lhe é ofertado. Boa cicatrização da úlcera por pressão. Paciente recebeu alta durante o período da noite. Como não havia previsão de alta, não foi possível entregar orientações nutricionais. 7 CONCLUSÃO O tratamento dietético, mesmo com todas as limitações de disponibilidade de alimentos do hospital, conseguiu melhorar a aceitação da dieta pelo paciente. A evolução da consistência da dieta também foi feita com êxito durante o período de internamento do paciente, não ocasionando em intercorrências como dificuldade de deglutição ou até mesmo quadro de boncoaspiração. Houve dificuldade para alcançar os valores adequados de micronutrientes e de proteína devido a algumas limitações do hospital: as carnes da dieta pastosa não apresentam consistência adequada, fazendo com que fosse necessário retira-la da dieta, os suplementos industriais que aumentariam o suporte de micronutrientes de também de proteína da dieta estavam em falta. Qualquer serviço de alimentação coletiva oferece limitações para o atendimento individualizado aos pacientes, restringindo a oferta de alimentos a um cardápio específico. Cabe ao nutricionista ser criativo para adaptar suas dietas às condições oferecidas da UAN dos hospitais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNES, J. A. A.; MONTERO, V. A. M.; CARRANZA, E. M. Síndrome de Guillain-Barré: Etiologia y Patogénesis. Revista de Investigación Clínica, México, v.54, n.4, p.357-363, 2002. CAMPELLONE, J. V. Guillain-Barre Syndrome. Medline Plus – Medical Encyclopedia, 2004. CARDOSO, M. C. S., Prevalência de Úlceras de Pressão em Pacientes Críticos Internados em um Hospital Universitário. REME Rev Min Enferm. 2004; 8(2) 316-20. Wada A, Teixeira Neto N, Ferreira MC. Úlceras por pressão. Rev Med (São Paulo). 2010 jul.- dez.;89(3/4):170-7 PASSOS, R.M. Terapia Nutricional para Portadores de Úlceras por Pressão – Projeto Diretrizes. 2011. WAITZBERG D L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática clínica. São Paulo:Editora Atheneu. 2000. BUNNER SCS, Studarth BB. Tratado de Enfermagem, 9 ed, v 4, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. Goldman B. Tratado de Medicina Interna, 21 ed, v 2, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. ROCHA, P.N.. Hiponatremia: conceitos básicos e abordagem prática. Jornal Brasileiro Nefrologia, 2011; v.33, n.2, p.248-260. ZAGO, M.A ; MALVEZI, M,. Deficiências de vitamina B12 e de folato: anemias megaloblásticas. In: ZAGO, M.A; FALCÃO, R.P.; PASQUINI, R. (Org.). Hematologia: fundamentos e Prática. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2001. cap. 21, p. 1081. ANEXOS
Compartilhar