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NUTRIÇÃO NO ESTRESSE METABOLICO

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Nutrição No EstrEssE 
MEtabólico
Prof.ª Amanda Alcaraz da Silva
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Amanda Alcaraz da Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S586n
 Silva, Amanda Alcaraz da
 Nutrição no estresse metabólico. / Amanda Alcaraz da Silva. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2021.
 248 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-532-3
 ISBN Digital 978-65-5663-533-0
1. Dietoterapia. – Brasil. 2. Terapia nutricional. – Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 615.854
aprEsENtação
Olá acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Nutrição no Estresse 
Metabólico! Este Livro Didático tem como propósito auxiliá-lo no processo 
de aprendizagem sobre a dietoterapia aplicada em diferentes doenças, 
além de viabilizar o conhecimento e aplicação prática da terapia nutricional 
enteral e parenteral, para tanto serão empregados conceitos introdutórios, 
fisiopatologia e manejo dietoterápico.
O estudo por meio deste Livro Didático propiciará que você, futuro 
nutricionista, esteja preparado para atender pacientes do grupo materno 
infantil em hospitais, consultórios, ambulatórios e prestar assistência 
nutricional domiciliar.
O livro está dividido em três unidades, cada qual inclui conteúdos, 
atividades de estudo, dicas, sugestões e recomendações.
Na primeira unidade, serão abordados os seguintes temas: 
dietas hospitalares, terapia nutricional enteral e parenteral, nutrientes 
imunomoduladores e por fim fisiopatologia e dietoterapia aplicada às 
complicações gestacionais. Após estudo e realização das atividades, você 
poderá conhecer, contextualizar e aplicar seu conhecimento sobre dietas 
hospitalares, atendimento nutricional de gestantes de alto risco, alimentos/
dietas enterais/suplementos que contêm imunomoduladores, além de eleger 
dietas enterais, determinar seu volume e horários de administração.
Na segunda unidade, a abordagem da fisiopatologia e dietoterapia 
aplicada ao grupo infantil, aos transtornos alimentares e aos erros inatos do 
metabolismo será conduzida de forma que você possa utilizar a dietoterapia 
como ferramenta de atendimento nutricional nessas condições de doença 
com enfoque na área da pediatria.
Ao final, a terceira unidade oportunizará o aprendizado sobre a 
fisiopatologia e dietoterapia aplicado ao estresse metabólico, com destaque 
para o atendimento nutricional do paciente crítico, incluindo os queimados, 
os portadores de câncer e de doenças renais.
Desejamos uma ótima leitura e aprendizado!
Prof.ª Amanda Alcaraz da Silva
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — DIETAS HOSPITALARES, TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E 
PARENTERAL E FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS 
COMPLICAÇÕES GESTACIONAIS..................................................................... 1
TÓPICO 1 — DIETAS HOSPITALARES ........................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................................... 3
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 9
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 10
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL .................................... 13
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 13
2 CONCEITO E LEGISLAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ............................ 13
3 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ..... 14
4 TIPOS DE DIETAS ENTERAIS E MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO .............................. 17
5 NUTRIENTES IMUNOMODULARES ......................................................................................... 23
6 COMPLICAÇÕES E MANEJO DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL .......................... 25
7 CONCEITO, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL 
PARENTERAL (TNP) ........................................................................................................................... 26
8 TIPOS DE FORMULAÇÃO E MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DA TERAPIA 
NUTRICIONAL PARENTERAL ........................................................................................................ 28
9 COMPLICAÇÕES E MANEJO DA TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL ................. 30
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 35
TÓPICO 3 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLICAÇÕES 
GESTACIONAIS ......................................................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37
2 DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS DA GRAVIDEZ (DHG) ....................................................... 37
2.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ........................ 38
2.2 FISIOPATOLOGIA DA SÍNDROME HIPERTENSIVA DA GRAVIDEZ .............................. 39
2.3 DIETOTERAPIA APLICADA À SÍNDORME HIPERTENSIVA DA GRAVIDEZ .............. 41
3 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) .......................................................................45
3.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ........................ 45
3.2 FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS GESTACIONAL ......................................... 46
3.3 DIETOTERAPIA APLICADA À DIABETES MELLITUS GESTACIONAL ......................... 47
4 ANEMIA FERROPRIVA NA GESTAÇÃO ................................................................................... 51
4.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ........................ 52
4.2 FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FERROPRIVA .................................................................... 53
4.3 DIETOTERAPIA APLICADA À ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO ...................... 54
5 HIPERÊMESE GRAVÍDICA ............................................................................................................ 56
5.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ........................ 56
5.2 FISIOPATOLOGIA DA HIPERÊMESE GRAVÍDICA .............................................................. 57
5.3 DIETOTERAPIA APLICADA À HIPERÊMESE GRAVÍDICA .............................................. 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 62
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 64
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 69
UNIDADE 2 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA APLICADA AO GRUPO 
INFANTIL, TRANSTORNOS ALIMENTARES E ERROS INATOS DO 
METABOLISMO...................................................................................................... 77
TÓPICO 1 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA APLICADA AO GRUPO INFANTIL .... 79
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 79
2 DESNUTRIÇÃO ................................................................................................................................ 79
2.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ........................ 80
2.2 FISIOPATOLOGIA ........................................................................................................................ 83
2.3 DIETOTERAPIA APLICADA À DESNUTRIÇÃO INFANTIL .............................................. 86
3 PREMATURO ..................................................................................................................................... 91
3.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ........................ 92
3.2 FISIOPATOLOGIA ........................................................................................................................ 93
3.3 DIETOTERAPIA APLICADA À PREMATURIDADE............................................................. 96
4 OBESIDADE INFANTIL ................................................................................................................ 105
4.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 106
4.2 FISIOPATOLOGIA APLICADA À OBESIDADE ................................................................... 109
4.3 DIETOTERAPIA APLICADA À OBESIDADE ....................................................................... 112
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 117
TÓPICO 2 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA DOS TRANSTORNOS 
ALIMENTARES ......................................................................................................... 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 119
2 ANOREXIA NERVOSA .................................................................................................................. 119
2.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 120
2.2 FISIOPATOLOGIA ..................................................................................................................... 121
2.3 DIETOTERAPIA APLICADA À ANOREXIA NERVOSA .................................................... 123
3 BULIMIA NERVOSA ...................................................................................................................... 125
3.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 125
3.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 127
3.3 DIETOTERAPIA APLICADA Á BULIMIA NERVOSA ........................................................ 129
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 131
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 132
TÓPICO 3 — ERROS INATOS DO METABOLISMO ................................................................ 135
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 135
2 FENILCETONÚRIA ........................................................................................................................ 135
2.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 135
2.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 138
2.3 DIETOTERAPIA APLICADA À FENILCETONÚRIA .......................................................... 139
3 DOENÇA DA URINA DO XAROPE DE BORDO - LEUCINOSE ......................................... 142
3.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 143
3.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 144
3.3 DIETOTERAPIA APLICADA À DOENÇA DA URINA DO XAROPE DE BORDO ....... 145
4 GALACTOSEMIA ........................................................................................................................... 147
4.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 147
4.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 148
4.3 DIETOTERAPIA APLICADA À GALACTOSEMIA ............................................................. 149
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 151
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 153
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 155
UNIDADE 3 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NO ESTRESSE METABÓLICO E 
DOENÇAS RENAIS .............................................................................................. 167
TÓPICO 1 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NO ESTRESSE METABÓLICO ...... 169
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 169
2 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ......................169
3 FISIOPATOLOGIA DO ESTRESSE METABÓLICO ................................................................ 171
4 DIETOTERAPIA APLICADA AO ESTRESSE METABÓLICO .............................................. 174
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 183
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 184
TÓPICO 2 — FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS DOENÇAS RENAIS .... 187
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 187
2 LITÍASE RENAL .............................................................................................................................. 187
2.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 188
2.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 188
2.3 DIETOTERAPIA APLICADA À LITÍASE RENAL ................................................................ 193
3 LESÃO RENAL AGUDA ................................................................................................................ 195
3.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 196
3.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 197
3.3 DIETOTERAPIA APLICADA A LESÃO RENAL AGUDA.................................................. 201
4 DOENÇA RENAL CRÔNICA ....................................................................................................... 204
4.1 CONCEITO, EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E FATORES DE RISCO ...................... 205
4.2 FISIOPATOLOGIA ...................................................................................................................... 207
4.3 DIETOTERAPIA APLICADA A DOENÇA RENAL CRÔNICA ......................................... 210
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 222
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 229
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 231
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 233
1
UNIDADE 1 — 
DIETAS HOSPITALARES, TERAPIA 
NUTRICIONAL ENTERAL E 
PARENTERAL E FISIOPATOLOGIA 
E DIETOTERAPIA APLICADA 
ÀS COMPLICAÇÕES 
GESTACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reconhecer as dietas hospitalares, incluindo padronização, tipos e indica-
ções;
• eleger dietas enterais e determinar seu volume e horários de administra-
ção;
•	 compreender	a	fisiopatologia	associadas	à	gestação	de	alto	risco.
• conhecer, contextualizar e aplicar saberes acerca da dietoterapia aplicada 
a gestantes de alto de risco;
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade	
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DIETAS HOSPITALARES
TÓPICO	2	–	TERAPIA	NUTRICIONAL	ENTERAL	E	PARENTERAL
TÓPICO 3 – FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS 
COMPLICAÇÕES	GESTACIONAIS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
DIETAS HOSPITALARES
1 INTRODUÇÃO
No	 processo	 saúde/doença,	 é	 reconhecido	 que	 o	 estado	 nutricional	
saudável	 é	 condição	 indispensável	para	prevenção	de	doenças	e	 também	para	
recuperação	em	caso	de	enfermidade	já	presente.	Nesse	contexto,	a	desnutrição	
presente	na	admissão,	ou	adquirida	durante	a	internação	hospitalar,	exerce	papel	
negativo	sobre	a	recuperação	do	indivíduo	com	subsequente	elevação	dos	custos	
do	tratamento,	maior	tempo	de	internação,	maior	risco	de	óbitos	e	sequelas	após	
a	alta	hospitalar.
No	Brasil,	um	estudo	multicêntrico	com	4.000	pacientes	identificou	31,8%	
de desnutrição na admissão hospitalar e após o 15º dia de internação a prevalência 
foi	de	61%	(CORREIA;	CAIAFFA;	WAITZBERG,	1998).	
A	 desnutrição	 hospitalar	 apresenta	 uma	 série	 de	 fatores	 para	 explicar	
a	sua	origem,	podendo	estar	associada	à(s)	doença(s),	ao(s)	 tratamento(s)	ou	a	
ambos.	Uma	das	causas	está	diretamente	relacionada	ao	consumo	alimentar	e,	
por	conseguinte,	a	todos	os	elementos	que	influenciam/determinam	nosso	apetite	
durante	uma	internação	hospitalar.	
A	necessidade	de	alteração	na	composição	da	dieta	 (exemplo:	 restrição	
de	sódio)	e	na	consistência	(exemplos:	pastosa	ou	liquida)	pode	afetar	o	apetite,	
reduzir	o	consumo	alimentar	e,	caso	não	seja	identificado	o	problema	e	adotadas	
medidas	de	contenção,	a	desnutrição	pode	se	instalar.
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Para	além	da	discussão	saúde/doença,	é	preciso	lembrar	que	a	questões	
psicológicas e socioculturais exigem atenção no atendimento nutricional, pois 
exercem	 influência	 importante	 sobre	 os	 hábitos	 alimentares	 e	 a	 visão	 que	 o	
indivíduo	 apresenta	 da	 sua	 condição	 saúde/doença	 e,	 desta	 forma,	 permeiam	
também	os	 sinais	de	 forme	e	 saciedade,	 tão	 importantes	na	aceitação	da	dieta	
hospitalar.
Nesse	 contexto,	 as	 dietas	 hospitalares	 visam	 atender	 as	 necessidades	
nutricionais dos pacientes de acordo com o seu estado nutricional e condição 
clínica,	 portanto,	 as	 dietas	 podem	 sofrer	 modificações	 na	 consistência,	
temperatura,	 volume,	 valor	 energético,	 das	 características	 químicas	 e	 restrição	
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
4
de	nutrientes	específi	cos.	Desta	 forma,	 tais	 alterações	 têm	por	objetivo	manter	
o estado nutricional ou recuperá-lo favorecendo, assim, a melhor resposta ao 
tratamento	adotado	pela	equipe	médica.
As	dietas	hospitalares	podem	ser	classifi	cadas	em	de rotina ou especiais.	
As	de	rotina	são	aquelas	que	não	necessitam	de	restrições	ou	modifi	cações	em	
sua composição, mas permitem alterações na sua consistência em períodos com 
maior	 difi	culdade	 de	 aceitação	 alimentar,	 podendo	 trazer	maior	 facilidade	 de	
mastigação,	 deglutição	 e,	 por	 consequência,	 agilidade	 no	processo	digestivo	 e	
maior	 conforto	 ao	 paciente.	 Enquanto	 as	 especiais	 viabilizam	 a	 restrição	 ou	
acréscimo	de	nutrientes	e/ou	energia,	 como,	por	exemplo,	a	dieta	hipossódica,	
que	pode	ser	prescrita	em	casos	de	hipertensão	arterial	sistêmica.
A	consistência	de	uma	dieta	é	determinada	pela	textura	dos	alimentos	e	
preparações,	o	que	permite	as	seguintes	denominações:	geral,	branda,	pastosa,	
líquida	completa	e	líquida	restrita.	As	Figuras	1,	2,	3,	4	exemplifi	cam	alimentos	
e	 preparações	 nas	 consistências	 normal/geral,	 branda,	 pastosa	 e	 líquida,	
respectivamente.	
FIGURA 1 – ALIMENTOS/PREPARAÇÕES NA CONSISTÊNCIA NORMAL
FIGURA 2 – ALIMENTOS /PREPARAÇÕES NA CONSISTÊNCIA BRANDA
FONTE: <http://cristalalimentos.com.br/site/wp-content/uploads/2020/06/Arroz-BannersSi-
te-08.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2021.
FONTE: <https://2wkjc71of5p72635k82av5te-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uplo-
ads/2018/04/low6-768x512.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2021.
TÓPICO 1 — DIETAS HOSPITALARES
5
FIGURA 3 – ALIMENTOS /PREPARAÇÕES NA CONSISTÊNCIA PASTOSA
FIGURA 4 – ALIMENTOS /PREPARAÇÕES NA CONSISTÊNCIA LÍQUIDA
FONTE: <https://i2.wp.com/enfermagemcomamor.com.br/wp-content/uploads/2018/10/
vid_27440805_131337_509_dvd.original.jpg?resize=300%2C300&ssl=1>. Acesso em: 3 mar. 2021.
FONTE: <http://www.todavoce.com.br/wp-content/uploads/2010/06/SOPA_MANTER_A_FOR-MA_NO_INVERNO_%C3%89_SOPA_2-300x225.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2021.
A dieta geral apresenta as seguintes características: consistência normal, 
fracionamento	 de	 cinco	 a	 seis	 refeições	 (conforme	 rotina	 de	 cada	 unidade	 de	
internação),	normocalórica,	normoproteica,	normoglicídica	e	normolipídica.	
É	 indicada	 para	 indivíduos	 que	 não	 necessitam	 de	 modificações	 na	
consistência	 e	 nem	 em	 nutrientes,	 ou	 seja,	 inclui	 todos	 alimentos/preparações	
recomendados em uma alimentação saudável de acordo com o Guia Alimentar 
para População Brasileira	(BRASIL,	2014).	
Para indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e digestão, os 
quais	impeçam	o	consumo	de	uma	dieta	geral,	recomenda-se	a	dieta	branda,	essa	
alteração	de	consistência	permite	o	abrandamento	dos	alimentos	a	fim	de	facilitar	
o	processo	digestivo	e	também	pode	ser	indicada	no	processo	de	transição	para	
dieta	geral.	
Destacam-se as principais características: tecido conectivo e celulose 
abrandados	 por	 cocção	 ou	 ação	 mecânica;	 exclusão	 de	 especiarias	 (pimenta,	
pimenta	 do	 reino	 etc.),	 frituras,	 doces	 concentrados	 (goiabada,	 doce	 de	 leite	
etc.),	bebidas	gaseificadas,	hortaliças	cruas,	frutas	cruas,	embutidos	e	conservas	
e	leguminosas	(somente	o	caldo	ou	caldo	batido	e	coado).	O	fracionamento	é	de	
cinco a seis refeições diárias, sendo normoglicídica, normoproteica e normolipídica 
(CARUSO,	SIMONY,	SILVA,	2002;	MACULEVICIUS,	DIAS,	2009).
http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/10/17/conheca-os-tipos-de-dietas-hospitalares/
http://www.todavoce.com.br/wp-content/uploads/2010/06/SOPA_MANTER_A_FORMA_NO_INVERNO_%C3%89_SOPA_2-300x225.jpg
http://www.todavoce.com.br/wp-content/uploads/2010/06/SOPA_MANTER_A_FORMA_NO_INVERNO_%C3%89_SOPA_2-300x225.jpg
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
6
A	dieta	pastosa	é	indicada	para	pacientes	com	dificuldades	para	mastigar	
e deglutir, para casos de pós-operatórios e casos neurológicos, por exemplo, 
sequela	 de	 Acidente	 Vascular	 Cerebral	 com	 quadro	 de	 disfagia,	 doença	 de	
Parkinson	etc.	
Os	 alimentos/preparações	 devem	 estar	 em	 forma	 de	 purê,	 mingau	 ou	
amassados	e	as	carnes	precisam	ser	batidas	ou	 trituradas.	Devem	ser	evitados	
alimentos	 duros,	 secos,	 crocantes,	 fritos	 e	 verduras	 e	 folhosos	 crus.	 Pode	 ser	
recomendada na transição para dieta branda, tem fracionamento diário de cinco 
a	seis	refeições,	sendo	normoglicídica,	normoproteica	e	normolipídica	(CARUSO,	
SIMONY,	SILVA,	2002;	MACULEVICIUS,	DIAS,	2009).	
 
Outra	modalidade	de	consistência	é	a	liquida	completa,	a	qual	é	indicada	
para	indivíduos	com	problemas	de	mastigação	e	deglutição	(sem	disfagia),	preparo	
para	exames,	alguns	casos	de	pré	e	pós-operatórios	e	transição	para	dieta	pastosa.	
São	 recomendados	 os	mingaus,	 caldos	 e	 sopas	 liquidificadas,	 os	 quais	 podem	
ser	 enriquecidos	 com	módulos	 de	 proteínas	 ou	 carboidratos	 ou	 gordura.	Vale	
destacar	que	a	sua	prescrição	prolongada	pode	desencadear	carências	nutricionais	
e elevar o risco de desnutrição, portanto faz-se necessário acompanhar o estado 
nutricional e avaliar a possibilidade de prescrição de suplementos alimentares 
(CARUSO,	SIMONY,	SILVA,	2002;	MACULEVICIUS,	DIAS,	2009).
A	 dieta	 líquida	 restrita	 tem	 por	 objetivo	 hidratar	 e	 manter	 repouso	
intestinal	e	não	nutrir	o	paciente,	visto	que	o	máximo	de	valor	energético	diário	
alcançado	é	em	torno	de	400	kcal.	Fazem	parte	os	líquidos	claros,	água	de	coco,	
caldo	de	carne	coado	etc.,	e	é	isenta	em	lactose,	sacarose	e	resíduos.	É	recomendada	
para casos de fístulas intestinais, pós-operatório do intestino grosso, preparação 
para	exames	entre	outros	(CARUSO,	SIMONY,	SILVA,	2002;	MACULEVICIUS,	
DIAS,	2009).
No	 ambiente	 hospitalar,	 o	 nutricionista	 clínico	 irá	 atender	 pacientes	
com	 diferentes	 tipos	 de	 doenças	 e	 quadro	 clínico	 com	 sintomas	 que	 exigem	
modificações	na	composição	de	uma	dieta	geral	a	fim	de	auxiliar	o	processo	de	
recuperação	e	alta	hospitalar.	
Vale	 destacar	 que	 cada	 Serviço	 de	 Nutrição	 e	 Dietética	 acaba	 por	
padronizar as dietas de acordo com o ciclo da vida, doenças e especialidades 
médicas	 atendidas.	No	Quadro	 1,	 estão	 exemplificados	 alguns	 tipos	 de	 dietas	
especiais	 incluindo	 características,	 descrição	 e	 indicação	 (CARUSO,	 SIMONY,	
SILVA,	2002;	MACULEVICIUS,	DIAS,	2009).
TÓPICO 1 — DIETAS HOSPITALARES
7
Caro acadêmico, aprofunde ainda mais o seu conhecimento sobre adequação 
das dietas hospitalares, acesse o artigo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
revistahupe/article/view/33293/26656
DICAS
Tipo de dieta Características Descrição Indicação
Diabetes 
Mellitus
Normoglicidica
Normolipidica
Normoproteica
Adequada	e	harmônica	
com carboidratos 
complexos e ricos em 
fibras,	valor	calórico	
ajustado	às	necessidades	
do	paciente.
Pacientes 
diabéticos.
Hipossódica Normoglicidica
Normoproteica
Normolipidica
Hipossódica
Adequada	e	harmônica,	
sem adição de sal na 
cocção.
Pacientes 
hipertensos.
Laxativa Normoglicidica
Normoproteica
Normolipidica
Rica	em	fibras
Adequada	e	harmônica,	
com adição de alimentos 
integrais	e	crus.
Pacientes 
constipados.
Obstipante Normoglicidica
Normoproteica
Normolipidica
Pobre	em	fibras,	
controle de 
sacarose e lactose
Adequada	e	harmônica,	
preferência por alimentos 
cozidos, sem lactose e 
sacarose.
Pacientes com 
diarreia.
Pobre em 
gordura 
saturada
Normoglicidica
Normolipidica
Normoproteica
Adequada	e	harmônica,	
isenta em frituras, 
alimentos ricos em 
colesterol e gordura 
saturada.
Pacientes 
portadores 
de doenças 
cardiovasculares.
QUADRO 1 – DIETAS ESPECIAIS
FONTE: Adaptado de Caruso, Simoy e Silva (2002)
Maculevicius	e	Dias	 (2009)	destacam	que	há	ainda	as	dietas	de	provas,	
assim denominadas pois são recomendadas previamente a alguns exames de 
diagnóstico	e	cada	instituição	elabora	sua	padronização.	São	exemplos:	preparo	
para	 colonoscopia,	 pesquisa	 de	 sangue	 oculto	 nas	 fezes,	 gordura	 fecal	 entre	
outros.
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/33293/26656
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/33293/26656
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
8
Caro acadêmico, aprofunde ainda mais o seu conhecimento sobre aceitação 
da dieta por pacientes cardiopatas leia o artigo intitulado: Estado nutricional e aceitação da 
dieta por pacientes cardiopatas, publicado na revista Motricidade, em 2018. Disponível em: 
http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v14n1/v14n1a31.pdf
DICAS
http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v14n1/v14n1a31.pdf
9
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 O	 estado	 nutricional	 saudável	 é	 condição	 indispensável	 para	 prevenção	 de	
doenças	e	também	para	recuperação	em	caso	de	enfermidade	já	presente.
•	 A	desnutrição	hospitalar	apresenta	uma	série	de	 fatores	para	explicar	a	 sua	
origem,	podendo	estar	associada	à(s)	doença(s),	ao(s)	tratamento(s)	ou	a	ambos.
• As dietas hospitalares visam atender as necessidades nutricionais dos pacientes 
de	acordo	com	o	seu	estado	nutricional	e	condição	clínica.
•	 As	dietas	hospitalares	podem	ser	classificadas	em	de	rotina ou especiais.
•	 As	 de	 rotina	 são	 aquelas	 que	 não	 necessitam	de	 restrições	 ou	modificações	
em sua composição, mas permitem alterações na sua consistência em períodos 
com	maior	dificuldade	de	aceitação	alimentar
• As dietas especiais incluem as recomendadas para pacientes portadores de 
diabetes,	hipertensão	arterial	sistêmica,	diarreia	etc.
•	 A	 consistência	 de	 uma	 dieta	 é	 determinada	 pela	 textura	 dos	 alimentos	 e	
preparações,	o	que	permite	as	seguintes	denominações:	geral,	branda,	pastosa,	
líquida	completa	e	líquida	restrita.
•	 Cada	Serviço	de	Nutrição	e	Dietética	acaba	por	padronizar	as	dietas	de	acordo	
com	o	ciclo	da	vida,	doenças	e	especialidades	médicas	atendidas.RESUMO DO TÓPICO 1
10
1 A padronização de dietas no ambiente hospitalar objetiva manter ou 
recuperar o estado nutricional de pacientes hospitalizados e, para tanto, 
ressalta-se	o	seu	papel	terapêutico	nas	em	doença	agudas	e	crônicas,	desta	
forma	é	CORRETO	afirmar:
a)	(			)	 O	 estado	nutricional	durante	 a	 internação	hospitalar	 é	 influenciado	
pelos	 seguintes	 fatores:	 aceitação	 da	 dieta,	 gravidade	 da(s)	 doença(s),	
condição	psicológica,	tempo	de	internação	etc.
b)	(			)	 As	 alterações	 de	 consistência	 da	 dieta,	 como	 por	 exemplo	 pastosa,	
liquida	e	liquida	restrita,	são	prescritas	a	pacientes	portadores	de	disfagia,	
os	quais	apresentam	descoordenação	na	deglutição.
c)	(			)	 A	dieta	hipossódica,	classificada	como	especial,	é	preparada	com	sal	e,	
conforme	a	prescrição/condição	clínica	do	paciente,	recebe	ainda	o	sal	em	
sachê	para	adicioná-lo	ao	almoço	e/ou	jantar.
d)	(			)	 A	fim	de	facilitar	a	mastigação,	deglutição	e	digestão,	a	dieta	branda	
pode	 ser	 prescrita	 a	 um	paciente	 sem	 complicações	 e	 que	 tolera	 a	 dieta	
normal.
2 As dietas hospitalares podem ser padronizadas segundo suas características 
qualitativas	e	quantitativas	a	partir	de	uma	dieta	geral	(normal),	portanto,	
consistência,	 temperatura,	 volume,	 valor	 calórico	 total	 etc.	 podem	 ser	
modificados	de	acordo	com	a	condição	clínica	do	paciente.	Associe	o	tipo	
de	dieta	às	suas	principais	descrições/recomendações.
1)	Dieta	branda.
2)	Dieta	pastosa.
3)	Dieta	líquida.
4)	Dieta	líquida	restrita.
(	 )	Os	alimentos/preparações	são	liquidificados	ou	amassados	a	fim	de	prover	
maciez	e	facilidade	para	deglutir	e	digerir.	Exemplo	de	caso	clínico:	sequela	
de	acidente	Vascular	Cerebral	com	sequela	de	disfagia.	
(	 )	 Pode	 ser	 prescrita	 após	 um	procedimento	 cirúrgico	 com	 o	 objetivo	 de	
avaliar	a	 tolerância	do	paciente	e	hidratá-lo.	São	recomendados:	água	de	
coco,	caldo	de	carne	coado,	água	e	evitar	sacarose,	lactose	e	resíduos.	
(	 )	Os	alimentos	devem	passar	por	cocção,	evitar	alimentos	crus	e	fibrosos	
os	quais	dificultem	a	mastigação,	deglutição	e	digestão.	É	recomendada	a	
casos	de	transição	entre	a	pastosa	e	a	normal.
(	 )	É	indicada	a	indivíduos	com	problemas	de	mastigação	e	deglutição	(sem	
disfagia),	 preparo	 para	 exames,	 alguns	 casos	 de	 pré	 e	 pós-operatórios	 e	
transição	para	dieta	pastosa.	As	preparações	recomendadas	são	os	caldos,	
mingaus,	sopas	etc.	
AUTOATIVIDADE
11
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 3	–	2	–	4	–	1.
b)	(			)	 4	–	1	–	3	–	2.
c)	(			)	 2	–	4	–	1	–	3.
d)	(			)	 1	–	3	–	2	–	4.	
3 A Dietoterapia pode ser a única modalidade de tratamento ou complementar 
em outros, apesar disso, a aceitação da dieta no ambiente hospitalar muitas 
das vezes torna-se prejudicada ou ausente, dependo da condição clínica e 
psicológica	do	paciente,	do	tempo	de	internação	etc.	As	alterações	dietéticas	
que	podem	comprometer	a	aceitação	da	dieta	hospitalar	são:
a)	(			)	 Consistência	e	temperatura.
b)	(			)	 Fracionamento	e	volume.
c)	(			)	 Química	e	restrição	de	nutrientes	específicos.
d)	(			)	 Todas	as	alternativas	estão	corretas.
4		As	 dificuldades	 enfrentadas	 por	 pacientes	 internados	 com	 relação	 à	
aceitação da dieta ofertada podem comprometer o estado nutricional e a 
evolução	 clínica.	Nesse	 contexto,	 quais	 condutas	 do	 nutricionista	 clínica	
poderiam prevenir ou minimizar esse problema?
5		As	dietas	especiais	são	aquelas	elaboradas	para	atender	condições	clínicas	
específicas	 que	 incluem	 diabetes	 melito	 (DM),	 hipertensão	 arterial	
sistêmica,	doenças	renais	etc.	Tomando	como	exemplo	o	DM,	indique	quais	
características	(mínimo	duas)	são	modificadas	a	fim	de	controlar	a	doença.
12
13
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
1 INTRODUÇÃO
A terapia nutricional por via enteral ou parenteral visa garantir a obtenção 
de	 nutrientes	 de	 forma	 adequada	 a	 pacientes	 que	 apresentam	 necessidades	
especiais, e com isso prevenir ou tratar a desnutrição no âmbito hospitalar ou 
domiciliar.
A ingestão via oral plena ou parcial deve ser sempre uma meta a ser 
alcançada,	quando	há	condição	clínica	para	isso	e	o	conhecimento	técnico,	bem	
como	 o	 entrosamento	 de	 uma	 equipe	multidisciplinar	 são	 pilares	 para	 que	 a	
indicação	e	a	implementação	da	terapia	nutricional	sejam	realizadas	com	sucesso.
Nesse	 contexto,	 caro	 acadêmico,	 você	 poderá	 aprender	 como	 melhor	
atender	 pacientes	 que	 necessitam	 se	 alimentar	 por	 vias	 alternativas,	 uma	 vez	
que	serão	abordados	temas	como:	tipos	de	dieta,	indicações	e	contraindicações,	
métodos	de	administração,	principais	complicações	e	como	preveni-las	e	tratá-las	
etc.	
2 CONCEITO E LEGISLAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL 
ENTERAL
Define-se	 nutricional	 enteral,	 segundo	 a	 Portaria	 nº	 337	 da	 Agência	
Nacional	de	Vigilância	Sanitária	(Anvisa),	como:
Alimentos	para	fins	especiais,	com	ingestão	controlada	de	nutrientes,	
na	forma	isolada	ou	combinada,	de	composição	química	definida	ou	
estimada, especialmente elaborada para uso por sondas ou via oral, 
industrializada ou não, utilizados exclusivamente ou parcialmente 
para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes 
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em 
regime	 hospitalar,	 ambulatorial	 ou	 domiciliar,	 visando	 à	 síntese	 ou	
manutenção	de	tecidos,	órgãos	ou	sistemas	(BRASIL,	1999).	
A	 terapia	 nutricional	 (TN)	 tem	 um	 impacto	 significativo	 na	 evolução	
clínica	 de	 um	 paciente	 hospitalizado,	 principalmente	 naqueles	 internados	 em	
unidade	de	terapia	intensiva	(UTI)	e	que	apresentam	anorexia	e/ou	incapacidade	
de	se	alimentar	por	via	oral	por	dias	ou	meses.	
14
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
Vale	 destacar,	 também,	 que	 a	 TN	 é,	 muitas	 vezes,	 a	 forma	 parcial	 ou	
total de um indivíduo obter energia e nutrientes em uma unidade de internação 
hospitalar,	 em	 ambulatórios	 ou	 em	 ambiente	 domiciliar	 (TOLEDO;	 PINTO;	
NOGUEIRA,	2017).
Toledo et al.	 (2017)	 destacam	 que,	 devido	 à	 complexidade	 em	 atender	
um paciente hospitalizado e desnutrido ou com risco nutricional, a formação de 
uma	equipe	multiprofissional	de	especialistas	e	com	formações	distintas	assegura	
manejo	 e	monitorização	 com	maior	 competência	 e	 chances	 de	 sucesso.	Nesse	
cenário,	a	Agência	de	Vigilância	Sanitária	(ANVISA)	regulamenta	a	formação	de	
Equipe	Multiprofissional	de	Terapia	Nutricional	(EMTN)	pela	Portaria	nº	63,	de	
8	de	julho	de	2000:	
Equipe	 Multiprofissional	 de	 Terapia	 Nutricional	 (EMTN):	 grupo	
formal	e	obrigatoriamente	constituído	de	pelo	menos	um	profissional	
de	 cada	 categoria,	 a	 saber:	 médico,	 nutricionista,	 enfermeiro	 e	
farmacêutico,	podendo	ainda	incluir	profissional	de	outras	categorias,	
habilitados	 e	 com	 treinamento	 específico	 para	 a	 prática	 da	 Terapia	
Nutricional	–TN	(BRASIL,	2000).
São atribuições do nutricionista: realizar avaliação nutricional; elaborar 
prescrição	 dietética;	 formular	 nutrição	 enteral	 (NE)	 estabelecendo	 a	 sua	
composição,	 seu	 fracionamento	 (horários)	 e	 forma	de	 apresentação;	 adequar	 a	
prescrição	,	em	consenso	com	o	médico,	com	base	na	condição	clínica	e	tolerância	
digestiva do paciente; registrar as informações em prontuário; orientar as 
famílias	após	a	alta,	assegurar	que	os	rótulos	da	NE	sejam	claros	e	precisos	e	que	
se	registrem,	no	mínimo,	data	e	hora	de	manipulação	da	NE,	nome	completo	do	
paciente, no	sequencial	de	manipulação,	no de doses manipuladas por prescrição, 
identificação	do	médico	e	manipulador,	prazo	de	validade	etc.	(BRASIL,	2000).
3 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA TERAPIA 
NUTRICIONAL ENTERAL
As	indicações	para	prescrição	da	TNE	podem	ser	as	seguintes:	pacientes	
impossibilitados	 de	 ingestão	 oral	 plena	 a	 fim	 de	 alcançar	 suas	 necessidades	
nutricionais diárias, seja por doenças do trato gastrointestinal alto, seja porintubação	 orotraqueal,	 seja	 por	 distúrbios	 neurológicos	 com	 distúrbio	 de	
consciência	ou	de	movimentos	mastigatórios.	
Recomenda-se,	 também,	 em	 casos	 de	 ingestão	 oral	 entre	 60	 a	 70%	 da	
necessidade diária de energia e nutrientes independente da etiologia, neste 
contexto,	lembra-se	que	a	prescrição	de	TNE	não	contraindica	a	alimentação	oral,	
caso	 ela	não	 implique	 em	 riscos	 ao	paciente	 (CUNHA	 et al.,	 2008;	OLIVEIRA;	
IGLESIAS,	2014;	TOLEDO;	PINTO;	NOGUEIRA,	2017;	VASCONCELOS,	2019).	
No	Quadro	2,	estão	outros	exemplos	de	indicações	para	TNE.
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
15
Indicações Exemplos
Paciente inconsciente ou com nível de 
consciência rebaixado
Trauma cranioencefálico, pacientes 
em ventilação mecânica
Disfagia neuromuscular Pós	sequela	de	AVC
Paciente	com	ingestão	oral	insuficiente Câncer, AIDS, trauma, sepse
Obstrução do trato gastrointestinal superior Câncer	de	esôfago,	orofaríngeo
Disfunção do trato gastrointestinal Síndrome	 Inflamatória	 Intestinal,	
fístula, síndrome do intestino curto
Estresse metabólico com demanda 
aumentada de energia e nutrientes
Queimaduras,	 câncer,	 fibrose	
cística
Distúrbios	psiquiátricos Anorexia nervosa, depressão grave
QUADRO 2 – INDICAÇÕES PARA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
FONTE: Adaptado de Cunha et al. (2008)
As	 contraindicações	 para	 prescrição	 de	 TNE	 são:	 vômitos	 intratáveis,	
obstrução	 intestinal,	 íleo	 paralítico,	 isquemia	 e	 sangramento	 do	 trato	
gastrointestinal,	 fístula	 de	 alto	 débito	 (>	 500	 ml/dia),	 diarreia	 intratável,	
terminalidade	 (pacientes	 em	 cuidados	 paliativos)	 com	 considerações	 de	 cada	
caso	e	recusa	do	paciente	ao	tratamento	(CUNHA	et al.,	2008;	TOLEDO;	PINTO;	
NOGUEIRA,	2017;	VASCONCELOS,	2019).
Quando	 iniciar	 a	 TNE	 é	 um	 dos	 pontos	 discutidos	 pelas	 diretrizes	 e	
sociedades americana, europeia e canadense, principalmente para pacientes 
críticos	e	cirúrgicos.	Em	2015,	a	Canadian Clinical Practice Guidelines, recomendou 
o	 início	da	 terapia	 entre	 24	 a	 48	horas	 após	 a	 admissão	na	UTI;	 ao	passo	que	
a	Sociedade	Europeia	para	Nutrição	Clínica	e	Metabolismo	(ESPEN	–	European 
Society for Parenteral and Enteral Nutrition),	em	2006,	antes	das	24	horas	da	admissão	
e/ou	 evento	 traumático;	 e	 a	 Sociedade	Americana	 para	 Nutrição	 Parenteral	 e	
Enteral	(ASPEN	–	American Society for Parenteral and Enteral Nutritional),	em	2016,	
entre	 24	 e	 48	horas	 após	 a	 admissão	 e	 com	estado	hemodinâmico	 equilibrado	
(TOLEDO;	PINTO;	NOGUEIRA,	2017).
Nas	 enfermarias	 ou	 nas	UTIs,	 a	 TNE	 pode	 trazer	 benefícios	 tendo	 em	
vista	que	o	intestino,	além	de	ser	responsável	pela	digestão	e	absorção,	secreta	
hormônios	e	funciona	como	uma	barreira	física	e	imunológica.	São	considerados	
efeitos	 benéficos	 da	 TNE	 precoce	 (<	 48	 horas)	 maior	 produção	 de	 muco,	
secreção	de	hormônios,	elevação	do	fluxo	sanguíneo	intestinal	e	manutenção	do	
peristaltismo,	o	que	limita	a	colonização	e	supercrescimento	de	patógenos.	
Manter	o	trato	gastrointestinal	funcionante,	quando	há	condição	clínica	
para	tanto,	propicia	o	retorna	à	ingestão	oral	plena	mais	rápido,	mantem/recupera	
o	estado	nutricional	e	contribui	para	um	tempo	de	internação	menor	(OLIVEIRA;	
IGLESIAS,	2014;	TOLEDO;	PINTO;	NOGUEIRA,	2017;	VASCONCELOS,	2019).	A	
indicação	da	via	de	acesso	da	TNE	é	determinada	pela	anatomia	e	funcionamento	
16
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
do trato gastrointestinal, tempo de terapia e riscos de complicações, como, por 
exemplo,	 a	 broncoaspiração,	 que	 consiste	 na	 aspiração	 de	 conteúdo	 gástrico,	
podendo	causar	pneumonia,	traqueobronquite	e	obstrução	da	via	aérea.	
Após	determinada	a	condição	clínica	do	paciente	e	a	necessidade	de	TNE,	
é	 necessária	 a	 passagem	 e	 posicionamento	 da	 sonda,	 portanto,	 a	 sua	 entrada	
pode	ser	por	via	oral	 (oro)	ou	naso	(nariz)	e	o	seu	posicionamento	distal	pode	
ser	gástrico	ou	intestinal	(duodeno	ou	jejuno),	assim	denominando-se	orogástrica	
ou	nasogástrica;	nasoduodenal	ou	nasojejunal,	 tais	acessos	são	classificados	de	
curta	duração,	ou	seja,	por	até	seis	semanas	(OLIVEIRA;	IGLESIAS,	2014;	SAITO;	
PINTO;	LASELVA,	2017;	VASCONCELOS,	2019).	No	Quadro	3,	estão	descritas	as	
vias,	suas	indicações,	vantagens	e	desvantagens.
Via Indicações Vantagens Desvantagens
Gástrica Incapacidade de 
ingestão por via 
oral	(lesões	na	
cavidade oral, 
problemas de 
deglutição).
Possibilita processos 
digestivos, hormonal e 
bactericida	do	estômago.
Permite infusão em bolus.
Progressão mais rápida 
para alcançar o aporte 
nutricional	pleno.
Boa	tolerância	de	
fórmulas	hiperosmóticas.
Maior risco 
de aspiração 
pulmonar 
em casos de 
gastroparesia, 
alterações 
neurológicas e 
decúbito	zero.	
Pós 
pilórica 
(duodeno	
ou	jejuno)
Intolerância a 
infusão	gástrica.
Aspiração,	refluxo	
gastroesofágico.
Gastroparesia.
Esvaziamento 
gástrico 
prejudicado.
Menor risco de saída 
acidental	da	sonda.
Reduz	risco	de	aspiração.
Confirmação	do	
posicionamento 
por imagem 
para liberação da 
infusão	da	dieta.
Menor tolerância 
a fórmulas 
hiperosmolares 
e tolerância a 
volumes maiores 
de	dieta.
QUADRO 3 – VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL
FONTE: Adaptado de Oliveira e Iglesias (2014)
Outra	possibilidade	é	a	inserção	da	sonda	por	ostomia,	classificada	como	
acesso	 enteral	 de	 longa	 duração	 (terapia	 por	 mais	 de	 seis	 semanas)	 e	 direto	
ao tubo digestório por meio de uma estomia, excluindo a boca ou nariz como 
possibilidade	de	entrada	da	sonda.	
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
17
A gastrostomia, acesso direto para o lúmen gástrico, pode ser realizada 
por	 técnica	 endoscópica,	 radiológica	 ou	 cirúrgica	 (laparoscópica	 ou	 aberta);	
a	 jejunostomia,	 acesso	direto	ao	 jejuno,	 também	pode	 ser	 efetuada	por	 técnica	
endoscópica,	radiológica	ou	cirúrgica	(laparoscópica	ou	aberta).	
As	ostomias	são	indicadas	nas	seguintes	condições:	necessidade	de	TNE	
por	mais	de	dois	meses,	estenose	de	esôfago	(por	ingestão	de	substância	cáustica,	
cirurgia	 ou	 radioterapia/quimioterapia),	 anomalias	 congênitas,	 encefalopatia	
crônica	não	progressiva,	doenças	neuromusculares	etc.	
A	gastrostomia	é	a	via	mais	recomendada	tanto	em	crianças	como	adultos,	
é	reversível	e	não	impede	o	estímulo	e	uso	da	via	oral,	caso	não	represente	risco	
ao	paciente	(SAITO;	PINTO;	LASELVA,	2017;	VASCONCELOS,	2019).
4 TIPOS DE DIETAS ENTERAIS E MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO 
A	 padronização	 e/ou	 categorização	 das	 dietas	 enterais	 permite	
uniformizar	e	alinhar	o	atendimento	nutricional	pela	equipe	multiprofissional,	a	
qual,	obrigatoriamente,	deve	ter	um	médico,	um	nutricionista,	um	farmacêutico	
e	um	enfermeiro,	os	demais	profissionais	que	atendem	podem	compor	a	equipe,	
mas	sem	obrigatoriedade	(BRASIL,	2000).	
Figueira,	Piovacari	e	Sandoval	(2017),	conceituam	que	as	fórmulas	para	
nutrição	 enteral	 constituem	 alimento	 para	 fins	 especiais,	 industrializado,	 apto	
para	uso	por	tubo	(sonda)	e,	opcionalmente,	por	via	oral,	prescrito	por	médico	ou	
nutricionista, especialmente processado ou elaborado para ser utilizado de forma 
exclusiva ou complementar na alimentação de pacientes com capacidade limitada 
de ingerir, digerir, absorver ou metabolizar, ou ainda em casos de necessidades 
nutricionais	específicas	determinadas	por	sua	condição	clínica.	
Para	seleção	de	uma	fórmula	é	fundamental	conhecer	a	condição	clínica	
do paciente e a composição exata da dieta, portanto, ela deve ser nutricionalmente 
completa para uso em períodos curtos e longos; satisfazer as exigências 
nutricionais	 do	 indivíduo,	 ser	 bem	 tolerada,	 de	 fácil	 preparação	 e	 econômica	
(VASCONCELOS,	2019).
Os	 tipos	 de	 fórmulas	 comercializadas	 são	 a	 padrão	 ou	 modificada,	 a	
padrão deve conter obrigatoriamente proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas 
e	minerais,	 enquanto	 a	modificada	 sofreu	 alteração	 em	 relaçãoaos	 requisitos	
de composição das fórmulas padrão, ou seja, há ausência, redução ou aumento 
dos	nutrientes,	adição	de	substâncias	ou	de	proteínas	hidrolisadas	(OLIVEIRA;	
IGLESIAS,	2014;	FIGUEIRA;	PIOVACARI;	SANDOVAL,	2017).	A	composição	da	
dieta	padrão	e	modificada	está	demonstrada	nos	Quadros	4	e	5,	respectivamente.
18
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
Nutrientes Características
Proteínas ≥	 10%	 e	 ≤	 20%	 do	 valor	 energético	 total	 (VET)	 do	
produto, na forma intacta, de origem vegetal ou 
animal.
Lipídeos ≥	15%	e	≤	35%	do	(VET):	≤	1%	de	ácidos	graxos	trans,	
≤	20%	de	ácidos	graxos	monoinsaturados,	≥	2%	e	≤	
9%	de	ácidos	graxos	poli-insaturados	n-6,	≥	0,5%	e	≤	
2%	de	ácidos	graxos	poli-insaturados	n-3.
Carboidratos ≥	 45%	 e	 ≤	 75%	 do	 (VET),	 na	 forma	 intacta	 ou	
hidrolisada.
Devem conter vitaminas e minerais
Podem conter	 fibras,	
flúor,	 taurina,	 carnitina,	
inositol
Fibra:	2	g/100	kcal
Flúor:	0,5	mg/100	kcal
Taurina:	50	mg/100	kcal
Carnitina:	100	g/100	kcal
Inositol:	50	mg/100	kcal
QUADRO 4 – COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE UMA FÓRMULA PADRÃO
FONTE: Adaptado de Figueira, Piovacari e Sandoval (2017)
FONTE: A autora
QUADRO 5 – COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE UMA DIETA MODIFICADA
Categoria Frasco Kcal/
ml
Proteína	(g) Lipídeo 
(g)
Carboidratos 
(g)
Isenta
Semielementar 
pediátrica
500	ml 1,0 3,0
Soro 
do leite 
hidrolisado
3,9
TCM e 
óleo de 
soja
Maltodextrina 
e amido
Fibras, 
lactose, 
sacarose 
e glúten
Caro acadêmico, aprofunde ainda mais o seu conhecimento acerca das dietas 
enterais padrão e modificadas comercializadas no Brasil, acesse: http://arquivos.braspen.
org/journal/out-dez-2018/08formulas.pdf
DICAS
O	 mercado	 brasileiro	 comercializa	 mais	 de	 100	 fórmulas	 enterais	 nos	
sistemas	aberto	e	fechado,	a	apresentação	pode	ser	em	pó,	líquida	em	tetrapack	
ou	 pack.	 O	 sistema	 aberto	 exige	 manipulação	 do	 produto	 por	 ser	 em	 pó	 ou	
líquido	(pronto	para	consumo),	neste	caso	é	necessário	realizar	envase	em	frasco	
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
19
FONTE: Adaptado de Waitzberg (2009)
QUADRO 6 – CATEGORIZAÇÃO DE ACORDO COM A DENSIDADE CALÓRICA
específico;	no	sistema	fechado	não	há	manipulação,	a	apresentação	é	em	pack	e	
há	um	equipo	específico	para	conexão,	isto	significa	que	o	risco	microbiológico	é	
extremamente	baixo	(FIGUEIRA;	PIOVACARI;	SANDOVAL,	2017).
De	acordo	com	Baxter	(2000),	os	critérios	para	seleção	de	uma	fórmula	são	
a	densidade	calórica	e	a	osmolaridade	ou	osmolalidade.	A	densidade	dependerá	
do	total	de	calorias	que	o	paciente	precisa	versus	o	volume	de	dieta	enteral	que	
deverá ser administrado durante o dia ou noite, por exemplo, para um indivíduo 
que	necessita	de	2000	kcal/dia	e	que	não	apresenta	complicação	metabólica	ou	
dificuldade	para	digerir/absorver,	a	dieta	padrão	com	1	kcal/ml	pode	ser	uma	
opção	 para	 atendê-lo	 plenamente.	 Caso	 se	 faça	 a	 opção	 pela	 administração	
intermitente	(3/3	horas	–	oito	vezes	ao	dia),	será	necessário	infundir	2	L/dia;	250	
ml	de	3/3	horas;	sendo	a	apresentação	da	fórmula	em	frasco	de	500	ml,	será	preciso	
quatro	unidades	para	alcançar	2000	ml	–	2000	kcal/dia	(necessidade	energética).	
Em	caso	de	administração	contínua,	os	2000	ml	deverão	ser	distribuídos	
em	22	horas,	ou	seja,	90,9	ml/h,	reservando	assim	duas	horas	para	procedimentos	
da	 enfermagem	e/ou	fisioterapia	 e	 evitando	a	 interrupção	do	gotejamento	por	
exemplo	durante	o	banho	do	paciente.	
Ao	iniciar	a	TNE	é	prudente	estabelecer	um	planejamento	para	evolução	
do aumento de volume e, desta forma, não começar com o total calculado, 
recomenda-se	1/4	a	1/5	do	volume	total	diário,	elevando	gradativamente	a	partir	
do	2º	dia,	atingindo	3/4	no	3º	dia	e	o	volume	total	no	4º	dia,	sempre	acompanhando	
a	 tolerância	 do	 paciente	 (distensão	 abdominal,	 diarreia,	 náusea,	 vômito	 etc.)	
(OLIVEIRA;	IGLESIAS,	2014).
A osmolaridade refere-se ao número de miliosmoles por litro de solução 
(água)	 e	 a	 osmolalidade,	 ao	 número	 de	miliosmoles	 por	 quilograma	de	 água,	
ambos	 refletem	a	 concentração	de	partículas	 osmoticamente	 ativas	 na	 solução	
e	 tolerância	 digestiva	 da	 dieta.	 É	 importante	 destacar	 que	 o	 estômago	 tolera	
osmolaridade mais alta e o intestino não, deste modo, o posicionamento da 
sonda	deve	 ser	 levado	 em	 consideração	 a	fim	de	prevenir	 a	diarreia	 osmótica	
(FIGUEIRA;	PIOVACARI;	SANDOVAL,	2017).	Os	Quadros	6	e	7	apresentam	as	
categorizações	de	acordo	com	a	densidade	calórica	e	a	osmolaridade.
Categorização da 
densidade calórica
Valores	(kcal/ml) Classificação	da	fórmula
Muito baixa <	0,6 Acentuadamente hipocalórica
Baixa 0,6-0,8 Hipocalórica
Padrão 0,9-1,2 Normocalórica
Alta 1,3-1,5 Hipercalórica
Muito alta ≥	1,5 Acentuadamente hipercalórica
20
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
FONTE: Adaptado de Waitzberg (2009)
QUADRO 7 – CATEGORIZAÇÃO DE ACORDO COM A OSMOLALIDADE
Categorização Valores	de	osmolalidade	(mOsm/kg)
Hipotônica 280-300
Isotônica 300-350
Levemente	hipertônica 350-550
Hipertônica 550-750
Acentuadamente	hipertônica ≥	750
A categorização das fórmulas, de acordo com o preparo, inclui as dietas 
caseira ou blender,	as	quais	são	preparadas	à	base	de	alimentos	in	natura	ou	mesclas	
de	produtos	naturais	com	industrializadas	e	as	já	mencionadas	industrializadas.	
Cada	 qual	 apresenta	 vantagens	 e	 desvantagens	 relativas	 à	 individualização,	
segurança microbiológica, custo, armazenamento, local de manipulação e envase 
e	educação	permanente	de	colaboradores	(FIGUEIRA;	PIOVACARI;	SANDOVAL,	
2017).
Quanto	à	complexidade	dos	nutrientes	classifica-se	em	dieta	polimérica:	
os macronutrientes, em especial a proteína, apresentam-se na forma intacta; 
oligomérica:	os	macronutrientes,	especialmente	as	proteínas,	apresentam-se	na	
forma	 parcialmente	 hidrolisada	 (pré-digerida,	 semielementar);	 elementar:	 os	
macronutrientes, especialmente as proteínas, apresentam-se na forma totalmente 
hidrolisada	 (FIGUEIRA;	 PIOVACARI;	 SANDOVAL,	 2017;	 VASCONCELOS,	
2019).
Para	administração	de	uma	 fórmula	via	sonda	há	 três	métodos:	bomba	
de	 infusão,	 de	preferência	deve	 ser	 de	uso	 exclusivo	 e	 com	 equipo	 específico;	
gravitacional,	com	controle	de	infusão	manual	por	meio	de	roldana	do	equipo;	
bolus, administrada	por	gravidade	por	meio	de	uma	seringa.	A	Figura	5	apresenta	
os	 diferentes	 métodos	 de	 administração	 da	 terapia	 ententeral:	 por	 bomba	 de	
infusão, gravitacional e em bolus, respectivamente.
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
21
FONTE: Menezes e Fortes (2018, p. 17-19)
FIGURA 5 – MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO: POR BOMBA DE INFUSÃO, GRAVITACIONAL E EM 
BOLUS
A infusão da dieta pode ser realizada de forma intermitente, administra-
se	o	volume	calculado	em	intervalos	regulares	(ex.:	três	em	três	horas)	com	pausa;	
cíclica,	infunde-se	por	um	período	(ex.:	noturno);	e	contínua:	infusão	em	20	a	24	
horas,	sem	pausa.	
Para infusão em bolus,	 utiliza-se	 uma	 seringa	 ou	 equipo	 em	 infusão,	
recomenda-se	 um	 volume	 de	 5	 a	 10	 ml/minuto,	 a	 fi	m	 de	 evitar	 distensão	
abdominal	e	desconforto;	no	intermitente,	a	dieta	deve	ser	infundida	em	24	horas,	
em	intervalos	de	duas	horas	ou	três	horas	e	a	fórmula	não	deve	fi	car	exposta	ao	
meio	ambiente	por	mais	de	duas	horas;	no	contínuo,	a	infusão	ocorre	em	20	a	24	
horas,	é	importante	destacar	que	o	ideal	é	deixar	duas	a	três	horas	sem	infusão	
para	que	os	procedimentos	de	enfermagem	e	fi	sioterapia	possam	se	realizar	sem	
comprometer	o	plano	nutricional,	pois,	 caso	 se	planeje	 a	 administração	em	24	
horas e o gotejamento for interrompido, a oferta de energia e nutrientes não será 
alcançada;	o	método	noturno	é	 recomendado	para	casos	de	suplementação	da	
ingestão	oral,	pois	não	são	indicados	grandes	volumes	para	infusão	em	quatro	
a seis horas, apresenta a vantagem de oferecer maior liberdade ao indivíduodurante	o	dia	(OLIVEIRA;	IGLESIAS,	2014).	Na	Figura	6,	pode-se	visualizar	os	
exemplos	de	métodos	de	administração	da	terapia	enteral.
22
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
FONTE: <http://twixar.me/wmjm>. Acesso em: 3 mar. 2021.
FIGURA 6 – EXEMPLOS DE MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE TERAPIA ENTERAL
Os	equipamentos	para	implementação	da	TNE	são:	frasco	de	dieta,	sonda,	
equipo,	pinça	rolete,	bomba	de	 infusão,	ambos	(pinça	e	bomba)	para	controlar	
o	 gotejamento	 da	 dieta.	 O	 ideal	 é	 utilizar	 bomba	 de	 infusão	 para	 todos	 os	
métodos,	exceto	em	bolus, normalmente recomendado a casos de gastrostomia e 
jejunostomia	(OLIVEIRA;	IGLESIAS,	2014;	SAITO;	PINTO;	LASELVA,	2017).	As	
Figuras	7	e	8	apresentam	os	equipamentos	para	administração	da	dieta	enteral	e	
as	possibilidades	de	posicionamento	da	sonda,	respectivamente.
FONTE: Menezes e Fortes (2018, p. 11)
FONTE: Menezes e Fortes (2018, p. 13)
FIGURA 7 – EQUIPAMENTOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE DIETA ENTERAL
FIGURA 8 – POSICIONAMENTO DA SONDA ENTERAL
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
23
5 NUTRIENTES IMUNOMODULARES
Waitzberg	et al.	(2000)	destacam	o	reconhecimento	científico	da	correlação	
entre desnutrição grave e a depressão da função imunológica humoral e celular, 
tendo	em	vista	que	pacientes	desnutridos	apresentam	maior	risco	para	infecções	
e	prognóstico	ruim.
Nesse	 contexto,	 Vasconcelos	 (2019)	 postula	 que,	 atualmente,	 o	
conhecimento	 científico	 ultrapassou	 a	 ideia	 de	 que	 os	 nutrientes	 fornecem	
somente	substratos	importantes	para	manutenção	da	homeostase/síntese	proteica	
e	 consolidou	 o	 conceito	 de	 que	 o	 aporte	 de	 nutrientes	 é	 capaz	 de	modular	 a	
resposta	 imune/metabólica.	 Pacientes	 em	 estado	 crítico,	 cirúrgicos,	 vítimas	 de	
traumatismos	e	queimaduras	estão	em	constante	estado	dinâmico	entre	resposta	
inflamatória	 sistêmica	 (SIRS)	 e	 a	 resposta	 anti-inflamatória	 compensatória	
(SRAC),	 neste	 contexto,	 os	 nutrientes	 imunomoduladores	 são	 considerados	
recursos	terapêuticos	para	o	tratamento	de	tais	condições	de	doença.
Os nutrientes terapêuticos mais utilizados comercialmente são a 
arginina,	 a	 glutamina,	 os	 nucleotídeos	 e	 os	 ácidos	 graxos	 da	 série	 ômega	 3	
(ácidos	 eicosapentaenoicos	 [EPA]	 e	 ácido	 docosa-hexanoico	 [DHA],	 os	 quais	
exercem	 influência	 nos	 parâmetros	 imunológicos,	 nutricionais	 e	 inflamatórios	
(VASCONCELOS,	2019).	
 
A	arginina	é	um	aminoácido	classificado	como	condicionalmente	essencial,	
pois	em	situações	 isentas	de	estresse	nosso	organismo	é	capaz	de	produzi-la	a	
partir	de	outro	aminoácido,	por	outro	 lado,	em	condições	de	estresse	 (trauma,	
queimaduras,	 cirurgias	 gastrointestinais)	 o	 suprimento	 diminui	 e	 a	 demanda	
celular	aumenta,	exigindo	maior	quantidade.	
As	 funções	 abrangem	 estimulo	 da	 secreção	 de	 hormônios	 anabólicos	
(insulina	e	hormônio	do	crescimento);	viabiliza	o	processo	de	reparação	tecidual	
por	 ser	 precursora	 da	 prolina,	 proteína	 que	 dá	 origem	 ao	 colágeno;	 atua	 na	
perfusão tecidual por ser precursora do óxido nítrico, um potente vasodilatador; 
e	aumenta	o	número	de	 linfócitos	T	auxiliares	 (CD4)	circulantes	 (SALES	et al.,	
2015;	FEITOSA;	DAMASCENO;	VASCONCELOS,	2017;	VASCONCELOS,	2019).
A	 glutamina,	 como	 a	 arginina,	 é	 considerada	 um	 aminoácido	
condicionalmente	 essencial,	 é	 produzida	 por	 vários	 tecidos	 do	 corpo,	 mas	
os	 músculos	 esqueléticos	 produzem	 a	 maior	 parte	 e	 os	 enterócitos	 e	 células	
do	 sistema	 imune	 a	 utilizam	 como	 fonte	 energética	 preferencial.	 Em	 casos	 de	
hipermetabolismo	 (politraumatismo,	 queimaduras	 graves,	 cirurgias	 etc.),	 a	
metabolização	torna-se	acentuada	e	por	conseguinte	a	demanda	se	eleva.	
No	 estresse	 prolongado,	 os	 enterócitos	 passam	 a	 precisar	 de	 uma	
oferta adicional, caso essa demanda não seja atendida, ocorre a morte dessas 
células	associada	a	queda	da	barreira	intestinal	e,	por	fim,	se	estabelece	o	risco	
de	 translocação	 bacteriana.	Além	 de	 substrato	 energético	 para	 o	 intestino,	 os	
24
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
linfócitos	 também	 utilizam	 glutamina	 como	 fonte	 de	 energia;	 apresenta	 ação	
antioxidante,	pois	é	precursora	da	glutationa,	substrato	para	síntese	de	glutationa	
peroxidase,	enzima	que	combate	radicais	livres.	Na	prática	clínica,	recomenda-se	
a suplementação nas seguintes situações: oferta via parenteral, em caso de jejum, 
em	doenças	 inflamatórias	 intestinais,	 câncer,	 sepse,	 queimaduras	 graves	 e	 em	
transplante	de	medula	óssea	(SALES	et al.,	2015;	VASCONCELOS,	2019).
Uma	base	nitrogenada	(purina	ou	pirimidina)	combinada	com	um	açúcar	
(pentose)	 e	 um	 ou	mais	 grupos	 fosfatos,	 dá	 origem	 a	 um	nucleotídeo,	 o	 qual	
está	envolvido	em	quase	todos	os	processos	celulares,	 incluindo	os	anabólicos,	
estruturais,	pois	constituem	unidades	de	RNA	e	DNA,	necessárias	para	divisão	
celular.	As	dietas	ou	suplementos	com	adição	de	nucleotídeos	têm	demonstrado	
capacidade	em	otimizar	a	imunidade	humoral,	além	de	estimular	a	capacidade	
dos	 macrófagos	 em	 eliminar	 bactérias	 (RIBEIRO,	 2015;	 VASCONECELOS,	
2019).	Ribeiro	 (2015)	destaca	que	dietas	 isentas	em	nucleotídeos	desencadeiam	
supressão dos linfócitos T auxiliares, maturação prejudicada dos linfócitos T e 
redução	da	barreira	intestinal.
Vasconcelos	(2019)	enfatiza	que	os	ácidos	graxos	ômega	3	com	18	carbonos	
são	 alongados	 aos	 ácidos	 graxos	 ômega	 3	 de	 20	 e	 22	 carbonos,	 EPA	 e	 DHA,	
respectivamente,	os	quais	têm	efeitos	diretos	na	fluidez,	estrutura	e	função	das	
membranas	celulares.
Tanto	o	ácido	graxo	ômega	3	como	o	ômega	6	podem	ser	metabolizados	
pela	mitocôndria	para	produção	de	energia,	no	entanto,	 a	metabolização	após	
a	incorporação	na	membrana	plasmática	é	diferente.	As	citocinas	produzidas	a	
partir	do	ômega	3	são	as	PGE3,	PG13,	imunoestimulantes,	enquanto	a	do	ômega	
6	 é	 a	 PGE2,	 imunossupressora.	A	 oferta	 de	 uma	mistura	 de	 ômega	 3	 e	 6	 na	
proporção de 1:2 ou 1;1,25 parece ser a ideal, embora ainda não se tenha certeza 
dos	valores.	Os	eventos	benéficos	alcançados	com	a	oferta	de	emulsões	lipídicas	
contendo	EPA	e	DHA	são	redução	da	quimiotaxia,	da	aderência	endotelial,	menor	
produção	 de	 mediadores	 inflamatórios	 e	 aumento	 da	 fagocitose,	 no	 entanto,	
a	 robustez	 das	 evidências	 científicas	 ainda	 precisa	 ser	 alcançada,	 apesar	 da	
grande	potencialidade	do	ômega	3	no	tratamento	de	pacientes	hipermetabólicos	
(RIBEIRO,	2015).
Caro acadêmico, aprofunde ainda mais o seu conhecimento sobre impacto do 
uso de dieta imunomoduladora em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, acesse: 
http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2017/11/14-AO-Impacto-do-uso-
de-dieta.pdf
DICAS
http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2017/11/14-AO-Impacto-do-uso-de-dieta.pdf
http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2017/11/14-AO-Impacto-do-uso-de-dieta.pdf
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
25
6 COMPLICAÇÕES E MANEJO DA TERAPIA NUTRICIONAL 
ENTERAL
Apesar	dos	benefícios	e	da	segurança	da	TNE,	ela	não	é	isenta	de	possíveis	
complicações, sendo assim, o acompanhamento e a monitorização sistemática 
por	 uma	 equipe	multidisciplinar	 experiente	 garantem	 a	 redução	 e	 o	 controle	
das	intercorrências.	As	complicações	são	classificadas	em	mecânicas,	infecciosas,	
metabólicas	e	gastrointestinais.	O	Quadro	8	apresenta	um	resumo	das	principais	
complicações	da	TNE,	possíveis	causas	e	prevenção	(OLIVEIRA;	IGLESIAS,	2014;	
SANTOS	et al.,	2017;	VASCONCELOS,	2019)
Complicação Possíveis causas Medidas preventivas
Mecânicas
Deslocamento 
da sonda
Tosse,	vômito Verificar	o	posicionamento	da	
sonda	antes	de	iniciar	a	dieta.
Verificar	indicação	de	
medicamentos para controle 
da	tosse	e	vômitos.
Obstrução da 
sonda
Lavagem incorreta após 
administraçãode dieta ou de 
medicamentos
Lavar a sonda com água 
(20	a	50	ml)	antes	e	depois	
da administração em bolus 
ou intermitente da dieta ou 
medicação; em caso de infusão 
contínua	lavar	a	cada	quatro	
horas.
Infecciosas
Pneumonia 
aspirativa
Deslocamento da sonda, 
migração	para	o	esôfago
Refluxo	gastroesofágico	
(RGE)
Regurgitação do conteúdo 
gástrico
Checar posicionamento da 
sonda
Tratamento	do	RGE.
Avaliar o reposicionamento no 
duodeno	ou	jejuno.
Metabólicas
Hiperglicemia Síndrome de realimentação 
em desnutridos
Diabetes Melito tipo II
Estresse metabólico
Monitorar os níveis de glicose, 
fósforo	e	vitamina	B1.
Avaliar	qualidade	e	
quantidade	do	carboidrato	
ofertado e sua distribuição 
diária.
Uso	de	hipoglicemiante	oral/
insulina.
QUADRO 8 – COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À TNE, POSSÍVEIS CAUSAS E MEDIDAS PRE-
VENTIVAS
26
UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
Desidratação 
e hiper-
hidratação
Oferta	inadequada	de	
líquidos	não	conspirando	
perdas, doenças como 
insuficiência	cardíacas,	renal	
ou hepática
Monitorar balanço hídrico 
diário, eletrólitos, peso 
corporal, presença de edema, 
medicamentos.
Gastrointestinais
Náusea	e	
vômito
Retenção gástrica
Infusão rápida
Excesso de gordura na dieta
Intolerância	à	lactose
Preferir	fórmulas	isotônicas;	
manter a cabeceira elevada 
de	30	a	450, considerar 
medicamentos	pró-cinéticos.
Iniciar lentamente a infusão, 
20	a	25	ml/h	e	aumentar	
gradativamente.
Fórmula	isenta	em	lactose.
Diarreia Infusão rápida da dieta
Ingestão	inadequada	de	
fibras
Dietas com alta osmolaridade
Má-absorção
Dietas geladas
Lentificar	a	infusão.
Avaliar prescrição de 
prebióticos, probióticos e 
simbióticos.
Utilizar	fórmulas	isotônicas.
Prescrever	dietas	hidrolisadas.
Administrar dieta em 
temperatura	ambiente.
Constipação Desidratação
Obstrução gastrointestinal
Inadequação	da	oferta	de	
fibras
Inatividade física
Avaliar	o	estado	de	hidratação.
Obstrução pode 
requerer	cirurgia,	avaliar	
reposicionamento	da	sonda.
Atividade	física.
Distensão 
abdominal
Infusão rápida intermitente 
ou em bolus de dieta gelada
Esvaziamento gástrico lento 
ou retenção gástrica
Má-absorção
Administração dieta me 
temperatura	ambiente.
Lentificar	a	infusão,	
aumentando	gradativamente.
Prescrever fórmulas 
hidrolisadas isentas em 
sacarose,	lactose	glúten.
FONTE: Adaptado de Santos et al. (2017); Vasconcelos (2019)
7 CONCEITO, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA 
TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP)
Define-se	 NPT,	 segundo	 a	 Portaria	 nº	 272	 da	 Agência	 Nacional	 de	
Vigilância	Sanitária	(Anvisa),	como:
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
27
Nutrição	Parenteral	(NP):	solução	ou	emulsão,	composta	basicamente	
de	 carboidratos,	 aminoácidos,	 lipídios,	 vitaminas	 e	minerais,	 estéril	
e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, 
destinada	à	administração	 intravenosa	em	pacientes	desnutridos	ou	
não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a 
síntese	ou	manutenção	dos	tecidos,	órgãos	ou	sistemas	(BRASIL,	1998).	
Shima	e	Pinto	(2019)	acrescentam	que	a	nutrição	parenteral	se	fundamenta	
em	 uma	 solução	 estéril	 de	 nutrientes	 (aminoácidos,	 glicose,	 lipídeos,	 sais	
minerais	 e	 vitaminas)	 infundida	 por	 via	 endovenosa,	 por	meio	 de	 um	 acesso	
venoso	periférico	ou	central,	indicada,	na	maioria	das	vezes,	na	impossibilidade	
de	utilização	do	TGI.	
No	Brasil,	a	TNP	é	regulamentada	pela	Portaria	no	272,	de	8	de	abril	de	
1998,	da	Agencia	de	Vigilância	sanitária	(ANVISA),	a	qual,	além	de	pontuar	os	
requisitos	mínimos	dessa	terapia,	fixa	procedimentos	de	boas	práticas	(BRASIL,	
1998).
As	 indicações	 da	 TNP	 são	 situações	 de	 impossibilidade	 de	 utilização	
da via digestiva, como distúrbios disabsortivos, distúrbios obstrutivos, íleo 
paralítico, sangramento do TGI e alteração de trânsito por fatores metabólicos ou 
mecânicos.	
As	 principais	 situações	 clínicas	 são:	 fístulas	 digestivas	 de	 alto	 débito,	
síndrome	 do	 intestino	 curto,	 doenças	 inflamatórias	 intestinais	 em	 que	 a	
TNE	 foi	 ineficiente,	 obstrução	 intestinal,	 íleo	 paralítico,	 pancreatites	 graves,	
complementação	 energética	 e	 de	 nutrientes	 da	 TNE	 etc.	 Para	 pacientes	
hemodinamicamente	 instáveis	a	TNP	está	contraindicada	 (LEITE;	 INGLESIAS,	
2014;	LUZ	et al.,	2017;	SHIMA;	PINTO,	2019).
Shima	e	Pinto	(2019)	e	Luz	et al.	(2017)	afirmam	também	que	TNP	deve	
ser	recomendada	em	situações	em	que	haja	déficit	energético-proteico	com	o	uso	
exclusivo da via enteral e impossibilidade de evolução enteral para alcançar as 
necessidades	nutricionais	do	paciente.	
O	 início	 da	 terapia	 nutricional	 enteral	 dentro	 das	 primeiras	 48	 horas	
após admissão hospitalar está associado a um desfecho clínico melhor, como 
menor tempo de suporte ventilatório, menor incidências de novas infecções, 
redução	 do	 tempo	 de	 internação	 e	menor	 taxa	 de	 perda	 de	massa	muscular.	
Todos	esses	benefícios	são	demonstrados	em	estudos	científicos	bem	conduzidos	
sobre	TNE,	no	entanto,	sobre	a	TNP	exclusiva	ou	suplementar,	ainda	está	claro,	
levando	em	consideração	que	a	última	diretriz	americana	publicada	em	2016,	a	
qual	recomenda	que	pacientes	com	desnutrição	grave	ou	com	risco	nutricional	
alto,	a	TNP	seja	 indicada	precocemente.	Enquanto	a	diretriz	europeia	de	2009,	
postula	 que	 a	 terapia	 deve	 ser	 iniciada	 após	 três	 dias	 de	 internação,	 naqueles	
indivíduos	em	que	não	há	possibilidade	de	atender	plenamente	as	necessidades	
nutricionais por via digestiva, por conta de contraindicação ou não tolerância da 
TNE	(SINGER	et al.,	2009).	Porém,	vale	destacar	que	há	consenso	de	que,	quanto	
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UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
pior	estiver	o	déficit	nutricional	ou	mais	hipercatabólico	estiver	o	paciente,	mais	
precoce	deve	ser	a	prescrição	da	TNP	(CASTRO;	TOLEDO;	FIGUEIREDO,	2017;	
SHIMA;	PINTO,	2019).
8 TIPOS DE FORMULAÇÃO E MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO 
DA TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL
Existem	 dois	 tipos	 de	 formulações	 de	 nutrição	 parenteral	 (NP):	 as	
padronizadas	 ou	 prontas	 para	 uso;	 e	 as	 individualizadas,	 que	 precisam	 de	
manipulação	diária,	preparadas	manualmente	por	profissionais	farmacêuticos	e	
que	podem	vir	em	bolsas	bi	ou	tricompartimentadas	(ALMEIDA	et al.,	2017).	
A	 NP	 padronizada	 está	 pronta	 para	 o	 uso,	 tem	 composição	 e	
volume	 preestabelecidos,	 permanece	 em	 estoque,	 vem	 em	 bolsas	 bi	 ou	
tricompartimentalizada	(mistura	de	aminoácidos,	glicose	e	lipídeos	em	uma	bolsa	
única)	preparada	pela	 indústria	farmacêutica.	Os	tipos	de	bolsas	para	nutrição	
parenteral	estão	exemplificados	na	Figura	9.
FIGURA 9 – BOLSAS BI E TRICOMPARTIMENTALIZADA
FONTE: Freitas e Serra (2008, p. 15)
Destacam-se as seguintes vantagens: evita desperdício, diminui 
manipulação	e	custo,	apresenta	dois	anos	de	validade.	No	entanto,	não	apresenta	
especificidade	para	o	paciente,	 excluindo	desta	 forma,	 a	 consideração	de	 cada	
processo	 patológico	 e	 as	 fases	 da	 doença	 (POLTRONIERI;	 SILVA;	 BARBOSA,	
2015;	ALMEIDA	et al.,	2017).	
A	 NP	 individualizada	 é	 preparada	 por	 profissional	 farmacêutico,	
conforme a prescrição para o paciente, levando em consideração as necessidades 
nutricionais individuais, no ambiente hospitalar, em setor especializado, ou 
por	 empresas	 terceirizadas.	 Todos	 os	 nutrientes	 são	 acondicionados	 em	 uma	
mesma bolsa e atendem a necessidade do paciente no momento, de acordo com 
a	 sua	 condição	 clínica.	As	 desvantagens	 incluem:	 custo	 maior,	 o	 tempo	 para	
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
29
manipulação,	estrutura	física	no	hospital,	ou	com	transporte	da	indústria	que	faz	
a	manipulação	(POLTRONIERI;	SILVA;	BARBOSA,	2015;	ALMEIDA	et al.,	2017).	
No	Quadro	9	está	exemplificada	uma	prescrição	de	NP	para	adultos.
Nutrientes Quantidade
Solução	de	aminoácidos	10% 300-600ml
Solução	de	glicose	50% 300-600	ml
Solução	de	lipídeos	20% 100-200	ml
Cloreto	de	sódio	20% 10-20	ml
Cloreto	de	potássio	19% 5-10	ml
Fosfato de potássio 5-10	ml
Gluconato de cálcio 5-10	ml
Sulfato	de	magnésio 5-10	ml
Solução vitamínica 10	ml
Solução de oligoelementos 5 ml
QUADRO 9 – EXEMPLO DE FORMULAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL PARA ADULTO
FONTE: Almeida et al. (2017, p. 174)
De acordo com Luz et al.	 (2017)	e	Poltronieri,	Silva	e	Barbosa	(2015),	os	
acessos	para	administração	da	TNP	são	o	venoso	central	ou	periférico.	O	central	
consiste	na	inserção	de	um	dispositivo	através	uma	veia	superficial	ou	profunda,	
a	qual	progride	até	a	veia	cava	superior	ou	inferior.	O	dispositivo	é	de	material	
flexível,	radiopaco	e	biocompactível.	É	indicado	quando	a	terapia	for	necessária	
por	 um	 logo	 maior	 que	 cinco	 dias,	 as	 vantagens	 abrangem	 a	 possibilidade	
de	 administrar	 soluções	 hiperosmolares,	 menor	 risco	 de	 flebite,	 infiltração,	
extravasamento	e	complicações	locais,	já	as	desvantagens	são	o	alto	custo,	técnica	
mais	complexa,	risco	de	trombose	e	infecções.	A	inserção	de	um	dispositivo	de	
poliuretano	ou	teflon	em	uma	veia	de	superficial,	preferencialmente	nos	membros	
inferiores	 (mão,	 antebraço	 e	braço),	 caracteriza-se	 como	acesso	periférico.	Este	
acesso	é	recomendado	quando	a	terapia	tiver	uma	previsão	de	duração	menor	
que	cinco	dias,	a	osmolaridade	da	infusão	for	menor	que	800	mOsm/L	e	a	terapia	
seja	uma	complementação	da	via	oral	ou	enteral.	É	de	baixo	custo,	acesso	fácil	e	
rápido	e	não	requer	cuidados	especializados,	no	entanto,	apresenta	maior	risco	de	
infiltração,	tromboflebite,	requisita	troca	frequente	e	é	contraindicada	a	infusões	
com	osmolaridade	maior	que	800	mOsm/L.
A	 administração	 da	 NP	 é	 de	 responsabilidade	 do	 enfermeiro,	 mas	 os	
cuidados necessários para prevenir complicações devem ser seguidos por meio 
de	protocolos	 institucionais	de	boas	práticas,	 tendo	a	Equipe	Multiprofissional	
de	Terapia	Nutricional	(EMTN)	à	frente	de	todos	os	processos	e	engajamento	de	
todos	os	profissionais	que	atendem	o	paciente	em	TNP	(SHIMA;	PINTO,	2019).	
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UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
Após	discussão	da	EMTN,	o	médico	prescreve	a	TNP,	o	enfermeiro	fica	
responsável em garantir uma via única de infusão endovenosa e o nutricionista 
fica	 responsável	 em	 avaliar	 o	 estado	 nutricional,	 determinar	 necessidades	
nutricionais	 e	 acompanhar	 a	 evolução	 do	 paciente.	 É	 importante	 para	 equipe	
monitorar	os	seguintes	exames	bioquímicos	antes	no	início	da	NP	e	posteriormente	
para	controle:	ureia,	creatinina,	sódio,	potássio,	fósforo,	cálcio	iônico,	aspartato	
aminotransferase	 (AST),	 alanina	 aminotransferase	 (ALT),	 glicose,	 bilirrubinas,	
colesterol	total,	triglicerídeos	etc.	(SHIMA;	PINTO,	2019).
Conforme	preconizado	na	TNE,	estabelecer	um	plano	gradativo	de	oferta	
da	NP	 é	 uma	das	maneiras	 para	 prevenção	de	 possíveis	 complicações,	 assim,	
recomenda-se	que	nas	primeiras	24	horas	seja	ofertado	um	terço	do	total,	evoluir	
para	dois	 terços	no	2º	dia	e,	por	fim,	que	o	volume	total	 seja	alcançado	em	72	
horas.	Com	a	oferta	plena	instituída,	a	infusão	nutriente	é	continua,	me	períodos	
de	12	a	24	horas,	com	fluxo	constante	e	sem	interrupção.	
As seguintes informações devem ser checadas antes da administração: 
identificação	do	paciente,	volume	da	solução,	composição	e	integridade	da	bolsa,	
alteração	de	cor,	prazo	de	validade	(industrializadas)	e	data	e	hora	de	preparo	
(manipuladas)	(POLTRONIERI;	SILVA;	BARBOSA,	2015;	ALMEIDA	et al.,	2017;	
SHIMA;	PINTO,	2019).
Poltronieri,	Silva	e	Barbosa	(2015)	destacam	a	importância	de	aferir	o	peso	
corporal diariamente, registrar em prontuário balanço hídrico a cada seis horas, 
controle	glicêmico	e	quaisquer	intercorrências	apresentada	pelo	paciente.
O seguimento das boas práticas de higiene e manipulação são 
fundamentais para garantir uma boa evolução clínica e prevenção de infecções 
e	complicações	da	TNP,	para	 tanto,	o	enfermeiro	é	um	profissional	com	papel	
fundamental	 na	 EMTN,	 além	do	 nutricionista	 que	 faz	 o	 acompanhamento	 do	
estado nutricional, preza pelo alcance pleno das necessidades nutricionais sem 
sobrecarga	metabólica	e	registra	evolução	clínica	do	seu	paciente	em	prontuário.
9 COMPLICAÇÕES E MANEJO DA TERAPIA NUTRICIONAL 
PARENTERAL
A	 TNP	 evoluiu	 consideravelmente	 nas	 últimas	 décadas,	 mas	 requer	
uma	 equipe	 multidisciplinar	 coesa,	 competente	 e	 alinhada	 com	 as	 medidas	
preventivas	para	possíveis	complicações,	considerando	que	é	um	procedimento	
que	apresenta	riscos.	Três	categorias	de	complicações	são	elencadas	na	literatura:	
mecânicas,	 infecciosas	 e	 metabólicas	 (CASTRO;	 FIGUEIREDO;	MATOS,	 2017;	
SHIMA;	PINTO,	2019).	
TÓPICO 2 — TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
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As	 complicações	 mais	 frequentes	 são	 infecção	 relacionada	 ao	 cateter	
(85,7%),	seguindo	de	hipoglicemia	grave	por	interrupção	abrupta	da	NP	(14,3%).	
O	Quadro	 10	 apresenta	 os	 tipos	 de	 complicações,	 causas	 e	 prevenção/manejo	
(SHIMA;	PINTO,	2019).
Complicações Possíveis causas Prevenção/manejo
Mecânicas Flebite, pneumotórax, 
hemotórax, embolia gasosa 
e mau posicionamento do 
cateter.
Passagem do cateter venoso 
central	 (CVC)	 guiado	 por	
ultrassonografia,	 realizada	 por	
profissional	qualificado.
Infecciosas CVC	com	vários	lumens.
Jejum prolongado aumento 
o risco de translocação 
bacteriana.
Higiene	inadequada.
CVC	com	único	lúmen,	se	utilizar	
vários reservar um somente para 
NP.
Se	possível,	associar	com	TNE.
Seguimento rigoroso de boas 
práticas.
Metabólicas Deficiência	 ou	 excesso	 de	
nutrientes.
Avaliação clínica, nutricional e 
bioquímica	 detalhada;	 correção	
das desordens eletrolíticas antes 
da	 prescrição	 da	 NP;	 avaliação	
das	 necessidades	 energética	 e	
hídrica; avaliação da condição 
metabólica do paciente; manter 
glicemia	 na	 faixa	 de	 140	 a	
180mgdL.
QUADRO 10 – COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL
FONTE: Adaptado de Shima, Pinto (2019)
A	síndrome	da	 realimentação	 (SR)	 é	um	conjunto	de	 sinais	 e	 sintomas	
associados	 à	 TNE/TNP,	 a	 qual	 relaciona-se	 fortemente	 com	um	deslocamento	
abrupto	de	eletrólitos	e	fluídos,	podendo	ocasionar	a	morte.	As	anormalidades	
metabólicas	 relacionam-se	 ao	 desequilíbrio	 glicêmico,	 hipofosfatemia,	
hipocalemia,	hipomagnesemia	e	deficiência	de	tiamina,	vitamina	B1.	A	intensidade	
pode variar de leve a grave dependendo do grau de desnutrição, tempo de jejum, 
condição	clínica,	demora	em	diagnosticar	e	tratamento	implementado	(CASTRO;	
FIGUEIREDO;	MATOS,	2017).	
Durante	o	 jejum	prolongado,	ocorre	uma	adaptação	metabólica	em	que	
o	organismo	passa	a	utilizar	menos	glicose	como	substrato	energético	e	mais	as	
gorduras,	assim	a	neoglicogênese	vai	se	intensificando	conforme	o	tempo	de	jejum	
aumenta.	Com	a	realimentação	rápida,	seja	por	via	oral,	enteral	ou	parenteral,	
há	 um	 retorno	 do	 uso	 da	 glicose	 como	 substrato	 energético	 e	 uma	 passagem	
abrupta	de	líquidos	e	eletrólitos,	principalmente	fósforo	e	potássio)	para	o	meio	
intracelular	com	consequente	queda	nos	níveis	séricos.	
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UNIDADE 1 – DIETAS HOS., TERAPIA NUTRI. ENTERAL E PARENT. E FISIOPAT. E DIETOTERAPIA APLICADA ÀS COMPLIC. GESTACIONAIS
A	 hipofosfatemia	 e	 hipopotassemia	 desencadeiam	 um	 quadro	 de	
insuficiência	respiratória	e	disfunção	cardíaca	observadas	nas	primeiras	24	a	48	
horar	após	a	oferta	de	nutrientes	(CASTRO;	FIGUEIREDO;	MATOS,	2017).	
De	 acordo	 com	 Shima	 e	 Pinto	 (2019)	 o	 espectro	 de	 sintomas	 abrange	
insuficiência	 cardíaca	 congestiva	 (ICC),	 arritmia,	 confusão	mental,	 convulsões	
decorrentes da hipofosfatemia; arritmia, diarreia, convulsão decorrente dos níveis 
reduzidos	de	magnésio;	íleo	paralítico,	ICC,	arritmia	e	insuficiência	respiratória	
resultantes	 da	 hipopotassemia;	 encefalopatia	 de	 Wernicke,	 visão	 turva,	
convulsões	 e	 coma	decorrentes	da	diminuição

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