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Seis Sigma Estudo de Caso Professor: Emerson Seixas 2 Unicesumar estudo de caso Implantação da metodologia Seis Sigma em empresa do setor de serviços O presente estudo refere-se a uma empresa que possui uma rede internacional de hotelaria espalhada em todo o Brasil. A unidade em questão se situa em Fortaleza/CE. O hotel 2 es- trelas (porte médio) foi inaugurado no início da década de 90 e possui 133 apartamentos, contendo 42 quartos com cama de casal e 91 quartos com 2 camas de solteiro, incluindo apar- tamento para pessoa com deficiência física e não fumantes, estacionamento com 62 vagas, business center, 3 salões para convenções e eventos. Embora a diária não inclua nenhuma refeição é oferecido café da manhã (em três horários diferenciados), almoço e jantar. Nesse caso, o produto hoteleiro agrupa respectivamente elementos tangíveis e intangíveis, pois ao término do consumo, o cliente adquire apenas o direito de uso e não aquisição do bem. Um hotel, ao contrário do que possa parecer, não é um sistema simples, mas sim muito complexo porque é composto de sistemas e subsistemas, como hospedagem, alimentação e administração. Cada subsistema possui outros subsistemas que são desempenhadas ativi- dades exclusivas como apartamento, serviço de quarto (cabides, toalhas, lençóis, cobertores, papel de carta ou caneta, cinzeiros, também no caso de chuveiro quebrado, lâmpada que não acende, bem como no caso de desaparecimento de bagagem e de outros bens) que compõem o subsistema hospedagem; a recepção, governança (housekeeping, que dirige, controla e supervisiona as atividades do pessoal nos andares e na lavanderia) e telefonia, que são produtos vendidos pelo hotel; bebidas e alimentação são subsistemas do restaurante, cozinha e almoxarifado; na administração, notamos o subsistema de compras, controles e contabilidade. Vemos que a governança é responsável pelo tempo de espera dos clientes, do bom funcionamento e limpeza das áreas públicas e sociais do hotel como corredores, escadas, andares, lavanderia, banheiros, halls e lobby, arrumação, conservação e limpeza dos aparta- mentos e das demais áreas do hotel. Unicesumar 3 estudo de caso Ao ver a necessidade de ter redes nacionais e internacionais, o ramo hoteleiro tem pro- curado novas estratégias para atrair e manter clientes. Dessa forma, visando à melhoria na qualidade dos serviços prestados e na obtenção de resultados financeiros a empresa estu- dada buscou aplicar a metodologia Seis Sigma na área de hospedagem do setor hoteleiro. Dessa forma, aplicou as cinco etapas da metodologia Seis Sigma, o DMAIC. Define – Definição Como vimos anteriormente, a área de maior relevância para o hotel é a governança. Assim sendo esta área foi escolhida, pois havia falha quanto ao “tempo utilizado no processo de atendimento às solicitações de clientes, o requisito crítico para a qualidade Critical To Quality (CTQ) do projeto foi o tempo de espera pelo atendimento às solicitações feitas à governan- ça” (dados do autor). O hotel possui três andares, dividido em dois blocos e se situa próximo à praia. Neste tra- balham uma governanta e sua assistente, mais dezoito funcionários, divididos da seguinte forma: duas camareiras e uma ajudante de camareira por andar e por bloco. As atividades da governanta são referentes à direção, supervisão e controle das ativida- des do pessoal nos andares e nas áreas públicas e sociais. Segui o fluxograma inicial da área estudada. Figura 1 – Fluxograma inicial de atendimento a solicitações dos hóspedes Fonte: elaborada pelos autores. 4 Unicesumar estudo de caso Após ser estabelecido o CTQ e o escopo do projeto Seis Sigma foram coletados os dados junto a 150 clientes hospedados, que representavam apenas um por quarto, em julho de 2003 delineando os: Limite Inferior de Especificação (LIE) e Limite Superior de Especificação (LSE) do tempo de espera pelo atendimento às solicitações. As perguntas eram feitas aos hospedes no check-in, sobre o tempo máximo que aceita- riam esperar para serem atendidos e sobre a sua idade. As respostas foram divididas em três grupos, de faixa etária (entre 21 e 30, entre 31 e 40 e acima de 40 anos). O método ANOVA (Análise de Variância) foi utilizado para definir se tem variações na expectativa do tempo de espera pelo atendimento nas faixas etárias analisadas. Esses dados foram compilados e inseridos no software Minitab, sendo o P-value encontrado igual a 0,927. Como o P-value encontrado foi maior que 0,05, não há diferença entre a média do tempo de espera pelo atendimento dos grupos de faixas etárias diferentes, como isso o LSE ficou em 10 min e o LIE, em 0 min, ou seja, quanto menor o tempo melhor é o indicador. O benefício do projeto Seis Sigma destinava-se ao aumento da sua satisfação do cliente e uma melhoria na imagem do hotel por unidade e um acréscimo na fatia de mercado. Measure - Medição Com a coleta dos tempos de espera de atendimento, a análise de normalidade, com o teste de Anderson-Darling foram inferidos os dados no Minitab e comprovou que a distribuição dos dados não era normal, pois o P-Value<0,05. Figura 2 – Diagrama de espinha de peixe das potenciais causas Fonte: elaborada pelos autores. Unicesumar 5 estudo de caso O diagrama apresenta uma pontuação, de 1 a 4, para as potenciais causas do tempo de espera pelo atendimento fora das especificações. Para uma determinada causa de pequeno impacto ao cliente e grande esforço para sua implantação, o peso atribuído é 4. De acordo com o dia- grama da Figura 2, desenvolvido pelo grupo, a potencial causa de maior impacto para a espera ao atendimento solicitado pelo hóspede é o pequeno número de camareiras (dados do autor). Improve – Melhoria Nessa fase foi utilizado o software de simulação computacional Promodel, por ter carac- terísticas e aplicabilidade em diferentes setores como indústria (manufatura ou processos contínuos); logística; serviços (bancos, transportes etc); saúde (hospitais, laboratórios). Foi executada a simulação e analisadas algumas possibilidades. Uma solução foi colocar uma ajudante de camareira a mais por andar em cada bloco. Veja a figura como ficou o novo fluxograma. Figura 3 – Fluxograma final de atendimento a solicitações dos hóspedes Fonte: elaborada pelos autores. Os dados gerados pela simulação do fluxograma proposto foram avaliados. Esses dados da simulação comprovaram um nível sigma de 1,56 e um DMPO de 351999 (39,01% de defeitos). 6 Unicesumar estudo de caso Control – Controle Após adotado o novo fluxograma, uma nova tomada de dados foi feita. Garantiu-se que os tempos para não saírem dos limites. Essa verificação de LSE e LIE ocorreram com frequência. Conclusão Nesta situação observou-se uma redução no tempo de atendimento aos clientes fora das especificações de 90% para 39,01%. Dessa forma, 60,99% dos clientes, passaram a ser aten- didos em tempo dentro dos limites de especificação, ou seja, entre 0 a 10 minutos. Logicamente, há vários fatores para serem medidos, pois a satisfação dos clientes ainda é algo subjetivo, e há uma dificuldade em se explanar os benefícios da redução de falhas, na área de serviços, em termos financeiros. Constatou-se, por meio da literatura e do estudo de caso, que, para alcançar o padrão de- sejado de eficiência na produção de bens ou na prestação de serviços com a Metodologia Seis Sigma, além do uso das ferramentas estatísticas, é necessário o envolvimento dos agentes humanos que fazem parte do processo de gestão de qualidade (dados do autor).
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