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DIREITO COLETIVO DO 
TRABALHO 
Pedro Henrique A. Benatto 
Sumário 
1- Natureza Jurídica 
2- Conceito 
3- Princípios do Direito Coletivo do Trabalho 
4- Aspectos Históricos Internacionais do Direito Coletivo do 
Trabalho 
5- Aspectos Históricos do Direito Coletivo do Trabalho no 
Brasil 
6- Organização Sindical 
7- Sindicato, Federações, Confederações e Centrais Sindicais 
8- Custeio do Sindicato 
9- Negociação Coletiva 
10- Convenção Coletiva de Trabalho e Acordo Coletivo de 
Trabalho 
11- Greve 
NATUREZA JURÍDICA 
Primeiramente apenas para esclarecimento, as expressões mais utilizadas são Direito 
Coletivo do Trabalho e Direito Sindical. 
Primeiro se discute a própria autonomia do Direito Coletivo do Trabalho. Há o 
entendimento minoritário de que ele possui autonomia científica, em razão de seus 
princípios próprios, diferentes do direito individual do trabalho. 
Prevalece o entendimento de que o Direito do trabalho é um ramo do Direito, dotado de 
autonomia, tendo o Direito Coletivo do Trabalho como um de seus pilares, ou seja, o 
Direito Coletivo do Trabalho é espécie do qual Direito do Trabalho é gênero. 
Soma-se a isto o fato de que esta matéria não tem autonomia legislativa, eis que toda 
legislação vigente encontra-se na própria CLT. 
Tampouco se verifica autonomia jurisdicional, eis que qualquer conflito existente nesta 
matéria será decidida em um órgão da justiça do Trabalho, assim como é feito no Direito 
Individual do Trabalho. 
Autonomia didática também não é sequer ventilada, pois tal matéria é ensinada em Direito 
do Trabalho, nas Universidades. 
Dessa forma, a natureza jurídica do Direito Coletivo do Trabalho é de segmento do 
Direito do Trabalho. 
CONCEITO 
Direito Coletivo do Trabalho pode ser conceituado como segmento do Direito do 
Trabalho que regula e organiza as matérias sindicais, negociações coletivas, instrumentos 
normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores na empresa e a greve. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
Conforme já frisado, o Direito Coletivo do Trabalho tem princípios próprios, quais sejam: 
Princípio da Liberdade Sindical - Este princípio está pautado na democracia e o 
pluralismo nas relações sindicais. Diferente de anos atrás, não mais se sustenta o modelo 
sindical controlado pelo Estado que impunha regras que sufocavam os atores sociais nas 
relações coletivas de trabalho. 
É o princípio segundo o qual os trabalhadores e os empregadores, sem qualquer distinção 
e sem autorização prévia tem o direito de constituir as organizações que entendam 
convenientes, assim como o de se afiliar as organizações, com uma única condição, de 
que todos analisem seus estatutos. Este princípio tem como base a Convenção 87, OIT 
(21 artigos). 
Princípio da Autonomia coletiva dos Particulares 
Este princípio aduz que os atores sociais do Direito Coletivo do Trabalho tem poderes 
para estabelecer normas coletivas de trabalho, a serem aplicadas às relações trabalhistas. 
Os instrumentos normativos decorrem da negociação coletiva. 
Princípio da Interveniência Sindical Obrigatória 
Este princípio se baseia no mandamento nuclear segundo o qual a participação da entidade 
sindical obreira é indispensável à caracterização da existência contratual de natureza 
coletiva, ou seja, para que a convenção ou acordo coletivo sejam válidos, necessariamente 
o sindicato obreiro deverá estar presente. Este princípio está consagrado no artigo 8, VI, 
CF. 
Cuidado: Obrigatório somente é a presença do sindicato obreiro, caso a empresa faça um 
acordo coletivo, poderá fazer sem seu sindicato, razão pela qual se pode afirmar que este 
princípio impõe a presença da entidade sindical operária na relação jurídica de direito 
coletivo. 
Princípio da equivalência contratual dos sujeitos coletivos 
Este princípio se baseia no fato de que os sindicatos, patronal e obreiro estão e plano de 
igualdade, dotados dos mesmos instrumentos de ação ou resistência. Diferente do Direito 
Individual do Trabalho onde o trabalhador é hipossuficiente, no Direito Coletivo as partes 
negociantes são iguais. 
Princípio do Negociado sobre o Lesgislado 
Também conhecido como princípio da adequação setorial negociada , indica as 
possibilidades e os limites que devem ser observados pela norma s coletivas, decorrentes 
de negociação coletiva de trabalho. 
Nesse sentido, a convenção poderá trazer mais benefícios ao trabalhador, aplicados em 
decorrência do princípio da norma mais benéfica ao trabalhador. 
Entretanto, tal princípio poderá também trazer condições de trabalho menos favoráveis 
ao trabalhador, devendo tal hipótese ser entendida como verdadeira exceção, admitidas 
somente nas hipóteses previstas no texto constitucional, exigindo a devida justificação, 
sendo possível buscar a manutenção do nível de emprego por exemplo. 
Princípio da Unicidade Sindical 
Neste princípio, a própria legislação exige que apenas um ente sindical seja representativo 
de determinada categoria, em certo espaço territorial. 
Este é o regime que vigora e está expresso na Constituição Federal. 
Aspectos Históricos e do Direito Internacional no Direito Coletivo 
As corporações de ofício, da Idade Média, antecederam e se distinguiram de sindicatos 
principalmente pelo fato de que as forças produtivas da mesma entidade se reunia, ou 
seja, mestres, aprendizes e companheiros, não podendo assim ser chamado de embrião 
das entidades sindicais. 
O Direito Coletivo do Trabalho tem início nos movimentos de união dos Trabalhadores, 
com o fim de lutar contra condições de trabalho degradantes, buscando por exemplo 
melhorias quanto aos salários e as extensas jornadas, especialmente diante dos abusos 
cometidos na Revolução Industrial, ocorrida no Século XVIII. 
As próprias corporações de ofício haviam sido extintas no período da Revolução Frances 
de 1789, proibindo-se a associação e a formação de grupos, tendo em vista o receio de 
violar a liberdade individual. 
Na França, a chamada Lei Le Chapelier, de 1791, proibiu que os cidadãos de um mesmo 
estado ou profissão tomassem decisões a respeito de seus interesses em comum. 
Posteriormente o Código Napoleônico, de 1810 previa a punição no caso de associação 
de trabalhadores. 
A própria Revolução Industrial, no século XVIII, fez surgir a questão social representada 
pelo desequilíbrio nas relações jurídico econômicas entre o trabalho e o capital. 
As péssimas condições de trabalho da época foram cruciais para surgir o sindicalismo, 
como uma forma de união dos trabalhadores , na luta contra injustiças e desigualdades 
sociais e econômicas. 
 O Manifesto Comunista de Marx e Engels (1848) pregava a união entre os trabalhadores, 
condenando a supressão das corporações, defendendo a necessidade de organização e 
associação, dos operários, para que estes manifestem suas opiniões e reivindiquem 
melhores condições de vida. 
Na Inglaterra em 1824, aponta-se uma fase de tolerância a união dos trabalhadores, dando 
origem ao sindicatos. 
Amauri Mascaro Nascimento sintetiza: “ OS sindicatos surgiram sem o apoio da Lei, 
como entes de fato, de existência institucional, embora sem reconhecimento legal, 
curvando-se à realidade que não poderias mais modificar. “ 
De 1824 em diante os outros países começam a aceitar as figuras sindicais, se fazendo 
destaque para Constituição de Weimer de 1919, na qual assegurava o direito de 
associação, sendo a primeira Constituição a estabelecer preceitos pertinentes ao Direito 
Coletivo do trabalho. 
A Convenção 87, da Organização Internacional do Trabalho, de 1948, estabelece 
diretrizes pertinentes a Liberdade Sindical, consideradas essenciais para democracia nas 
relações coletivas de Trabalho. 
Aspectos Históricos no Brasil 
Inicialmente, o mesmo movimento na Europa, de individualismo extremo, reflete no 
Brasil, ainda que com certo atraso. 
Assim, a Constituição de 1824 aboliu as corporações de ofício.A Constituição de 1891 não dispunha expressamente sobre entidades sindicais, apenas de 
forma genérica previa a licitude de associação ou reunião, desde que tais atos fossem 
feitos sem armas, não podendo intervir a polícia, a não ser para manter a ordem pública. 
A história aponta que os primeiros sindicatos surgiram em 1903, ligados a agricultura e a 
pecuária, sendo reconhecidos pelo Decreto 979, de 6 de janeiro de 1903, que permitiu aos 
profissionais da agricultura e indústrias rurais a organização em sindicatos, para o estudo, 
custeio e defesa de seus interesses. 
O Brasil sofreu forte influência do Estado, que centralizava para si a organização da 
economia nacional, justificando a possibilidade de controle dos entes sindicais. 
Desse modo, em 1930, se cria por decreto o Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, atribuindo aos sindicatos funções delegadas de poder público. 
A Lei dos Sindicatos, aprovada pelo governo Vargas, que dentre tantas incumbências, 
estabelecia o sindicato único para cada profissão da mesma região. Se permitia a criação 
de federações (três sindicatos juntos) ou confederações (cinco sindicatos juntos), também 
sujeitas a fiscalização pelo Ministério do Trabalho. 
Os sindicatos eram controlados pelo Estado, seguindo o modelo fascista italiano, tendo 
como grande exemplo o artigo 140, da Constituição Federal de 1937, o qual determinava 
que “A economia da população será organizada em corporações, e estas, colocadas sob a 
assistência e proteção do Estado, são órgão destes e exercem funções delegadas de Poder 
Público”. 
Esta organização corporativista se transfere também para Consolidação das Leis 
trabalhistas, de 1 de maio de 1943. 
O artigo 516 já impunha a chamada unicidade sindical, ao prever a impossibilidade de 
ser reconhecido mais de um sindicato representativo da mesma categoria profissional, 
econômica ou profissão liberal, em uma dada base territorial. 
O Artigo 518, por sua vez, regulava o pedido de reconhecimento a ser dirigido ao 
Ministério do Trabalho, instruído com exemplar ou cópias autenticadas dos estatutos da 
associação. 
Tal situação foi se convalidando durante os anos, sendo importante destacar a portaria 
3.100, de 1985, expedida pelo Ministério do Trabalho, liberando a criação de centrais 
sindicais, outrora proibido. 
A Constituição Federal de 1988, promulgada dia 05 de outubro, ao instaurar novo regime 
constitucional, estabelecendo o Estado Democrático de Direito passou a adotar o 
princípio da Liberdade Sindical (artigo 8, caput) ainda que impondo sérias restrições. 
O próprio inciso I do referido artigo prevê a seguinte regra, de grande destaque e 
importância: “a lei não poderá exigir autorização do Estado para fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a 
intervenção na organização sindical”. 
Essa proibição de interferência e intervenção no Poder Executivo na organização Sindical 
foi a grande modificação, tornando diversas regras previstas na CLT incompatíveis, não 
sendo recepcionadas pela Constituição Federal de 1988. 
ORGANIZAÇÃO SINDICAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 
1988 
Antes mesmo de adentrar nos sindicatos, há de se destacar o Sistema Confederativo, que 
temos em vigor no Brasil: 
SISTEMA CONFEDERATIVO : 
 Centrais Sindicais 
 
SINDICATO 
Não há na legislação definição de sindicato. Prevalece o entendimento de que o sindicato 
é a pessoa jurídica legitimada a representar um tipo de categoria. Quem firma convenções 
coletivas e acordo coletivos é o sindicato. 
Não pode haver interveniência estatal para o funcionamento do sindicato, lembrando que 
o Sindicato goza de imunidade tributária, conforme artigo 150, VI, da Constituição 
Federal. 
DIFERENÇA DO SINDICATO PARA AS ASSOCIAÇÕES CIVIS 
PROFISSIONAIS ( OAB, CREA...) 
Embora, muitas vezes, tenham mais similaridades que diferenças, principalmente quando 
nos referimos aos seus objetivos e finalidades, as Associações Profissionais e os 
Sindicatos encontram suas fronteiras propriamente definidas — ou seus limites, no 
segundo caso — na própria Constituição Federal e em outras leis (inclusive no Código 
Civil). E as distinções entre essas duas entidades precisam ser compreendidas e 
difundidas para evitar qualquer distorção, principalmente entre os representados. 
A primeira grande diferença entre uma Associação Profissional e um Sindicato está no 
fato de que, enquanto a primeira possui a capacidade tributária ativa, isto é, a capacidade 
de arrecadar a contribuição sindical obrigatória, a segunda não possui essa prerrogativa, 
precisando criar outros artifícios para levantar fundos, como as mensalidades cobradas 
aos associados. 
Entretanto, a grande diferença entre estes institutos está no fato de que o somente o 
sindicato tem a prerrogativa de firmar acordos e convenções coletivas de trabalho, ou 
seja, a associação de forma alguma poderá firmar algo neste sentido. Soma-se a isto o 
fato de que os membros da diretoria do sindicato e seus suplentes tem estabilidade 
conferida em lei, algo que também não atinge as associações civis. 
A finalidade do sindicato em suma é defender interesses da categoria em âmbito judicial 
e administrativo. 
Para saber qual o sindicato em que o trabalhador está acoplado, imperioso destacar que 
no Brasil vige o sistema de categorias, ou seja, o Sindicato é feito no Sistema de 
categorias. 
Tal sistema reduz a própria liberdade sindical, pois restringe os trabalhadores a um certo 
tipo de sindicato, haja vista a unicidade sindical, vigente em nosso país. 
CATEGORIA ECONÔMICA (SINDICATO DOS EMPREGADORES) 
Para o empregado saber qual sindicato ele irá seguir, deverá antes de tudo, observar qual 
sindicato o empregador pertence. 
O sindicato dos empregadores, ou seja, da categoria econômica é definido em razão das 
atividades da empresa, podendo estas ser subdivididas em atividades econômicas 
idênticas, similares ou conexas: 
- idênticas: São empresas que exercem o mesmo tipo de atividade, como por exemplo, o 
sindicato dos colégios de certa região. As empresas que farão parte deste sindicato 
exercem atividades econômicas idênticas. 
-Similares: Quando as empresas exercem atividades parecidas, como por exemplo, bares 
e restaurantes. Desta premissa, se pode fundar o Sindicato dos empregadores em bares e 
restaurantes de determinada região. 
- Conexas: Ocorre quando as atividades se interligam entre si, como por exemplo, o 
Sindicato da Construção civil, que unirá trabalhadores da parte elétrica, parte de gesso e 
até mesmo parte de pintura. 
Estas são as três formas do empregador se filiar a um sindicato, observando-se então, se 
as atividades são idênticas, similares ou conexas. 
CATEGORIA PROFISSIONAL (SINDICATO DOS EMPREGADOS) 
Este é o sindicato que representará os empregados, em todos os aspectos. 
Para que o empregado saiba qual sindicato o representará, deverá analisar qual sindicato 
o empregador está seguindo, ou seja, restringe totalmente a chamada liberdade sindical, 
visto que o empregado não tem escolha de sindicato, deverá se integrar no sindicato dos 
empregados que segue a categoria econômica de seu empregador. Assim, prevalece o 
entendimento que a liberdade sindical trata-se de uma liberdade no que tange a opção do 
trabalhador de se filiar ou de se desfiliar do sindicato. 
Observação: Existem certos empregados que não irão precisar observar o sindicato do 
empregador, para se filiar ao dos empregados, estes são chamados de Categoria 
Profissional Diferenciada. 
Categoria Profissional Diferenciada: São profissionais que independente do ramo seguido 
pelo empregador, terão seus direitos previstos em legislação. 
Para diferenciar estes profissionais dos empregados em geral, basta analisar se para este 
profissional existe legislação própria, como por exemplo, o advogado, regido pela Lei 
8.906/94. O artigo 577, anexo, da CLTtraz um rol exemplificativo de profissionais de 
categoria profissional diferenciada. 
Observação 2: Cuidado com a Súmula 374, do TST. A empresa deverá participar das 
negociações coletivas das categorias profissionais diferenciadas, para que o empregado 
faça jus ao ali acordado. 
Sindicato, Federações, Confederações e Centrais Sindicais 
O Sindicato, como já definido acima, é a pessoa jurídica legitimada a representar um tipo 
de categoria. Quem firma convenções coletivas e acordo coletivos é o sindicato. 
Fundação de um Sindicato: Para que se funde um sindicato, são necessários dois atos: 
- criar uma pessoa jurídica no cartório 
- Registrar o Sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego 
Assim, para que um sindicato seja criado, necessário se faz a criação da pessoa jurídica, 
concomitantemente ao registro no Ministério do Trabalho e Emprego, haja vista que este 
último controla a chamada unicidade sindical. Sem o registro o sindicato não pode 
funcionar. 
Organização interna de um Sindicato 
O sindicato internamente conta com três órgãos: 
Assembleia: órgão mais importante do sindicato, fará as deliberações, elegerá a diretoria, 
decide sobre patrimônio, decide sobre negociações coletivas entre outras funções. 
Diretoria: Administra o Sindicato, seus membros são escolhidos por eleição, feita em 
assembleia, tendo um número mínimo de 3 diretores e máximo de 7 diretores, podendo 
haver o mesmo número de suplentes. O mandato do dirigente sindical tem prazo de 3 
anos, podendo ser reeleitos sem número máximo de reeleições. 
Observação: A diretoria e os suplentes gozam de estabilidade no emprego, nos moldes da 
Súmula 369, do TST. 
Os membros das diretorias das Federações e Confederações também gozam de 
estabilidade, lembrando que esta estabilidade vai do registro da candidatura até um ano 
após o mandato, devendo o empregador ser comunicado da candidatura. No tocante as 
Centrais Sindicais, não há nenhuma previsão de estabilidade. 
Cuidado, se a candidatura for feita no curso do aviso prévio, não haverá estabilidade. 
Se o estabelecimento do empregador fechar, a estabilidade cessará. A transferência do 
dirigente sindical é proibida, sendo que se este pede para ser transferido de local, 
automaticamente abrirá mão de sua estabilidade. 
Conselho Fiscal: Responsável por fiscalizar as contas do sindicato. São eleitos na 
assembleia, não gozam de estabilidade e é composto por 3 membros. 
FEDERAÇÕES 
Federação sindical é uma organização que reúne sindicatos. Reúnem membros, de um 
determinado seguimento social ou de objetivo comum ao ingresso, constituem estatutos 
e regimentos, bem como coordenam os sindicatos que a formaram. 
As Federações são as entidades sindicais de segundo grau situadas acima dos sindicatos 
da respectiva categoria; para que no ramo haja uma federação é condição a existência de 
pelo menos cinco sindicatos (CLT, art. 534), e desde que representem a maioria absoluta 
de um grupo de atividades ou profissões. 
CONFEDERAÇÕES SINDICAIS 
Confederação sindical, no direito do trabalho brasileiro, é uma organização sindical que 
reúne federações sindicais de uma mesma categoria econômica ou profissional, em um 
número mínimo de três. 
A sede destas confederações é Brasília. As Confederações tem poder de propor ações 
diretas de inconstitucionalidade, perante ao Supremo Tribunal Federal, desde que tenham 
a pertinência temática. 
CENTRAIS SINDICAIS 
Central sindical é o nome que se dá a uma associação de sindicatos de trabalhadores. 
Possui personalidade jurídica própria e estrutura independente dos sindicatos que a 
formam. É uma entidade mais forte que um sindicato individual e luta por interesses de 
várias categorias, participando ativamente da politica do país. 
Foram criadas na década de 80, entretanto só vieram ao plano legal, por meio da lei 
11.648/08. 
AS centrais sindicais não podem negociar acordos ou convenções coletivas. Sua função 
é coordenar e direcionar os sindicatos para que estes possam fazer melhores acordos. 
Diferente dos sindicatos, federações e confederações, as centrais sindicais só representam 
os empregados, ou seja, não há central sindical patronal. 
Custeio do Sindicato 
Para Maurício Godinho Delgado, o Sindicato tem 4 formas de arrecadação, para que possa 
se manter operando, quais sejam: 
CONTRIBUIÇÃO OBRIGATÓRIA 
Esta contribuição atinge a todos, ou seja, empregados, empregadores, profissionais 
liberais entre outros. 
Dessa forma, prevalece o entendimento de que todos, sem distinção irão fazer esta 
contribuição. O médico, por exemplo, irá pagar seu conselho de classe e também irá pagar 
ao sindicato sua contribuição obrigatória, não podendo se eximir de tal pagamento. 
O valor a ser pago é de um dia de trabalho, devendo ser recolhido no mês de março e 
repassado ao sindicato no mês de abril. 
Observação: Os advogados estão isentos desta contribuição, conforme previsão no artigo 
47, da lei 8.906/94. 
Observação 2: As empresas de pequeno porte e microempresas estão dispensadas de 
pagar tal imposto, no que tange a parte do empregador, devendo portanto recolher e 
repassar a contribuição de seus empregados. 
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA 
 Esta contribuição é prevista nas normas coletivas, sendo aprovada em assembleia. 
Custeia o sistema confederativo do sindicato. 
Somente os filiados são obrigados a fazer este pagamento, cabendo o direito de oposição 
aos empregados que estiverem pagando e não concordarem com tal taxa. 
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL 
Trata-se de contribuição para custear as despesas que o sindicato teve em processos de 
negociação coletiva, acordos coletivos e também serve para celebrar as conquistas 
previstas nas normas. 
Somente sindicalizados devem contribuir. 
 
 
MENSALIDADE SINDICAL 
Este previsto por Maurício Godinho Delgado, nada mais é que uma mensalidade de 
manutenção do sindicato, cobrado aos sindicalizados, para que este mantenha benesses, 
como cabelereiros, clubes e etc. 
 
 
Negociação Coletiva 
Por ser a negociação coletiva um dos pilares da sociedade democrática, no que tange às 
relações coletivas de trabalho, cabe fazer algumas considerações. 
A negociação coletiva deve ser justa, o que exige diálogo e lealdade, em observância aos 
princípios constitucionais. 
A negociação coletiva desempenha diversas funções, de grande importância para 
harmonia nas relações de trabalho e para o desenvolvimento social. 
As funções jurídicas da negociação coletiva podem ser normativas, obrigacionais e 
compositivas. 
A função política da negociação coletiva significa o papel que ela exerce, fomentando o 
diálogo na sociedade. 
A função econômica relaciona-se ao importante objeto de distribuição de riquezas, 
desempenhados pela negociação coletiva, ao inovar e estabelecer condições de trabalho 
a serem aplicadas nos contratos individuais de trabalho. 
A função social da negociação coletiva indica a harmonia no ambiente de trabalho, 
possibilitando o progresso social e o desenvolvimento maior. 
Convenção Coletiva de Trabalho e Acordo Coletivo de Trabalho 
A convenção coletiva de trabalho é defina como o acordo de caráter normativo, pelo qual 
dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais 
estipulam condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações, às 
relações individuais de trabalho. 
Assim, a convenção coletiva é o instrumento normativo que decorre da negociação 
coletiva, sendo em regra firmado pelos sindicatos representantes das respectivas 
categorias. 
Trata-se de fonte formal do Direito do Trabalho, por estabelecer normas genéricas e 
abstratas a serem aplicadas nos contratos individuais de trabalho. 
No que tange a aplicação da norma coletiva, cabe destacar, que o sindicato representa 
todos os integrantes da respectiva categoria, não somente os associados, lembrando que 
a base territorial do sindicato é definida pelos trabalhadorese empregadores, não podendo 
ser inferior à área de um município. 
Assim, a convenção coletiva de trabalho é aplicada a todos os integrantes das categorias 
representadas pelos entes sindicais que a firmaram, independentemente de filiação, 
observada a base territorial dos sindicatos que firmaram a norma coletiva negociada. 
Uma convenção coletiva de trabalho terá a validade máxima de dois anos, porém, o mais 
comum é o prazo de um ano. Nada impede que certas cláusulas tenham validade diversa 
de outras, desde que seja respeitado o limite acima. 
Conforme o artigo 614 da CLT, a Convenção Coletiva de Trabalho, devidamente 
assinada, terá que ser registrada no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 
pelo Sistema Mediador das Relações de Trabalho. Porém, sua eficácia independe do 
registro no MTE, vez que tal exigência possui fins meramente cadastrais e de publicidade. 
A eficácia da Convenção Coletiva de Trabalho surge com a assinatura da mesma pelas 
partes convenentes (no caso, os sindicatos das categorias econômica e profissional). 
Os Sindicatos convenentes deverão promover, conjunta ou separadamente, dentro de 8 
(oito) dias da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho, o depósito de uma via da 
mesma, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se 
tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do 
Ministério do Trabalho nos demais casos. 
As Convenções Coletivas de trabalho entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da 
entrega da mesma, para registro e arquivamento no Departamento Nacional do Trabalho, 
em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos 
regionais do Ministério do Trabalho nos demais casos. 
As cláusulas da convenção não incorporam o contrato individual de trabalho. 
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 
O acordo coletivo de trabalho, ou ACT, é um ato jurídico celebrado entre uma entidade 
sindical laboral e uma ou mais empresas correspondentes, no qual se estabelecem regras 
na relação trabalhista existente entre ambas as partes. 
Diferentemente da convenção coletiva de trabalho, que vale para toda a categoria 
representada, os efeitos de um Acordo se limitam apenas às empresas acordantes e seus 
empregados respectivos. 
No que diz respeito a prazos e peculiaridades, se utilizará as regras utilizadas para as 
convenções coletivas de trabalho. 
 
GREVE Lei 7783/89 
A greve revela natureza jurídica de não apenas liberdade, mas de efetivo direito, no 
sentido de ser a greve garantida, disciplinada e limitada pela lei. 
O direito de greve é de titularidade dos trabalhadores, mas seu exercício é feito de norma 
coletiva. 
De acordo com a própria Constituição Federal, a greve é um direito social de ordem 
fundamental. 
No enfoque do contrato de trabalho, a greve tem natureza de suspensão do contrato de 
trabalho. 
Conceito 
Greve é a paralisação coletiva e temporária do trabalho a fim de obter, pela pressão 
exercida em função do movimento, as reivindicações da categoria, ou mesmo a fixação 
de melhores condições de trabalho. 
O direito de greve é assegurado aos trabalhadores, devendo esses decidirem sobre a 
oportunidade de o exercer e sobre os interesses que devam por meio dele defender (art. 
9.º da CF/1988 e art. 1.º da Lei 7.783/1989). 
A suspensão não pode ser confundida com o abandono de emprego, ou seja, apenas 
suspende o contrato de trabalho. 
Por fim, a suspensão dos serviços deve ser pacífica, sendo vedada a violência. 
Classificação das Greves 
Quanto à licitude, a greve pode ser lícita, quando obedece as determinações legais e ilícita 
se não observados essas determinações. 
Quanto aos limites, a greve pode ser abusiva, ou seja, indo além das determinações legais 
ou não abusiva se dentro destas determinações. 
Quanto a extensão, poderá ser global, quando atinge todos os empregados da categoria 
profissional, parcial quando envolvida apenas algumas empresas ou setores das empresas 
ou uma greve de empresa, quando restrita somente a determinada empresa ou setores 
desta. 
A chamada greve branca é aquela que os empregados param de trabalhar, mas ficam em 
seus postos. 
Limites ao Direito de Greve 
A greve não é direito absoluto, recebendo assim limitações. 
Ao exercer este direito, os preceitos constitucionais deverão ser respeitados. 
No que tange aos militares, há vedação constitucional quanto a greve, conforme artigo 
142, parágrafo 3, IV, CF. 
Já no tocante aos servidores públicos, exige-se lei específica regulando o exercício de 
greve, o que até os dias de hoje não se verifica no legislador. 
Mesmo assim, entende-se que a ausência de lei especifica é possível aplicar a lei de greve, 
ainda que por analogia, mesmo para os servidores públicos. Essa tese foi adotada pelo 
STF, ao julgar os Mandados de Injunção 670, 708 3 712. 
Legitimidade 
A titularidade é dos trabalhadores, pois a eles cabe decidir sobre a oportunidade de fazer 
ou não a greve. Já a legitimidade para instauração da greve é da organização sindical dos 
trabalhadores, se tratando de direito de natureza coletiva. 
Procedimento 
Primeiramente, tem-se a negociação coletiva, ou seja, a tentativa de solução do conflito 
por meio da autocomposição. Trata-se de fase antecedente e necessária, sendo possível 
ainda a mediação. 
O próprio TST entende que a greve é abusiva caso não haja prévia negociação coletiva. 
Ultrapassada as fases de negociação, a Assembleia Geral deve ser convocada pela 
entidade sindical , para definir as reinvindicações da categoria, deliberando sobre a greve. 
A legitimidade para o exercício de greve é do sindicato. 
Assim, não havendo êxito na negociação coletiva de trabalho, se o empregador não 
concordar com ajuizamento de dissídio coletivo de natureza econômica, invocando a 
ausência de comum acordo, assegura-se à categoria profissional o exercício da greve, 
como forma de pressão para negociação coletiva. 
Conforme a lei de greve, o sindicato tem que notificar o empregador com antecedência 
mínima de 48 horas. Caso sejam serviços essenciais, a antecedência mínima é de 72 horas. 
Os serviços essenciais estão previstos no artigo 10, da lei de greve. 
Quanto a manutenção dos bens, exige –se que sejam assegurados serviços cuja 
paralisação resulte em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, 
máquinas e equipamentos. 
Direitos e Deveres 
Quanto aos direitos dos grevistas se destacam: 
- emprego de meios pacíficos, tendentes a persuadir ou aliciar trabalhadores a aderirem à 
greve. 
- arrecadação de fundos para sustentar o movimento grevista durante dias de paralisação. 
- a livre divulgação do movimento 
Já no tocante aos deveres: 
- exige-se a observância dos direitos e garantias fundamentais e outrem. 
- é vedado a empresa adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao 
trabalho e capazes de frustrar com a divulgação do movimento. 
- as manifestações e atos de persuasão não podem impedir o acesso ao trabalho, nem 
causar ameaça ao dano ou a propriedade. 
EFEITOS NO CONTRATO DE TRABALHO 
A greve é considerada hipótese de suspensão do contrato de trabalho. 
Durante a greve são vedadas a rescisão contratual e a contratação de trabalhadores 
substitutos, exceto no caso de contratação de serviços necessários para a manutenção de 
máquinas e equipamentos durante a greve. 
LOCKOUT 
Lockout é a recusa por parte da entidade patronal em ceder aos trabalhadores os 
instrumentos de trabalho necessários para a sua atividade. 
É prática proibida na ordem jurídica brasileira quando tiver o objetivo de frustrar 
negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados 
(Lei nº 7.783/89,17), evitando-se sua utilização como estratégia para enfraquecer a união 
dos trabalhadores durante uma greve. 
Caso ocorra o lockout, o período respectivo será considerado como interrupção do 
contrato de trabalho,de modo que são devidos os salários e o tempo de serviço será 
devidamente computado. 
Além disso, o lockout pode acarretar na rescisão indireta do contrato de trabalho.

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