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Psoríase: Conceito, Fatores e Quadro Clínico

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Maria Clara Franca 
Psoríase: 
Conceito: é uma doença imunoinflamatória, 
cutaneoarticular, crônica e recorrente que se 
caracteriza por hiperplasia epidérmica, ciclo evolutivo 
acelerado dos queratinócitos e ativação imune 
inapropriada. 
É uma doença que acomete 1-3% da população, em 
que tem a mesma prevalência em homens e mulheres. 
Sendo mais comum na terceira década de vida, ou seja, 
20 a 30 anos – sendo menos comum em crianças. Além 
disso, quando ela se inicia mais cedo (menos que 40 
anos) ela tende a ter um pior prognóstico, e é bem 
comum que alguém da família tenha a doença. Já os 
indivíduos que iniciam com psoríase após 40 anos são 
mais difícil que tenha pessoas na família com a doença 
e os casos são mais leves, esporádicos. 
É uma doença multifatorial, podendo ser genética 
(sendo mais comum no cromossomo 6, no locus PSORS 
1) – é de herança poligênica e requer fatores 
ambientais para sua expressão. 
Se um dos pais tem psoríase, existe a 
possibilidade de 14% do filho ter, enquanto que 
se ambos os pais tiverem a chance aumenta 
para 41%. 
Ainda falando sobre o fator genético, um estudo 
mostrou que em gêmeos monozigóticos, se um tem 
psoríase, existe até 70% de chance do outro ter. Já em 
dizigóticos a concordância diminui para 23%. Essa 
concordância pode diminuir se um dos gêmeos migrar 
para a região equatorial, isso porque a incidência solar 
é maior – ela é um fator protetor a psoríase, em outras 
palavras, quanto maior a latitude, mais em regiões 
temperadas, extremas (menor radiação solar), maior a 
prevalência de psoríase. Inclusive, esse conceito pode 
ser usado como terapia, fazendo a fototerapia, em que 
consiste em um tratamento por alguns meses com o 
uso de radiação ultravioleta. 
Existem também outros fatores que podem estimular 
o surgimento da psoríase, como algumas medicações, 
drogas, a exemplo do lítio, beta-bloqueadores, AINE, 
cloroquina, IECA – essas são as principais drogas que 
predispõem em pacientes que já possuem questões 
genéticas para psoríase. 
A cloroquina pode tratar algumas doenças 
autoimunes como lúpus, artrite reumatoide, 
mas originalmente ela é uma medicação que 
trata a malária, ou seja, um antimalárico. 
O trauma também é um fator, sendo um trauma que 
gera uma escoriação, queimadura, uma cirurgia na pele 
em que se faz uma incisão, esses traumas podem gerar 
uma lesão de psoríase. O efeito/fenômeno de koebner 
é quando um indivíduo que tem psoríase acaba tendo 
um trauma e surge uma lesão no local desse trauma – 
psoríase e vitiligo podem 
ter esse efeito. Fatores 
emocionais, como o 
estresse, podem gerar a 
psoríase ou piorar as 
lesões já existentes. A 
obesidade, tabagismo e 
álcool também estão 
relacionados, podendo 
agravar o caso ou gerar a 
doença. 
Lembrando que todos esses fatores são 
predispostos em pacientes que já tem o fator 
genético! 
Fisiopatologia: 
 Existe a liberação de fatores inflamatórios, 
principalmente da IL2 e TGF-alfa, gerando uma 
atração de linfócitos T – predomínio de 
resposta Th1. 
 Ocorre também a angiogênese, a proliferação 
vascular – o TGF-alfa promove a angiogênese e 
estimula a proliferação de queratinócitos e 
sinoviócitos. 
 Gera o aumento da produção de mitose dos 
ceratinóticos da camada basal, gerando uma 
epiderme espessa (acantose). 
 As células epidérmicas com ciclo evolutivo 
mais rápido – hiperproliferação epidérmica 
com perda de diferenciação; células imaturas; 
descamação. 
o Ou seja: por estímulos inflamatórios 
em uma pessoa predisposta 
geneticamente, podendo ter também 
outro fator, atrai fatores 
inflamatórios, proliferação vascular, o 
que gera uma epiderme espessa com 
células imaturas, ocorrendo a 
descamação. 
Quadro clínico: 
 Pápulas e placas eritematosas, descamativas, 
de limites bem precisos e, por vezes, 
circundadas por halo periférico claro (halo de 
Woronoff). 
 Escamas espessas, grossas, argênticas. 
 O prurido ocorre em aproximadamente 80% 
dos pacientes, e está relacionado a quantidade 
de mastócitos presentes no infiltrado 
inflamatório. 
 A simetria é regra, embora possam existir 
casos de lesão única e isolada. 
 Localização: as mais frequentes, sendo 
chamadas em psoríase em placas (90%). 
o Face extensora dos membros, joelhos 
e cotovelos – dermatite atópica é mais 
em região flexora dos membros. 
Maria Clara Franca 
o Região sacra, tronco e couro cabeludo. 
 Pode ter acometimento da unha em 35% dos 
pacientes. Uma outra estrutura que pode ser 
acometida é a articulação, em que 15% dos 
pacientes cursam com artrite psoriásica. 
o Na unha, pode gerar um pitting 
ungueal, quando gera uma depressão 
puntiforme/cupuliforme ou unha em 
dedal, leuconiquia (manchas brancas 
na lâmina ungueal) ou 
“esfarelamento” da unha. 
o Apenas 5% dos pacientes com artrite 
psoriásica têm acometimento na 
articulação interfalangeana distal. Ela 
também pode ser na coluna vertebral, 
sendo chamada de espondilite (5%); 
poliartrite simétrica (15%); 
oligo/poliartrite assimétrica (70%); 
erosiva/mutilante (5%). 
 
A artrite psoriásica não tem relação com a 
gravidade/extensão da doença cutânea, mas tem alta 
associação com o acometimento ungueal (80-90%). 
PASI – psoriasis area severity index: é um score usado 
que leva em consideração a extensão da área 
acometida, o eritema, espessura da placa e 
descamação. Foi criado para medir a gravidade da 
psoríase e a extensão do comprometimento cutâneo. 
A psoríase em placa é 90% dos casos de psoríase, mas 
existem outras formas clínicas além da psoríase vulgar, 
como a pustulosa, que pode ser generalizada ou 
localizada, invertida, e, por último, gutata/eruptiva. 
1. Psoríase pustulosa generalizada (Von 
Zumbusch): é de início súbito, agudo, podendo 
ter febre e leucocitose. Pode se tornar um caso 
grave, podendo levar a morte porque a maior 
parte do sangue fica localizado na pele. É um 
processo autoimune, ou seja, pústulas 
estéreis. Normalmente de morfologia anular. 
 
2. Psoríase pustulosa localizada (acrodermatite 
contínua de Hallopeau): são lesões que iniciam 
nas extremidades dos dígitos, e o 
comprometimento da unha é frequente. 
 
3. Psoríase gutata/eruptiva: é mais comum em 
adultos jovens e em crianças. Além de ser de 
início abrupto, em questão de dias. Gera 
pápulas difusas, pequenas e arredondadas, 
principalmente em troncos, podendo ter um 
quadro infeccioso prévio (2-3 semanas) como 
gatilho, a exemplo de faringite ou amigdalite 
estreptocócica – quadro de estreptococcia do 
trato respiratório superior. 
 
Maria Clara Franca 
4. Psoríase vulgar ou em placas: é a apresentação 
típica e leva semanas para se desenvolver. 
 
5. Psoríase invertida: são lesões mais planas e 
úmidas, com menos descamação. Mais comum 
em áreas flexoras. Possui um desafio 
diagnóstico, podendo se assemelhar com 
dermatite de contato, dermatofitoses 
(infecção por fungos), dermatite seborreica. 
 
Diagnóstico: 
 É feito em bases clínicas, em que, geralmente, 
não requer complementação laboratorial. 
 Curetagem metódica de Brocq é a manobra 
semiológica que caracteriza a placa psoriásica, 
apesar de não ser patognomônica. 
 Sinal da vela: saída de escamas brancas 
nacaradas, estratificadas. 
 Biopsia de pele: 
o Aumento da epiderme = acantose (as 
papilas ficam alongadas). 
o Aumento da camada córnea. 
o Infiltrado inflamatório (linfócitos) na 
derme. 
o Vasos sanguíneos proliferados, 
principalmente nas papilas. 
 
 Exames laboratoriais: PCR e VHS ficam 
aumentados, mas não é diagnóstico porque 
não dá para confirmar a presença da doença. 
Eles são positivos por existir um processo 
inflamatório no organismo.

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