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1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE) Acadêmicos¹ Tutor Externo² RESUMO O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a atuação do Assistente Social na educação especial, especificamente na Associação de Pais e amigos dos Excepcionais (APAE), discutindo e demostrando o cotidiano destes profissionais que tem como atividade principal a habilitação e reabilitação da pessoa com necessidades especiais e sua inclusão na vida social, apresentando os principais indicadores sociais e estatísticos para a intervenção profissional do Serviço Social a APAE, através de ações que visem o atendimento, a defesa e a garantia de direitos sociais das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla e suas famílias que, por ventura, possam estar em situação de vulnerabilidade e risco social. Destacando ainda que não existe uma regra única nesta atuação, pois as atribuições mudam assim como mudam a realidade do usuário, tornando-se um processo dinâmico, onde os direitos podem ser os mesmos, porém os de mandatários e sua realidade são bem diferentes. Desta forma a atuação e experiência do profissional é que muda com cada realidade. 1. INTRODUÇÃO Sendo a APAE um espaço de integração e inclusão social, prestando atendimento e assistência as pessoas com necessidades especiais juntamente com seus familiares, com ações voltada para prevenção e reabilitação dos excepcionais., vale lembrar que o mesmo surge ao longo da história com movimentos voltado a reivindicação para inclusão dos mesmos, os quais por muito anos sofreram preconceito e exclusão, sendo o século XX uma época com pouca ações voltada para tais de mandatários e políticas públicas excludentes. Assim com tanta negligência por parte dos governantes surgiram vários movimentos na perspectiva de atender as demandas e as necessidades destas pessoas excluídas. Apesar da existência dos direitos da pessoa com deficiência no âmbito escolar, a realidade demonstra que existe ainda um longo caminho a ser percorrido em busca de uma melhor educação básica para a pessoa com deficiência, fato observado durante elaboração e estudos deste presente artigo. Deste modo, é muito viável discutir a importância do Assistente Social e sua atuação na APAE e dentro deste contexto suas medidas de planejamentos para maior efetivação nas ações de proteção de vários fatores de risco e diante dos comprometimentos a saúde 2 a educação e assistências social com o apoio de uma equipe multidisciplinar objetivando o bem-estar destas pessoas. Atualmente os Assistentes Sociais têm e desenvolvem atribuições inseridas no âmbito da elaboração, execução e avaliação de políticas públicas, assim como na assessoria a movimentos sociais e populares. De acordo com CFESS (2011) as competências pertinentes a esse profissional permitem realizar uma análise crítica da realidade, estruturar seu trabalho e definir as competências e atribuições específicas necessárias ao enfrentamento das situações e demandas sociais que se apresentam em seu cotidiano. A profissão de Serviço Social é regulamentada e, para exercê-la, necessário cursar a graduação em Serviço Social em faculdade reconhecida pelo MEC e obter o registro no Conselho Regional de Serviço Social. Considerando que o Serviço Social está presente na educação, o presente projeto de pesquisa tem como proposta de estudo a caracterização da atuação do assistente social na educação especial, especificamente na APAE. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O atendimento as pessoas com deficiência sempre foi um desafio na história do Brasil, considerados incapazes conforme apontava a Carta Magna de 1824 essas pessoas tinham seus direitos subtraídos. No final da ditadura militar, a conjuntura econômica estava em crise: inflação, dívida pública acentuada, fazendo a população sair às ruas em manifestações organizadas (FALEIROS, 2000). Com o decorrer dos anos, ações voltadas para pessoas com deficiência foram pautadas no preconceito e na exclusão, sendo, o século XX uma época com poucas perspectivas positivas, poucas ações voltadas para tais pacientes e políticas públicas excludentes. Em 1932 foi criado por Helena Antipoff um novo modelo de atendimento, o Movimento Pestalozzi do Brasil que trouxe um novo olhar para a educação e inclusão (LOPES; RAFANTE, 2013). Diante das negligencias dos governantes vários movimentos surgiram na perspectiva de atender as demandas e necessidades das pessoas com deficiências. Assim, é imprescindível buscar a história de movimentos, como a história do Movimento Apaeano para entender e discutir os avanços no atendimento a tais pessoas e a atuação de diversos profissionais no apoio a tais pacientes. Pois a abordagem que fundamentava o conceito de deficiência naquele momento era o modelo médico, que perdurou até meados de 1930, quando foi gradualmente substituído pela pedagogia e psicologia, especialmente pela ação dos educadores. 3 A evolução dos direitos da pessoa com deficiência apesar de ter sido um processo demoroso, aos poucos foi sendo garantido pelo governo. Em relação a este caminhar Figueira, (2008, p.43), aponta: “A pessoa com deficiência começa a tomar consciência de si como cidadão, a partir de 1981, foi nos anos 80 onde existiu no Brasil um amplo movimento de conscientização popular sobre a verdadeira imagem da pessoa com deficiência, movimento. Em 1992, foi criado o documento intitulado ‘Programa de Ações Mundial para as Pessoas Portadoras de Deficiência’ que, em seu parágrafo 27, traça o que a sociedade deve esperar de uma pessoa com deficiência e como deve ser a sua imagem: ‘Das Pessoas com Deficiência deve–se esperar que desempenhem seu papel na sociedade e cumpram suas obrigações como adultos. A imagem das pessoas com deficiência depende de atitudes sociais baseadas em fatores diferentes, que podem constituir a maior barreira à participação e à igualdade. Deveríamos ver a deficiência pela bengala branca, as muletas, os aparelhos auditivos e as cadeiras de rodas, mas não pela pessoa. É necessário centrar sobre a capacidade das pessoas com deficiência e não em suas limitações”. Para uma compreensão maior acerca dos direitos sociais, cabe recorrer – se a Constituição Federal a qual no art.6º exemplifica que são direitos sociais, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Toda pessoa independente de ter alguma deficiência ou não tem seus direitos, respaldados pela constituição de 1988. O Assistente Social, em sua atuação profissional junto à sociedade, busca intervir estrategicamente nos problemas sociais; já na intervenção junto às políticas sociais públicas, procura inserir-se em todos os processos de tomadas de decisão que possam influenciar diretamente os órgãos e executivos; e no mercado de trabalho, os assistentes sociais buscam desenvolver estratégias que possibilitem transpor as transformações e mudanças da realidade cotidiana de sua atuação profissional, estando sempre atualizados e capacitados para o enfretamento das questões sociais que lhes são apresentadas (PIERITZ, 2016). Nessa perspectiva, Silva (2005, p. 118) complementa, expondo que: “O serviço social se constrói como profissão inserida na divisão socio técnica do trabalho, participando de variados processos sociais relacionados à produção e reprodução material e ideológica da força de trabalho. Em sua trajetória sócio histórica, o Serviço Social tem na questão social o seu eixo 4 fundante, a partir do qual vêm sendo desenvolvidas estratégias deenfretamento que constituem o seu processo de trabalho”. Sob as diversas expressões da questão, que são os objetos de trabalho do assistente social, são desenvolvidas diversas estratégias de enfretamento, sempre em busca da garantia, prevenção, integração social e ampliação da cidadania junto aos serviços básicos de saúde, educação, previdência social, habitação, justiça e trabalho (PIERITZ, 2016). Segundo Netto (apud SILVA, 2005, p. 118): [...] a profissionalização do Serviço Social tem sua base nas modalidades de enfretamento das sequelas da questão social tipificadas nas políticas sociais, que se constituem em um conjunto de procedimentos técnico-operativos. Na gênese da profissão, os assistentes sociais eram convocados apenas para execução terminal das políticas socias, mas na atualidade têm sido chamados a participar também na formulação e evolução das mesmas. E estas políticas sociais são desenvolvidas tanto por organizações públicas, privadas e do terceiro setor, em que são contratados, entre outros profissionais, os assistentes sociais, que por meio de sua competência técnico-operativa, teórico-metodológica e ético- política, buscam mecanismos estratégicos para o enfretamento das diversas expressões da questão social que nossa sociedade apresenta em seu cotidiano. Silva (2005, p. 123-124) expõe que: [...] de uma maneira geral, os assistentes sociais oscilam entre duas posições: uma voltada para o atendimento da demanda institucional, que é condicionada pelo contexto socioeconômico e pelos diferentes interesses em jogo. E outra, que visa atender as demandas profissionais e dos usuários. Para tanto, esses profissionais disponibilizam de seu conhecimento teórico- político, da lei que regulamenta sua profissão, dos princípios norteadores da sua profissão contidos no Código de Ética Profissional, como também das leis que regulamentam os direitos sociais. [...] É desse arcabouço jurídico legal, dos seus valores e conhecimento teórico-político, que os assistentes sociais devem apropriar-se para conseguir vislumbrar um horizonte e traçar suas estratégias de intervenção. É reconhecido o papel dos assistentes sociais como defensores na luta contra as desigualdades, exclusões e injustiças sociais, tendo como base e horizonte a garantia dos direitos humanos. Observa-se que os assistentes sociais, ao elaborar suas estratégias de intervenção, devem levar em consideração sempre e somente a realidade cotidiana daquele determinado problema social e a busca constante da melhoria de qualidade de vidada população atendida, mas esses serviços devem ser prestados com dedicação e qualidade (PIERITZ, 2016). 5 Nesse contexto, em 1954, surge o movimento das Associações dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e aumenta o número de escolas especiais. A APAE é concebida tendo como parâmetro a organização da National Association for Retarded Children dos Estados Unidos da América, que consistia em uma associação de assistência às crianças excepcionais. Dentre as diversas atuações da APAE estão, o acompanhamento a pessoa com deficiência, em todo o seu ciclo de vida, nas mais diversas especialidades, desde a prevenção a reabilitação, com atenção especializada, defesa e garantia de direitos de pessoas com deficiência nas mais diferentes instâncias, visando suas necessidades de desenvolvimento, saúde e bem-estar, e combatendo a violência e a exploração, apoio intensivo e atendimento educacional especializado ao estudante com deficiência intelectual e múltipla incluído na escola comum nas séries iniciais de ensino fundamental, habilitações profissionais em variados ofícios, voltadas às aptidões dos aprendizes a fim de desenvolver suas atividades sociais, desenvolvimento da autogestão, auto defensoria e convivência em família da pessoa com deficiência intelectual e alianças estratégicas com vários setores e segmentos sociais para a melhoria da qualidade de vida e inclusão da pessoa com deficiência (APAE, 2018). Nesse contexto, a atuação de muitos profissionais é indispensável para o desenvolvimento desse processo e em especial o assistente social. A institucionalização e legitimação social do chamado ‘terceiro setor’ surge à medida em que as crescentes demandas pela democratização do Estado, bem como para o atendimento às necessidades sociais da população, não encontram respostas no Estado. Este vazio de resposta decorre da reestruturação do capital e da reorganização do mundo produtivo à medida que impõe ao Estado novos atributos e funções na sua relação com o mundo econômico, político e social (TUMELERO, 1999). Conforme aponta ZANFELICI, T. O. 2008 em seu artigo, o século XXI proporcionou fatores como avanços tecnológicos e direitos conquistados, responsável por preencher lacunas importantes para o bem-estar das pessoas com deficiências e desigualdades sociais, porém, apesar das dificuldades de uma sociedade capitalista, nos dias atuais, ainda se luta para que a educação especial seja reconhecida como parte integrante de uma educação para todos e não cabem preconceitos, protelações ou isenções de responsabilidade. O Serviço Social é o setor integrante da APAE responsável pelo atendimento e apoio social às famílias dos alunos atendidos, tendo como objetivo promover a autonomia, proporcionando melhor qualidade de vida das pessoas com deficiência e sua interação familiar, trabalhando na defesa e garantia dos direitos. 6 A identificação das famílias com o setor do Serviço Social faz com que as mais diferentes demandas nos sejam trazidas, desta forma é de suma importância a escuta qualificada e o acolhimento. A partir disto são realizados os encaminhamentos necessários, tanto externos como para os demais profissionais da equipe multidisciplinar. O assistente social tem como objetivo no trabalho na APAE estreitar as relações família-instituição cada vez mais, entendendo que o usuário não é um ser dissociado da família ou comunidade. A ação do Serviço Social possibilita o empoderamento das famílias e usuários através de atendimentos socioeducativos e auto defensoria. É papel fundamental do assistente social conscientizar as famílias e a sociedade que a pessoa com deficiência intelectual tem direitos e deveres como todo cidadão brasileiro. A Assistente Social compõe a equipe multidisciplinar que conta ainda com Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional e Psicólogo. Segundo a Resolução n.145/04 (PNAS), a família é uma instituição central, no âmbito das ações da política de assistência social (art.203 CF), por se constituir em um complexo de relações privilegiadas e insubstituíveis de proteção e socialização primárias dos cidadãos, provedora de cuidados aos seus membros, mas igualmente a ser cuidada e protegida pelo Poder Público. Dentro da Política Social existem leis e Estatutos que atribuem direitos para pessoa com deficiência no âmbito educacional. Um dos primeiros direitos está inserido no Estatuto da Criança e do Adolescente que foi instituído pela Lei.8069 no dia 13 de julho de 1990. Ele regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirado pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988, internalizando uma série de normativas internacionais. No ECA, Art.54- É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: III atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Na Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS de nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Art.1 º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. No art.20 da mesma lei. O benefício de prestação continuadaé a garantia de 1(um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê–la provida por sua família. 7 A partir da LOAS, é possível analisar que a pessoa com deficiência pode receber o BPC (Benefício por Prestação Continuada), se estiver regularmente matriculada na rede de ensino básico e comprovar uma renda de ¼ salário mínimo por pessoa. Seguindo a legislação pertinente à pessoa com deficiência no ensino regular, existe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, onde é atribuído no capítulo V – Da educação especial, abaixo será descrita como na lei funciona a educação especial. Veja-se o que diz o artigo 58: Entende – se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Art.60º - Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. Segundo o art.37 do Estatuto do Portador de Deficiência, é dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar a educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando – a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão escolar. Mesmo encontrando esses dispositivos legais relacionados ao direito da pessoa com deficiência de forma esparsa e circunstancial, em legislações específicas como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no Estatuto da Criança e do Adolescente, na Lei Orgânica da Assistência Social, dentre outros, e, sobretudo a título de regulamentação em decretos, instruções normativas e portarias. Portanto, a questão vem sendo tratada de forma secundária ou complementar. Em um mundo comandado pelas leis de mercado, a realidade vem sendo calada na má distribuição de riquezas, conduzindo à exclusão social e à globalização da miséria. O Serviço Social na APAE atua através de legislações como a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Estatuto da Pessoa com Deficiência, Constituição Federal de 1988, fazendo com que as leis sejam executadas para garantir os direitos conquistado deste cidadão. A partir deste parâmetro o Assistente Social, percebe-se que o exercício profissional da Assistência Social independe da instituição a qual este atua, faz-se necessário o alicerce por uma postura crítica e analítica, conforme seu código de ética e as leis que 8 regulamentam a profissão. Exigindo-se uma postura profissional proativa e com domínio teórico-metodológico. ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL O trabalho do assistente social, tem como principal objetivo dar respostas às demandas dos usuários a quem prestamos serviços, garantindo o acesso aos direitos sociais assegurados na Constituição Federal de 1988, também utiliza as normas e prescrições contidas na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), nas Diretrizes Curriculares no seu projeto ético-político d Serviço Social que estabelecem valores e princípios que ajudam a desvelar as possibilidades contidas na realidade na realidade social. (BORGATO, ALVES E OLIVEIRA, 2009, p. 8-9). Ao mesmo tempo em que o papel do Serviço Social adquire uma outra funcionalidade, colocam-se exigências de qualificação que recaem sobre o perfil profissional. Exige-se um perfil sociotécnico moderno delineado por procedimentos racionais e profissionais que passam a nortear a requalificação do assistente social. (César, 2000). - Participar do Processo de Avaliação de entrada e desligamento dos alunos, realizando estudos de casos em parceria com os demais membros da equipe. - Coordenar e supervisionar estágios de estudantes de Serviço Social. - Orientação e preenchimento para requerimento de BPC aos alunos de baixa renda. - Recadastramento anual para atualização de dados - Atendimento individual e em grupo de alunos. - Realizar visitas domiciliares para conhecer e acompanhar a realidade e vulnerabilidade social de cada família, identificando os fatos que possam interferir no atendimento ao aluno. - Atendimento as famílias com a finalidade de acolher, apoiar, orientar, bem como desenvolver ações para o fortalecimento dos vínculos afetivos. - Acompanhamento das famílias em especial as que se encontram em situação vulnerável de vida e quando necessário realizados encaminhamentos ao CRAS, CREAS, Conselho Tutelar, Fórum, Defensoria Pública, Delegacia da Mulher, etc. - Participação em reunião de pais, equipe técnica e pedagógica - Assegurar e viabilizar aos alunos e seus familiares encaminhamentos e orientações aos programas sociais. - Fazer o levantamento de recursos disponíveis na comunidade para possível utilização no encaminhamento de alunos e melhoria das condições sociais das famílias orientando-as sobre o trabalho desenvolvido pela entidade com os seus filhos, procurando envolve-las no processo educativo da escola. 9 - Discutir junto a equipe multidisciplinar, informações relevantes sobre a questão socioeconômico apresentando os resultados da atuação da Assistente Social. O trabalho da Assistente Social não se completa apenas nos instrumentais oferecidos, este profissional deve se basear na defesa e garantia dos direitos do cidadão adquirindo conhecimento em sua área para que possa atuar em situações diversas na defesa do interesse do aluno No sentido de fortalecer as ações de saúde o assistente social no contexto da APAE, atua na elaboração, coordenação e execução de ações nas áreas de Assistência Social, Saúde e Educação, objetivando apoiar e orientar as famílias em relação às questões referentes às pessoas com deficiência e suas patologias, proporcionando acolhimento e momentos de interação/reflexão, tornando-as participativas na busca de seus direitos e de seus filhos, além de oferecer um atendimento de qualidade às pessoas com deficiência e aos usuários do SUS. Assim, traremos para reflexão as atribuições do profissional assistente social dentro das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAES –, pois ele tende a desenvolver estratégias que amenizem ou resolvam as diversas questões sociais que envolvem a pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla. BONETTI; ZANLUCA,2015, apontam em seu trabalho que atualmente são grandes as discursões acerca do papel e da intervenção do assistente social na vida dos indivíduos e seus familiares com tendência a modificar e organizar suas vidas, mesmo porque este indivíduo com deficiência intelectual e/ou múltipla tem um espaço institucional preparado tecnicamente, com profissionais multidisciplinares, para atender aos anseios e às dificuldades inerentes à deficiência. Diversas situações podem expor um jovem ou uma criança a fatores de risco, desde o risco genético até fatores externos que geram deficiências, como um acidente. Diante de tais situações e das dependências das intervenções na saúde pública, todos os setores e as políticas públicas, principalmente a educação, a saúde e a assistência social, devem estar diretamente envolvidas com essa questão e capacitados a atuar primeiramente de modo preventivo. Desse modo, é muito viável discutir a importância do assistente social e sua atuação na APAE e dentro desse contexto as medidas de prevenção a diversos fatores de risco e diante dos comprometimentos de saúde dos indivíduos atendidos em tais instituições.O assistente social na APAE tem uma possibilidade enorme de atuação, tanto dentro da sala com os alunos, como nas visitas domiciliares, nas visitas nas escolas, construção de projetos, acompanhamento dos alunos em questões relacionadas à saúde. 10 Cabe ao assistente social o respeito e a responsabilidade diante do poder que lhe cabe no momento de atuação com as famílias, sabendo que o Código de Ética do assistente social traz todos os deveres, direitos e proibições que competem ao profissional (BONETTI; ZANLUCA,2015). Diante das diversas atribuições que cabem ao assistente social dentro da APAE, frente a uma atuação planejada e voltada para o bem-estar do indivíduo e de sua família, por meio de políticas públicas e ação coletiva estão: criação de campanhas voltadas para a saúde, educação, convívio social e em grupo, capacitação e reabilitação de usuários vulneráveis ou marginalizados, garantias de direitos e discussão de deveres, implantação de valores dentro das salas de aula dentro da APAE, numa ampliação que vai além do ensino pedagógico, favorecendo a autonomia de cada indivíduo. A utilização de jogos e brincadeiras são ferramentas importantes para o desenvolvimento desse processo. Outra forma de atuação são as visitas domiciliares que é um dos instrumentos utilizados pelo profissional para ter uma aproximação da realidade da família. Quando fazemos uma visita domiciliar, olhamos para além do aparente, verificamos a cultura daquela família, seus sonhos, suas decepções, suas demandas, sobretudo suas vulnerabilidades (BONETTI; ZANLUCA,2015). Assim, a visita e as diversas formas de aproximação com os envolvidos têm o objetivo de facilitar o trabalho por meio de uma relação de confiança e conquista de autonomia, para assim atingir o objetivo maior do posicional de serviço social, a promoção da saúde e garantia de direitos. Logo, o Assistente Social, neste processo de envolvimento com as famílias e usuários, traz o benefício do acolhimento, da fala simplificada, a autonomia da família e do usuário, por meio do conhecimento das leis que garantem o direito. Por fim, toda ação do profissional de assistência social dentro da APAE ou em qualquer outro espaço, quando feita com conhecimento da ética profissional, é importantíssima para o sucesso da assistência prestada, pois afirma diante da sociedade seu papel social, garantindo ao indivíduo seus direitos, empoderamento e melhores condições de vida. O desafio para o profissional é, diante de cada realidade, montar estratégias diferenciadas de enfrentamento, uma vez que cada um é único em suas necessidades. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 11 Este estudo foi conduzido através de uma busca bibliográfica no Google Acadêmico, de artigos e livros relacionados com o tema proposto, foram selecionados artigos e livros do ano de 1999 até o ano de 2018. A APAE de Santo Estevão foi fundada no ano de 2005, atualmente atende 134 pessoas com deficiência, tendo um quadro total de funcionários de 22 profissionais, tendo como Objetivo Atual, a garantia e defesa dos direitos da pessoa com deficiência, nas áreas educacional, social e no mercado de trabalho e tendo como Meta o acompanhamento dos alunos inseridos no mercado de trabalho e na escola regular, oferecendo atendimento sócio educacional em todas as fases de suas vidas, desde a infância até a terceira idade. Imagem 1: Símbolo da APAE. Fonte: Imagem de internet. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O Assistente Social contribui com a elaboração e execução de programas voltados à orientação de famílias e de alunos que frequentam a APAE. Assim, esse estudo coloca em destaque as políticas públicas na educação especial, articuladas às práticas que demonstram o avanço na atuação do profissional do serviço social nos espaços educativos da APAE. A utilização de indicadores sociais torna-se imprescindível, uma vez que se configura em “um instrumento operacional para monitoramento da realidade social para fins de formulação e reformulação de políticas públicas” (Jannuzzi, 2004, p. 15), que auxilia no trabalho de planejamento, implementação, execução, avaliação dos programas, projetos, serviços sociais. 12 O debate acerca da importância da utilização de indicadores sociais nos remete a uma discussão anterior referente à gestão social, processo presente em toda política pública manifestada por meio de programas, projetos, serviços sociais. Cabral (2006, p.43) entende, [...] a gestão social como o processo de organização, decisão e produção de bens públicos de proteção social que, em um espaço público específico, provoca a sinergia dos elementos derivados do lugar relacional [...]. Assim, a gestão social se concretiza, perseguindo uma pressão institucional e articulando, formal e informalmente, os públicos constituintes, envolvidos na representação da questão social. Conforme Jannuzzi (2004), um indicador social é uma medida, em geral quantitativa dotada de um significado social, utilizado para quantificar, substituir, operacionalizar um conceito social abstrato. É um recurso metodológico que informa algo sobre um aspecto da realidade social, é um instrumento programático operacional para planejamento, execução, monitoramento, avaliação de políticas públicas. Ou seja, de acordo com Bonadío (2003, p.129) compõem a agenda da política social como um referencial indispensável para a definição de prioridades e alocação de recursos. O indicador social tem importante função exploratória no diagnóstico de situações concretas, na definição de metas prioritárias e no direcionamento das ações contínuas, na medida em que, com o uso constante de indicadores adequados, estes oferecem informações concretas para o conhecimento da realidade e orientam as ações, dando sustentação ao processo de gestão. Com a falta desse trabalho, ou do uso adequado dos indicadores, corre-se o risco de ignorar ou encobrir as projeções ideológicas e as ambições políticas subjacentes a muitos tipos de planejamento. Em outros termos, os indicadores sociais atuam na mensuração dos avanços ou retrocessos nas condições de vida da população, direciona as prioridades sociais e aponta aos erros e acertos das políticas públicas. É um instrumento operacional para monitoramento da realidade social, para fins de formulação e reformulação das políticas sociais. A APAE de Santo Estevão tem um horário de funcionamento das 8 às 17 horas, atendendo alunos com faixa etária de 3 anos acima. São atendidos um total de 116 alunos, sendo 79(68%) do sexo masculino e 37(32%) do sexo feminino (Figura 1). Dos tipos de deficiência atendidos, se destaca a intelectual com 78 casos, log em seguida vem o Autismo 13 com 14 casos, a Paralisia cerebral e a deficiência auditiva têm um número de 13 e 5 casos respectivamente (Figura 2). 68% 32% Masculino Feminino Figura 1-Alunos inserido na APAE de acordo como sexo. 78 5 14 13 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Deficiência intelectual Deficiência auditiva Autismo Paralisia cerebral Figura 2- Tipos de deficiência 5. CONCLUSÃO Diante do exposto é possível perceber que o Assistente Social desempenha um papel bem importante na APAE. Acredita-se que tal comprometimento é fundamental para o 14 provimento das necessidades básicas de cada indivíduo e de sua família, garantindo um mínimo de dignidade para a vida dessas pessoas. Os projetos desenvolvidos pelas profissionais procuram diminuir as situações de vulnerabilidades sociais, as fragilidades nos vínculos afetivos e potencializar a construção de uma rede de apoio social e de inclusão. Compreender a relevância do Serviço Social na educação inclusiva é pensar em intervenções que garantam os direitos desses alunos, porém englobam grandesdesafios ainda a serem enfrentados, e que os usuários da Política Educacional possam ter embasamento para uma educação de qualidade, e que seja para promover a sua inclusão e permanência. É preciso pensar em mecanismos que possam avançar cada vez mais ao se tratar de educação. As possibilidades de intervenção para o Assistente Social, é pensar em ir além do ambiente escolar, que o profissional além de acompanhar e encaminhar as situações atuais que as escolas vivenciam e enfrentam, dentre eles a evasão dos estudantes na escola, as diversas formas de violência, a ausência dos pais ao se tratar de acompanhar seus filhos no processo de estudo, a falta de estrutura, no caso, a falta de acessibilidade ainda existente e consequentemente das condições para o acesso e a permanência na escola dos alunos que necessitam de todos esses suportes, encontre os espaços e participe ativamente do planejamento e da implementação da Política de Educação em prol do seu fortalecimento, em especial a inclusiva para que seu acesso seja de forma concreta e permanente. É evidente que após a conceituação dos Indicadores Sociais, torna-se fácil perceber a importância dos mesmos para o trabalho do Assistente Social. A dificuldade está em construí-los – ou ousando dizer – no compromisso dos profissionais com a superação de práticas espontâneas, assistemáticas ou reprodutivas e criam processos de gestão baseado em conhecimentos e instrumentos com vistas ao sucesso de suas ações. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. Acesso em 19/09/2018 15 Joelma Crista Sandri Bonetti1 Andreia Zanluca. O ASSISTENTE SOCIAL E SUAS ATRIBUIÇÕES DENTRO DAS APAES. Revista Maiêutica em Serviço Social, Indaial, v. 3, n. 1, p. 74-80, 2015.Acesso em 19/09/2018 Solange Menin Rogalski1. HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Vol. 5 – Nº 12 - Julho - Dezembro 2010 Semestral. Acesso em 19/092018 TATIANE,Oliveira Zanfelici. JANUZZI, G. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004. 253Educar, Curitiba, n. 32, p. 253-256, 2008. Editora UFPR. Acesso em 26/09/2018 HEULALIA, Charalo Rafante2 Roseli Esquerdo Lopes3 Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). HELENA ANTIPOFF E O DESENVOLVIMETNO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL (1929-1961)1. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, nº 53, p. 331-356, out2013 – ISSN: 1676-2584 331.Acesso em 26/09/2018 CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.Acesso em 26/09/2018 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. Acesso em 26/09/2018. PIERETZ, Vera Lúcia Hoffmann. Planejamento e Administração em Serviço Social. In: Pesquisa em ciências sociais aplicadas. 2016. TUMELERO, Silvana Marta. Gestão de instituição do terceiro setor. Revista Plurais, Chapecó, n. 2, p. 35-62, 1999. JANNUZZI, Paulo de Martinho. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 3 ed. Campinas: Editora Alínea, 2004. CABRAL, Eloísa H. de Souza. 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