Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANTI-FÚNGICOS MÁRCIA GUIMARÃES OS FUNGOS Possuem células eucarióticas Tem como base de diferenciação da célula humana o ergosterol formando a membrana celular. Comensais ou patológicos e até utilizados na indústria alimentícia como fermentadores. Morfologia dos fungos Unicelulares → fungos leveduriformes Pluricelulares → fungos filamentosos (“bolor”) Hifa/micélio CLASSIFICAÇÃO DAS MICOSES MICOSE TECIDO ESPÉCIES SUPERFICIAL Extrato córneo do tecido epitelial, pêlo e cabelo Malassezia furfur Hortaea werneckii Piedraia hortae Trichosporon beigelii CUTÂNEO Porc ̧ões queratinizadas da pele, pelo e cabelo Trichophyton spp. Microsporum spp. Epidermophyton floccosum SUBCUTÂNEO Derme, mu ́sculos e tecido conjuntivo Sporothrix spp. Fonsecaea pedrosoi SISTÊMICO ENDÊMICO Derme, mu ́sculos e tecido conjuntivo Paracoccidioides spp. Histoplasma capsulatum Coccidioides immitis SISTÊMICO Qualquer tecido Candida spp. Cryptococcus spp. Aspergillus spp. Fusarium spp. Zigomycetes-Rhizopus spp. Micoses superficiais e cutâneas Afeta pele, cabelo e unha: OnicomicosesPtiríase versicolor Malassezia furfu Trichophyton sp Tínea capitis Tínea corporis Trchopyton mentagrophytes Micoses subcutâneas Afeta mu ́sculos e tecidos subjacentes ao epitélio Esporotricose Sporothrix spp. Cromoblastomicose Fonsecaea pedrosoi Exemplos de candidíase Candida sp Oral Genital Masculina Genital Feminina Paracoccidiomicose Micose crônica com granulomas ulcerativos da mucosa da boca e do nariz, linfadenopatia regional e geral acometendo os pulmões, a partir dos quais se espalha para a pele, baço e outros órgãos Paracoccidiodes spp Criptococose Micose sistêmica Cryptococcus neoformans (no solo, árvores, fezes de pombos, frutas secas, cereias) Principal causa de meningoencefalite e morte em indivíduos com (AIDS) C. Neoformans gattii acomete crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, de comportamento endêmico ou focal nas regiões tropicais e subtropicais, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil Histoplasmose Histoplasma capsulatum (solos, dejetos de aves e morcego) Micose sistêmica (Infecção pulmonar aguda, crônica e infecções disseminadas) Nos alvéolos pulmunares é fagocitado por neutrófilos, macrófagos e células dendríticas, dentro das quais multiplicam-se e depois espalham a infecção para locais extra- pulmonares. Antifu ́ngicos e Mecanismos de Ac ̧ão Antifúngicos que agem na membrana celular • Polie ̂nicos - Anfotericina B e formulac ̧o ̃es lipídicas - Nistatina • Azo ́is - Cetoconazol, Miconazol, - Fluconazol, Itraconazol - Voriconazol, Posaconazol - Albaconazol, Ravuconazol, Isavuconazol MEMBRANA CELULAR POLIÊNICOS ANFOTERICINA B E NISTATINA MECANISMO DE AÇÃO: Mudança na temperatura de transição da membrana Interações com células de mamíferos Anfotericina B / Nistatina Nefrotoxicidade Hepatotoxicidade Cardiotoxicidade Anemia Hemolítica Anfotericina B Isolado de Streptomyces nodosus (1956) Desvantagem: Muito tóxica, < nistatina Vantagens: Amplo espectro de ac ̧ão fungicida Formulac ̧ão Tópica e Endovenosa •Efeitos adversos: Agudos - febre, calafrio, vômito, náusea, cefaléia Crônicos - Nefrotoxicidade (50% dos pacientes), anemia, efeito neurotóxico. Espectro de ação: – Candida spp. - Histoplasma capsulatum – Cryptococcus spp. – Aspergillus spp Não tem espectro para: – Trichosporon spp. – Fusarium spp Nistatina 1o poliênico (1949) Isolado de Streptomyces noursei Altamente to ́xico Uso somente to ́pico – suspensa ̃o, pomadas, cremes Tratamento de infecc ̧o ̃es mucocuta ̂neas por Candida Efeitos colaterais: Náuseas,vo ̂mito,diarreia com dose elevada Inibição da síntese do ergosterol Acetil CoA Farnesil pirofosfato Esqualeno Esqualeno epóxido Lanosterol C14-dimetil lanosterol Zimosterol Fecosterol Egosterol Esqualeno sintase Esqualeno epoxidase C14-redutase C14-α-lanosterol demetilase Esterol metil tranferase C8-isomerase AZÓIS ALILAMINAS (TERBINAFINA) Alilaminas: terbinafina, butenafina e naftifina Inibe a enzima esqualeno epoxidase Efeito antifu ́ngico devido o acu ́mulo de esqualeno no citoplasma e falta de ergosterol nas membranas Onicomicoses causadas por dermatófitos Efetivo em 90 % dos casos Uso tópico (1% em creme) e oral Acumula na pele, unha e tecido adiposo Reac ̧ões adversas: diarréia, náuseas, erupc ̧ões cutâneas, urticária e fotossensibilidade. Azóis: imidazóis e triazóis Imidazóis ◦ 1a. Gerac ̧ão (Ex. miconazol) ◦ 2a. Gerac ̧ão (Ex. cetoconazol) Triazóis ◦ 1a. Gerac ̧ão (Ex. fluconazol) ◦ 2a. Gerac ̧ão (Ex. voriconazol) ◦ 3a. Gerac ̧ão (Ex. ravuconazol) Azóis: imidazóis e trizóis C14-⍶-lanosterol demetilase Azóis (sintéticos) Agentes Azólicos: imidazóis São Fungistáticos Dermatofitoses, candidi ́asis cuta ̂nea/mucocutânea Uso to ́pico (creme, loc ̧a ̃o, shampoo) e sistêmico (comprimido) Absorc ̧ão do cetoconazol – pH a ́cido São hepatoto ́xicos, altera ni ́veis de testosterona e cortisol Econazol Miconazol tópico Clotrimazol Cetoconazol. (tópico e sistêmico) Cetoconazol Agentes azólicos: triazóis Fluconazol Itraconazol Voriconazol Posaconazol Aspergilose invasiva e infecço ̃es fu ́ngicas sérias causadas por Scedosporium apiospermum e Fusarium spp Tratamento de infecções sistêmicas de pacientes que não toleraram ou responderam outras terapias Tratamento de Candida albicans fluconazol- resistentes Amplo espectro: Cryptococcus spp, Blastomyces spp, Histoplasma spp, Coccidioides spp, Fusarium spp e Feohifomyces spp Dermatofitoses, Criptococose, Aspergilose, Bastomicose, Paracoccidioidomicose, Candidíase vaginal e esofágica, Onicomicose, Histoplasmose, Esporoticose, Ptiríase versicolor Candidíse vaginal Onicomicoses Novos Triazóis ISAVUCONAZOL ALBACONAZOL Aspergilose invasiva, causada por "Aspergillus"; Mucormicose, causada por um fungo que pertence ao grupo "Mucorales", Doentes para os quais o tratamento com anfotericina B não é apropriado. Espectro: Candida, Cryptococcus e Aspergillus Usado também no tratamento de onicomicoses Antifúngicos que agem na síntese da parede celular (Derivados Peptídicos- Lipopeptídico) PAREDE CELULAR Equinocandina s - Caspofungina - Micafungina - Anidulafungin a - Aminocandina Parede celular fúngica MECANISMO DE AÇÃO Perda da integridade da parede celular Fragilidade Osmo ́tica Efeito fungicida ATIVOS CONTRA: Candida spp. - fungicida Aspergillus spp. - fungistático Indicação: candidi ́ase esofágica, Aspergilose invasiva refrata ́ria a outros antifúngicos Via de administrac ̧ão IV uma vez por dia. Pouca interac ̧ão com outras drogas Efeitos adversos: gastrointestinais Caspofungina, Anidulafungina e Micafungina - São similares - eficácia e seguranc ̧a Aspergillus Antifu ́ngico que inibe a si ́ntese de ácidos nucléicos Síntese de DNA/RNA • Análogos de Pirimidina • flucitosina, 5-fluorcitosina ou 5- FC Mecanismo de Ação 5- fluorcitosina Sintetizada em 1957 como agente anti-tumoral 1962 – atividade antifu ́ngica Administrac ̧ão oral e intravenosa Espectro de ac ̧ão restrito (C. neoformans e Candida sp.) Monoterapia Limitada Usada em combinac ̧ão com Anfotericina B e fluconazol Resistência desenvolvida rapidamente durante o tratamento Ação sobre a organização dos microtúbulos (derivados do benzoflurano) Isolado de Penicilium griseofulvum - 1o antifu ́ngico descoberto (1939) - Recomendac ̧a ̃o: tratamento das dermatofitoses - Na ̃o é efetivo em infecc ̧o ̃es causadas por Malassezia spp., Aspergillus, e outros Griseofulvina Inibe a função microtubular (interfere na polimerização da tubulina) Inibe a divisão celularInibe o crescimento Derivados Morfolina : Amorolfina Tratamento de onicomicoses causadas por dermatófitos, infecção da pele, unhas (tinhas),candidíase cutânea Creme, Esmaltes Interferem na síntese do ergosterol na membrana fúngica Inibidores Proteicos: Sordarina, Aspiroclorina Inibidores seletivos do fator de alongação (EF2), o qual é essencial para a translocação do ribossomo ao longo da cadeia peptídica na síntese de proteínas. Efetivos contra Candida spp., Cryptococcus neoformans e Pneumocystis carinii Atividade em infecções sistêmicas por Candida, resistentes a fluconazol e itraconazol Como minimizar a resistência? Evitar o uso indiscriminado de antifúngicos Diagno ́stico correto Tratamento adequado Utilizar dosagens adequadas e suficientes Mudar ta ̃o logo de antifúngico quando se observa que o fungo possui sinais de resiste ̂ncia Fazer teste de susceptibilidade a ̀ droga quando necessa ́rio Mecanismos de resistência aos antifúngicos Antifúngicos Membrana Plasmática Poliênicos Azóis Parede celular Equinocandinas Mecanismos de resistência aos agentes poliênicos Diminuic ̧a ̃o da quantidade de ergosterol Acúmulo de outro esterol, diferente de ergosterol, com baixa afinidade pelos poliênicos. Mecanismo de resistência aos azóis Mutac ̧a ̃o do gene ERG 11 (C14-α- lanosterol demetilase) Point mutation of ERG-11 gene Aumento da expressão da C14-α- lanosterol demetilase Aumento de bombas de efluxo Resistência às equinocandinas Raros casos de resistência Mecanismos: Mutac ̧ão no gene FKS1 (β 1,3 glucana sintetase) Bomba de efluxo CDR1 e CDR2 RELEMBRANDO ..... CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS DROGAS ANTIFÚNGICAS CLASSE DE DROGAS ANTIFÚNGICAS POLIÊNICOS ANFOTERICINA B NISTATINA ALILAMINAS TERBINAFINA/ BUTENAFINA/ NAFTIFINA AZÓLICOS CETOCONAZOL MICONAZOL ITRACONAZOL FLUCONAZOL VORICONAZOL POSACONAZOL PIRIMIDINAS FLUORADAS 5- FLUCITOSINA EQUINOCANDINAS CASPOFUNGINA MICAFUNGINA ANIDULAFUNGINA INIBIDORES PROTEICOS SORDARINA/ ASPIROCLORINA DERIVADOS MORFOLINA AMOROLFINA DERIVADOS BENZOFURANO GRISEOFULVINA Classificação dos fungos Medicações fúngicas são muito tóxicas de utilizadas de forma incorreta! ANFOTERICINA B INDICAÇÕES CLÍNICAS: Micoses Sistêmicas: Candidíase invasiva Criptococose PB micose Histoplasmose POLIÊNICOS NISTATINA INDICAÇÕES CLÍNICAS: Candidíase da cavidade bucal, trato digestivo superior Candidíase vaginal Alilaminas TERBINAFINA BUTENAFILA NAFTILINA INDICAÇÕES CLÍNICAS: Onicomicoses AZÓLICOS IMIDAZÓLICOS: ECONAZOL MICONAZOL CLOTRIMAZOL (tópico) CETOCONAZOL (tópico e sistêmico) INDICAÇÕES CLÍNICAS: Dermatofitoses, candidíases cutâneo mucosas TRIAZÓIS: FLUCONAZOL VORICONAZOL ITRACONASOL POSACONAZOL INDICAÇÕES CLÍNICAS: Candidíase vaginal Onicomicose Micoses sistêmicas PIRIMIDINAS FLUORADAS 5- FLUORCITOSINA Baixo espectro Combinação com anfotericina e nistatina INDICAÇÕES CLÍNICAS: Candidíase Criptococose EQUINOCANDINAS - Caspofungina - Micafungina - Anidulafungina - Aminocandina INDICAÇÃO CLÍNICA: candidíase esofa ́gica, Aspergilose Invasiva refrata ́ria a outros antifúngicos INIBIDORES PROTEICOS SORDARINA ASPIROCLORINA INDICAÇÃO CLÍNICA: Infecções sistêmicas por Candida, resistentes a fluconazol e itraconazol DERIVADOS MORFOLINA AMOROLFINA INDICAÇÃO CLÍNICA: Onicomicoses, Infecção da pele, unhas (tinhas), Candidíase cutânea DERIVADOS BENZOFLURANO GRISEOFULVINA INDICAÇÃO CLÍNICA: Dermatofitoses Extraído da parede celular do Saccharomyces cerevisiae Aumenta a imunocompetência do sistema imune; amplia a atividade dos macro ́fagos na modulac ̧ão da resposta imune, Estimula as respostas primárias e secunda ́rias contra inu ́meros anti ́genos. Estimula o sistema timodependente e aumenta as células formadoras de colo ̂nias de macro ́fagos e granulo ́citos do bac ̧o e da medula o ́ssea. Referências: Trabulsi. Microbiologia Sidrim. Micologia médica
Compartilhar