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Teologia da educação cristã

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PERFIL BÁSICO DO EDUCADOR CRISTÃO 
 
 
1. EDUCADOR CRISTÃO: CONCEITUAÇÃO, IMPORTÂNCIA E MISSÃO 
 
A Igreja de Cristo, nos seus primórdios, reconhecia os mestres como 
ministros, ao lado de outras vocações do Espírito presentes nas nascentes comunidades 
da fé, conforme registro de Efésios 4.11,12: "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, 
outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com 
vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a 
edificação do corpo de Cristo". Dessa forma, o educador cristão (mestre), é partícipe do 
serviço sagrado, cooperando com outros ministérios em que "( …) há diversidade nas 
realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos" (lCo 12.6). 
Todavia, temos de reconhecer que ensinar não é prerrogativa exclusiva 
daqueles que, chamados por Deus, se dedicam integralmente ao ministério docente da 
igreja. Outros irmãos também passam por desafios pedagógicos, podendo-se dizer que 
“(...) existem dimensões educacionais em todas as formas do ministério cristão".(l) 
Assim é que, por exemplo, uma mensagem de salvação ou de edificação, um cântico de 
louvor a Deus, uma palestra departamental na igreja, uma aula de Escola Dominical, 
enfim, todas essas manifestações de fé contém elementos educativos, pois contribuem 
de modo decisivo para o crescimento espiritual, moral e ético do crente. 
E interessante notar que, na Igreja Apostólica, o ministério docente devia 
ser o ministério da Palavra, como acontecia com os evangelistas e os profetas. A missão 
dos mestres, então, era de informação e de formação, cuja finalidade era ajudar o 
educando (novo convertido) a vivenciar a Palavra em sua vida como nova criatura, 
produto do arrependimento e da fé em Jesus Cristo (2Co 5.17). 
Quando lemos, entre outras passagens, Atos 2.22-36; 3.12-26 e 10.34-43, 
entendemos que a missão dos apóstolos e dos evangelistas era a de anunciar a 
mensagem salvadora de Cristo, convidando os ouvintes ao discipulado cristão. Logo a 
seguir, era de responsabilidade dos mestres que optavam por participar da didache 
(palavra grega que significa "ensino"), promover o processo cuidadoso e paciente do 
desenvolvimento da fé já instalada no coração do recém-convertido. 
O chamado "Decreto de Hipólito" (215 D.C.), elaborado por um dos mais 
notáveis doutores da Igreja, revela que mestres e alunos mantinham uma relação intensa 
e duradoura, na qual os novos cristãos eram instruídos no viver de sua fé. Esse 
ministério docenteatravessou o tempos e é plenamente válido para nossos dias. O 
educador cristão não se caracteriza tanto em pregar o Evangelho - embora o ensino 
envolva uma transmissão de mensagem -, mas em contribuir, com amor, com 
perseverança e com entusiasmo para o aperfeiçoamento espiritual, moral e intelectual do 
cristão rumo à maturidade de sua fé em Jesus Cristo. 
 
2 Perfil básico do educador cristão 
 
Pode-se caracterizar o perfil básico do educador cristão como o resultado 
de uma série de fatores espirituais, morais, intelectuais e pedagógicos que identificam o 
cristão, chamado pelo Espírito, para exercer a docência a serviço de Jesus Cristo. 
Analisaremos a seguir, ainda que de forma sucinta, alguns desses fatores tidos como 
essenciais e que permitem ao educador um aprimoramento contínuo de sua missão. 
 
2.1 - Características espirituais do educador cristão 
 
2.1.1 - O educador cristão tem Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor 
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é 
dom de Deus" (Ef 2.8). 
Esse primeiro fator espiritual do educador cristão pode parecer 
demasiado óbvio, mas é preciso não esquecer o fato de que o mestre é uma testemunha 
viva do Senhor Jesus em todos os momentos de sua vida (Gl 2.20). Assim como 
acontece com todos aqueles que crêem em Cristo, o educador é salvo de seus pecados 
(Mt 1.21; Lc 1.77; 7.50; At 5.31; Tg 4.12), da condenação (Mt 18.11; Mc 16.16; Lc 
19.10; Jo 3.17; 12.47; lCo 1.18; 2Co 2.15; 2Ts 2.10) e da morte (Lc 6.9; 2Co 7.10; Tg 
5.20). 
O educador cristão não fundamenta sua segurança de ser salvo 
definitivamente sobre alguma experiência concreta em sua vida, mas exclusivamente 
sobre o fato de que Cristo "morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, 
vivamos em união com ele" (lTs 5.10). Desse modo, o cristão é salvo pelo sangue 
remidor de Cristo (Mt 26.28; Jo 6.55; Rm 3.25 etc.). 
 
2.1.2 - O educador cristão é inspirado, dirigido e sustentado pelo Espírito Santo 
"( ...) quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a 
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos 
anunciará as coisas que hão de vir" (Jo 16.13). 
Entre outros, o educador cristão tem cinco objetivos interdependentes no 
exercício de sua docência: 
10) Orientar o educando no conhecimento o mais completo possível de 
Jesus Cristo. 
2°) Ajudar o aluno quanto ao seu crescimento espiritual, moral e 
intelectual. 
3°) Tornar conhecidos para o educando o conteúdo e o significado das 
Escrituras Sagradas. 
4°) Aconselhar o aluno quanto aos princípios básicos da doutrina bíblica 
cristã. 
5°) Colaborar para que o educando adquira e cultive uma filosofia cristã 
de vida em todos os sentidos de sua existência. 
Como se vê, essas são responsabilidades tremendas para o educador 
cristão, por mais vocação e preparo que tenha. Por isso mesmo, a presença do Espírito 
de Deus em sua vida é fundamental para que possa levar adiante sua missão. O que 
diferencia, justamente, o educador cristão do mestre secular é o toque do Espírito no 
exercício da docência da fé em Cristo. Para o mestre cristão, de nada adianta dispor de 
sólidos conhecimentos teológicos e pedagógicos, aliados a um bom nível intelectual, se 
não viver uma vida cheia do Espírito Santo, conforme nos ensina a Bíblia, entre outras 
passagens, em Atos 2.38; Romanos 8.14-17 e Gálatas 5.22-26. 
A promessa feita por Jesus a seus discípulos há dois mil anos - "mas o 
Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará 
todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" (Jo 14.26) - é válida 
ainda hoje para seus seguidores. Mas é preciso dispormo-nos, de fato, a ouvir a voz do 
Espírito, conforme registro em João 16.8-10; Gálatas 4.6 e liessalonicenses 5.19. 
 
2.1.3 - O educador cristão vive uma vida de oração 
"Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus 
em Cristo Jesus para convosco" (lTs 5.17, 18). 
Há muito tqnpo a oração é denominada de "fôlego da alma". Orar é algo 
muito mais profundo do que a simples emissão de palavras. A prece faz vibrar o espírito 
antes de se traduzir em uma língua articulada, permanecendo na alma após ter sido 
falada por quem ora. O educador cristão, antes de ser um pedagogo, deve ser uma 
pessoa de oração, de comunhão íntima com o Mestre dos mestres. Jesus Cristo mesmo 
era alguém que orava intensamente e sem cessar (Mt 14.23; 26.36; Mc 1.35; Lc 3.21; 
6.12; 9.29 etc.). 
Para que Deus ouça realmente nossa oração, torna-se indispensável 
apresentarmo-nos diante dele com profundo senso de insuficiência e de humildade de 
espírito. A esse respeito, Jesus descreve a parábola do fariseu e do publicano (Lc 
18.944). Essa parábola nos ensina duas coisas a respeito da oração: 
1°) O orgulhoso, cheio de si mesmo, só ora externamente. Iodo aquele 
que menospreza seu semelhante, considerando-se superior a ele, não é ouvido por Deus. 
2°) O espírito de total dependência do Senhor é, sem dúvida, o primeiro e 
mais importante indício de um coração posto em comunhão íntima e sincera com Deus. 
No exercício de seu ministério, o educador cristão ora a Deus para que 
tenha a inspiração e a direção suficientes no preparo, na apresentação e no 
desenvolvimento do assunto a ser abordado, bem como roga ao Espírito para que 
ilumine, sustente e oriente os educandos, suasvidas, suas aspirações e suas 
necessidades. 
Outro ponto vital na oração que fazemos é estar dispostos a ouvir o que 
Deus quer nos dizer. E, para aquele que ora com fé, Deus sempre se comunica com 
amor e esperança. É a linguagem do espírito, o mais profundo e significativo meio de 
comunicação entre o Criador e a criatura e vice-versa. Muitas vezes nos esquecemos da 
recomendação que o Pai Nosso, a oração mais pronunciada do mundo, nos transmite: 
“(...) faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mt 6.10). 
 Orar é vital para a jornada do dia-a-dia do educador cristão que busca 
seu amadurecimento espiritual. Em sua missão, como orientador de seus alunos, o 
mestre cristão encontra acidentes, desvios e perigos em sua caminhada da fé. Nesses 
momentos, a oração constitui-se na energia positiva que emana do Pai para guiá-lo de 
forma segura em sua peregrinação pedagógica. 
 
2.1.4 - O educador cristão é alguém verdadeiramente humilde 
"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos 
céus" (Mt 5.3). 
O que Jesus quis dizer ao pronunciar a primeira bem-aventurança do 
sermão do monte? O vocábulo grego para "humilde" é praus, cujo significado é a 
aceitação, pelo ser humano, do estado de aprender e de ser perdoado, e cuja finalidade é 
contrastar a humildade com o orgulho de que nos fala a Bíblia, entre outras passagens, 
em Ezequiel 30.18; Romanos 12.16 e lTimóteo 6.17. 
A humildade de espírito ensinada por Jesus indica que é bem- aventurado 
aquele que toma consciência de suas limitações e que deposita toda sua confiança em 
Deus. É um estado de total ignorância diante da sabedoria divina, em que Jó, 
arrependido de sua auto- suficiência, faz sua confissão diante de Deus: "Quem é aquele, 
como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não 
entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia" (Jó 42.3). 
A humildade também é bem traduzida na expressão muito conhecida em educação: 
"Quanto mais aprendo, mais sei que nada conheço". 
Por outro lado, não se pode esquecer que há duas formas de manifestação 
da humildade. A primeira, de uso puramente exterior, em que o indivíduo procura 
"mostrar" uma aparência humilde. É o que os psicólogos chamam de "humildade 
vaidosa", quer dizer, a pessoa gosta de ser vista e aceita como humilde. Já a autêntica 
humildade, de que nos fala Jesus, é uma disposição que vem do íntimo do ser humano, 
sem qualquer preocupação em exteriorizá-la, em que o egocentrismo (a pessoa centrada 
em si mesma) é deixada de lado. 
O educador cristão realmente humilde não adota, em seu ministério, os 
dogmas humanos que se proclamam infalíveis, os quais tornam o indivíduo 
impermeável à descoberta de novos valores e idéias. O mestre crente aprende com seus 
alunos, com o mundo, consigo, mas, acima de tudo, com Jesus Cristo (Mt 11.29). Na 
prática de seu ministério, o educador cristão humilde sabe avaliar, escolher e tomar 
decisões, reconhecendo quando está errado e fora de rumo. Tem grandeza espiritual e 
moral suficiente para dar a mão à palmatória ao primeiro argumento convincente que 
lhe seja apresentado. 
O autor do livro de Provérbios, ao descrever a importância da humildade 
do homem diante de Deus, afirma que o "galardão da humildade e o temor do SENHOR 
são riquezas, e honra, e vida" (Pv 22.4). Apesar das provas e das perseguições que 
enfrentava em suas viagens missionárias, Paulo servia ao Senhor "com toda a 
humildade, lágrimas e provações" (At 20.19). Em outra ocasião, o apóstolo dos gentios 
conclamou os crentes da cidade de Éfeso à unidade em Cristo, "com toda a humildade e 
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor" (Ef 4.2). 
Como já foi mencionado antes, o próprio Senhor Jesus, em sua 
peregrinação pelas cidades da Palestina, ensinava: "Tomai sobre vós o meu jugo e 
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29). Essa deve ser a 
postura do educador cristão, como discípulo fiel de seu Mestre Jesus. 
 
2.2 Características morais do educador cristão 
 
2.2.1 - O educador cristão é dotado de uma ética irrepreensível 
 
"Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra 
integridade, reverência" (Tt 2.7). 
A Bíblia não menciona especificamente a palavra "ética". Contudo, são 
muitas as citações de vocábulos com o mesmo sentido: "integridade" (1Rs 9.4; Jó 23; 
27.5; 31.6; 51 18.23; 37.18,37; lTs 5.23; Ap 3.2); "retidão" (Jó 4.6; 51 58.1; 1063; Pv 
4.11; Is 57.2; Ef 4.24); "reto" (Ex 15.26; Dt 6.18; 12;25; 21.9; lRs 15.5; Jó 4.7; 8.6; SI 
7.10; 32.11; 33.1; Pv 8.9; 123; 16.17; Hb 12.13; 2Pe 2.15). 
A palavra "ética" vem do grego ethos e significa costumes e práticas que 
são aprovados por uma determinada cultura. A ética é a ciência da moral e diz respeito 
às normas sob as quais o ser humano e a sociedade vivem e convivem. O 
comportamento ético envolve, necessariamente, liberdade e responsabilidade. Por isso 
mesmo, a ética está voltada, direta ou indiretamente, para todos os atos livres do 
indivíduo. 
O indivíduo, como membro da sociedade deve estar comprometido com 
sua conduta ética, não só no exercício de suas atividades - como nas relações diretas 
"um" a "um" com outros indivíduos -, mas também em suas ações como membro de 
grupos, pelas quais relaciona-se com outras pessoas, membros dos mesmos grupos. 
Pode-se indagar, então: "Como é possível afirmar-se, ao mesmo tempo, que os homens 
são livres e não são eticamente responsáveis pelo que fazem?". 
O gelo não é livre. Portanto, não tem culpa de derreter. O computador 
também não é livre. Portanto, também não pode responder pelos resultados que surgem 
se o digitador, por engano, utilizar teclas erradas. O homem, entretanto, é livre, por isso 
deve prestar contas de seus atos, de seus desejos, de suas palavras e de seus 
pensamentos. 
Assim é que o educador cristão, como homem de Deus, deve ser alguém 
eticamente responsável por suas ações, cujo comportamento é de vital importância na 
formação do caráter cristão de seus alunos. Entre os aspectos que marcam o testemunho 
ético do cristão em geral do educador em particular, destacam-se: 
• O homem íntegro e reto é temente a Deus e se desvia do mal. (Jó 2.3). 
 • O cristão reto é um novo homem criado segundo Deus. (Ef 4.24). 
 • A pessoa íntegra teme ao Senhor. (Pv 14.2). 
• O ser humano irrepreensível em sua conduta é alguém livre do mal. (51 
19.13). 
Conduta ética e santidade de vida andam sempre de mãos dadas: C11.22. 
 
2.2.2 - O educador cristão é alguém que persevera 
"Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito 
a vontade de Deus, alcanceis a promessa" (Hb 10.36). 
O sentimento de perseverança presente nas páginas das Escrituras 
Sagradas (Rm 5.3; Ef 6.18; Cl 1.11 etc.) é a mesma coisa que continuidade de esforços, 
em que o mestre cristão procura empenhar-se a fundo no cumprimento de sua missão 
docente, vivendo e testemunhando sua fé em todos os momentos de sua vida. 
Na verdade, a falta de firmeza do educador cristão em suas convicções 
leva-o a desistir logo diante das dificuldades, das objeções e dos desafios levantados 
pelos educandos. É na perseverança que se percebe o desempenho do mestre crente 
como seguidor de Cristo. Procurando superar-se, desenvolvendo uma argumentação 
bíblica, espiritual e pedagógica bem fundamentada, o educador cristão pode fazer suas 
as palavras de Paulo: "Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o 
Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado 
gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria 
humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais" 
(1Co 2.12,13). 
 
2.2.3 - O educador cristão ama o que faz 
"E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e 
de pregar Jesus,o Cristo" (At 5.42). 
Juntamente com a proclamação da Boa Nova, a atividade do ensino i a 
grande responsável pela expansão e pela permanência dos novos embros da Igreja Cristã 
Primitiva. E os apóstolos, evangelistas e Lestres eram entusiastas de seu trabalho, 
amando a Deus, a Cristo e ao próximo e gostando intensamente do que faziam, porque 
agiam com alegria e singeleza de coração (At 2.46). 
Só pode sentir entusiasmo pelo que realiza aquele que trabalha aquilo que 
lhe proporciona um sentimento de satisfação íntima. O atusiasmo é um fator moral 
contagioso. Em conseqüência, torna-se oderoso instrumento de educação cristã que deve 
ser incorporado à ersonalidade do mestre cristão. 
 
2.2.4 - O educador cristão sabe enfrentar e superar os desafios 
"Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, 
passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (Jo 16:33). 
O exercício da docência cristã não se desenvolve de forma linear, sem 
sobressaltos, sem incertezas e sem dificuldades de toda a ordem. Pelo contrário, é uma 
missão que exige, como já vimos, muita oração, inspiração, dedicação plena e 
entusiasmo. Isso acontece em qualquer segmento eclesiástico: a mensagem no púlpito, a 
aula da escola dominical, o estudo bíblico semanal, o cântico de louvor, enfim, todas as 
formas possíveis de docência inspiradas pelo Espírito Santô. 
Pensando em desafios, lembramo-nos do patriarca Abraão milhares e 
anos atrás. Ele era um homem de Deus e vivia com sua família em uma civilização 
bastante adiantada para seu tempo (Gn 11.28, 31; 12.4). Abraão era, por assim dizer, 
uma pessoa bem-sucedida na vida: em casado, gozando de prestígio e de 
respeitabilidade entre seus familiares e amigos. Poderia continuar assim, buscando 
usufruir uma elhice tranqüila até o fim de seus dias. 
Mas, os planos de Deus não eram os planos de Abraão. Gênesis 12 relata-
nos que o patriarca ouviu a voz de Deus ordenando que saísse e sua comodidade e 
seguisse viagem rumo ao desconhecido, levando onsigo familiares, empregados e bens. 
O que chama a atenção nessa história é que Abraão cumpriu, sem questionar, a 
orientação recebida de Deus e seguiu sua peregrinação por terras habitadas por gente 
estranha e hostil, mas confiante de que atingiria seu objetivo, vencendo os desafios que 
lhe eram apresentados. 
Uma intensa vontade de viver o Evangelho de Jesus Cristo, somada a 
uma mente voltada para a docência da igreja, são fatores que podem roporcionar ao 
educador cristão, a exemplo do que aconteceu com Abraão, uma disposição íntima para 
enfrentar os desafios próprios dessa caminhada pedagógica. Essa caminhada não deve 
ser realizadacom insegurança e temores, mas com coragem para o pleno exercício de 
seu ministério sagrado. 
 
2.3 O educador cristão como comunicador 
"Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se 
no fazê-lo" (Rm 12.7). 
Como já vimos, o educador cristão é participante ativo e indispensável no 
desenvolvimento e no crescimento espiritual, ético intelectual do educando. Sua ação 
pedagógica é tão vital que tão pode ser substituída por outros meios didáticos 
disponíveis na comunidade cristã. Não se pode esquecer o fato de que os métodos e as 
técnicas de ensino, chamadas de "tecnologia educacional", apenas complementam a 
instrução e o contato pessoal entre mestre e aluno. 
A educação cristã torna-se viável por intermédio do processo de 
interação, em que o mestre não somente orienta o educando, como o incentiva em 
função do processo de desenvolvimento a que está sendo submetido. Embora o 
educador cristão não necessite obrigatoriamente ser formado em pedagogia ou 
psicologia da aprendizagem, certos princípios didáticos são indispensáveis para que, 
com êxito, possa desenvolver suas atividades. Abordaremos a seguir, ainda que de 
forma sucinta, alguns desses princípios. 
 
2.3.1 - Comunicação entre o educador cristão e o educando e vice-versa 
 
O educador cristão é aquele que, com empenho e com dedicação, observa 
e trata seus alunos como pessoas dotadas de consciência crítica, com sua própria 
individualidade a ser respeitada, preservada e incentivada. Jesus ensinava por parábolas, 
conforme o permitia a capacidade de seus ouvintes (Mc 4.33). 
O relacionamento entre educador e educando é parte do amplo universo 
das comunicações interpessoais. 
As funções do processo de comunicação interpessoal, incluindo-se o 
diálogo entre o educador cristão e o aluno, podem ser listadas da seguinte forma: 
• Função referencial: indica algo, ou um objetivo ou uma idéia. 
• Função emotiva: a mensagem quer suscitar emoções (associações de 
idéias,projeções, identificações, etc.). 
• Função comportamental: a mensagem sugere um comportamento. 
 • Função de contato: procura estabelecer um vínculo psicológico com 
o receptor. 
• Função estética: pretende criar uma sensação harmoniosa entre o 
emissor e o receptor e vice-versa. 
• Função metalinguistica: a mensagem fala de outra mensagem ou de si 
mesmo". (3) 
 
2.3.2 - Os "ruídos" nas comunicações da educação cristã 
"Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem 
do maligno" (MI: 5.37). 
As principais interferências no processo de comunicação entre o 
educador cristão e seus educandos, e vice-versa, podem ser caracterizadas da seguinte 
maneira: 
• Ausência de clareza e de objetividade na transmissão, pelo educador 
cristão, de conhecimentos e de experiência aos alunos. 
• O mestre cristão não verifica (função de controle) o resultado de sua 
mensagem aos alunos. 
• O educador cristão emprega métodos e técnicas de educação 
inadequados ou obsoletos para ilustrar suas comunicações. 
• Confusão quanto ao sentido de certas expressões e pensamentos 
expostos pelo educador cristão. 
• Ausência de preparo do educando para receber determinado tipo de 
comunicações. 
• O educador cristão transmite mensagens longas, carentes de conteúdo e 
de objetividade. 
Para enfrentar e superar esses e outros obstáculos que possam surgir, o 
educador cristão deve, em primeiro lugar, planejar bem sua apresentação, seja ela uma 
mensagem do púlpito, seja um estudo bíblico, seja uma aula de escola dominical, seja 
uma palestra. Nessa fase preliminar, o educador cristão deve buscar respostas 
convincentes a questões vitais como: 
10) O que desejo, de fato, comunicar aos meus alunos? 
2°) Que tipo de educando devo atingir com minha comunicação? 
3°) Quais os meios de que disponho para fazer a comunicação? 
4°) Que espero de meus alunos depois da comunicação? 
Respondendo cuidadosamente a cada uma dessas questões, o educador 
cristão estará em melhores condições para se comunicar de modo eficiente com seus 
educandos. A "American Management Association" (AMA), entidade sediada em New 
York, tem forte influência junto pos projetos de desenvolvimento de executivos para 
empresas de todo tipo e tamanho. A AMA elaborou o chamado "Decálogo da Boa 
Comunicação", o qual tem plena aplicação às atividades do educador cristão: 
1. Procure tornar suas idéias claras antes de comunicar-se. 
2. Examine o verdadeiro propósito de cada comunicação que tiver que 
fazer. 
3. Considere todos os aspectos físicos e humanos envolvidos em sua 
comunicação. 
4. Ao planejar suas comunicações, consulte outras pessoas, quando 
necessário. 
S. Lembre-se, ao fazer sua comunicação, de verificar o conteúdo básico 
de sua mensagem. 
6. Aproveite a oportunidade da comunicação, transmitindo algo de útil 
para orientar o receptor. 
7. Controle sua comunicação, acompanhando-a em suas várías etapas. 
8. Comunique hoje, tendo em vista o futuro. 
9. Faça com quê suas ações confirmem suas comunicações. 
10. Finalmente, procure não só compreender, como também, e 
principalmente, ser compreendido". 
 
2.4 - Qualificação didática do educador cristão 
Em termos de docência cristã, a didática constitui-se no conjunto de 
procedimentospedagógicos que dirigem e orientam a aprendizagem da fé. Esses 
preceitos tomam a educação cristã mais objetiva e prática, tendo em vista o 
aperfeiçoamento espiritual e moral do educando, razão de ser do processo educativo. 
Entre os cuidados didáticos que podem e devem ser cultivados pelos educadores 
cristãos, destacam-se: 
 
2.4.1 - Incentivo à participação do aluno 
É de responsabilidade direta do educador cristão fazer com que o 
educando participe ativa e conscientemente do processo de aprendizagem. Aliás, a 
figura de pessoas passivas está ultrapassada em relação à educação cristã voltada para o 
crescimento espiritual, tanto do educando como do mestre. Na verdade, como já foi dito 
inúmeras vezes ao longo deste trabalho, a educação cristã é incompatível com os 
processos tradicionais de ensino, conforme a lúcida visão de Paulo Freire quando 
condena a concepção da educação "bancária", em que o aluno, via de regra, apenas 
"recebe" conhecimentos. 
Para estimular no educando o espírito de participação, o educador cristão 
deve: 
Ser bem aceito pelo aluno, seja por suas características espirituais, morais 
e intelectuais, seja pelo conhecimento do assunto objeto da aprendizagem. 
• Interessar-se sinceramente pelo educando face às suas expectativas e 
necessidades de ordem espiritual e moral. 
• Agir com absoluta imparcialidade no trato com seus alunos. 
 
4.2 - Incentivo à pesquisa 
Sendo um sistema dinâmico por excelência, a educação cristã leva 
educando a adotar um comportamento reflexivo baseado em todas as fases de sua 
aprendizagem. Ao mesmo tempo, o aluno observa e busca informações que ajudam no 
seu aprimoramento da fé. 
Por isso mesmo, é tarefa primordial do educador cristão encorajar, entre 
seus alunos, a pesquisa durante o processo de aprendizado. Como este é permanente, 
também deve ser constante a procura de novas informações sobre dúvidas, incertezas e 
questionamentos que nos fazemos a toda a hora. Só Deus é absoluto. Como Jó, somos 
ignorantes das coisas do alto. Por essa razão, faz-se necessária a pesquisa para 
esclarecer o que não entendemos. Como estamos sempre aprendendo, também não 
devemos deixar de buscar subsídios para o nosso aprendizado da fé. 
No prefácio de seu Evangelho, Lucas nos dá o exemplo do cristão 
pesquisador, dizendo: "Igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada 
investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma 
exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste 
instruído" (Lc 13,4). 
Lucas não testemunhou pessoalmente a vida de Jesus. Por esta razão, foi 
beber exaustivamente nas fontes históricas de que dispunha para compor um quadro 
realista do ministério de Cristo, com a finalidade de esclarecer um ilustre gentio acerca 
do que se dizia a respeito do Mestre da Galiléia. Lucas era, pois, um pesquisador 
cuidadoso na busca da verdade dos fatos. Assim devem proceder tanto o educador como 
os educandos no processo educativo cristão. 
O educador cristão e seus alunos são pessoas de seu tempo e não podem 
permanecer alienados em relação ao que se passa à sua volta. Como bem afirmou Jesus, 
dirigindo ao Pai na oração sacerdotal: "Não peço que os tires do mundo; e sim que os 
guarde do mal" (Jo 17.15). Assim, tanto o educador como o aluno devem sempre 
analisar, comparar e, se possível, extrair conclusões dos fatos e das informações de que 
dispõem, no espírito do ensino de Paulo: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; 
abstende-vos de toda a forma de mal" (lTs 5.21, 22). 
 
2.4.3 – Criatividade 
 
"A imaginação é soltar as amarras do navio na esperança de encontrar 
outros portos na vastidão do mar". Rollo May, psicanalista americano. 
James Joyce (1882-1941), escritor irlandês, é considerado um dos mais 
expressivos autores dos tempos modernos. Ele foi ícone, por excelência, do panorama 
rebelde de inovação formalista e de anarquia literária que marcou o período entre o final 
do século dezenove e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No fim da obra Retrato 
do artista quando jovem, o herói do livro escreve em seu diário: "Bem-vinda sejas, ó 
Vida. Vou, pela milionésima vez, ao encontro da realidade, da experiência, para moldar 
na forja da minha alma a consciência ainda não criada da minha raça". 
Que profundidade e riqueza no texto do genial escritor irlandês: "Vou, 
pela milionésima vez, ao encontro da realidade, da experiência...". Para o educador 
cristão e seus alunos, cada encontro é um fato novo - portanto, criativo. Cada um de nós 
deve começar sua caminhada educativa dando o primeiro passo. E aí a realidade e a 
experiência do mestre e dos alunos fazem-se presentes como a base fundamental do ato 
criativo de quem caminha. 
A outra frase de Joyce - "Para moldar na forja da minha alma a 
consciência ainda não criada da minha raça" - ensina-nos duas coisas importantes: 
1º) O processo educativo por que passamos em toda nossa existência, e 
não apenas em um determinado tempo de vida, é uma tarefa árdua, como acontece, por 
analogia, com o trabalho do ferreiro que dobra o ferro em brasa para produzir uma peça 
de valor. 
2º) A consciência que está em nós não é acabada, pronta. Nela, ambos, 
tanto o educador e o educando, devem ser criativos na busca de novas alternativas para 
superar as dificuldades, os desvios e os perigos da estrada da vida. 
O que é ser criativo? Não significa ser lunático, excêntrico, esquisito, 
como, por vezes, as ilustrações querem nos fazem acreditar. A criatividade é um 
processo intelectual que possibilita ao ser humano a elaboração de idéias novas para a 
solução de antigos problemas. Desse modo, todos nós, em maior ou menor grau, 
dispomos de certo potencial criativo. Basicamente, a criatividade envolve três aspectos 
interdependentes, a saber: 
conhecimento + imaginação + avaliação. 
 
Para ilustrar como funciona essa trilogia, a pesquisadora imericana Ruth 
NolIer emprega a figura do caleidoscópio: "Os fragmentos coloridos representam a 
coleção de vivências pessoais ou do conhecimento. A imaginação consiste no ato de 
girar o tambor do caleidoscópio. As formas que vão surgindo simbolizam as novas 
relações possíveis entre as informações disponíveis no arquivo pessoal. Em geral, pára-
se de girar o tambor quando se encontra um desenho que agrade. Isso é o resultado da 
criatividade. É claro que sempre pode haver uma forma melhor. Mas, naquele momento, 
ele encontrou uma que parece perfeita". 
O educador cristão espiritualmente amadurecido é aquele que possui uma 
criatividade sem fronteiras, que flui naturalmente para; seus educandos. O mestre 
criativo procura superar seus desafios, transformando as dificuldades em novas formas 
de viver a vida lentamente no exercício de sua missão docente. 
 
2.4.4 - O educador cristão sabe administrar seu tempo 
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito 
debaixo do céu". Ec 3.1 
Henry Dobson, autor do livro O paradoxo do tempo, afirma: "O tempo 
passa, diz você? Ah, não! O tempo permanece, nós passamos". A preocupação com o 
tempo sempre esteve presente na vida do homem. O autor do livro de Eclesiastes dedica 
o terceiro capítulo descrevendo as vicissitudes e as bênçãos do tempo na vida humana. 
As mais antigas civilizações já observavam os corpos celestes, acompanhando suas 
trajetórias e até mesmo registrando suas evoluções na abóbada sideral. 
Quando observamos o significado do tempo, esbarramos em obstáculos. 
Santo Agostinho (339-397 D.C.) assim conceituava o tempo: "Pois, que é o tempo? 
Quem é capaz de explicá-lo de maneira fácil e breve? Quem é que possui tanto poder 
mental a ponto de compreendê-lo e expressar-se com referência a ele? E, no entanto, 
que é que mencionamos em nossas conversas habituais com maior freqüência e 
conhecimento do que o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei o que é; mas se eu 
desejasse explicá-lo a alguém que me fizessea pergunta, simplesmente não seria 
capaz". 
Ouve-se muito a expressão "tempo é dinheiro", quase sempre dita por 
pessoas apressadas e ávidas de acumular bens, um produto da sociedade consumista de 
nosso tempo. Outros dizem "é pura perda de tempo", ou ainda "fulano esta fazendo mau 
uso do seu tempo". Na correria do dia-a-dia de todos nós, a reclamação mais ouvida é: 
"Não tenho tempo para nada, o dia deveria ter mais de 24 horas!". Contudo, um exame 
mais acurado dessas reações leva à conclusão de que fazemos uso inadequado do tempo 
de que dispomos. Desse modo, será que o tempo é o problema... ou o problema é você? 
Não podemos determinar bem o tempo em termos de atrasar ou de 
adiantar o relógio, nem podemos comprar ou dar o tempo a nosso bel-prazer. No 
entanto, podemos fazer com que o tempo trabalhe a nosso favor. Como? Organizando o 
que fazemos no tempo de que ainda dispomos, extraindo o máximo de suas 
potencialidades. 
A habilidade de administrar bem o tempo de que se dispõe é, via de 
regra, o que distancia o indivíduo previdente daquele que é descuidado e irresponsável. 
Como se vê, saber utilizar o tempo é sinal de maturidade. Como qualquer outro recurso 
disponível, o tempo pode e deve ser bem programado. 
 
2.4.5 - O educador cristão emprega uma linguagem acessível 
"A língua dos sábios derrama o conhecimento, mas o coração dos 
insensatos não procede assim" (Pv 15.7) 
Como vimos no tópico 2.3 "O educador cristão como comunicador", a 
comunicação interpessoal deve merecer o máximo cuidado possível do educador 
cristão. Desta forma, ao empregar a linguagem oral como veículo de suas idéias, o 
mestre crente necessita: 
• Estabelecer, com clareza e objetividade, o assunto proposto para 
reflexão e análise entre os educandos. 
• Planejar a sequência de sua apresentação, sabendo quando e como 
ilustrar a linguagem oral com recursos institucionais. 
• Conhecer bem os alunos e suas necessidades de formação espiritual, 
ética e intelectual à luz da fé cristã, adequando sua apresentação ao ritmo de assimilação 
dos educandos. 
• Possibilitar ao aluno um comportamento reflexivo face ao tema 
estudado. 
• Esclarecer as dúvidas dos educandos, recapitulando os pontos já 
desenvolvidos. 
• No final da exposição, resumir o tema tratado com a plena participação 
dos alunos. 
• Falar em um ritmo um pouco mais rápido, porém de modo bem 
compreensível, para os temas já conhecidos dos educandos. 
• Falar um pouco mais devagar quando os tópicos necessitam ser 
melhor conhecidos e assimilados pelo alunos. 
 
 
 
Referência 
CARVALHO, Antonio Vieira de. Perfil básico de educador cristão. In:______ Teologia 
da educação cristã. São Paulo: Hagnos, 2006. P.62-81.

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