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Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas INDICADORES DE SAÚDE I A L M E I D A F I L H O, N . ; R O U Q U AY R O L , M . Z . C A P. 7 – I N D I C A D O R E S E P I D E M I O L Ó G I C O S . I N T R O D U Ç Ã O À E P I D E M I O L O G I A . R I O D E J A N E I R O : G U A N A B A R A KO O G A N , 2 0 1 7 . P E R E I R A , M . G . C A P. 6 – M O R TA L I D A D E . E P I D E M I O L O G I A : T E O R I A E P R ÁT I C A . R I O D E J A N E I R O : G U A N A B A R A KO O G A N , 2 0 1 3 . 1. FONTES OFICIAIS Os Sistemas de Informações Nacionais • SIM • SISVAN • SINASC • SIABS • DATASUS 2. ESTATÍSTICAS ROTINEIRAS (contínuas ou permanentes) - sistemas permanentes de registro são as fontes principais da maior do conhecimento acumulado sobre saúde. 3. LEVANTAMENTO EM PRONTUÁRIOS E FICHAS - podem ser realizados por meio de um censo ou mediante amostragem. 4. INQUÉRITOS - inquirição direta das pessoas por meio de um protocolo previamente estabelecido. • INSTITUCIONAIS - a base de dados é uma instituição • EXTRA-INSTITUCIONAIS ou POPULACIONAIS - a base de dados é a população PRINCIPAIS FONTES DE DADOS Diagrama dos sistemas de informações para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) INDICADORES DE SAÚDE •Paradoxalmente a avaliação do nível de vida é efetuada através da quantificação de óbitos ou denominados “indicadores de saúde”, medida indireta da saúde coletiva pelo uso de coeficientes e índices de mortalidade. •São parâmetros usados internacionalmente. •São medidas que descrevem as características de uma população. São usados para: • Avaliar as condições de saúde em uma área geográfica e em períodos delimitados. • Alguns indicadores demográficos são também considerados indicadores de saúde. Os principais são aqueles relacionados com as condições de reprodução das populações. • Disponibilidade de dados (representatividade e cobertura). • Definição e procedimentos de cálculo (confiabilidade). • Facilidade para construção e simplicidade de interpretação (simplicidade). • Sensibilidade ao maior número de fatores que influem no estado de saúde (sinteticidade). • Bom poder discriminatório. Requisitos para os indicadores de saúde Indicadores de saúde baseados em medidas de mortalidade COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL: Número total de óbitos no período / população total, na metade do período* X 1.000 Sinonímia: Taxa bruta de mortalidade, taxa de mortalidade geral • Mede o risco de morte para o total da população, independente de sexo, idade ou causa de óbito. • É um indicador muito influenciado pela distribuição etária da população. • Populações muito envelhecidas podem ter altas taxas de mortalidade, pois espera-se que os indivíduos morram em idades avançadas. • Por outro lado, populações muito jovens também apresentam alta mortalidade geral devido a uma mortalidade infantil muito alta. *O ideal seria usar a exata população sob risco, mas ela é difícil de ser conhecida com precisão. Adota-se como aproximação a existente na metade do período, em 1º de julho, supondo-se que os óbitos ocorram uniformemente durante o ano. Indicadores de saúde baseados em medidas de mortalidade COEFICIENTE DE MORTALIDADE ESPECÍFICA: • Mede o risco de morte para uma fração da população. • As TME mais comumente são as por sexo, faixa etária e causa de óbito. • Usualmente referido a períodos de 1 ano. • Pode ser calculado excluindo do denominador os óbitos por causas mal definidas. Indicadores de saúde baseados em medidas de mortalidade COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR SEXO: Número de óbitos de um dado sexo, no período/ população do mesmo sexo, na metade do período X 1.000 COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR IDADE: Número de óbitos NO GRUPO ETÁRIO, no período/ população do mesmo grupo etário, na metade do período X 100 mil COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR CAUSA: Número de óbitos POR DETERMINADA CAUSA (ou grupo de causas), no período/ população na metade do período X 100 mil Indicadores de saúde baseados em medidas de mortalidade fetal, perinatal e infantil COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL: Número de óbitos DE CRIANÇAS MENORES DE 1 ANO, no período/ número de nascidos vivos, no período X 1.000 • Mede o risco de morte no primeiro ano de vida. É um dos indicadores mais sensíveis das condições de vida e saúde de uma população. • Utiliza-se o número de nascidos vivos como denominador, pois ele produz uma estimativa mais acurada do total de pessoas-tempo do que o a população menor de um ano no meio do período. Fonte de dados: • Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) • Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) • Nos locais onde a cobertura do SIM e/ou do SINASC são insuficientes, o CMG é estimado por métodos indiretos. Espera-se que: Nenhuma criança morra no primeiro ano de vida. Porém, é possível reduzir a TMI a zero? Por que? Não, pois algumas crianças nascem com doenças tão graves que a atual tecnologia médica disponível ainda não pode salvar essas vidas (ex.: anencefalia). Todos os demais casos são em decorrência de que? • Más condições socioeconômicas que tragam prejuízo à nutrição, higiene e cuidados gerais; • Falta de acesso a serviços de saúde infantil: imunização, puericultura, reidratação oral, etc.; • Falta de acesso correto à assistência perinatal: pré-natal, parto e atenção neonatal. COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL: Subdivisões do Período Infantil COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL: Número de óbitos DE CRIANÇAS NAS 1as QUATRO SEMANAS DE VIDA, no período/ número de nascidos vivos, no período X 1.000 Causas - Neonatal (início da vida extrauterina): • Agressões sofridas no útero. • Condições do parto. • Condições de assistência ao recém-nato. • Fatores relacionados à assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. • Predomina em áreas de alto nível de saúde (mortalidade infantil baixa). • Subdividido nos componentes neonatal precoce (0 a 6 dias) e neonatal tardio (7 a 27 dias). COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE: Número de óbitos DE CRIANÇAS NA PRIMEIRA SEMANA DE VIDA, no período/ número de nascidos vivos, no período X 1.000 COEFICIENTE DE MORTALIDADE NEONATAL TARDIA: Número de óbitos DE CRIANÇAS NA SEGUNDA, TERCEIRA E QUARTA SEMANA DE VIDA, no período/ número de nascidos vivos, no período X 1.000 COEFICIENTE DE NATIMORTALIDADE: Número de NATIMORTOS,, no período/ número de nascidos vivos E DE NATIMORTOS, no período X 1.000 Causas - Pós-neonatal • Predominam os determinantes socioeconômicos. COEFICIENTE DE MORTALIDADE PÓS-NEONATAL: Número de óbitos DE CRIANÇAS DE 28 DIAS ATÉ 1 ANO DE IDADE, no período/ número de nascidos vivos, no período X 1.000 COEFICIENTE DE MORTALIDADE PERINATAL: Número de óbitos FETAIS (com 22 semanas ou mais de gestação) acrescido de óbitos na primeira semana de vida, no período/ número de nascidos vivos E DE NATIMORTOS, no período X 1.000 Fonte de dados: - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) • Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) • Óbitos fetais: perdas fetais com idade igual ou superior a 20 semanas de gestação ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 gramas e/ou comprimento igual ou superior a 25 cm. O que vimos nesta aula? Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas INDICADORES DE SAÚDE II A L M E I D A F I L H O, N . ; R O U Q U AY R O L , M . Z . C A P. 7 – I N D I C A D O R E S E P I D E M I O L Ó G I C O S . I N T R O D U Ç Ã O À E P I D E M I O L O G I A . R I O D E J A N E I R O : G U A N A B A R A KO O G A N , 2 0 1 7 . P E R E I R A , M . G . C A P. 6 – M O R TA L I D A D E . E P I D E M I O L O G I A : T E O R I A E P R ÁT I C A . R I O D E J A N E I R O : G U A N A B A R A KO O G A N , 2 0 1 3 . COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA: Númerode óbitos POR CAUSAS LIGADAS À GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO no período/ número de nascidos vivos, no período X 100 mil “É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devidas a causas acidentais ou incidentais”. O cálculo da TMM Qual seria o denominador ideal para a TMM?? A população de mulheres gestantes, pois essas estão sob risco de morrer por causas maternas. Entretanto, é difícil de obter uma estimativa deste número para a população. O cálculo da TMM Então, utiliza-se: o número de nascidos vivos na área e no período de interesse (partindo do pressuposto que o número de natimortos é desprezível comparado ano número de nascidos vivos). • CAUSAS OBSTÉTRICAS DIRETAS - aquelas próprias ou específicas do ciclo gravídico-puerperal, como a toxemia gravídica e o descolamento prematuro de placenta. • CAUSAS OBSTÉTRICAS INDIRETAS - não específicas da gravidez, parto ou puerpério, mas agravadas ou complicadas nesses períodos, como o diabetes ou doenças cardíacas. 95% das mortes por causas maternas são consideradas evitáveis pela OMS. Indicadores de Mortalidade Proporcional É a distribuição proporcional dos óbitos em relação a algumas variáveis de interesse, principalmente idade e causa do óbito. 1. Índice de Swaroop-Uemura 2. Mortalidade proporcional por causa 3. Curva de Nelson Moraes COEFICIENTE DE MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSAS: Número de óbitos DE DETERMINADA CAUSA (ou grupo de causas), no período/ total de óbitos, no período X 1.000 COEFICIENTE DE MORTALIDADE PROPORCIONAL DE MENORES DE UM ANO: Número de óbitos DE CRIANÇAS MENORES DE UM ANO, no período/ total de óbitos, no período X 1.000 Indicadores de Mortalidade Proporcional Gráfico 2 – Distribuição proporcional das principais causas de morte segundo capítulos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), no Brasil, 2006 Fonte: Brasil, 2009a. Índice de Swaroop-Uemura • É a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais, ou seja, a proporção de óbitos ocorridos em indivíduos de 50 anos ou mais. • Óbitos abaixo de 50 anos são considerados evitáveis (grosseiramente); dessa forma, quanto a maior proporção de óbitos de adultos maduros e idosos, melhor é a condição de vida e saúde da população. Curvas de mortalidade proporcional - de Nelson Moraes É uma representação gráfica da mortalidade proporcional por idade. A CNM pode assumir as seguintes formas: • 1 -N invertido – predomínio de óbitos de adultos jovens (20 a 49 anos). • 2 - L (ou J invertido) – predomínio óbitos nas faixas infantil e pré-escolar • 3 - V (ou U) – óbitos de 50 anos ou + • 4 – J – predomínio óbitos pessoas mais velhas Essas formas correspondem, respectivamente, a condições de vida e saúde muito baixas, baixas, regulares e elevadas. Expectativa de vida Também denominada ESPERANÇA DE VIDA OU VIDA MÉDIA Fonte de dados: • Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) • Censos ou estimativas populacionais • Representa o número esperado de anos a serem vividos a partir de uma determinada idade, em média, pelos indivíduos integrantes de uma coorte. • Se referida ao nascimento é denominada expectativa de vida ao nascer. • Estimada por meio de modelos de tábua de vida ou de sobrevivência. • Pode ser utilizada diretamente e, comparações sem necessidade de padronização. O que vimos nesta aula? MEDIDAS DE EFEITO E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO M E D R O N H O , R . A . ; P E R E Z , M . A . C A P . 8 – M E D I D A S D E E F E I T O E M E D I D A S D E A S S O C I A Ç Ã O . I N : M E D R O N H O , R . A . E P I D E M I O L O G I A . S Ã O P A U L O : E D I T O R A A T H E N E U , 2 0 0 3 Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. Uma associação real implica uma diferença entre populações Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. • Pesquisa epidemiológica: identificação de relações causais entre exposições (fatores de risco ou proteção) e desfechos (doenças ou medidas clínicas). • Efeito e associação: • efeito = ideia de causa • associação = ideia de concomitância • Greenland & Rothman (1998) baseiam-se na abordagem contrafactual Teoricamente não seria possível observar diretamente o efeito de uma exposição porque o mesmo indivíduo não pode, simultaneamente, ser exposto e não exposto. • A quantificação da diferença é feita através de medidas de associação. • As medidas da associação entre exposição e desfecho mais utilizadas são para desfechos discretos (doente, não doente). Também podem ser usadas para escalas contínuas (pressão arterial diastólica, peso ao nascer, peso) – estatística examina as relações de causa e efeito. Efeito e associação Ex.: toda uma população é exposta a um agente químico. Ao final de um determinado período de tempo esta população apresenta incidência alta de câncer. Poderíamos atribuir este resultado ao efeito da exposição? • Não, sem antes responder qual seria a incidência de câncer nesta mesma população caso ela não tivesse sido submetida ao agente químico. • Isto é, só faz sentido falarmos do efeito da exposição se conhecermos a condição contrária à exposição (não exposição) = condição contrafactual. Medidas de efeito e associação: • Relativas – tipo razão • Absolutas – tipo diferença Medidas relativas e absolutas Relativas – tipo razão • Medem a magnitude (força) da associação entre um determinado fator de exposição e a ocorrência da doença - quantas vezes a ocorrência da doença é maior no grupo de expostos em relação ao grupo de não expostos. • Podem variai de 0 a ∞ . • Quando as medidas relativas apresentam valor igual a 1 (valor nulo) = as frequências de doenças entre expostos e não expostos são iguais, ou seja, não existe associação. Valores são maiores que 1: • frequência de doença maior nos expostos em relação aos não expostos) • a exposição pode ser um fator de risco para doença. Medidas relativas Valores entre 0 e 1: • frequência de doença menor nos expostos em relação aos não expostos. • A exposição pode ser um fator de proteção. As medidas de associação relativas são mais utilizadas na pesquisa etiológica, enquanto as medidas absolutas são mais utilizadas para o planejamento de ações em Saúde Pública. Absolutas – tipo diferença • Medem o quanto a frequência de uma doença no grupo dos expostos excede em relação ao grupo de não expostos = número absoluto de casos atribuíveis à exposição. • Quando as medidas absolutas apresentam diferença igual a 0 (valor nulo) = as frequências de doenças entre expostos e não expostos são iguais, ou seja, não existe associação. Se for diferente de zero, sugere associação. • Valores de medidas absolutas variam de -1 a +1 e entre taxas, de - ∞ a + ∞. Medidas absolutas • Forte associação negativa – poucos expostos adoecem e muitos não expostos adoecem. • Forte associação positiva – muitos expostos adoecem, e poucos não expostos adoecem. • As 4 situações (segundo eventos de exposição e doença) estão na tabela de contingência – linhas (categorias de exposição) e colunas (categorias de doença). Tabela de contingência (2x2) • a = doentes expostos • b = não doentes expostos • c = doentes não expostos • d = não doentes não expostos • a + b = expostos • c + d = não expostos • a + c = doentes • b + d = não doentes Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. Medidas de associação em estudos de coorte Coorte: a condição de exposiçãodos indivíduos é conhecida no início do período de observação e após o seu término, calcula-se a incidência (risco, ou taxa) da doença. • Responde quantas vezes é maior o risco de desenvolver a doença entre os indivíduos expostos em relação aos não expostos. Risco Relativo ou Razão de Risco (RR) – estudos de coorte • I E = risco médio de adoecer dado que as pessoas são expostas (probabilidade de adoecer condicionada a ser exposto: Pr(D/E). • = risco médio de adoecer dado que as pessoas não são expostas (probabilidade de adoecer condicionada a não ser exposto). Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. Ex. 1: numa coorte de nascidos vivos deseja-se saber se o aleitamento materno exclusivo e a escolaridade da mãe (exposições) estão associados com o risco de ter diarreia (desfecho) nos primeiros três meses de vida. a. Quantas vezes o risco de diarreia é maior entre os bebês de mães com baixa escolaridade (fator de risco) em relação aos de mães com maior escolaridade? b. Suponhamos que o risco relativo (RR) estimado para responder esta pergunta seja igual a 2 (RR=2). Como o valor do RR é diferente e “distante” da unidade, diz-se que há uma associação entre exposição e a doença. Como interpretar: o risco de ter diarreia entre os bebês de mães com baixa escolaridade é 2 vezes maior do que entre os bebês de mães com maior escolaridade. Escolaridade está associada a um risco 2 vezes maior de desenvolver diarreia. Risco Relativo ou Razão de Risco (RR) Ex. 2: quantas vezes o risco de diarreia é menor entre os bebês que amamentam exclusivamente de leite materno (fator de proteção) em relação aos que não o fazem? a. Suponhamos que o risco relativo (RR) estimado para responder esta pergunta seja igual a 0.2 (RR=0.2). Como o valor do RR é diferente e “distante” da unidade, diz-se que há uma associação entre exposição e a doença. b. Um RR=0,2 indica que o risco entre os expostos é menor do que entre os não expostos. Então, pode- se dizer que o fator de risco para diarreia é não aleitar exclusivamente de leite materno. Resposta: aleitar exclusivamente no peito diminui o risco de desenvolver diarreia em 5x (1/RR) ou em 80%, quando comparado aos que não o fazem. • Responde se a chance de desenvolver a doença no grupo de expostos é maior (ou menor) do que no grupo de não expostos. • Chance de adoecer é uma medida do tipo razão, onde o numerador (probabilidade de adoecer) não está contido no denominador (1- probabilidade de adoecer). ≠ • Risco é uma medida de frequência tipo proporção, onde o numerador está contido no denominador (probabilidade). Risco de Chances ou Odds Ratio (OR) Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. Vantagens da OR: • Pode ser estimado diretamente em estudos caso-controle onde a razão de risco não é, em geral, possível. • OR tem propriedades estatísticas mais gerais que permitem a aplicação de técnicas estatísticas multivariadas. • Quando a doença não é comum, o OR calculado de um estudo de coorte ou caso-controle provê uma boa estimativa para a razão de taxa. Risco de Chances ou Odds Ratio (OR) • O risco de desenvolver a doença foi seis vezes maior entre os expostos em relação a não expostos nos dois exemplos. • No exemplo 2, OR e RR se aproximam, porém o mesmo não ocorre no exemplo 1, onde o OR é maior que o RR (8,14), devido à alta frequência da doença. Risco de Chances ou Odds Ratio (OR) num estudo Caso-controle Caso Controle Total E 15 67 82 E- 102 804 906 Total 117 871 988 OR = 15/102 67/804 OR = 1,76 A estimativa de OR foi de 1,76, isto é, nos indivíduos doentes a chance de exposição é aproximadamente 1,8 vezes maior do que naqueles não doentes. • Imagine um estudo caso-controle tradicional, de base hospitalar, onde o pesquisador tem um grupo de casos (todos os casos ou uma amostra dos casos internados pela doença de interesse) e seleciona um grupo de pacientes internados por outra causa (amostra de pacientes sem a doença de interesse) para mensurar a frequência de exposição em cada grupo e contrastá-las. • Ex.: estudo caso-controle onde foram selecionados 117 casos e 871 controles e buscou-se informação sobre a frequência de exposição. A estimativa do OR foi de 1,76, isto é, nos indivíduos expostos a chance de desenvolver a doença é aproximadamente 1,8 vezes maior do que naqueles que não foram expostos. Razão de taxa, razão de densidade de incidência, taxa relativa (RT) Se o tempo livre de doença que cada indivíduo “contribuiu” é conhecido, então pode-se estimar a taxa de incidência da doença (densidade de incidência). • Então, poderíamos perguntar: quantas vezes a taxa de incidência foi maior no grupo de expostos em relação ao grupo de não expostos? • Neste caso, é utilizada uma variação da tabela 2 x 2, onde a unidade de medida das marginais de exposição é pessoa-tempo (PT). Razão de taxa, razão de densidade de incidência, taxa relativa (RT) • A taxa de incidência entre expostos é: • A taxa de incidência entre não expostos é: • A razão de taxas é: Se a doença de interesse é de baixa frequência, as estimativas da RT, RR e OR serão bem próximas. Razão de prevalência (RP) - Estudo seccional Razão de Prevalência (RP): • 2 fatores que diferenciam a razão de prevalência do risco relativo são: • o a razão da duração da doença e • o a razão dos complementos da prevalência (1 – prevalência) da doença entre expostos e não expostos. • Razão de chances de prevalência ou prevalence odds ratio (OR): • Não há qualquer diferença entre o cálculo do OR de casos prevalentes e o OR apresentado nos estudos anteriores. Razão de prevalência (RP) - Estudo seccional • Interpretação do OR de prevalência: quantas vezes maior é a chance de estar doente entre os expostos em relação aos não expostos. Diferença entre prevalências (DP): • O excesso de casos prevalentes entre os expostos e não expostos pode também ser calculado nos estudos seccionais através da diferença entre as prevalências: Medidas de Associação do tipo Diferença Risco atribuível ou diferença de riscos (RA): O risco atribuível informa qual o efeito da exposição no excesso de risco de adoecer no grupo de expostos em relação ao grupo de não expostos. • O RA é a diferença entre a proporção de incidência do grupo de expostos em relação ao grupo não exposto. • A proporção de incidência no grupo de não expostos estaria representando o risco de adoecer por outras causas que não a exposição em questão. O nome ATRIBUÍVEL expressa a ideia de que, se a exposição fosse eliminada, o risco observado nesta população seria aquele que observamos nos não-expostos. Portanto, este excesso de risco é dito atribuível à exposição. Risco atribuível ou diferença de riscos (RA): • O risco de adoecer no grupo de expostos é de 0,30. • Entre os não expostos de 0,05. • RA= 0,30 – 0,05 = 0,25. • Ou seja, para cada 100 expostos em média 30 adoecem e em 25 o adoecimento é atribuível à exposição. • Caso eliminássemos o fator de exposição no grupo de expostos (e o excesso de incidência fosse completamente reversível), o risco diminuiria de 0,3 para 0,05. • Evitaríamos 25 dos 30 casos que ocorreram em 100 pessoas na presença de exposição. • Como a maioria dos efeitos de exposição é cumulativa e, portanto, cessar a exposição dificilmente reduziria o risco de adoecer ao nível dos nunca expostos. • Prevenção máxima do risco somente com a sua prevenção, e não com a sua interrupção. • RA somente em desenhos de estudo que permitem estimar a incidência. Fonte: Da associação à causa. Quijano, F. A. D. FSP. 2017. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - SãoPaulo, Santos. 2010. Tipos de Estudos Tipos de Estudos Bernardo Hochman, Fabio Xerfan Nahas, Renato Santos de Oliveira Filho, Lydia Masako Ferreira. Desenhos de pesquisa. Acta Cir. Bras. vol.20 suppl.2 São Paulo, 2005. ESTUDOS DESCRITIVOS Estudos Descritivos “Descrevem as características gerais da distribuição das doenças, particularmente, com relação a pessoa (idade, sexo, raça, estado civil, ocupação, estilo de vida e de consumo alimentar e de medicamentos), lugar (distribuição geográfica da doença inclusive de variações regionais e de países) e de tempo (padrões sazonais e comparando frequências atuais com as passadas). Comparação implícita”. Estatísticas rotineiras; Levantamentos de prontuários; Inquéritos; Estudos de casos. ESTUDOS ANALÍTICOS Estudos Analíticos - Observacionais “Nessa perspectiva o pesquisador avalia grupos de indivíduos com o objetivo específico de, sistematicamente, determinar se o risco da doença é diferente ou não entre indivíduos expostos e não expostos a um fator de interesse. Comparação explícita”. Estudos observacionais: • Caso-controle • Coorte retrospectiva ou prospectiva • Transversal • Ecológico Estudos Experimentais Ensaio Clínico Randomizado Pragmáticos – mais próximos a realidade Explanatórios - laboratórios O pesquisador controla a exposição. A alocação do indivíduos é controlada, de preferência, aleatória. Tratamento das doenças. Ensaio Clínico Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO Quanto a Unidade de Análise: Indivíduo Grupo Estudos Ecológicos Os estudos ecológicos (ou de correlação) são úteis para gerar hipóteses. Em um estudo ecológico, as unidades de análise são grupos de pessoas ao invés de indivíduos. Estudos Ecológicos ATENÇÃO! • Fáceis de realizar, porém são frequentemente difíceis de interpretar, uma vez que raramente é possível encontrar explicações para os resultados obtidos. • Baseiam-se em dados coletados com outros propósitos (dados de rotina ou secundários). Dados de diferentes exposições e de fatores socioeconômicos podem não estar disponíveis. •Uma vez que a unidade de análise é uma população ou um grupo populacional, a relação entre exposição e efeito no nível individual não pode ser estabelecida. É BOM!!! • Podem ser utilizados dados de diferentes populações com características muito diferentes ou extraídos de diversas fontes de dados. Falácia Ecológica ou Viés ecológico A falácia ecológica ou viés ocorre quando são tiradas conclusões impróprias com base em estudos ecológicos. O viés ocorre porque a associação observada entre as variáveis no nível de grupo não representa, necessariamente, a associação existente no nível individual. FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO Quanto a Estratégia de Observação: • Seccional ou Transversal (uma única observação). Maria Mércia dos Santos Barros; Saulo Pereira de Almeida; Ana Luíza Pinheiro Barreto; Soraya Ramalho Santos Faro; Marley Rosana Melo de Araújo; André Faro. Síndrome de Burnout em médicos intensivistas: estudo em UTIs de Sergipe. Temas psicol. vol.24 no.1 Ribeirão Preto mar. 2016. Estudos Seccionais, Transversais ou Inquéritos • Ideais para obter informações sobre a prevalência de determinada condição de saúde. • Mas necessitam ser realizadas na forma de censo, ou de uma amostra representativa. • Estudo epidemiológico observacional, descritivo, caracterizado pela observação direta de indivíduos em uma única oportunidade. • Caracteriza-se pela observação de exposição e desfecho simultaneamente de uma amostra de uma população bem definida. Características: •Todas as medidas são feitas em um único momento do tempo, sem período de seguimento. •Classificação simultânea dos participantes para exposição e desfecho. •População definida geograficamente ou segundo algumas características específica. •Caracterização da época do estudo. Porta M (2008) A dictionary of Epidemiology. 5th ed. International Epidemiological Association. Oxford University Press. Estudos Seccionais, Transversais ou Inquéritos Objetivos: •Observar a magnitude de doenças ou agravos à saúde e de características da população. •Descrever seus padrões de distribuições. •Estimar a prevalência de doenças ou agravos à saúde em subgrupos populacionais com características distintas dentro da mesma população investigada. •Úteis para doenças comuns e razoavelmente longas. Porta M (2008) A dictionary of Epidemiology. 5th ed. International Epidemiological Association. Oxford University Press. FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO Quanto a Estratégia de Observação: • Longitudinal (pelo menos duas observações). Estudos Longitudinais • Coorte • Caso-controle COORTE 1. Para avaliar a relação entre um fator de risco e o subsequente desenvolvimento de uma doença. 2. A exposição precede a doença. Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. •Bom desenho para estudo de exposições raras; •Pode avaliar múltiplos efeitos de uma única exposição; •|Avalia a incidência de doença entre expostos e não expostos pois capta de forma completa a experiência da base populacional. •Doenças rapidamente fatais não são adequadas para coorte. •Doenças que demoram a aparecer são difíceis pelo custo e tempo de acompanhamento dos pacientes. COORTE Caso-controle Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. Caso-controle •Os grupos são formados com base na presença ou ausência da doença de interesse. •Mais adequado para doenças de longo período de latência • Mais eficiente para doenças raras; • Pode examinar múltiplas exposições para a mesma doença. Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. • A associação entre uma exposição e uma doença (risco relativo) em um estudo de caso. • O controle é uma medida calculada pela razão de odds (RO ou de produtos cruzados), que é a razão do odds de exposição entre os casos dividido pelo odds de exposição entre os controles. Para os dados da Tabela 3.2, a razão de odds é dada por: Caso-controle Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. DESVANTAGENS • Não se pode estimar a incidência ou a prevalência (risco relativo é indiretamente avaliado). • Risco de viés de seleção e informação. • Relação temporal entre exposição e doença pode ser difícil de determinar. • Geralmente não se pode estudar exposições raras. Epidemiologia básica / R. Bonita, R. Beaglehole, T. Kjellström; [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010. HIERARQUIA DOS ESTUDOS Revisões sistemáticas Ensaios clínicos Coorte Caso-controle Seccionais = melhor qualidade da evidência REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas Revisões sistemáticas e Metanálise http://www.cochrane.org/resources/handbook/handbook.pdf É a revisão de uma questão claramente formulada: (1) através de métodos sistemáticos explícitos para identificar (2) selecionar (3) avaliar criticamente (4) coletar (5) analisar estudos. Metanálise pode ou não ser usada. Para limitar erros sistemáticos (viés) e reduzir a chance de acaso – possibilitando resultados mais confiáveis. Revisões sistemáticas Revisõessistemáticas 1. Formular com precisão a pergunta. 2. Elaborar o protocolo da revisão sistemática. 3. Identificar os estudos primários relevantes. 4. Selecionar os estudos. 5. Extrair os dados dos estudos primários. 6. Avaliar criticamente os estudos. 7. Sintetizar os dados. 8. Analisar os dados. 9. Discutir os dados. Revisões sistemáticas - Etapas COMPARAR •Fazer uma determinada comparação entre 2 opções de tratamento (ex., corticóides inalados x placebo na bronquiectasia). •Foco mais amplo, como identificar todos os estudos em determinada área (ex., tratamentos tópicos para infecções fúngicas da pele e unhas do pé). Em seguida, identificar o melhor tratamento. •Foco amplo demais, o uso da MA pode ser problemático = heterogeneidade Objetivos de uma revisão sistemática SUMARIZAR OS RESULTADOS Soluções inadequadas: “vote-counting” =“a maioria dos estudos encontrou uma associação entre.....”. O tamanho amostral dos estudos não é levado em conta. A magnitude do efeito dos estudos não é levada em conta. SÍNTESE DOS ESTUDOS 1. Qual a direção de efeito? 2. Qual o tamanho do efeito? 3. O efeito é consistente entre os estudos? 4. Qual a força da evidência que deste efeito? 5. Metanálise responde 1, 2 e 3. 6. 4 depende da avaliação da qualidade dos estudos e das medidas estatísticas de incerteza. METANÁLISE Análise estatística que combina e integra os resultados de estudos independentes, considerados combináveis, com o propósito de extrair uma conclusão sobre o conjunto da pesquisa. O efeito do tratamento/intervenção é calculado como uma média ponderada dos efeitos de cada estudo. O peso de cada estudo deve refletir a quantidade de informação que ele fornece e está associado ao tamanho da amostra. RAZÕES PARA FAZER UMA METANÁLISE Aumentar o poder (= chance de detectar um efeito como estatisticamente significativo, se ele existir). Melhorar a precisão Resolver controvérsias advindas de estudos aparentemente conflitivos Gerar novas hipóteses. QUANDO NÃO FAZER METANÁLISE 1. Se há diversidade nas comparações feitas ou nos desfechos que estão sendo avaliados. 2. Decisões são inevitavelmente subjetivas e não cabem soluções estatísticas, mas sim julgamentos clínicos. 3. Se os estudos são todos de qualidade duvidosa...metanálise dos erros? 4. Se há obviamente viés de publicação... METANÁLISE 1. Which trial showed the most beneficial effect? trial F 2. Which trial showed the smallest effect? trial B 3. Which trial showed the greatest harm? trial D 4. Which trial’s results are the most certain (or precise)? trial B (it has the narrowest confidence intervals) 5. Which trial’s results are the most uncertain (or imprecise)? trial D (it has the widest confidence intervals) 6. Which trials have statistically significant results? trials A,C and F (their confidence intervals do not cross the line of no effect). Fases de um estudo epidemiológico 1. Planejamento 2. Protocolo 3. Instrumentos - questionários, medidas objetivas, 1. Técnicas de medidas 2. Seleção e treinamento de pesquisadores de campo 4. Execução 1. Estudo piloto 2. Coleta de dados 3. Controle de qualidade 4. Análise e divulgação dos resultados COLETA DE DADOS = MEDIR A EXPOSIÇÃO E O DESFECHO Exposição a possíveis fatores de risco Exposição a possíveis variáveis de confundimento. Ocorrência da doença/evento de interesse. Principais considerações: •Validade – mede aquilo que se propõe a medir •Confiabilidade – produz o mesmo resultado quando aplicado repetidamente à mesma pessoa nas mesmas circunstâncias ROTHMAN, Kenneth J.; GRENNLAND, Sander.; LASH, Timothy L. Epidemiologia moderna [recurso eletrônico]. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. FRANCO, Laércio Joel. PASSOS, Afonso Costas Dinis. Fundamentos de epidemiologia. [recurso eletrônico]. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2011. TESTES DIAGNÓSTICOS M E D R O N H O , R . A . ; P E R E Z , M . A . C A P . 1 8 – T E S T E S D I A G N Ó S T I C O S . I N : M E D R O N H O , R . A . E P I D E M I O L O G I A . S Ã O P A U L O : E D I T O R A A T H E N E U , 2 0 0 3 Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas Testes Diagnósticos Medidas de validade: é a comparação da capacidade de um novo teste ou técnica, identificar os casos positivos e negativos comparado a um teste ou técnica considerada como padrão. Ex. desenvolve-se nova técnica para medir a concentração de glicose no sangue ou para detectar a presença de HIV. Os resultados obtidos com a aplicação do novo teste deverá ser comparado aos resultados obtidos no uso de técnica já existente que será considerada como padrão. Testes Diagnósticos a b (a + b) c d (c + d) (a + c) (b + d) n Padrão Teste + - + - (testes positivos) (testes negativos) (casos) (não-casos) SENSIBILIDADE acurácia na classificação de doentes = a/(a+c) ESPECIFICIDADE acurácia na classificação de não-doentes = d/(b+d) Testes Diagnósticos - Modelo para avaliação da validade de um teste diagnóstico . Doentes Sadios Total Verdadeiro positivo (a) Falso positivo (b) a+b Falso negativo (c) Verdadeiro negativo (d) c+d a+c b+d N Teste + - (Total de positivos do teste) (Total de negativos do teste ) Padrão + - a+c= total de positivos teste padrão b+d= total de negativos do teste padrão a+b=total de positivos do teste avaliado c+d= total de negativos do teste avaliado N = número total de examinados = a+b+c+d Sensibilidade é a capacidade que o teste apresenta de detectar os indivíduos verdadeiramente positivos, ou seja, a capacidade de detectar os doentes. Sensibilidade = a a+c Especificidade é a capacidade do teste para detectar os verdadeiros negativos. Especificidade = d b+d Testes Diagnósticos Situação ideal: teste com 100% de sensibilidade e especificidade, quando comparado ao padrão. ALTA SENSIBILIDADE: • Em condições com conseqüências graves que se não tratadas precocemente tragam prejuízo. Mas que podem ser tratadas com sucesso, ou seja reduz falsos negativos. ALTA ESPECIFICIDADE: • Em condições que implicam em procedimentos invasivos, delicados, caros para confirmar o diagnóstico ou para tratar (evitar) falsos positivos. Testes Diagnósticos • SENSIBILIDADE = 80/100 = 80% • ESPECIFICIDADE = 800/900 = 89% 80 100 180 20 800 820 100 900 1000 Verdade Teste + - + - Exemplo: uma população de 1000 indivíduos dos quais 100 possuem uma doença e 900 não a possuem Valor Preditivo Positivo é a proporção de verdadeiros doentes entre os testes que apresentaram resultado positivo. verdadeiros positivos verdadeiros positivos + falsos positivos = a a+b Doentes Não doentes Total Verdadeiro positivo (a) Falso positivo (b) a+b Falso negativo (c) Verdadeiro negativo (d) c+d (a+c) (b+d) N (Total Doentes) (Total Não Doentes) Teste + - (Total testes positivos) (Total testes negativos) Padrão + - Valor Preditivo Negativo é a proporção de não doentes entre os testes com resultado negativo verdadeiros negativos verdadeiros negativos + falsos negativos = d c+d Doentes Não Doente Total Verdadeiro positivo (a) Falso positivo (b) (a+b) Falso negativo (c) Verdadeiro negativo (d) (c+d) (a+c ) (b+d ) N Teste + - (Total testes positivos) (Total testes negativos) Padrão (Total Doentes) (Total Não Doente) Quanto mais sensível um teste, maior seu valor preditivo negativo (maior a segurança de que a pessoa com teste negativo não tem a doença). Quanto mais específico um teste, maior seu valor preditivo positivo (maior asegurança de que a pessoa com teste positivo tenha a doença). A interpretação de um teste, negativo ou positivo, pode variar de um local para outro, de acordo com a prevalência local da doença. tem a doença) Teste com 90% de sensibilidade e de especificidade. População X com prevalência de 5%: Verdadeiro diagnóstico Resultado do teste: Doente Não doente Total Positivo 45 95 140 Negativo 5 855 860 Total 50 950 1000 VPP: 45/140=32% VPN::855/860=99% TESTE COM 90% DE SENSIBILIDADE E DE ESPECIFICIDADE. POPULAÇÃO Y E COM PREVALÊNCIA DE 30%: Verdadeiro Diagnóstico Resultado do teste: Doente Não doente Total Positivo 270 70 340 Negativo 30 630 660 Total 300 700 1000 VPP: 270/340 = 79%↑ VPN: 630/660 = 95%↓ 500 500 250 250 250 250 + Doença - + Teste _ 500 500 1000 Prevalência = 50% Sensibilidade = 50% Especificidade = 50% 250 500 VPP= = 50% C 100 100 400 400 500 500 + Doença - + Teste _ 200 800 1000 Prevalência = 20% Sensibilidade = 50% Especificidade = 50% 100 500 VPP= = 20% D Figura C e D, relação da prevalência com os valores preditivos P=50% S=50% E=50% VPP=50% C P=20% S=50% E=50% VPP=20% D A curva ROC auxilia a decidir onde se localiza o melhor ponto de corte. A não ser que exista uma razão clínica para minimizar resultados falso- negativos ou falso-positivos, o melhor ponto de corte fica no "ombro" da curva. A escolha entre um ponto de corte alto ou baixo depende da importância que nós damos aos falsos positivos e falsos negativos para a doença em questão. Curva ROC CAUSALIDADE DE BRADFORD HILL Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas Causalidade • A finalidade da epidemiologia é orientar na prevenção e controle de doenças, e a promoção da saúde, identificando as causas e as formas de evitar a doença. – • Identificar as causas também é importante para o diagnóstico e o tratamento. • Religião • Elementos da natureza Antiguidade • Teoria dos miasmas Idade Média • Causação social Fim de séc. XVIII • Bacteriologia Metade do séc. IX Postulados de Henle-Koch (1882) 1. Fruto da revolução microbiológica: anos 1880’s : predomínio de doenças infecciosas e da explicação unicausal das doenças. 2. O agente tem que ocorrer em todos os casos da doença em questão e sob circunstâncias que podem dar uma explicação satisfatória para as alterações patológicas no hospedeiro. (causa necessária) 3. Não ocorre em outras doenças como agente fortuito ou não patogênico. (especificidade do efeito). 4. Após ter sido isolado do organismo e crescido em meio de cultura, ele é capaz de induzir a doença novamente. (causa suficiente) (Adaptado de Kelsey et al. 1996.) MODELO UNICAUSAL Causalidade – Modelo Contemporâneo 1. Modelo contemporâneo: “A causa de uma doença específica é o evento, condição ou característica que precede o evento doença e sem o qual a doença não teria ocorrido ou teria ocorrido mais tardiamente.” (Rothman & Greenland, 1998) MODELO MULTICAUSAL MODELO ECOLÓGICO DAS DOENÇAS FATORES DE RISCO • A doença só se desenvolve na presença da causa. CAUSA NECESSÁRIA • Conjunto de condições ou eventos mínimos que produzem ou iniciam uma doença. CAUSA SUFICIENTE Causalidade 1. Uma causa suficiente geralmente é composta por diversos componentes. 2. Dificilmente se conhecem todos esses componentes. 3. Uma causa suficiente contém causa(s) necessária(s) como seu(s) componente(s). 4. Nas doenças infecciosas sempre há uma causa necessária. Ex.: Bacilo de Koch na Tuberculose. Nas doenças crônico-degenerativas a questão é mais complexa: • diferentes causas suficientes para uma mesma doença. Ex.: IAM decorrente de Diabetes + Hipertensão + Tabagismo + Dislipidemia OU Sedentarismo + Hipertensão + Obesidade + Menopausa Causalidade • um mesmo fator causal para diferentes doenças. Ex.: Obesidade Diabetes, Hipertensão, Osteoartrose Critérios de Austin Bradford Hill Força da associação Associações mais fortes representam evidências mais robustas de causalidade Consistência da associação Associações consistentes através de estudos utilizando diversos métodos em populações distintas. Especificidade da associação Uma causa leva a um desfecho problemático (multicausalidade) Temporalidade da associação a exposição deve preceder o efeito no tempo Gradiente biológico Efeito dose-resposta – o aumento da exposição implica em aumento do desfecho Plausibilidade biológica As associações causais devem ser plausíveis com os conhecimentos biológicos conhecidos Coerência as associações causais não devem estar em conflito ou contradizer os dados derivados de fontes experimentais, laboratoriais e epidemiológicas. Experimentos A relação causal será mais forte se for comprovada em modelos experimentais Analogia Linhas distintas de investigação levam à mesma conclusão. Por exemplo: sarampo – por analogia outras doenças da infância podem ser causadas por vírus. Adaptado de Hill AB. Proc R Soc Med 1965; 58:295-300. Critérios de Austin Bradford Hill (1882) ROTHMAN, Kenneth J.; GRENNLAND, Sander.; LASH, Timothy L. Epidemiologia moderna [recurso eletrônico]. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. FRANCO, Laércio Joel. PASSOS, Afonso Costas Dinis. Fundamentos de epidemiologia. [recurso eletrônico]. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2011. Hill AB. Proc R Soc Med 1965; 58:295-300. VALIDADE E ERROS EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Profa. D.Sc. Elaine Ibrahim de Freitas Validade • A validade expressa a capacidade de um teste de medir aquilo que se propõe a medir. • Um estudo é válido se os seus resultados correspondem à verdade; quando isso ocorre, não existe erro sistemático e o erro aleatório é o menor possível. Validade interna x Validade externa • A validade interna de um estudo diz respeito ao grau no qual os resultados de uma observação estão corretos em relação a um grupo particular de pessoas que estão sendo estudadas. • Por exemplo, a medida da hemoglobina deve distinguir com precisão indivíduos com anemia conforme critério definido no estudo. • A validade externa ou generalização é a extensão na qual os resultados de um estudo são aplicados para pessoas que não participam dele (ou, por exemplo, para laboratórios não envolvidos). • Por exemplo, evidências de que o efeito de baixo nível de colesterol no sangue em homens é também relevante para mulheres requer um julgamento sobre a validade externa dos estudos entre homens. • Erro sistemático • Viés VALIDADE • Variação amostral • Erro aleatório PRECISÃO Validade x Precisão Validade x Precisão Erros aleatórios 1. O erro aleatório ocorre quando o valor medido na amostra do estudo diverge, devido ao acaso, do verdadeiro valor da população. 2. O erro aleatório decorre de medida imprecisa da associação. As três principais causas de erro aleatório são: • variação biológica individual; • erro de amostragem; • erros de medida. Um erro aleatório nunca pode ser completamente eliminado porque quase sempre o estudo é conduzido em uma pequena amostra da população. O erro de amostragem decorre, geralmente, da falta de representatividade da amostra, que não contempla toda a variabilidade da população. A melhor forma de reduzir o erro de amostragem é aumentar o tamanho amostral. Erros sistemáticos 1. O erro sistemático (ou viés) ocorre em epidemiologia quando os resultados diferem de uma maneira sistemática dos verdadeiros valores. 2. Um estudo com um pequeno erro sistemático é dito ter uma alta precisão (acurácia). A precisão não é afetada pelo tamanho da amostra. 3. As possíveis fontes de erros sistemáticos em epidemiologia são muitas e variadas. Mais de30 tipos específicos de vieses já foram identificados, sendo estes os principais: • viés de seleção; • viés de mensuração (classificação). • O viés de seleção ocorre quando há uma diferença sistemática entre as características das pessoas selecionadas para o estudo em relação àquelas que não foram selecionadas. • Autosseleção. VIÉS DE SELEÇÃO • O viés de mensuração ocorre quando a medida individual ou a classificação da doença ou exposição são imprecisas, isto é, não medem corretamente o que se propõem a medir. Por exemplo, as medidas bioquímicas ou fisiológicas nunca são completamente precisas. VIÉS DE MENSURAÇÃO VIÉS: 3 PILARES • Viés de seleção: a medida de associação estimada no estudo está distorcida devido ao modo pelo qual os indivíduos são selecionados para compor a população de estudo. • Viés de informação: a medida de associação estimada no estudo está distorcida devido a erros de na forma como a informação sobre a exposição e/ou doença é obtida. • Confundimento ou situação de confusão: parte da associação observada decorre da existência de uma ou mais variáveis, denominadas variáveis de confundimento, confundidoras, ou de confusão. • Perdas de seguimento: morte, não-cooperação, migração, dificuldades de manter o seguimento, falta de registros adequados. COMO LIDAR COM CONFUNDIMENTO 1. Estratégias preventivas: • Randomização: alocação aleatória dos participantes às categorias de exposição. • Restrição: restrição da admissão no estudo a participantes que têm características comuns (p.ex. mesmo sexo, idade). • Pareamento: estratégia de seleção de participantes de forma a garantir que a distribuição da potencial variável de confundimento tenha distribuição similar nos grupos de comparação. 2.Estratégias analíticas • Estratificação • Análise multivariada • A medicina baseada em evidências (MBE) é definida como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica. • Em outras palavras, a MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis no momento, com boa validade interna e externa, para a aplicação de seus resultados na prática clínica. • Quando abordamos o tratamento e falamos em evidências, referimo-nos a efetividade, eficiência, eficácia e segurança. • Efetividade diz respeito ao tratamento que funciona em condições do mundo real. • Eficiência diz respeito ao tratamento barato e acessível para que os pacientes possam dele usufruir. Referimo-nos à eficácia quando o tratamento funciona em condições de mundo ideal. • Segurança significa que uma intervenção possui características confiáveis que tornam improvável a ocorrência de algum efeito indesejável para o paciente. Portanto, um estudo com boa validade interna deverá apresentar os componentes descritos acima. MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS A MBE incorpora 3 elementos igualmente importantes: • A melhor evidência científica disponível • A experiência clínica do profissional da saúde • Os valores e preferências do paciente Estes elementos podem ser sintetizados para dar suporte à tomada de decisão médica e a uma metodologia centralizada no paciente. MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Fonte: http://www.jjmii.com.br/bibliotecavirtual/introducao-medicina-baseada-em-evidencia ROTHMAN, Kenneth J.; GRENNLAND, Sander.; LASH, Timothy L. Epidemiologia moderna [recurso eletrônico]. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. FRANCO, Laércio Joel. PASSOS, Afonso Costas Dinis. Fundamentos de epidemiologia. [recurso eletrônico]. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2011. • Jadad AR, Moore A, Carroll D, et al. Assessing the quality of randomized clinical trials: Is blinding necessary? Controlled Clin Trials 1996;17:1-12. • Wells GA, Shea B, O´Connell, et al. Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomized studies / http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.htm
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