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GESTÃO DE SEGURANÇA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA EM ATIVIDADE DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA - NR 10

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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
PATRICK KAZMIERCZAK DA SILVA
GESTÃO DE SEGURANÇA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA EM ATIVIDADE DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA - NR 10
 JARAGUÁ DO SUL - SC 
2020
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
PATRICK KAZMIERCZAK DA SILVA
GESTÃO DE SEGURANÇA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA EM ATIVIDADE DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA - NR 10
Artigo Científico Apresentado à Faculdade Única de Ipatinga - FUNIP, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho
jaraguá do sul - sc
2020
GESTÃO DE SEGURANÇA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA EM ATIVIDADE DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA - NR 10
Patrick Kazmierczak da Silva[footnoteRef:1] [1: Aluno do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da Faculdade Única de Ipatinga. ] 
resumo
A energia é essencial para o desenvolvimento contínuo das sociedades, sendo usada ao longo dos anos, desde sua forma mecânica, e passando à sua utilização mais difundida na era da informação, a energia elétrica. Desse modo, em vista a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente tenham contato com instalações elétricas e serviços de eletricidade, o governo estabeleceu a Norma Reguladora: NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Nesse contexto, este trabalho tem como tema a relação entre a Gestão de segurança e as medidas de prevenção e segurança, dadas pela NR 10, e a aplicação delas em atividades de manutenção elétrica. Isto posto, este trabalho propõe o seguinte questionamento: A gestão de segurança pode beneficiar a aplicação da NR 10 em atividades de manutenção elétrica? Assim, o objetivo primordial deste estudo é averiguar se a gestão de segurança pode auxiliar na aplicação da NR 10 em atividades de manutenção elétrica. Destaca-se que o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho é capaz de estruturar e integrar diagnósticos e/ou auditorias que avaliam o respectivo desempenho da empresa e com isso são capazes de agregar essas ações relacionadas a segurança do trabalho em uma empresa. Para aporte teórico do presente trabalho será usada a revisão bibliográfica, que é uma modalidade de pesquisa que pode ser essencialmente descritiva e qualitativa. A partir da análise do referencial teórico foi possível inferir que um sistema de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde é capaz de integrar ações de segurança numa organização com foco na manutenção elétrica para que os profissionais tenham uma cultura de prevenção do risco, com a utilização correta dos EPI’s e o cuidado ao realizar suas tarefas de manutenção.
Palavras-chave: Segurança do Trabalho. Manutenção elétrica. NR 10. EPI. 
Introdução
A eletricidade pode ser transportada aos mais diversos locais, assim, pode ser utilizada seja por uma residência em local remoto, ou ainda por uma grande indústria em uma metrópole, entre outras situações. Todavia, mesmo sendo tão útil ao ser humano, a energia elétrica também é capaz de causar graves danos à saúde de um indivíduo. 
Desse modo, em vista a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente tenham contato com instalações elétricas e serviços de eletricidade, o governo estabeleceu a Norma Reguladora: NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Tal norma estabeleceu requisitos e condições mínimas para a implantação de sistemas preventivos relacionados ao trabalho com eletricidade. 
Nesse contexto, este trabalho tem como tema a relação entre a Gestão de segurança e as medidas de prevenção e segurança, dadas pela NR 10, e a aplicação delas em atividades de manutenção elétrica. Isto posto, este trabalho propõe o seguinte questionamento: A gestão de segurança pode beneficiar a aplicação da NR 10 em atividades de manutenção elétrica?
Todavia, sabe-se que em muitos casos de acidentes elétricos os danos aos envolvidos são grandes, seja no âmbito material ou na saúde dos indivíduos. Assim, instituições como a Associação Brasileira de Conscientização para Perigos da Eletricidade (ABRACOPEL) buscam compilar os dados sobre acidentes relacionados a eletricidade para que seja possível subsidiar ações de combate a este tipo de ocorrência. 
Conforme dados do ano de 2018 foram 1424 acidentes fatais e não fatais nesse ano, com 59% deles sendo por causa de choque elétricos e somente 3% causados por descargas atmosféricas. No ano de 2018, foram computados 836 registros de acidentes por choque elétrico, sendo 214 fatais (ABRACOPEL, 2019). 
Portanto, fica evidente que atividades de manutenção elétrica estão dentre as passíveis de causar acidentes elétricos. Por isso é grande a importância da NR 10 para definir requisitos e condições mínimas para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que trabalham diretamente com energia elétrica ao realizar manutenções elétricas. 
Assim, o objetivo primordial deste estudo é averiguar se a gestão de segurança pode auxiliar na aplicação da NR 10 em atividades de manutenção elétrica. 
Para aporte teórico do presente trabalho será usada a revisão bibliográfica, que é uma modalidade de pesquisa essencialmente descritiva e qualitativa. Em relação ao aspecto descritivo, pode-se dizer que seu objetivo principal seria a descrição das características de determinado fenômeno ou população (GIL, 2002). Já em relação ao aspecto qualitativo desse tipo de pesquisa, seria o fato de correlacionar as características já descritas de modo a obter relações que expliquem determinada problemática levantada (GIL, 2002).
Desenvolvimento
Desse modo, fica claro que as instalações elétricas são essenciais para a moderna vida em sociedade. Todavia, muitos são os acidentes relacionados a instalações elétricas, geralmente devido ao seu mau uso, ou falta de manutenção, entre outros motivos. 
A eletricidade, em especial as instalações elétricas são grandes causadoras de acidentes. Tais acidentes ocorrem em vários ambientes, como residências, comércio, indústrias, vias públicas, entre outros. Já as suas causas estão relacionadas a diversos fatores, sendo que eles ocorrem individualmente ou em conjunto, alguns deles são: imprudência, negligência, imperícia, autoconfiança, falta de manutenção. E por fim, para tais acidentes, os danos podem ser graves, direta ou indiretamente na saúde física ou mental do indivíduo atingido, ou ainda danos materiais que são a queima de eletrodomésticos, avaria de materiais elétricos, entre outros, ambos os tipos de danos podem ocorrem em conjunto ou não (DA SILVA, 2016).
Nesse contexto, alguns dos tipos de acidentes relacionados à eletricidade podem ser: “Contatos com partes energizadas; Mau-contato nas conexões, emendas e dispositivos de seccionamento e proteção; Seccionamento inesperado de circuito...” (DA SILVA, 2016, p. 4).
Assim, para o caso do acidente a partir de contato com partes vivas ou energizadas, como o próprio nome indica há o contato (direto ou indireto) entre humanos (ou animais) com partes energizadas de uma instalação elétrica, de modo que há a circulação de corrente elétrica no corpo da vítima (DA SILVA, 2016).
Quando há mau-contato em conexões, emendas e dispositivos de seccionamento e proteção, na maioria das vezes tais anomalias são causadas por erros de projeto, de execução ou ainda por falta de manutenção (DA SILVA, 2016). As consequências desse tipo de anomalia podem ser choques ou ainda incêndios. 
O seccionamento inesperado de circuitos ocorre a partir de algumas situações, como por exemplo, o caso de ações humanas na rede elétrica sem o devido controle, o que pode resultar em acionamento voluntário e direto dos equipamentos de manobra e proteção dos quadros de distribuição (DA SILVA, 2016). Desse modo, quando ocorrem ações como essa ou similares, muitos danos ao sistema elétrico podem acontecer, além de acidentes com as pessoas diretamente envolvidas na ação. 
Nessa conjuntura, é importante conhecer as estatísticas que mostram o quanto as anomalias relacionadas a instalações elétricaspodem evoluir para acidentes graves que causam a morte de centenas de pessoas todo ano no país. 
Dados compilados em 2018 são possíveis determinar que as maiores causas de acidentes por choques elétricos são “gambiarras” elétricas, ou seja, improvisos relacionados à elementos das instalações elétricas para uso imediato. Além disso, instalações elétricas antigas ainda em uso, falta de manutenção em instalações elétricas e o uso de uma mesma tomada para conexão de diversos dispositivos elétricos ao mesmo tempo, se mostram como outras três grandes causas de acidentes desse tipo, em especial no ambiente residencial (ABRACOPEL, 2019). 
Algumas das explicações para os dados é a grande falta de preocupação com os riscos inerentes aos se lidar com eletricidade, mas pode ser também o desconhecimento de tais riscos, mostrando que pode ser causado pela falta de qualificação. Assim, uma ação que garantiria uma diminuição de tais dados de acidentes, seria a contratação somente de profissionais qualificados, desde a implantação das mesmas até a sua manutenção (ABRACOPEL, 2019). 
Ainda nesse contexto, pode-se falar dos ambientes em que mais ocorrem os acidentes. Conforme os dados de 2018, os acidentes causados por choques elétricos acontecem com maior frequência em ambientes residenciais, isso porque foi realizada uma somatória entre unidades unifamiliares com multifamiliares, sítios e fazendas, resultando em 209 mortes (ABRACOPEL, 2019). O dado sobre as unidades residenciais é tão preocupante pois supera os resultados para acidentes em redes aéreas de distribuição, que deveriam ser os locais mais perigosos, já que estão com as maiores tensões e correntes. 
Nesse contexto, a figura 1 mostra um gráfico com o total de mortes por choque elétrico para os profissionais da área de elétrica entre 2013 e 2018. 
Figura 1 — Histórico de mortes por choque elétrico para profissionais da área de elétrica
Fonte: Abracopel (2019)
Assim, em relação aos profissionais da área, os eletricistas e profissionais ligados a empresas tiveram uma média bastante variável de mortes por choque elétrico por ano entre 2013 e 2017, sendo que em 2018 foram apenas 5 mortes (ABRACOPEL, 2019). Tais dados mostram que está havendo uma mudança para melhor no sentido de garantir a segurança dos profissionais por parte das empresas. Provavelmente, tal fato se deve a maior preocupação com o treinamento de pessoal em relação à segurança, e também a novas regulações sobre tratar a segurança e saúde das empresas de forma mais integrada. 
Todavia, para os profissionais autônomos a quantidade de mortes teve um aumento entre 2017 e 2018, sem nunca chegar a ter uma diminuição significativa entre 2013 e 2018 (ABRACOPEL, 2019). Assim, pode-se inferir que os profissionais autônomos, que muitas vezes não possuem um suporte relacionado com as normas de segurança que é comum aos profissionais ligados a empresas, acabam por sofrer mais acidentes relacionados ao exercido de suas funções. 
Cabe citar que as empresas em geral devem obedecer às Normas Regulamentadoras (NRs) que são ligadas à justiça do trabalho. Tais NRs garantem diretrizes e procedimentos para que profissionais em geral tenham maiores garantias de segurança e saúde no trabalho. Dentre tais NRs está a NR 10, que dá orientações sobre instalações elétricas, de modo a proteger direta e indiretamente os profissionais que lidam com energia elétrica (CUNHA, 2006).
Assim, a NR 10 é uma norma que já está em vigor desde 1978, sendo que ao longo dos anos sofreu algumas modificações importantes em relação a segurança dos profissionais que trabalham com eletricidade (CUNHA, 2006). Além disso, com o avanço contínuo da utilização de aparelhos elétricos e eletrônicos, e da consequente necessidade de aumentar a rede de distribuição e transmissão, a necessidade por mudanças na NR 10 foi cada vez maior 
Desse modo, o texto mais recente da NR 10 contempla não só condições de trabalho mais seguras, mas também orientações quanto as etapas do projeto, execução, operação e reforma de instalações elétricas em geral. Além disso, inclui os serviços realizados próximo a instalações elétricas, de acordo com as NBR, e também conforme normas internacionais, quando as nacionais não cobrem certos assuntos (LOURENÇO, 2010).
Nesse contexto, a NR 10 não só abrange a segurança das instalações em relação aos profissionais que nelas trabalham direta ou indiretamente, mas também com relação aos usuários das edificações com instalações elétricas (LOURENÇO, 2010). Além disso, para garantir a segurança dos trabalhadores e usuários, devem ser usadas todas as normas e regulamentos pertinentes aos casos específicos de instalações elétricas. 
Assim, em relação aos itens da NR 10 que podem proteger os profissionais que lidam com energia elétrica diretamente, como no caso de serviços de operação e manutenção elétricas, a norma indica que somente profissionais autorizados podem realizar tais tarefas (MTE, 2016). Desse modo, nota-se que somente profissionais autorizados são realmente capacitados para tarefas envolvendo eletricidade, não só por terem conhecimento sobre o funcionamento dos equipamentos relacionados, mas também sobre os procedimentos de segurança a serem realizados durante tais tarefas.
A NR 10 também indica todas as ferramentas utilizadas pelos profissionais devem estar adequadas às condições de risco a serem submetidos, de tal modo que seja garantida a segurança do indivíduo (MTE, 2016). Portanto, a responsabilidade pelo risco a que será submetido o trabalhador também recai sobre a empresa a que o mesmo está ligado.
Nesse contexto, especificamente em relação às atividades de manutenção elétrica, tais ações devem ocorrer preferencialmente com os circuitos desenergizados, conforme recomenda a NR10. Além disso, deve-se ter cuidado também para que seja evitada a reenergização acidental do circuito enquanto o mesmo está sendo analisado pelo profissional. Destacam-se os casos dos circuitos em paralelo da rede elétrica, os circuitos indutivos de eletricidade e o trabalho em condições climáticas adversas em que deve haver cuidado atento com a sinalização adequada, alertando para a não energização da linha, e o uso de equipamentos de proteção por parte dos profissionais (LOURENÇO, 2010).
Isto posto, pode-se citar as medidas de proteção coletiva, que são usadas prioritariamente se comparadas às medidas de proteção individual. Assim, um empregador deve fornecer as medidas de proteção coletiva adequadas para os riscos a que seus trabalhadores serão expostos, sendo as medidas de proteção individual utilizadas somente enquanto as primeiras ainda não foram implantadas (MTE, 2018).
Todavia, as medidas de proteção individual são bastante usadas, uma vez que, em sua maioria, possuem custo mais baixo para o empregador do que a implantação das medidas de proteção coletivas ou ainda do que eliminar o risco para os trabalhadores. 
Assim, para os casos em que são efetivamente aplicadas para os serviços de eletricidade as medidas de proteção coletiva são em geral dispositivos ou sistemas, fixos ou móveis, de um dos seguintes tipos: Desenergização; Tensão de segurança; Isolação das partes vivas; Obstáculos; Barreiras; Sinalização; Seccionamento automático de alimentação; Bloqueio religamento automático (MENDES; DO PATROCINIO, 2018).
A prioridade dentre as medidas de proteção coletiva é a Desenergização elétrica da rede ou circuito, esta que é um conjunto de ações sequenciadas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, durante o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores. Na impossibilidade da primeira opção, segue-se para o emprego da tensão de segurança, muito comum em locais confinados, úmidos ou locais com compartimentos condutivos, e consiste na redução da tensão do circuito e isolação do sistema. Quando não for possível também o emprego da tensão de segurança, devem ser utilizadas as outras medidas de controle (CUNHA, 2006).
Isto posto, as medidas de proteção individual, também são obrigatórias de serem utilizadas quandoas medidas de proteção coletiva não são capazes de oferecer a completa proteção contra os riscos inerentes a uma dada atividade, em especial no caso das atividades relacionadas a instalações elétricas, como a manutenção das mesmas (MTE, 2016).
Assim, os EPI’s mais utilizados por profissionais que lidam diretamente com eletricidade, como no caso de atividades de manutenção elétrica, serão descritos a seguir (MENDES; DO PATROCINIO, 2018): 
· Ferramentas e equipamentos adequados: Com o uso de ferramentas e equipamentos próprios para as tensões em que vão trabalhar, os profissionais que lidam com eletricidade estão menos propensos a sofrerem acidentes com choques elétricos. 
· Proteção da cabeça: capacete de proteção do tipo aba frontal, do tipo aba total e do tipo aba frontal com viseira são os mais comuns. O uso desse tipo de proteção é essencial para garantir a segurança contra impactos na região da cabeça;
· Proteção dos olhos e da face: óculos de segurança para proteção com lente incolor e com lente de tonalidade escura. Este equipamento visa proteger os olhos de qualquer objeto estranho e pode inclusive fazer parte de um capacete, sendo nesse caso uma mera viseira geralmente de acrílico, que somente protege parcialmente. Tal proteção também é bastante necessária em situações em que o profissional trabalha a céu aberto e durante o período diurno;
· Proteção auditiva: protetor auditivo do tipo concha e do tipo inserção. Muito utilizado em situações em que há risco de ruído acima dos níveis seguros; 
· Proteção respiratória: respirador purificador de ar descartável, com filtro e respirador de adução de ar. Mais comum em locais confinados ou com presença de material particulado no ar;
· Proteção dos membros superiores e inferiores: Para os membros superiores os mais utilizados são as luvas isolantes de borracha, luvas de proteção em raspa e vaqueta, e do tipo condutiva. Já para os membros inferiores são usados os calçados de proteção do tipo botina de couro, do tipo bota de couro de cano médio ou longo, do tipo bota de borracha e do tipo condutivo. Em ambos os casos a função primordial é a proteção das mãos e dos pés de forma a isolar tais membros em relação à eletricidade. Portanto, em casos em que o EPI tenha uma tensão de isolação específica, como por exemplo as luvas isolantes, tais grandezas precisam ser compatíveis para proteção efetiva do usuário;
· Vestimentas de segurança: blusão e calção em tecido impermeável, vestimenta de proteção do tipo apicultor e do tipo condutiva. 
· Cinto de segurança e travas de proteção: somente utilizados em casos de trabalho acima de 2 metros do nível do chão e que tenha risco de queda. Além disso, devem ser específicos para trabalho com eletricidade.
Portanto, o uso de EPI é essencial nos mais variados tipos de manutenção elétrica, seja de pequenas maquinas, ou ainda de linhas de transmissão a grandes alturas, ou também em casos de ser necessário entrar em espaços confinados dentro de uma grande máquina. Para cada uma das referidas situações, e ainda outras, o uso de EPI não se restringe à lista previamente descrita, mas deve ser específico para as condições de risco que o trabalhador será submetido. 
Ainda em relação ao uso de EPI, os trabalhadores e seus respectivos empregadores possuem responsabilidades compartilhadas queo uso do EPI seja corretamente utilizado pelos profissionais e que os mesmos sejam corretamente treinados para seu uso com segurança. 
Assim, fica claro que os profissionais que lidam diretamente com eletricidade devem não só ser treinados, mas em vista das estatísticas de mortes por choques elétricos, devem também ser conscientizados para evitar imprudências e/ou negligências enquanto exercem suas funções de manutenção. Desse modo, muitas vezes as empresas da área de eletricidade devem possuir uma integração maior entre suas áreas de operação e de segurança do trabalho, para serem mais eficazes em evitar acidentes. 
Desse modo, o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho se mostra como uma alternativa para solucionar os problemas das organizações que não conseguem controlar seus riscos de natureza ocupacional. Isso porque a gestão de segurança é capaz de estruturar e integrar diagnósticos e/ou auditorias que avaliam o respectivo desempenho da empresa em saúde e segurança do trabalho a partir de seus requisitos legais, técnicos e de política (BARIANI, 2014). 
Assim, em relação especificamente ao Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho de uma empresa que realiza manutenção elétrica, alguns itens podem ser definidos como exemplo (GRANDO, 2018):
· PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais que está relacionado à identificação dos diversos tipos de riscos em uma empresa, sua localização e exposição para os trabalhadores. Os tipos de risco são: químico, biológico, físico, ergonômico, de acidentes, entre outros indicados na norma especifica; 
· Tabela das Atividades de Manutenção – Utilizada para identificar os riscos de cada atividade de manutenção, as medidas de proteção a serem tomadas e os EPI’s a serem utilizados; 
· Quadro de Prevenção de acidentes - Usado para demonstrar os procedimentos relacionados com a prevenção de acidentes. Por ser o caso de uma empresa de manutenção elétrica, os procedimentos de proteção coletiva devem ser destacados.
· Ordem de Serviço na função (OS) – Procedimentos de trabalho na função, procedimentos de desenergização para intervenção elétrica e uso de EPI; 
· EPI (Equipamento de Proteção Individual) – Procedimentos para controle e registro na entrega de tais equipamentos;
· Treinamento – Gestão e controle de treinamentos para oferecer aos trabalhadores conhecimento técnico especifico em relação ao uso de EPI’s, à normas como a NR 10 e a NR 35 (trabalho em altura) e reciclagem; 
· Fiscalização e controle – Estrutura de fiscalização e controle da ocorrência ou não dos procedimentos de segurança pelos colaboradores, assim como o uso efetivo dos EPI’s, com profissionais de segurança atuando em conjunto à gerencia; 
· Auditorias de segurança – Comprovam efetivamente se houve a fiscalização de todos os colaboradores e os registros respectivos em formulários específicos, de modo a verificar os procedimentos de trabalho, o uso e estado dos EPI’s e a segurança dos trabalhadores por meio de auditorias amostrais; 
· Ferramental – Uso de ferramentas adequadas à execução das atividades de manutenção elétrica. 
Portanto, fica claro que o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho, para ser efetivamente aplicado em uma empresa de manutenção elétrica deve passar por várias fases e incluir desde a alta gerência até abarcar todos os colaboradores, atravessando horizontalmente toda organização. Além disso, o foco principal deve ser orientado para a gestão dos riscos, para assegurar a identificação de perigos e a avaliação e controle de riscos. Esse sistema deve também ser passível de revisões periódicas para estar sempre adequado à realidade da empresa. 
Conclusão
A partir da análise das teorias apresentadas no presente trabalho foi possível alcançar o objetivo pretendido, pois com a demonstração dos índices de mortes causados devido a choques elétricos para profissionais da área de eletricidade, ficou claro que deve haver uma maior preocupação referente à segurança de tais profissionais. Foi definido também que as normas como a NR 10 estabelecem medidas de segurança a serem tomadas para que tais acidentes não ocorram. Assim, a partir da exibição de um exemplo de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde para uma empresa de manutenção elétrica foi possível entender que com o uso de um sistema desse tipo é possível integrar ações de segurança numa organização desse tipo para que os profissionais de elétrica tenham uma cultura de prevenção do risco, com a utilização correta dos EPI’s e o cuidado ao realizar suas tarefas de manutenção. 
referências
ABRACOPEL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA OS PERIGOS DA ELETRICIDADE. Anuário estatístico Abracopel: acidentes de origem elétrica 2019– ano base 2018.
BARIANI, Lucas Rocha. Desenvolvimento de um Software sobre um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, Destacando a Norma Regulamentadora-Nr10 sobre Instalações e Serviços com Eletricidade. (Monografia) Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014. 
CUNHA, J. Norma Regulamentadora Nº10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade Comentada. 2006. Disponível em: https://www.escolatecnicasandrasilva.com.br/pdf/bv_normas_regulamentadoras_3871fr.pdf. Acesso em 27/01/2020.
DA SILVA, M. D. P. Prevenção de acidentes nas instalações elétricas. 2016. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GRANDO, Luciano Roberto. Análise e tolerância de risco nas atividades de manutenção de elevadores de passageiros e cargas periculosidade por energia elétrica. (Monografia) Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. UNISINOS, São Leopoldo, 2016.
LOURENÇO, Heliton. Aplicabilidade da NR-10 em Serviços de Manutenção e Operação em Subestações e Linhas de Transmissão de Extra-Alta Tensão. (Monografia) Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2010.
MENDES, Ivan Carlos; DO PATROCINIO, Alexei Barban. NR 10 Aplicada Na Substituição De Componentes Elétricos E Seu Objetivo Na Prevenção De Acidentes. REGENT: Revista Eletrônica de Gestão, Engenharia e Tecnologia da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba, v. 3, n. 1, 2018.
MTE. NR-10 Segurança Em Instalações E Serviços Em Eletricidade. 2016. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf. Acesso em 28/01/2020.
MTE. NR-6 Equipamentos De Proteção Individual –EPI. 2018. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf. Acesso em: 28/01/2020.

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