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JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS O QUE SÃO E QUAL A IMPORTÂNCIA PARA A EDUCAÇÃO

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FACULDADE INTERNACIONAL SIGNORELLI
PSICOMOTRICIDADE APLICADA A EDUCAÇÃO
CONCEITOS DE JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRA E IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
Teresa Cristina Brandão
Nova Iguaçu
18/11/2019
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CONCEITOS DE JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRA E IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
Considerar que o ser humano se define não só por sua capacidade para pensar (homo sapiens), mas também por sua capacidade para o jogo (homo ludens). Para Huizinga a capacidade de jogar é um dos elementos espirituais mais fundamentais. Caillois (1958), compartilha de uma mesma concepção de jogo, e a completa refletindo acerca dos distintos tipos de jogo existentes, em função da espécie de impulso lúdico que o provoca. 
Questões de como ensinar envolvendo e estimulando o aluno a aprender, são preocupações antigas dos educadores, e na perspectiva de um universo lúdico os professores têm a brincadeira, o jogo e o brinquedo, enfim as atividades lúdicas, como recursos nessa empreitada. A utilização dos jogos como ferramenta pedagógica na educação da criança vem de diferentes épocas. Platão (347 a.C), dezenas de séculos atrás ensinava matemática as crianças em formas de jogo. Frobel (1826), primeiro pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava que as crianças aprendem através do brincar e que sua personalidade pode ser aperfeiçoada e enriquecida pelo brinquedo. Com Aguiar (2002, p. 36-42) a valorização do jogo no processo educativo das crianças continua sendo evidenciada pelos educadores contemporâneos.
Brincar é uma linguagem, é nossa primeira forma de cultura. A cultura que pertence a todos e que nos faz participar de ideias e objetivos comuns. 
Freire (1989) aponta uma concepção diferenciada do processo educativo da criança e evidencia a importância de ela vivenciar corporalmente tudo o que aprende na escola. Brincando, jogando e movimentando-se, as crianças aprendem, interagem, experimentam sensações, ampliam seus conhecimentos, expressam-se, divertem-se e trocam experiências. O professor deve ser o mediador do processo de resgate das cantigas, dos brinquedos cantados, das brincadeiras e dos jogos infantis. Boa parte dessas atividades lúdicas, perdeu-se e foi até esquecida. 
Hoje as brincadeiras e os jogos que as crianças conhecem e praticam apresentam menor variedade de movimentos, sendo vivenciados de formas individual e em quantidade reduzida. O professor pode contribuir para que os alunos ampliem o conhecimento do universo lúdico, como se beneficiem em todos aspectos de seu desenvolvimento.
Por meio dos jogos, as crianças podem aprender coisas que vão além do jogar, entre as quais podemos citar: ter persistência e empenho, mesmo diante de obstáculos, e dificuldades (resiliência); procurar soluções para situações problemas (aprender a conhecer); selecionar e testar estratégias para o jogo (aprender a fazer); cooperar (aprender a viver juntos); superar limites, conhecer e controlar suas reações diante adversidades, respeitar as opiniões e as limitações dos colegas (aprender a ser).
É necessário que o educador tenha conhecimento para desenvolver ação pedagógica de forma competente e compromissada. E através da vivencia lúdica a criança aprende conceitos, estabelece e experimenta formas diferenciadas de relacionar-se com seus pares: trocando ideias, cedendo, opinando, tolerando, sentindo e cooperando. Esse aprendizado se faz presente em todas as fases da vida.
O uso de atividades como o jogo, a brincadeira e o brinquedo podem variar de acordo com os objetivos que o profissional se propõe a alcançar. A presença da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem em se tratando de criança é muito importante.
Embora os significados dados aos termos jogo, brinquedo e brincadeira se justaponham, pesquisadores mostram que existem diferenças, caracterizando-os a partir do seu uso, da ação contida em cada um e do comportamento que eles suscitam.
Oliveira, citado por Carvalho (1999, p. 91), ao fazer a caracterização do brinquedo, propõem: “trata-se de um objeto, palpável, finito e materialmente construído, podendo-se constituir segundo formas variadas de criação, desde aquelas artesanais até as inteiramente industrializadas”. Já as expressões brincadeiras e jogo implicam ação coletiva em uma prática que sugere destreza, desejo de vencer e de disputar, para esse mesmo autor.
Para Friedmann (1996) e Volpato (1999), citado por Almeida e Shigunov (2006, p.70) 
A brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade das mais diversas. O jogo é uma brincadeira que envolve certas regras, estipuladas pelos próprios participantes. O brinquedo é identificado como objeto de brincadeira. A atividade lúdica compreende todos os conceitos anteriores.
	A brincadeira está ligada ao sentido de gratuidade, de uma ação livre de compromisso, com possibilidade da existência de regras flexíveis e determinadas, enquanto a brincadeira durar. O jogo também possui regras que são modificadas, quando o interesse diminuem, sendo, portanto, flexíveis. O brinquedo é o objeto manuseado, manipulado no desenvolvimento da atividade lúdica, portanto pode ser utilizado como tal também nos jogos (Almeida, 2006).
Kishimoto, citada por Carvalho (1999, p. 92) faz uma diferenciação entre esses termos, o brinquedo deve ser entendido como “objeto, suporte de brincadeira, brincadeira como a descrição de uma conduta estruturada, com regras e jogo infantil para designar tanto o objeto e as regras do jogo da criança (brinquedo e brincadeira)”.
O jogo pode ser utilizado em várias áreas do conhecimento, para motivar o aluno, pois por meio de manuseio de brinquedos, da expressividade através dos movimentos, brincando e jogando, a criança pode incorporar os conhecimentos de forma concreta, aprendendo lúdica e prazerosamente.
Para Vygotsky (1989), pela análise sócio-histórica, a brincadeira é entendida como atividade social da criança, cuja natureza e origem específicas são elementos fundamentais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se insere.
O ato de brincar desempenha um papel importante na infância, pois é brincando que a criança aprende e se desenvolve, experimenta e interage, relacionando aquilo que vivencia com o que observa a sua volta, estabelecendo relações necessárias para a aquisição do conhecimento.
Freire defende uma “educação de corpo inteiro”, que possui três dimensões: a educação da sensibilidade, que se daria pela entrada de estímulos; a educação da motricidade, que se daria e se expressaria pelo movimento; a educação do símbolo, em que seria utilizado o universo da fantasia, o qual faz parte do mundo da criança e está mais próximo dela.
Para Aguiar (2002, p. 36), é no período da educação infantil e das séries iniciais do ensino fundamental, por meio da brincadeira e da fantasia, que a criança adquire a maior parte de seus repertório cognitivos, emocionais e sociais. “O jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades”.
	Piaget caracteriza o jogo da criança a partir de três formas: o exercício, o símbolo e a regra, constituindo os jogos de construção, a transição entre as três formas. Estas estruturas de jogo serão observadas, segundo sua forma típica de assimilação.
	Na criança, o jogo de exercício é o primeiro a aparecer e desenvolve-se nos primeiros meses de vida até, aproximadamente, os dois/três anos de idade. A sua função é exercitar as condutas por simples prazer funcional ou prazer de a criança tomar consciência de seus próprios poderes. 
	De acordo com Piaget, os hábitos são as principais formas de aprendizagem no primeiro ano de vida e constituem a base para futuras operações mentais.
	Os jogos de exercício do bebê permitem a coordenação de esquemas motores, por exemplo, em brincadeiras repetitivas, como: pegar um chocalho, ouvir seu ruído e utilizar esse esquema ou movimentar os objetos para investigar os efeitosde sua ação.
	Pensando na construção do conhecimento na escola, percebe-se que a repetição é um importante recurso de aprendizagem, pois fazer algo uma única vez tem pouco sentido para as crianças; pior ainda é repetir algo, sem significado, sem caráter lúdico. A repetição com seu caráter funcional, como viveu a criança no seu primeiro ano de vida, é matriz para a regularidade, tão essencial para a aprendizagem escolar.
	A segunda categoria de jogos infantis são os jogos simbólicos, que implica a representação de um objeto ausente. Essa forma de jogo caracteriza-se por seu valor analógico, isto é, poder tratar um elemento X como se fosse Y. Por exemplo, quando uma criança de, aproximadamente três anos resolve brincar de boneca, escolhendo representar o papel de mãe, ela repete, por analogia, o que a mãe tantas vezes fez com ela, na vida real. 
Uma terceira grande categoria, que Piaget denominou de jogos de regras: “Ao invés do símbolo, a regra supõe, necessariamente, relações sociais ou interindividuais”. 
Esta forma de jogo contém como propriedade fundamental de seu sistema, duas características herdadas das estruturas de jogos anteriores: a regularidade (jogo de exercício) e as convenções (jogo simbólico). 
Os jogos de regras possuem um caráter competitivo, pois para ganhar, é necessário ser atento, habilidoso, concentrado, ter boa memória, relacionar e abstrair as coisas e, nesse caso, a competição não é vista como algo negativo, mas como um problema universal que a criança enfrentará em algum momento da sua vida. A escola possui uma função instrumental e, se tratar os conceitos de maneira lúdica, com sentido e significado, as crianças serão capazes de lidar com soluções de problemas, por exemplo, uma professora ao ensinar a contagem numérica para as crianças, tanto poderá fazê-la da maneira tradicional, por repetição mecânica dos números, ou com brincadeiras com figurinhas adesivas, que a criança poderá manusear, encontrando respostas a partir de ações concretas.
Para Wallon o movimento é importante e o jogo nesse caso é considerado a principal estratégia para efetivação do trabalho corporal, pois os jogos e brincadeiras são consideradas como atividades próprias das crianças, pois se mantém espontâneas e lúdicas. Ao brincar, os alunos podem criar seus próprios jogos e interagir com outros colegas.
Nas últimas décadas do século passado, a educação e a escola passaram por mudanças e adequações: organização, currículos, espaço físico, entre outros.
A criança deixou ser vista como um adulto em miniatura, e a preocupação está voltada para uma organização curricular específica que atendesse à educação das crianças. O jogo passa a ser reconhecido pelos educadores e tem papel importante no processo de desenvolvimento infantil, o jogo passa a ser um recurso metodológico importante na escola.
REFERÊNCIAS
LE BOULCH, Jean, O Desenvolvimento Psicomotor: do nascimento até 6 anos . Porto Alegre: Artes Médicas (1986).
LE BOULCH, Jean, A educação pelo movimento A psicocinetica na idade escolar. Porto Alegre: Arte Medica, (1983).
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro. 4ª ed. São Paulo: Editora Scipione, 1999.
MEYER, Ivanise C. Resende. Brincar e viver: projetos em educação infantil. Rio de Janeiro: WAK, 2003.
MARINHO, H. R.; JUNIOR, M. Á. de Matos; FILHO, Nei A. S.; FINCK, S. C. M. Pedagogia do movimento: universo lúdico e psicomotricidade. Curitiba: Intersaberes, 2012.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brincadeira e a educação física na pré-escola. Motrivivência, Florianópolis, Ano VII, nº8, p.66-77, 1996.
RABINOVICH, Shelly Blecher. O espaço do movimento na educação infantil: formação e experiência profissional. São Paulo: Phorte, 2007.

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