Buscar

Biossegurança em Odontologia

Prévia do material em texto

Biossegurança
· Biossegurança em Odontologia é o conjunto de procedimentos adaptados no consultório com o objetivo de dar proteção e segurança ao paciente, ao profissional e sua equipe.
(Lima, Minholo & Ito, 2000).
· São essenciais a padronização e manutenção das medidas de biossegurança como forma eficaz de redução de risco ocupacional, de infecção cruzada e transmissão de doenças infecções.
Riscos Biológicos
- Consiste na possibilidade de prejuízo à saúde decorrente de exposição a vírus, bactérias, fungos e parasitas.
O que é doença infecto-contagiosa?
“Qualquer doença causada por um agente infeccioso específico ou pelos seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectados ou de um reservatório a um hospedeiro susceptível direta ou indiretamente”.
Cadeia de Infecção
TRANSMISSIBILIDADE
AGENTE ETIOLÓGICO (PATÓGENO)
HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL
Boca: trato gastro intestinal (em nível de contaminação)
- Cerca de 600 espécies de MO;
- Proximidade paciente;
- Aerossóis (contaminação do ar);
- Viabilidade microrganismos fora da boca.
Transmissão de Microrganismos em Consultório Odontológico
· Contato direto;
· Contato indireto (infecção cruzada);
· Aerolização (bomba a vácuo e bochecho).
Infecção Cruzada em Odontologia
° Paciente para o profissional;
° Profissional e equipe para o paciente;
° Paciente para paciente.
Doenças Transmissíveis em Consultório Odontológico
· Difteria;
· Hepatite virótica;
· Aids;
· Sífilis;
· Tuberculose;
· Influenza;
· Herpes;
· Caxumba;
· Sarampo;
· Catapora;
· Rubéola.
 
Herpes Simples: 
- É transmitido através do contato direto pelos fluidos orgânicos (sangue, saliva, secreções vaginais) ou objetos contaminados.
- Pode sobreviver:
Plásticos – 4 horas;
Prontuários clínicos – 3 horas;
Pele íntegra – 2 horas;
Instrumental – 45’.
Tuberculose:
- É transmitido através de secreção nasofaringe, eliminada pela tosse, que lança no meio ambiente gotículas contendo o bacilo. Pode circular pelo ar ambiente, atingindo grandes períodos de 150 a 180 horas.
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS:
- Doença crônica progressiva que leva à destruição do sistema imunológico;
- HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana;
- Vírus frágil, de curta vida extra corpórea.
Transmissão:
*sexual;
*sanguínea;
*vertical (mãe para filho – congênita);
*perinatal (transmissão durante o parto);
*pós-natal (transmissão através do aleitamento);
*ocupacional (acidentes com materiais perfuro cortantes).
“O vírus HIV, apesar de pequeno risco ocupacional é o que mais dissemina medo e dor, mobilizando os profissionais para a adoção das medidas universais de biossegurança”.
 
Hepatite B – vírus HBV:
- A doença ocupacional de maior risco para a equipe de saúde bucal;
- É a doença mais comum e perigosa contraída nos consultórios.
Transmissão:
*via parenteral (IM, EV, etc);
*sangue (principal fonte de contaminação);
*saliva;
*secreção vaginal;
*sêmen.
Hepatite B é a maior causa de morte e interrupções da prática de consultório pelos dentistas, pode sobreviver sobre as bancadas e móveis por 6 meses.
Transmissão Ocupacional na Prática Odontológica
Hepatite B: maior risco de contaminação;
Herpes: como a de maior frequência;
AIDS: pequeno risco ocupacional.
· Via parenteral (IM, EV, etc);
· Sangue contaminado (drogas, hemodiálise, doação, cirurgias);
· Saliva;
· Secreção vaginal (rara);
· Sêmen (rara).
Portas de Entrada
- Via ocular, via aérea, via oral e via cutânea.
 
· Transmissão de microrganismos:
- a virulência e a quantidade do agente;
- o estado imunológico do hospedeiro (stress físico, emocional; idade; estudo nutricional, quimioterapia, radioterapia, alcoolismo, tabagismo, etc);
- a susceptibilidade do local (ambientes hospitalares).
Fonte de Infecção
· Compreende todos os locais onde os microrganismos podem ser encontrados, seja em seu habitat natural ou locais que possam sobreviver e multiplicar.
*Fontes no ambiente clínico:
- Instrumentos não esterilizados;
- Equipamentos não desinfetados;
- Poeira sobre o mobiliário ou em suspensão no ar;
- Secreção orgânicas;
- Sabonetes sólidos;
- Toalhas de pano.
Acidentes com Instrumentos Perfuro Cortantes:
· Risco de Contaminação:
- O risco de adquirir o HIV é de 0,3% após exposição percutânea com material contaminado, de 40% para a Hepatite B e de 10% para Hepatite C (Ministério da Saúde – Manual de Controle de Infecções e a Prática Odontológica em Tempos de AIDS – Brasília DF: 2000).
Avaliação de Condutas Frente a Acidentes de Trabalho
1. Condutas locais;
2. Notificação do acidente (preenchimento do relatório de doenças ocupacionais);
3. Sorologia do paciente-fonte;
4. Medidas específicas de quimioterapia.
 
Medidas para Controle de Infecção
· Anamnese:
- transfusão de sangue;
- usuários de drogas;
- doenças sistêmicas (sífilis, hepatite, HIV...);
“A anamnese é fundamental para identificar possíveis doenças de risco, mas muitas vezes, nem o paciente sabe que é portador de uma doença infectocontagiosa”.
Equipamento de Proteção Individual – EPIS
· Gorro (tipo touca): deve recobrir todo o cabelo e orelhas, protegendo-os principalmente dos aerossóis. Deve ser de uso único e descartáveis em lixo contaminado.
· Avental: evita o contato da pele e roupas pessoais com os microrganismos do campo de trabalho. Seu uso deve ser restrito ao local de trabalho.
Pode ser:
- não cirúrgico: para procedimentos semicríticos. Devem ser trocados diariamente ou quando apresentarem contaminação visível por sangue ou fluídos. 
- cirúrgico estéril: para procedimentos críticos. É vestido após a paramentação do profissional e degemação das mãos.
· Máscara: proteção das vias aéreas superiores (3 camadas) – descartável.
· Óculos de proteção: proteção biológica e mecânica. Devem ser fechados lateralmente. Devem ser lavados e desinfetados.
· Luvas: as mãos devem ser lavadas antes de calçar as luvas que devem ser descartadas a cada procedimento em lixo contaminado. 3 tipos:
- procedimentos: não estéreis para procedimentos semicríticos.
- cirúrgicas: embaladas individualmente para procedimentos críticos.
- limpeza: látex grosso e resistente. Para a manipulação de instrumental contaminado, para procedimentos de limpeza e desinfecção do consultório. Devem ser desinfetadas após o uso. São reutilizáveis.
Alérgicos ao látex substituir por luvas de vinil.
· Sobre luvas: utilizadas quando o profissional deixa o campo de trabalho para tocar em algum objeto ou superfície, e retirada quando o mesmo volta para o campo de trabalho. Deve ser trocada a cada paciente.
Cuidados com as Mãos
“Água + sabão líquido reduzem infecções cruzadas em até 80%”
Desinfecção do Consultório Odontológico
· Desinfecção: processo pelo qual se consegue destruir alguns microrganismos (os patogênicos), mas não todos (os esporulados).
· Álcool etílico: 
- baixa atividade esporicida;
- ativo contra bacilo da tuberculose e vírus herpes simples;
- inativo contra VHB – vírus hidrófilo;
- 10 minutos de contato.
· Compostos fenólicos:
- tuberculicidas, bactericidas, vuricidas, fungicidas, mas fracos esporicidas.
- 10 min de fricção.
· Hipoclorito de sódio:
- bactericida, virucida, tuberculicida e ativo contra o HIV;
- age sobre VHB à 1%;
- superfícies não metálicas;
- exposição de 10 minutos.
· Quaternários de amônio:
- limpeza de pisos e superfícies;
- baixa atividade contra bactérias, não virucida, nem esporicida;
- contra indicado como desinfetante de materiais críticos e semi-críticos. 
Procedimentos Segundo o Risco de Contaminação
*Procedimentos críticos: quando há penetração no sistema vascular (cirurgias e raspagens sub-gengivais).
*Procedimentos semi-crítico: quando entram em contato com secreções orgânicas (saliva) sem 
 
invadir o sistema vascular (inserção de material restaurador, aparelho ortodôntico).
*Procedimentos não críticos: quando não há contato com secreções orgânicas nem penetração no sistema vascular. Na odontologia não existe nenhum procedimento que possa ser classificado nessa categoria.
· Esterilização: é a completa eliminaçãoou destruição de todas as formas de vida microbianas viáveis.
- A eficiência da esterilização depende do preparo prévio do instrumental.
Classificação dos Instrumentos
· Instrumentos críticos: são instrumentos de corte ou ponta que penetram nos tecidos sub epiteliais. Devem ser obrigatoriamente esterilizados.
· Instrumentos semi-críticos: são instrumentos que entram em contato com a mucosa ou pele íntegra (moldeiras, espelhos, instrumentais para restaurações). Podem ser desinfetados, mas quando possível e preferencialmente esterilizados.
· Instrumentos não críticos: entram em contato apenas com a pele íntegra ou não entram em contato com o paciente (pinça perfuradora de lençol de borracha, arco de Young, mufla). Devem ser desinfetados.
Controle da Esterilização
- Desinfecção prévia;
- Lavagem;
- Embalagem;
- Processo de esterilização.
Métodos de Esterilização
· Vapor sob pressão:
Espectro de Atividade
Ação Microbicida
Gram negativos
Esporos
Microbactérias
Esporos
Vírus
Fungos
Modo de ação: calor úmido desnaturação e coagulação das proteínas vitais. O efeito letal decorre da ação conjunta da temperatura e da umidade.
Detergente Enzimático
· Boa atuação sobre proteínas, carboidratos, sangue, gordura, muco, saliva, proteínas;
· Menor necessidade de escovação;
· Não agridem o material.
Cuidados:
° Disposição do material;
° 3 a 5 cm de distância das paredes da autoclave;
° Realizar secagem do material adequadamente.
Acondicionar os Instrumentos em:
- Papel grau cirúrgico (colocar a data após remover da autoclave); armazenamento após esterilizado de 7 dias.
- Caixas metálicas perfuradas.
Métodos de Esterilização:
* Química:
- glutaraldeído 2% por 10 horas (efetivos contra todos os microrganismos, incluindo M. tuberculosis); 
- óxido de etileno por 4 horas; 
- formaldeído por 18 horas; 
- ácido paracético 0,2% por 1 hora.
* Física: 
- vapor sob pressão (autoclave); 
- calor seco – estufa (oxidação e morte dos microrganismos) 170 graus por 1 hora, 160 graus por 2 horas. Ex: vidrarias, instrumental, vaselina, óleos, cera, pomada, pó.
 
Descarte do Lixo
° Não contaminado: lixo comum no saco preto.
° Contaminados (contém sangue e secreções): saco branco identificado.
° Perfuro cortantes: descarpak.
· Infectantes:
- lixeira com tampa e pedal, revestida com saco branco e lixo infectante.
· Perfuro cortantes:
- caixa rígida impermeável, resistentes a punctura, ruptura e vazamento;
- após fechada, a embalagem de perfuro cortante deve ser acondicionada em saco branco de lixo infectante.

Continue navegando