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Diagnóstico Microbiológico das Infecções Respiratórias Meningites Profa. Mirian Marcolan de Mello marcolanmirian@yahoo.com.br Aula III Diagnóstico Microbiológico das Infecções Respiratórias Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias • A maioria das infecções de vias aéreas superiores são de etiologia Viral, porém outras são provocadas por bactérias e exigem tratamento antimicrobiano. • IVAS (infecções de vias aéreas superiores) infecções da laringe, nasofaringe, orofaringe, nariz, seios paranasais e ouvido médio. • IVAI (infecções de vias aéreas Inferiores) infecções árvore brônquica e pulmões 3ANVISA: Capítulo 9: Infecções do Trato Respiratório Superior Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias1- Microbiota Normal Orofaringe contém uma microbiota mista Streptococcus spp. Neisseria não patogênicas, Haemophilus spp, difteróides, Staphylococcus sp, Micrococcus spp. Anaeróbios(Bacteroides spp, Fusobacterium spp, Veillonella spp, Actinomyces spp.) O trato respiratório abaixo da laringe não possui flora residente normal. Mucosa nasal anterior, frequentemente colonizada por Staphylococcus epidermidis e difteróides, e alguns indivíduos são portadores intermitentes ou definitivos de Staphylococcus aureus. Seios Paranasais e Ouvido Médio não possuem flora microbiana. Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias Faringites Rhinovirus Resfriado 20% Coronavírus Resfriado 5% Adenovirus Doença respiratória aguda ou febre faringo-conjuntival 5 % Herpes simplex vírus Gengivite, estomatite e faringite 4% Outros vírus Herpangina, mononucleose, etc, < 1% Influenza vírus Gripe 2% Parainfluenza vírus Resfriado 2% Streptococcus pyogenes Faringite, amigdalite e escarlatina 15-30% Principais agentes etiológicos de faringites Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias – Otite Média: (crianças entre 3 meses e 3 anos) Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae Streptococcus pyogenes. – Otite Externa: Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp. e Staphylococcus aureus. (mas é mais frequente em pacientes de 7 a 12) Otites Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias comum em neonatos e pacientes imunocomprometidos, principalmente após utilização de antibióticos de largo espectro; diagnóstico é direto, feito através de esfregaço em lâmina do exsudato corado pelo Gram ou KOH, onde são visualizadas leveduras. Candidíase oral Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias Patógenos Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis, enterobactérias , Candida albicans podem ser componentes transitórios da microbiota da orofaringe em indivíduos saudáveis, sem desenvolvimento de doença. Pneumonias Bacterianas Streptococcus pyogenes Principal causa de faringite bacteriana. (Febre , eritema, edema, exsudação tonsilar...) Amiígdalas (tonsilas palatinas) podem servir de reservatório de S. pyogenes. Streptococcus pyogenes Características Beta-hemolítico Presença de polissacarídeo do Grupo A de Lancefield Fatores de Virulência Proteína M(60) e T(26) (resistência a fagocitose) Fimbrias (fixação da bactéria na mucosa) Cápsula (resistência a fagocitose) Hemolisinas ( agem nas células de defesa) Estreptolisina O (sensível a O2) Estreptolisina S (halo de hemólise) Estreptoquinase (transforma plasminogênio em plasmina) Toxina Eritogênica (Spe): presença de fago lisogênico Streptococcus pyogenes Escarlatina: super antígeno se dissemina pela via hematogênica altera a permeabilidade dos capilares, dando origem ao eritema(Beta-Hemolítico) Streptococcus pyogenes Erisipela: Infecção aguda da pele, inicia-se bruscamente, febre e calafrios. (Beta-Hemolítico) Streptococcus pyogenes (Beta-Hemolítico) Doenças não supurativas: (natureza não infecciosa) FEBRE REUMÁTICA Lesões inflamatórias coração, tecido celular subcutâneo, sistema nervoso central Reação antigênica cruzada GLOMERULONEFRITE: Dano renal Depósito de Imuno-complexos nos glonmérulos, com ativação do sistema complemento. Antigeno-Anticorpo Streptococcus pneumoniae Streptococcus pneumoniae Gram-stain of blood broth culture. Bordetella pertussis FATORES DE VIRULÊNCIA Adesinas: adesão tanto ao epitélio respiratório como os macrófagos. Toxinas: toxina pertússica, adenilciclase e toxina traqueal PATOGÊNESE Inalação da bactéria Adesão às células ciliadas e aos fagócitos do epitélio respiratório e produção de toxinas Após período de incubação( varia entre uma e três semanas) Começa a fase catarral da coqueluche (dura entre uma e duas semanas), febre moderada, corrimento nasal e tosse progressiva. Em seguida, vem a fase de tosse paroxística que é característica da coqueluche e que começa a regredir em duas a quatro semanas. Intensa linfocitose Fase de convalescença (uma a três semanas) declínio progressivo da tosse. As células epiteliais e fagócitos são invadidos, A coqueluche é uma infecção extracelular, no epitélio respiratório, as manifestações clinicas sistêmicas são decorrentes da ação de toxinas, lideradas pela toxina pertússica. As complicações mais séries são broncopneumonia e encefalopatia que, freqüentemente, se manifesta por convulsões. 90% (crianças com menos de dez anos), 50% destes incidem no primeiro ano de vida, Diagnóstico microbiológico das Infecções Respiratórias2- Defesa do Hospedeiro Fatores de Virulência dos principais micro-organismos que acometem o Trato Respiratório Inferior Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias 3- Coleta material Trato Respiratório Superior: Swab estéril/abaixador de língua/Meio Transporte (Stuart Amies) Tempo máximo sugerido entre coleta e processamento da amostra: Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias Lavado Broncoalveolar Escovado Aspirado traqueal Cultura Quantitativa PROCESSAMENTO DE Secreção do Trato respiratório Inferior Escarro – Análise da qualidade da amostra (Gram) Biópsia pulmonar Uso de Alça calibrada / Critério de Interpretação Escovado protegido: ≥ 10 3 UFC/mL Lavado Bronco-alveolar (LBA): ≥ 104 UFC/mL Aspirado Traqueal: ≥ 106 UFC/mL Diagnóstico microbiológico das Infecções Respiratórias Escarro: Gram para avaliação da qualidade da amostra Amostra adequada Amostra Inadequada Materiais não aceitáveis - Saliva - Escarro colhido durante 24H - Swab Diagnóstico microbiológico das Infecções Respiratórias PROCESSAMENTO DE Secreção do Trato respiratório Inferior Orofaringe É importante relatar os achados de bacterioscopia do esfregaço corado pelo Gram, descrevendo e quantificando a presença de: – Células epiteliais – Polimorfonucleares (neutrófilos) e/ou mononucleares (linfócitos) – Principais grupos morfológicos de bactérias – Presença de bactérias intracelulares (neutrófilos ou fagócitos) – Presença de fungos leveduriformes / hifas – Associação fuso-espirilar, quando presente Cultura: Agar sangue de carneiro 24h 35°C / Agar chocolate PROCESSAMENTO DE Secreção do Trato Respiratório Superior Diagnóstico microbiológico das infecções Respiratórias Diagnóstico Microbiológico de Meningites Diagnóstico microbiológico de Meningite Natureza dos processos infecciosos do SNC Bactérias Vírus Fungos Protozoários Via de acesso dos agentes infecciosos ao SNC Via hematogênica (principal) Via direta, através de trauma e procedimentos invasivos (cirúrgicos) Por contiguidade (rinofaringe, mediastino posterior, espaço retroperitonial, etc.) Ascensão de vírus por nervos periféricos Diagnóstico microbiológico de Meningite Bacteriana: Bacterioscopia positiva (Gram) Cultura Pesquisa de antígenos positiva Streptococcus Pneumoniae Haemophilus influenzae Neisseria meningitidis Enterobactérias Streptococcus agalactiae Listeriamonocytogenes Staphylococcus spp. Mycobacterium tuberculosis Fungos: Bacterioscopia positiva/ Pesquisa fungo emcapsulado Tinta da china Cryptococcus spp. Candida spp. Histoplasma capsulatum Aspergillus spp. Principais causas de meningite aguda infecciosa Diagnóstico microbiológico de Meningite (rapidez, testes adequados e cuidados para evitar contaminação). LCR deve ter máxima prioridade devendo ser processado imediatamente. Avalie e anote o volume e o aspecto do LCR. Evitar a refrigeração Ordem de utilização: Microbiologia Hematologia Bioquímica PROCESSAMENTO DE AMOSTRAS - LCR Diagnóstico microbiológico de Meningite Cultura: Agar chocolate, previamente aquecidos a 35°C Ágar sangue (base Mueller Hinton ou Ágar brucella) Tubo com caldo tioglicolato( caso haja suspeita de anaeróbios) - 2 ml para exame direto e cultura para fungos (se indicado) - 2 ml para coloração de Ziehl e cultura para micobactérias (se indicado) - 2-3 ml para provas virológicas (se indicado) Exame da cultura Durante 72 horas observe diariamente a presença de crescimento nas placas e tubos com ágar chocolate. Pode-se prolongar a incubação para o total de sete dias. No tubo com caldo deve ser observada turvação diariamente e descartado após 7 dias. Caso haja crescimento, fazer um Gram e semear em placa de ágar chocolate para isolamento, identificação e antibiograma. Em casos de hemófilos e neisserias fazer o teste da beta-lactamase com discos de nitrocefina (Cefinase) Se positivo, comunicar o médico imediatamente. Em caso de pneumococos, testar a penicilina usando discos de oxacilina 1 micrograma. Se halo para oxacilina ≥ 20mm, a cepa é sensível à penicilina. Halo ≤ 19 mm encaminhar a cepa a um Laboratório de Referência ou fazer teste da Concentração Inibitória Mínima (CIM), podendo ser usado o E-test: Diagnóstico microbiológico de Meningite Neisseria meningitidis Diplococo Gram negativo não esporulado, envolvido por cápsula polissacarídica. Possuem 13 grupos sorológicos, cada um com antigeno capsular Principais gupos sorológicos: (A, B, C, Y e w135) Meningite cerebro espinhal Meningococcemia Os testes detectam polissacárideos em suspensão, por isso deve-se usar o sobrenadante. Diagnóstico microbiológico de Meningite Cryptococcus neoformans Criptococose: infecção oportunista A infecção primária em indivíduos sadios é possível, porém rara Maior frequência em indivíduos imunossuprimidos, quando se apresenta como uma doença grave e potencialmente fatal. Sítio inicial geralmente o pulmão, pode permanecer latente por um longo período. 10% dos casos evoluem para disseminação hematogênica, com predileção pelo SNC. O comprometimento ósseo, cutâneo ou ocular é menos frequente. Fungo esférico cápsula espessa de polissacarídeos, atuando na resistência à fagocitose mediada por macrófagos, neutrófilos e monócitos Culturas forma colônias de cor creme, brilhosas e mucóides. Não fermenta carboidratos, assimila glicose, maltose, sacarose e galactose. No tecidos do hospedeiro, apresenta-se como levedura encapsulada.