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3 - Princípios da andragogia_ características da educação de adultos

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Princípios da andragogia: 
características da educação de adultos
A andragogia é uma ciência que estuda metodologias voltadas à educação de
adultos, diferente da pedagogia, que estuda metodologias voltadas à educação de
crianças e jovens. O uso do termo andragogia é atribuído ao educador americano
Malcolm Knowles, que na década de 1970 contribuiu significativamente para o
desenvolvimento da educação para adultos. Dentre as metodologias educacionais
enfatizadas pela andragogia estão as que defendem uma aprendizagem significativa,
que desenvolva habilidades, conhecimentos e competências com o objetivo de se
atingir uma aprendizagem efetiva. Essas metodologias propõem um espaço de
aprendizagem mútuo, havendo diálogo e troca constantes em ambientes confortáveis,
flexíveis, informais e livres de ameaças, pois a andragogia considera o aprendiz
adulto como sujeito do seu processo de aprendizagem, enfatizando a autonomia, a
colaboração e a autogestão da aprendizagem.
Neste sentido, a andragogia propõe alguns aspectos que devem ser
considerados em uma educação para adultos. São eles:
Os aprendizes adultos precisam saber o que necessitam aprender e o
que ganharão após a aprendizagem.
O aprendiz adulto precisa ser encarado como responsável por sua
decisão, por sua aprendizagem.
A experiência prévia do adulto é a base para o novo aprendizado.
Os conhecimentos úteis, que o ajudarão a enfrentar desafios do seu dia
a dia, são mais receptíveis à aprendizagem do adulto.
A aprendizagem do adulto é mais eficaz quando orientada para os fatos,
para a aplicabilidade e para resultados.
Os adultos aprendem bem quando fatores motivacionais, como
qualidade de vida, satisfação, autoestima e afins entram em cena.
AUTONOMIA
Como já foi mencionado, o adulto aprende mais e melhor
quando percebe que lhe é dada a autonomia para o seu
crescimento pessoal e profissional. 
Nesse sentido, para que haja autonomia no processo de
aprendizagem do adulto, é preciso criar condições para que ele
possa intervir, seja por meio de diálogos ou produções mais
concretas que favoreçam a interação, a colaboração e a
cooperação.
Então, no momento de planejar as ações educativas em
saúde e segurança do trabalho, o técnico deve criar espaço para
que o aprendiz tenha autonomia em suas interações de
colaboração e cooperação. Uma ideia é iniciar o planejamento de
Os princípios da andragogia que contribuem 
com as ações educacionais no meio corporativo são:
A andragogia busca conhecer o que os adultos esperam, como agem e o que
desejam, possibilitando a elaboração de estratégicas didáticas customizadas, que
visam à qualidade do ensino e à satisfação nos resultados. Por isso, a utilização dos
princípios da andragogia no ambiente corporativo vem ganhando espaço,
contribuindo com metodologias e recursos específicos para as ações educativas com
este tipo de público.
forma coletiva, com uma explosão de ideias, um briefing com os
aprendizes sobre o que esperam da ação educativa, quais suas
dúvidas, suas necessidades e suas sugestões para a ação
educativa.
HUMILDADE
Esse aspecto é considerado o articulador da ação humana na
busca da conciliação, do saber ouvir, da autonomia, da liberdade de
ação e expressão entre os aprendizes e o facilitador. Está
associados aos processos psicossociais das relações intra e
interpessoais na aprendizagem colaborativa e cooperativa. A
humildade, na andragogia, significa o fortalecimento da capacidade
de estabelecer um canal aberto de confiança entre facilitador e
aprendiz. É aceitação e democracia no diálogo com seus pares em
processo de aprendizagem. Associa-se também ao fortalecimento
da sua competência em momentos de crise e divisão de
responsabilidades. Sendo assim, no planejamento das ações
educativas, é interessante prever momentos de trocas, de
construção coletiva, ou até mesmo de desabafo.
INICIATIVA
A iniciativa tem grande significado na aprendizagem do adulto,
pois incentiva a criatividade, a capacidade de assumir novas
competências e a sensibilidade para novos desafios e descobertas.
Propor espaços para favorecer a iniciativa dos aprendizes durante
as ações educativas é propor desafios de modo a envolver o
aprendiz em sua resolução, articulando conhecimentos anteriores e
novos, desenvolvendo 
assim a iniciativa.
DÚVIDA
Significa instigar, provocar reflexões. É um elemento
importante das teorias da aprendizagem, agindo como um grande
aliado da aprendizagem, pois é na dúvida que o aprendiz precisa
pensar, refletir sobre como resolve os problemas que se
apresentam na realidade e as muitas tarefas do cotidiano
(BRASILEIRO, 2010). Diante deste elemento, ao planejar as ações
educativas, deve-se ter em mente que o facilitador é um provocador
de dúvidas, de forma que provoque reflexões internas ou externas,
favorecendo da mesma forma a iniciativa e a autonomia do
aprendiz.
MUDANÇA DE RUMO
Mudar o rumo significa planejar novamente e reestruturar uma
nova estratégia educacional se necessário. Este aspecto funciona
como uma bússola no processo de aprendizagem do adulto. Está
intimamente ligado à humildade epistemológica na ação do
instrutor, facilitador. Na andragogia, mudar de rumo não significa
um ato de fraqueza, de falta de planejamento, mas uma
consciência das possibilidades e das necessidades de mudanças
para o atingimento das metas estabelecidas no processo de
aprendizagem. Isso significa que o planejamento das ações
educativas não pode ser considerado como imutável. O
planejamento das ações deve estar sempre aberto e atento às
necessidades de mudança, seja por motivos de estrutura ou
finanças da organização, ou até mesmo por motivos cognitivos dos
aprendizes, buscando sempre qualificar o processo de
aprendizagem como um todo.
CONTEXTOS
Contextualizar significa relacionar teoria e prática,
estabelecendo uma coerência entre o campo teórico e as
realidades encontradas no processo de aprendizagem. Para isso,
ao realizar o planejamento das ações educativas, é preciso
estabelecer uma conexão entre os objetivos e as metas a serem
alcançados na aprendizagem do adulto, destacando questões
como:
Diagnóstico da
aprendizagem (visão de
planejamento, de
expectativas, de experiências
e perfil dos participantes, de
análise de realidades)
Público-alvo
Limitações pessoais e
profissionais
Limitações institucionais
Resultados esperados
Cenários etc.
Nessa perspectiva é preciso
destacar os contextos educacionais,
ambientais, culturais,
socioeconômicos e políticos.
EXPERIÊNCIA DE VIDA
Significa utilizar-se das experiências de vida dos aprendizes
para contextualizar uma ação educativa iniciando pelo que já se
sabe, provocando, desacomodando o saber já adquirido e
propondo novos desafios, provocando novas dúvidas para a
construção do novo saber.
Serve como referência em momentos críticos de reflexões e
conclusões; momentos de análise, avaliações e decisões.
BUSCA
Esse aspecto tem uma forte ligação com a ação da pesquisa
investigativa, analítica e crítica dos fatos e dos objetos da
aprendizagem. Possibilita um jeito diferente de ver as coisas, de
questionar supostas verdades absolutas; possibilita a análise de
contextos e cenários nos caminhos da aprendizagem.
OBJETIVIDADE
A objetividade associa-se ao jeito de o adulto examinar as
realidades e os contextos em processo de aprendizagem.
Estabelece um canal de coerência e respeito à atenção do adulto
enquanto participante ativo e que dispensa rodeios, falácias, perda
de foco. Isso significa que, ao elaborar os materiais das
capacitações e dos treinamentos, organizar os recursos e as
situações de aprendizagem, deve-se priorizar a objetividade,
evitando desviar do assunto, do foco.
VALOR AGREGADO
Este aspecto significa que as pessoas aprendem o que
realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática
na vida diária), apresentando nessa afirmativa a necessidade de
Exemplo:
A empresa de telemarketing Bom Atendimento irá
realizar o cursode comissão interna de prevenção de
acidentes – Cipa. De acordo com a NR-5, este curso deve
ter uma carga horária de 20 horas. O número de
participantes será de 25 trabalhadores, com as seguintes
características:
inserção do olhar andragógico do valor agregado nas etapas de
planejamento, execução e gestão de resultados em cursos e
eventos direcionados aos adultos. A necessidade de
reconhecimento das possibilidades de o adulto aplicar na vida
pessoal e profissional aquilo que ele está aprendendo ou aprendeu
está associada a isso. Sem essa perspectiva de valor agregado,
fica difícil a aceitação, a compreensão e o comprometimento do
adulto em processo de aprendizagem.
Para que você consiga compreender a importância destes
princípios andragógicos para o planejamento de ações educativas,
vamos aplicar em um exemplo de capacitação em segurança e
saúde no trabalho, pois quando planejamos um treinamento,
principalmente com o foco mais técnico, precisamos estabelecer
ações didáticas e humanas que tornem o processo de aprendizado
dinâmico e atrativo para o aprendiz, para que ele consiga ao final
do curso ou treinamento refletir sobre as competências
desenvolvidas durante o processo de ensino e aprendizagem.
Dez operadores de telemarketing com ensino médio
completo
Dois gestores com ensino superior completo
Três auxiliares de limpeza com ensino fundamental
incompleto
Cinco auxiliares administrativos que estão cursando o
ensino superior
Cinco profissionais da manutenção predial com ensino
fundamental completo
Entre os participantes, tem um trabalhador que é
deficiente auditivo e se comunica pela língua brasileira de
sinais (Libras) e um cadeirante. O mais jovem deste grupo
de Cipeiros tem 18 anos e o mais velho tem 67 anos.
Diante deste contexto, ao planejar sua ação educativa de
forma a ser significativa e eficaz para empresa e público, seguindo
as premissas da andragogia, você deverá:
1º – Identificar o público-alvo
A primeira ação do planejamento educativo é a análise de
quem será o público-alvo da sua capacitação ou treinamento, para
então adequar a melhor maneira de ministrar a ação educativa e
até mesmo contratar profissionais qualificados na área afim.
No caso do exemplo foi apresentado uma lista de
profissionais, seus setores, sua formação e suas necessidades
especiais. Esta lista já traz informações importantes para
contextualizar o conteúdo a exemplos do cotidiano destes
trabalhadores, utilizando exemplos que estejam relacionados a
suas funções. Escrever estes exemplos para utilizar na capacitação
é uma forma de contextualizar teoria e prática e agregar o valor
desta ação em relação à vida do profissional, ambos pressupostos
da andragogia. Além disso, é importante conhecer também os
conhecimentos prévios que estes profissionais terão sobre o
assunto a ser tratado, as tecnologias a serem utilizadas, entre
outras informações que servirão para dar continuidade ao
planejamento da ação.
2º – Identificar os objetivos e conhecimentos
Teremos um ponto de partida com a informação sobre o que o
público já conhece sobre os assuntos e assim é possível traçar um
objetivo para a capacitação de forma mais assertiva. Além de um
objetivo maior – foco do curso –, é necessário traçar objetivos
menores, capazes de serem verificados em pequenas ações do dia
a dia, ou de serem medidos por meios avaliativos. Estes objetivos
menores guiarão a escolha dos conhecimentos, tópicos a serem
abordados na capacitação, de forma bem objetiva. Assim,
estaremos atendendo ao pressuposto andragogico de objetividade.
No caso do exemplo da Cipa é importante tratar somente do
que é referente a este tipo de capacitação, ou seja, o que propõe a
NR-5, e como exemplos de objetivos referente a este assunto
podemos destacar que a Cipa tem como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da
vida e a promoção da saúde do trabalhador.
3º – Planejar ações didáticas
Com objetivos e conhecimentos definidos, é preciso então
preparar as ações didáticas, ou seja, a capacitação propriamente
dita. Neste momento, é fundamental relembrar a análise do público-
alvo, pois é necessário levar em conta a diferença de escolaridade
dos participantes, a idade e o cargo que exercem dentro da
empresa. Esse treinamento deve abranger esse público distinto,
através do uso de uma linguagem clara, objetiva e com
metodologias que motivem a participação e a integração de todos.
Para tanto, podemos seguir uma sequência de situações didáticas,
são elas:
Explosão de ideias: uma sugestão eficaz é propor debates
iniciais, no sentido de explosão de ideias sobre o assunto a ser
tratado. Este debate, além de permitir um entrosamento e desinibir
os mais tímidos, contribui para “nivelar” o conhecimento através da
participação coletiva. Além disso, atende também mais um
pressuposto da andragogia, que é utilizar e valorizar as
experiências de vida de cada adulto. Para esta explosão prepare
perguntas, reflexões e intervenções que levem ao assunto tratado,
evitando perder o foco; prepare também maneiras de ir registrando
as colocações dos grupos. No caso do exemplo de capacitação da
Cipa, quando abordamos o tema segurança do trabalho, grande
parte dos trabalhadores tem uma situação para relatar do ambiente
de trabalho atual, ou de empregos anteriores, de familiares ou
amigos que sofreram algum acidente do trabalho, que têm uma
doença ocupacional ou até mesmo as situações que a mídia
divulga. É importante buscar essas informações, pois podem
contribuir com as experiências de vida dos participantes, através
dos relatos as mais diversas situações que podem ser mostradas,
além de evidenciar como é importante prevenir acidentes e
doenças.
Apresentação de situações problemas: após a explosão de
ideias, proponha para o grupo situações problemas que justifiquem
a capacitação realizada. Traga dados reais da empresa, histórias
verídicas, vídeos motivacionais relacionado à problematização para
apresentar esta situação e novamente formule perguntas reflexivas
e motivacionais para que o grupo possa buscar respostas e discutir
soluções. Com esta provocação estaremos desenvolvendo também
os pressupostos de busca, dúvida e iniciativa. É interessante propor
atividades em grupos para estas resoluções, disponibilizando
materiais e momentos para apresentação das soluções pensadas.
Durante as construções grupais, é importante que o mediador
percorra os grupos, faça intervenções e provocações às discussões
adequadas a cada perfil de grupo, de maneira mais individual. No
caso do exemplo da Cipa, as propostas de situações problemas e
perguntas podem ser baseadas em um acidente de trabalho
ocorrido e as ações que antecederam e sucederam esta
ocorrência. Neste caso, podemos questionar:
a) Quantas pessoas já haviam percebido a situação de risco
que gerou o acidente?
b) O que foi feito por estas pessoas que perceberam?
c) Se você tivesse percebido, o que faria?
d) Uma vez tendo ocorrido o acidente, o que pode ser feito
para que não volte a ocorrer?
Apresentação do conhecimento: para apresentar os
conhecimentos necessários de forma diferenciada, fugindo da
característica de aula expositiva em que alguém apresenta e os
outros apenas escutam, pode-se aproveitar a própria discussão
entre os grupos, de forma individual, e o momento de
apresentação, de forma coletiva. A apresentação do conteúdo pode
se dar de forma gradativa, através de intervenções do que está
sendo apresentado, corrigindo equívocos e complementando as
demais informações. Neste tipo de proposta educativa são
evidenciados diversos pressupostos andragógicos, principalmente
a autonomia dos adultos na construção do conhecimento e a
humildade do educador como mediador desta construção, se
colocando também como aprendiz, provocando assim mais uma
troca de aprendizagens do que um ensinar propriamente dito. No
caso do exemplode capacitação da Cipa, os conhecimentos
selecionados de acordo com os objetivos propostos podem ser:
a) Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como
dos riscos originados do processo produtivo.
b) Metodologia de investigação e análise de acidentes e
doenças do trabalho.
c) Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes
de exposição aos riscos existentes na empresa.
d) Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida –
AIDS e medidas de prevenção.
e) Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária
relativas à segurança e à saúde no trabalho.
f) Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de
controle dos riscos.
g) Organização da Cipa e outros assuntos necessários ao
exercício das atribuições da comissão.
4º – Planejar fechamento e avaliação
Para realizar a ação educativa proposta, é interessante
planejar formas de feedback do que foi trabalhado, apontando
tópicos importantes do que foi tratado. Entregar aos participantes
folder, manuais ou alguma outra forma de registro resumindo estes
tópicos é uma forma de acomodar o aprendizado, ou seja,
concretizá-lo de fato, pois estes resumos serão lidos e consultados
pelos adultos quando necessário. Além disso, preparar avaliações
referentes ao aprendizado e referentes à capacitação, avaliando
sua eficácia quanto aos objetivos a serem atingidos, é uma ação
importante em todo o tipo de proposta educativa. Não esquecendo
que é importante analisar os resultados da avaliação para fins de
planejamento futuro, para a mesma ou outras capacitações. Neste
sentido, estaremos também seguindo o pressuposto de mudança
de rumo da andragogia. Sobre este pressuposto, cabe destacar
que ele é importante ao longo do planejamento e da ação
propriamente dita, pois, às vezes, nos deparamos com “surpresas”
no dia em que a capacitação irá acontecer, tais como: falta de
algum recurso planejado, inclusão de pessoas de última hora,
mudança de local, enfim: acontecimentos imprevisíveis que
ocasionarão uma mudança das estratégias planejadas.
No caso do exemplo da Cipa, pode ocorrer de planejarmos
dentro das nossas expectativas e experiências que os participantes
serão ativos, interessados e as atividades planejadas serão
suficientes para alcançar a carga horária exigida. Digamos que
você aplicou a dinâmica de grupo que tinha a previsão de tempo de
duas horas, porém os participantes foram ágeis e concluíram em
menos de uma hora e o material sequencial não abrange esse
tempo faltante. Para lidar com este tipo de imprevisto é
fundamental um plano contingencial para atender uma sobra no
tempo.
5º – Previsão de recursos
Após planejar toda a ação educativa, é preciso atentar-se aos
recursos necessários para que o que foi planejado aconteça de
forma significativa para todos. No caso do contexto da capacitação
exemplificada, é imprescindível ter como recurso um intérprete de
Libras, para que o trabalhador que é portador de deficiência
auditiva possa acompanhar o treinamento e participar de todas as
ações propostas durante a capacitação. Também é fundamental
que o ambiente onde será realizada a capacitação tenha acesso
apropriado ao participante que é cadeirante.
O exemplo de capacitação da Cipa reflete o planejamento da
ação educativa corporativa considerando os aspetos apontados
pela andragogia. Entretanto, considera-se como educação
corporativa o processo de gestão de pessoas, conhecimento e a
articulação de uma estratégia de longo prazo para a organização.
Trata-se de algo bem mais abrangente do que um treinamento de
mão de obra.
Treinamento e desenvolvimento, por mais que utilizem
técnicas comuns, não têm o mesmo significado. Treinamento
fornece a preparação que a pessoa necessita para a realização de
tarefas específicas, enquanto desenvolvimento oferece uma visão
ampla, preparando a pessoa para desafios cada vez maiores,
trabalhando sua perspectiva profissional a médio e longo prazo. É
possível afirmar que o treinamento orienta-se pelo presente,
Linguagem corporal: expressões faciais, gestos, vestimenta e
postura diante dos participantes.
Segurança nas informações que está passando.
Tom da voz (ritmo e altura).
Forma de condução da capacitação, se o facilitador oportuniza
os questionamentos e a participação de todos.
Instruções adequadas sobre as atividades a serem
desenvolvidas individualmente ou em grupo.
Cuidado com a organização do local, com os materiais
didáticos, com a gestão do tempo, e atendimento
individualizado aos grupos quando necessário.
focando o atual cargo que o indivíduo ocupa e busca melhorar suas
habilidades e competências que têm relação direta com as tarefas
que executa, enquanto o desenvolvimento tem foco específico nos
cargos que serão ocupados no futuro e nas novas habilidades e
competências que podem ser exigidas futuramente (MARCHI;
SOUZA; CARVALHO, 2013).
Muitas capacitações de segurança do trabalho, como é o caso
do curso de Cipa, têm uma carga horária definida. Para cumprir
essa carga horária se faz necessário que lá no planejamento todas
as atividades sejam muito bem elaboradas, levando em conta o
tempo. Além disso, é importante estar atento à comunicação oral e
escrita, portanto tenha cuidado em explicar alguns termos técnicos
e siglas para que a capacitação ou o treinamento não se torne
incompreensível para quem está participando. Procure sempre
utilizar uma linguagem clara e objetiva. Além da comunicação oral e
escrita, existem também outros aspectos que devem ser
considerados, principalmente em relação ao comportamento do
educador mediador da capacitação e que fazem diferença no
momento de uma intervenção educativa com adultos, são eles:
O cuidado com o comportamento do educador nas ações
educativas de segurança e saúde o trabalho está relacionado
também ao papel de liderança motivadora, ou seja, aquele
profissional capaz de influenciar nas ações e nos comportamentos
das demais pessoas.
Uma prática utilizada por profissionais da área de treinamento
e desenvolvimento e que apresenta resultados bastante positivos é
o uso do contrato de trabalho antes de iniciar a capacitação. Neste
contrato de trabalho é importante estabelecer os objetivos, os
horários de intervalo, as expectativas e as demais ações
importantes no decorrer da capacitação. Essa é uma forma de
estabelecer algumas regras com os participantes e engajá-los com
a proposta que você irá trabalhar com eles.
Neste sentido, o manual da Fundacentro – Fundação Jorge
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho destaca
algumas práticas para os educadores que irão atuar em educação
em segurança e saúde no trabalho, são elas:
Como vimos, educar adultos é um grande desafio, pois
envolve uma série de estratégias para atrair esse público ao
propósito da capacitação ou do treinamento. No contexto da saúde
e segurança do trabalho, os treinamentos e as capacitações estão
inseridos nas práticas de disseminação sobre este tema dentro das
próprias organizações, reforçando a cultura prevencionista nas
empresas.
Treinar e capacitar pessoas é uma das competências do
técnico em segurança do trabalho, e realizar esta atividade de
forma adequada proporciona resultados positivos para a cultura
prevencionista e colabora na prevenção de acidentes e doenças
relacionados com o trabalho. Portanto, utilizar-se de conhecimentos
andragógicos para propor ações de forma eficaz e significativa é
algo a ser considerado pelo técnico em segurança do trabalho.
Para isso, procure sempre realizar um planejamento adequado
para a capacitação, pois assim você terá mais segurança no
momento de colocar em prática as suas habilidades como
multiplicador de conhecimentos.

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