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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (CECS) CONDUÇÃO LINEAR E RADIAL Gabriel do Nascimento 21029015 Jonatas Pereira da Silva 21024213 Marcela Braga Perroni 21075513 Washington Dias Batista 11108010 Profª Juliana T. C. L. Toneli SANTO ANDRÉ, OUTUBRO/2018 1 RESUMO Neste experimento foi analisado o comportamento da condução linear e radial, sendo o material observado do sistema o latão. Foram realizados cálculos com base teórica de forma a comparar com os resultados obtidos em laboratório. Foi analisado um padrão de redução de temperatura por condutividade térmica, conforme o aumento da distância em ambos os casos, como era o esperado. Para fins experimentais, foram descontados quaisquer efeitos de convecção e radiação térmica para os cálculos finais, considerando apenas a condução direta. 1 INTRODUÇÃO O fenômeno da condutividade térmica trata-se da transferência de calor por condução entre dois pontos, estes de temperaturas diferentes. Fenômenos como esse podem ser observados no cotidiano, como no aquecimento elétrico de um chuveiro, por exemplo. A condução térmica é um meio de transferência de calor e temperatura, os outros sendo convecção e radiação. Ocorre por meio do contato direto entre dois pontos a serem analisados, em estado sólido, diferentemente da convecção (líquido) e da radiação (transferência indireta de calor por meio de ondas eletromagnéticas (infravermelhas), descritas pelo fenômeno de Boltzmann). A relação entre temperatura de condução (da fonte) e a condutividade é considerada linear, quanto maior for, maior será a transferência de calor entre o ponto A (fonte) e B. O tipo de material condutor também é relevante para a condução. Os metais são os elementos que apresentam melhor condução térmica direta, servindo como componentes de aquecimento, enquanto que o vidro e cerâmicas em geral, por exemplo, apresentam baixa condutividade térmica, atuando como isolantes térmicos. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Analisar e mensurar o efeito da condutividade térmica e da transferência de calor em dois sistemas: radial e axial. http://www.futureng.pt/transferencia-de-calor 2 2.2 Objetivos específicos • Analisar a queda esperada da transferência de calor por distância da fonte; • Analisar a relação entre o diâmetro da barra e do eixo (secção transversal) e a transmissão de calor; 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais e equipamentos Os materiais utilizados para realizar as medidas foram: • Módulo de Transferência de Calor em Superfície Estendida (TXC/SEB); • Módulo de condução de calor radial (TXC/CBL) (Figura 1); • Módulo de condução de calor linear (TXC/CRL) (Figura 2); • Paquímetro (AIQ); • Barras de diferentes materiais (latão e aço) e diferentes diâmetros (25mm e 10mm); Figura 1 – Módulo de condução de calor radial (a) disco de cobre (b) diagrama da localização dos sensores (a) (b) 3 Figura 2 – Módulo de condução de calor axial (a) cilindro condutor (b) diagrama da localização dos sensores (a) (b) 3.2 Procedimento experimental Antes das medidas, foi identificado o tipo de condução a ser feita (linear ou radial), para a conexão dos sensores no equipamento de leitura principal. Após a conferência de todas as conexões, foi corrigida a potência de aquecimento de 20 W (leitura da placa wattímetro SW-1) com o controlador de energia. Esperou-se até que o sistema alcançasse a estabilidade sem variações de temperatura. Foram feitas medidas para potências de aquecimento de 20, 30, 40W. Para cada potência, foi identificada a evolução térmica ao longo da barra condutora e também através do raio do disco condutor. 3.3 Formulário Considerando-se seção transversal constante em ambas as partes do experimento, o equacionamento utilizado para análise foi retirado do INCROPERA, 2008: Área de seção transversal da barra cilíndrica: 𝐴𝑡𝑟 = 𝜋 ∙ 𝐷2 4 (1) Taxa de transferência de calor em uma parede cilíndrica: Qr,cil = 2π ∙ k ∙ L ∙ (TS1 − TS2) ln(r2 r1⁄ ) (2) 4 Taxa de transferência de calor - Lei de Fourier da condução q = k ∙ Atr ∙ T2 − T1 ∆x (3) Taxa de transferência de calor para a água qágua = ṁ ∙ cp ∙ ∆Tágua (4) onde cp = 4184 J/kgK. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste experimento utilizou-se barras cilíndricas de dois metais distintos, sendo eles o latão e o aço inox. Os valores da condutividade térmica teóricos foram obtidos no (INCROPERA, 2008), que serão utilizados na análise dos resultados experimentais, são: Coeficiente de condutividade térmica do latão: klatão = 109,0 W/mK Coeficiente de condutividade térmica do aço inox AISI 302: kAISI 302 = 15,1 W/mK Coeficiente de condutividade térmica do aço inox AISI 304: kAISI 304 = 14,9 W/mK Coeficiente de condutividade térmica do aço inox AISI 316: kAISI 316 = 13,4 W/mK Coeficiente de condutividade térmica do aço inox AISI 347: kAISI 347 = 14,2 W/mK 4.1 Condução Radial sob diferentes condições de temperatura As medidas de temperatura obtidas da parte 1 do experimento estão apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 – Dados experimentais da condução radial no cilindro Pontos Q (W) 10 20 30 40 50 60 ST0 (ºC) 37,5 42,2 48,9 57,5 63,9 64,4 ST1 (ºC) 33,1 35,2 38,7 43,9 47,8 48,3 ST2 (ºC) 31,4 33,2 35,7 39,2 41,9 42,4 ST3 (ºC) 29,4 30,1 31,5 33,8 35,6 35,9 ST4 (ºC) 29,1 30,0 31,1 32,8 34,0 34,3 5 ST5 (ºC) 27,1 27,6 28,2 29,1 29,8 29,9 ST6 (ºC)* 25,1 25,2 25,2 25,2 25,2 25,2 ST7 (ºC)* 25,0 25,1 25,1 25,2 25,3 25,3 *Os valores de ST6 e ST7 correspondem, respectivamente, aos sensores na entrada e saída da água do sistema de arrefecimento. Considerando a distância entre os sensores ST0 ao ST5 do disco igual a 0,008m e que ST0 está a essa mesma distância do centro do disco, obtém-se a condutividade térmica local, entre os sensores, para cada 1m de comprimento do cilindro (L=1m), e seu valor médio. Esses resultados estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2 – Valores dos coeficientes de condutividade térmica em W/mK Pontos 𝐤 (W/mK) Q (W) 10 20 30 40 50 60 ST0 – ST1 𝐤𝟎𝟏 0,2507 0,3152 0,3245 0,3245 0,3426 0,4111 ST1 – ST2 𝐤𝟏𝟐 0,3796 0,6453 0,6453 0,5492 0,5469 0,6563 ST2 – ST3 𝐤𝟐𝟑 0,2289 0,2954 0,3270 0,3392 0,3634 0,4226 ST 3 – ST4 𝐤𝟑𝟒 1,1838 7,1029 2,6636 1,4206 1,1098 1,3318 ST4 – ST5 𝐤𝟒𝟓 0,1451 0,2418 0,3002 0,3137 0,3454 0,3957 Média 𝐤𝐦é𝐝 0,2507 0,3152 0,3270 0,3392 0,3634 0,4226 Com os valores da Tabela 2 plotou-se o gráfico da Figura 3 para analisar o comportamento do coeficiente de condutividade térmica k do latão confirme o aumento da potência da resistência de aquecimento. 6 Figura 3 – Variação do coeficiente k na condução radial 4.2 Condução axial em uma barra cilíndrica 4.2.1 Barra de latão com 10mm de diâmetro Ajustou-se o fluxo de água do sistema de arrefecimento para fornecer uma vazão de 2 L/min. Os dados obtidos para as respectivas variações da resistência de aquecimento estão mostrados na Tabela 3. Tabela 3 – Temperaturas da barra cilíndrica de latão com diâmetro menor Pontos Q (W) 10 20 30 40 50 ST0 63,1 76,7 100,0 125,0 134,0 ST1 62,5 75,6 97,8 121,5 131,7 ST2 62 74,7 96,5 119,7 130 ST3 61,6 74,2 95,5 118,5 128,5 ST4* ---- ---- ---- ---- ---- ST5 49,1 57,7 70 82,4 89,5 ST6 48,4 56,2 64,5 78,6 85,1 ST7 43,4 42,3 42,6 43,5 44,5 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0 10 20 30 40 50 60 70 C o e fi c ie n te d e c o n d u ç ã o ( W /m K ) Q (W) Comportamento do coeficiente k do latão 7 ST8 43,7 42,7 42,8 43,6 44,6 ST9 43,5 42,5 42,4 43,2 44 ST10 43,5 42,3 42,2 42,9 43,7 ST11** 25,4 25,5 25,5 25,5 25,5 ST12** 25,7 25,7 25,7 25,7 25,7 * O sensor ST4 não estavafuncionando. ** Os valores de ST11 e ST12 correspondem respectivamente aos sensores na entrada e saída da água do sistema de arrefecimento. Sabe-se que o diâmetro da barra de latão é de 9,4 mm. Considerando a distância entre os sensores ST0 ao ST10 igual a 10mm, e que o sensor ST0 está localizado no ponto x = 10mm, obtém-se os valores da condutividade térmica local do latão através da Equação 3, mostrado na Tabela 4. Tabela 4 – Condutividade térmica para barra cilíndrica de latão com D ≈ 10mm Pontos 𝐤 (W/mK) Q (W) 10 20 30 40 50 ST0 – ST1 𝐤𝟎𝟏 2401,61 2619,94 1964,96 1646,82 3132,54 ST1 – ST2 𝐤𝟏𝟐 2881,94 3202,15 3325,31 3202,15 4238,14 ST2 – ST3 𝐤𝟐𝟑 3602,42 5763,87 4322,90 4803,23 4803,23 ST 3 – ST5 𝐤𝟑𝟓 230,55 349,33 339,05 319,33 369,48 ST5 – ST6 𝐤𝟓𝟔 2058,53 1921,29 785,98 1516,81 1637,46 ST6 – ST7 𝐤𝟔𝟕 288,19 207,33 197,39 164,21 177,46 ST7 – ST8 𝐤𝟕𝟖 4803,23 7204,84 21614,52 57638,73 72048,41 ST8 – ST9 𝐤𝟖𝟗 7204,84 14409,68 10807,26 14409,68 12008,07 ST9 – ST10 𝐤𝟗𝟏𝟎 ----* 14409,68 21614,52 19212,91 24016,14 Média 𝐤𝐦é𝐝 2641,78 3202,15 3325,31 3202,15 4238,14 * O valor de k910 quando Q = 10W não pode ser calculado pois a temperatura dos sensores ST9 e ST10 deram a mesma Com os valores da Tabela 4 plotou-se o gráfico da Figura 4 para analisar o comportamento do coeficiente de condutividade térmica k do latão confirme o aumento da potência da resistência de aquecimento. 8 Figura 4 – Variação do coeficiente k do tudo de latão com Ø10mm No gráfico da Figura 4 observau-se um aumento do coeficiente de condutividade térmica conforme se aumentava a potência d resistor de potência e, portanto, a temperatura. 4.2.2 Barra de latão com aproximadamente 25mm de diâmetro Ajustou-se o fluxo de água do sistema de arrefecimento para fornecer uma vazão de 1,5 L/min. Os dados obtidos para as respectivas variações da resistência de aquecimento estão mostrados na Tabela 5. Tabela 5 – Temperaturas da barra cilíndrica de latão com D ≈ 25mm Pontos Q (W) 10 20 30 40 50 ST0 53,9 67,1 84,4 105,7 125,1 ST1 53,1 65,5 81,8 102,1 119,1 ST2 52,4 64 79,5 99,1 115,5 ST3 51,7 68,6 77,4 96,2 117,7 ST4* ---- ----- ----- ----- ----- ST5 31,9 31,1 30,4 29,8 29,4 ST6 31,8 30,9 30,3 29,7 29,2 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 0 10 20 30 40 50 60 C o e fi c ie n te d e c o n d u ç ã o ( W /m K ) Q (W) Condução Axial de um tubo de latão Ø10mm Condução Axial de um tubo cilíndrico de Ø10mm 9 ST7 42,9 44,7 48,6 55,3 62,6 ST8 43,1 44,6 48,0 54,1 61,8 ST9 42,8 44,0 47,1 52,8 60,0 ST10 42,6 43,6 46,5 51,8 58,7 ST11** 25,4 25,5 25,6 25,7 25,8 ST12** 25,6 25,8 25,9 26,0 26,1 * O sensor ST4 não estava funcionando. ** Os valores de ST11 e ST12 correspondem respectivamente aos sensores na entrada e saída da água do sistema de arrefecimento. Sabe-se que o diâmetro da barra de latão é de 25 mm. Considerando a distância entre os sensores ST0 ao ST10 igual a 10mm, e que o sensor ST0 está localizado no ponto x = 10mm, obtém-se os valores da condutividade térmica local do latão através da Equação 3. Esses valores estão mostrados na Tabela 6 Tabela 6 – Condutividade térmica para barra cilíndrica de latão com D=25mm Pontos 𝐤 (W/mK) Q (W) 10 20 30 40 50 ST0 – ST1 𝐤𝟎𝟏 254,65 254,65 235,06 226,35 169,77 ST1 – ST2 𝐤𝟏𝟐 291,03 271,62 265,72 271,62 282,94 ST2 – ST3 𝐤𝟐𝟑 291,03 88,57 291,03 280,99 463,00 ST 3 – ST5 𝐤𝟑𝟓 20,58 21,73 26,01 24,54 23,07 ST5 – ST6 𝐤𝟓𝟔 2037,18 2037,18 6111,55 8148,73 5092,96 ST6 – ST7 𝐤𝟔𝟕 18,35 29,52 33,40 31,83 30,50 ST7 – ST8 𝐤𝟕𝟖 1018,59 4074,37 1018,59 679,06 1273,24 ST8 – ST9 𝐤𝟖𝟗 679,06 679,06 679,06 626,83 565,88 ST9 – ST10 𝐤𝟗𝟏𝟎 1018,59 1018,59 1018,59 814,87 783,53 Média 𝐤𝐦é𝐝 291,03 271,62 291,03 280,99 463,00 * O valor de k910 quando Q = 10W não pode ser calculado pois a temperatura dos sensores ST9 e ST10 deram a mesma Com os valores da Tabela 6 plotou-se o gráfico da Figura 5 para analisar o comportamento do coeficiente de condutividade térmica k do latão confirme o aumento da potência da resistência de aquecimento. 10 Figura 5 – Variação do coeficiente k da barra de latão de Ø25mm No gráfico da Figura 5 observa-se uma alta variação do coeficiente k em função do aumento da potência Q. 4.2.3 Barra de aço inoxidável com 25mm de diâmetro Ajustou-se o fluxo de água do sistema de arrefecimento para fornecer uma vazão de 1,5 L/min. Os dados obtidos para as respectivas variações da resistência de aquecimento estão mostrados na Tabela 7Tabela 5. Tabela 7 – Temperaturas da barra cilíndrica de aço inox com D ≈ 25mm Sensores Q(W) 10 20 30 40 50 ST0 71,3 77,4 88,7 109,0 126,5 ST1 70,6 76,3 87,0 106,4 123,7 ST2 69,9 75,6 85,6 104,5 121,2 ST3 69,3 74,9 84,6 103,0 119,6 ST4 58,0 60,9 64,9 74,6 84,7 ST5 54,4 55,4 57,4 64,2 71,7 ST6 40,6 40,9 41,3 42,6 44,4 ST7 48,4 47,6 47,8 48,9 51,0 0 100 200 300 400 500 600 0 10 20 30 40 50 60 C o e fi c ie n te t é rm ic o ( W /m K ) Q (W) Barra cilíndrica de latão Ø25mm Tubo cilíndrico de aço inox Ø25mm 11 ST8 48,6 47,8 47,9 48,9 50,8 ST9 48,2 47,4 47,5 48,4 50,1 ST10 48,0 47,2 47,1 48,0 49,5 ST11* 26,7 26,7 26,7 26,8 26,9 ST12* 27,0 27,0 27,1 27,2 27,3 * Os valores de ST11 e ST12 correspondem respectivamente aos sensores na entrada e saída da água do sistema de arrefecimento. Sabe-se que o diâmetro da barra de latão é de 25 mm. Considerando a distância entre os sensores ST0 ao ST10 igual a 10mm, e que o sensor ST0 está localizado no ponto x = 10mm, obtém-se os valores da condutividade térmica local do latão através da Equação 3. Esses valores estão mostrados na Tabela 8. Tabela 8 – Condutividade térmica para barra cilíndrica de aço inox com D=25mm Pontos 𝐤 (W/mK) Q (W) 10 20 30 40 50 ST0 – ST1 𝐤𝟎𝟏 293,37 373,38 362,40 315,94 366,71 ST1 – ST2 𝐤𝟏𝟐 293,37 586,74 440,05 432,33 410,72 ST2 – ST3 𝐤𝟐𝟑 342,26 586,74 616,07 547,62 641,74 ST 3 – ST4 𝐤𝟑𝟒 18,17 29,34 31,27 28,92 29,42 ST 4 – ST5 𝐤𝟒𝟓 57,04 74,68 82,14 78,98 78,98 ST5 – ST6 𝐤𝟓𝟔 14,88 28,33 38,27 38,03 37,61 ST6 – ST7 𝐤𝟔𝟕 26,33 61,30 94,78 130,39 155,57 ST7 – ST8 𝐤𝟕𝟖 1026,79 2053,58 6160,74 ----* 5133,95 ST8 – ST9 𝐤𝟖𝟗 513,39 1026,79 1540,18 1642,86 1466,84 ST9 – ST10 𝐤𝟗𝟏𝟎 1026,79 2053,58 1540,18 2053,58 1711,32 Média 𝐤𝐦é𝐝 293,37 480,06 401,22 315,94 388,71 * O valor de k67 quando Q = 40W não pode ser calculado pois a temperatura dos sensores ST6 e ST7 deram a mesma. 12 Figura 6 – Variação da condutividade do aço inox de uma barra cilíndrica de Ø 25mm No gráfico da Figura 6 observa-se uma baixa variação do coeficiente k em função do aumento da potência Q, exceto pelo ponto de maior temperatura em Q = 50W. 4.3 Discussões Gerais Através dos valores dos coeficientes de transferência de calor médio das Tabelas 4, 6 e 8 observou-se que os valores do coeficiente de condutividade térmica calculados se afastaram do valor esperado pela literatura. Essa divergência dos valores experimentais em relação aos encontrados na teoria advém das condições experimentais e das hipóteses utilizadas nos cálculos. Nos gráficos podemos ver que os pontos relacionados as maiores potências apresentam valores mais destoantes do restante, isso deve-se ao fato de que conforme aumenta a temperatura de entrada, aumenta também outros mecanismos responsáveis pela troca de calor, como a convecção nas pontas, os efeitos de borda, a condução bidimensional, etc, que tornam as Equações 2 e 3 mais distantes do modelo ideal, visto que essas equações são empíricas e, portanto, descrevem fenômenos físicos dentro de condições de contorno específicas. Outro problema identificado durante a realização dos experimentos foram 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 5000 10 20 30 40 50 60 C o e fi c ie n te d e c o n d u ti v id a d e ( W /m K ) Q (W) Barra cilíndrica de latão Ø 25mm Barra cilíndrica de latão Ø 25mm 13 problemas na leitura de alguns sensores, como também a instabilidade das temperaturas para a realização das medidas, afetando assim a hipótese do regime permanente. Caso o tempo para obtenção de dados fosse maior, os dados obtidos estariam mais próximos dos descritos pela literatura. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na análise desse experimento considerou-se como hipótese que a transferência de calor ocorria em regime permanente e de forma unidimensional, devido a relação geométrica da espessura, largura e diâmetro das barras estudadas. Porém, ficou evidente que os valores de k se distanciaram dos fornecidos pela literatura. Sabe-se que em sistemas de condução reais a transferência de calor ocorre em diferentes direções, e que há também efeitos de bordas e de isolamento do aparato experimental que podem ter contribuído para esse distanciamento. Além disso o não funcionamento e a falta de calibração de alguns termopares utilizados podem ter auxiliada para ampliar ainda mais essa diferença. Porém, de uma forma geral, o experimento evidenciou a relação entre o coeficiente de condutividade térmica e a temperatura do material, mostrando a relação de proporcionalidade evidenciada pela Lei de Fourrier para o fluxo térmico em metais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] INCROPERA, F. P; DeWitt, D. ; [et al.]. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 7°ed. Rio de Janeiro : LTC, 2014. 671p.
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