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ELETROCARDIOGRAMA Antes de entendermos o funcionamento de um ECG normal, é importante a compreensão da geração e propagação do estímulo elétrico gerado pelo coração. No coração normal existem grupos de células que possuem a capacidade de produzir o impulso cardíaco. Estas células são chamadas de células marca-passo e este fenômeno ocorre porque essas células possuem um potencial de ação que, é deflagrado e manda uma onda de despolarização que pode ativar as demais células cardíacas. O maior grupo capaz de mandar ondas de despolarização numa frequência maior é que o comanda o ritmo cardíaco: o NÓ SINOATRIAL ou NÓ SINUSAL, e por isso, o ritmo cardíaco normal é chamado Ritmo Sinusal. A onda de despolarização originada nas células marca-passo do nó sinusal percorre o seguinte caminho: (localizado no átrio direito) (O impulso tem sua velocidade diminuída em cerca de 100 vezes, justamente para os átrios se esvaziarem e preencherem os ventrículos na última fase da diástole ventricular). (Dividem o coração em ramo esquerdo e direito, distribuindo o impulso elétrico para as células do miocárdio). ________________________________________ Características do Eletrocardiograma Normal O eletrocardiograma normal é composto pela onda P, complexo QRS e pela onda T. O complexo QRS apresenta com frequência, mas não sempre, três ondas distintas: a onda Q, a onda R e a onda S. Onda P: é produzida pelos potenciais elétricos gerados quando os ÁTRIOS se despolarizam, antes de a contração atrial começar. Eles voltam a se repolarizar cerca de 0,15 a 0,20 segundos após o término dessa onda. Complexo QRS: é produzido pelos potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam antes de sua contração, isto é, enquanto a onda de despolarização se propaga pelos ventrículos. Onda T: é produzida pelos potenciais gerados enquanto os ventrículos se restabelecem do estado de despolarização. Esse processo ocorre normalmente 0,25 a 0,35 segundos após a 1. NÓ SINOATRIAL 2. NÓ ATRIOVENTRICULAR 3. FEIXE DE HISS 4. FIBRAS PURKINJE sua despolarização, por isso a onda T é conhecida como onda de Repolarização. Intervalo P-R: é o tempo decorrido entre o início da onda P até o inicio do complexo QRS. Um intervalo P-R normal é de cerca de 0,16 segundos. Intervalo Q-T: A contração do ventrículo dura aproximadamente do inicio da onda Q até o final da onda T. Esse intervalo tem normalmente cerca de 0,35 segundos. O papel utilizado para o ECG é um papel milimetrado, sendo que a cada 5mm há uma marcação com uma linha mais escura. Observando a inscrição da onda no papel milimetrado, tem-se que em cada milímetro na horizontal deve ser analisada a duração da onda e na vertical, a amplitude da mesma. Deste modo, cada 1mm na horizontal corresponde à duração de 0,04 segundos ou 40 milissegundos. Já na ordenada, a inscrição padrão determina que cada 1,0mV do vetor ocupe 10mm, ou seja, cada quadradrinho equivale a 0,1mV. ONDAS DE DESPOLARIZAÇÃO X ONDAS DE REPOLARIZAÇÃO A representação de ondas no eletrocardiograma deve ser compreendida a partir dos conceitos de Despolarização e Repolarização. A Despolarização é representada por uma onda que se encontra acima do eixo 0, ou seja, uma onda POSITIVA. Já a Repolarização, é representada por uma onda abaixo do eixo 0, ou seja, uma onda NEGATIVA. Dessa forma, nenhum potencial é registrado no eletrocardiograma quando o músculo ventricular está completamente polarizado, ou completamente despolarizado, somente quando o músculo está em parte polarizado e em parte despolarizado é que a corrente flui de uma parte dos ventrículos para outra, permitindo o registro eletrocardiográfico. _________________________________________ DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS As derivações são nada mais que conexões elétricas que são colocadas no corpo do paciente para o registro eletrocardiográfico. Para os membros (mãos e pés), essas derivações são chamadas de bipolares padrão dos membros. O termo bipolar quer dizer que o eletrocardiograma é registrado por dois eletrodos posicionados em lados diferentes do coração – ou dos membros. Assim, uma derivação é uma combinação de fios e eletrodos de forma a compor um circuito completo entre o corpo e o eletrocardiógrafo. DERIVAÇÕES DE MEMBROS Para os membros as derivações são obtidas colocando-se 4 eletrodos nos seguintes locais: - 1 no braço direito; - 1 no braço esquerdo; - 1 na perna direita; - 1 na perna esquerda. A figura abaixo mostra o ECG de cada derivação dos membros. Os ECG, obtidos por essas três derivações, são semelhantes entre si, porque todos eles registram ondas P e T positivas, e a parte principal do complexo QRS também é positiva. DERIVAÇÕES TORÁCICAS (DERIVAÇÕES PRECORDIAIS). Estas derivações são todas unipolares e sua obtenção é feita com a colocação dos eletrodos nas seguintes posições: - V1: eletrodo colocado no 4º espaço intercostal à borda esternal direita; - V2: eletrodo colocado no 4º espaço intercostal à borda esternal esquerda; - V3: eletrodo colocado na metade de uma linha traçada entre V2 e V4; - V4: eletrodo colocado no 5º espaço intercostal à linha hemiclavicular esquerda; - V5: eletrodo colocado no mesmo nível de V4 à linha axilar anterior; - V6: eletrodo colocado no mesmo nível de V4 à linha axilar média. Pelo fato de as superfícies do coração estarem próximas da parede do tórax, cada derivação torácica registra principalmente o potencial elétrico da musculatura cardíaca situada imediatamente abaixo do eletrodo. Por essa razão, anormalidades relativamente pequenas dos ventrículos, em especial na parede ventricular anterior, podem provocar alterações acentuadas nos ECG registrados pelas derivações torácicas individuais. Nas derivações V1 e V2, os registros do complexo QRS do coração normal são na maioria das vezes negativos, porque como mostra a figura os eletrodos torácicos dessas derivações estão mais próximos da base cardíaca que do ápice, e a base do coração permanece eletronegativa durante a maior parte do processo de despolarização ventricular. De modo oposto, nas derivações V4, V5 e V6, os complexos QRS são em sua maior parte positivos, porque os eletrodos torácicos dessas derivações estão mais próximos do ápice do coração que permanece eletropositivo durante a maior parte da despolarização.
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