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_Habilidades_PCR_Karolina Lima

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01/03/2020 Karolina Lima 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR 
 
A parada cardiorrespiratória é a ausência de atividade mecânica cardíaca, que é confirmada pela ausência de um                                 
pulso detectável, inconsciência e apneia ou respiração agônica, também chamada parada cardíaca. Temos o                           
envolvimento básico de três sistemas:  
 
● respiratório​: constituído por vias aéreas, alvéolos, veias, artérias, centro respiratório e nervos que                         
conduzem o estímulo.  
● cardiovascular​: composto por coração, artérias, veias e capilares. 
● cerebrovascular​: constituído pelo sistema nervoso central é formado por encéfalo e medula espinhal. 
 
 
 
➔ Principal determinante da PCR: 
 
 Doença cardíaca isquêmica 
 
➔ O principal ritmo de PCR em ambiente extra-hospitalar: 
 
Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular (TV), chegando a quase 80% dos eventos, com bom                                 
índice de sucesso na reversão, se prontamente tratados.  
 
➔ O principal ritmo de PCR em ambiente intra-hospitalar: 
 
Em ambiente intra-hospitalar, o ritmo de PCR mais frequente é Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) ou                                 
assistolia, com pior prognóstico e baixas taxas de sobrevida, inferiores a 17%. 
 
➔ Taxas de sobrevida após PCR: 
 
Quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5 minutos do início da PCR, a taxa de                                     
sobrevida é em torno de 50% a 70%. Outro fator contribuinte é o acesso público à desfibrilação, pois cerca de 56 a                                           
74% dos ritmos de PCREH ocorrem em FV, e a desfibrilação precoce é o tratamento de escolha. 
 
Sabe-se que, a cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito sem desfibrilação, a                             
probabilidade de sobrevivência diminui em 7 a 10%. Programas de RCP e com uso de Desfibrilador Externo                                 
Automático (DEA) precoce, realizados por leigos, têm proporcionado taxas de sobrevivência muito otimistas,                         
alcançando até 85%. 
 
Ritmos cardíacos que podem ser observados na parada cardíaca incluem os seguintes                         
:  
 
 
 
1. Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), em que o eletrocardiograma (ECG) exibe complexo QRS                           
alargado e regular, a velocidade superior a 120 batimentos por minuto (batimentos/min).  
2. A fibrilação ventricular (FV), na qual as deflexões caóticas irregulares, que variam em forma e altura, são                                   
observadas no ECG, mas não há contração ventricular coordenada.  
3. Assistolia, na qual não está presente atividade elétrica.  
4. Atividade elétrica sem pulso (AESP), na qual é visível atividade elétrica no ECG, mas os pulsos centrais                                   
estão ausentes. 
5. A TVSP e FV são ritmos chocáveis. Isto significa que a aplicação de um choque no coração por meio de                                           
esfibrilador pode resultar na cessação desse ritmo. A assistolia e AESP são ritmos não chocáveis. 
 
 Corrente de sobrevivência ​: 
 
A Corrente de Sobrevivência representa os elementos essenciais do sistema de assistência, que são                             
necessários para correlacionar a vítima de parada cardíaca súbita à sobrevivência. O tempo é crítico quando se                                 
trata de vítima de parada cardíaca súbita; um elo fraco ou em falta em qualquer Corrente de Sobrevivência pode                                     
reduzir a probabilidade de desfecho positivo. 
 
Extra-hospitalar   
    
Intra-hospitalar   
 
 
 
➔ Fatores pré-parada que influenciam a sobrevivência na PCEH incluem os seguintes: 
 
• Desempenho do profissional de RCP. 
• Tipo de parada (i. e., respiratória versus cardíaca). 
• Parada presenciada. 
 
• Idade (avançada relacionada com menor probabilidade de sobrevivência). 
• Ritmo inicial de apresentação em FV. 
• Tempos de resposta curtos na desfibrilação. 
• Localização da parada (probabilidade de sobrevivência três a quatro vezes 
superior, se a parada ocorrer em espaço público; probabilidade de 
sobrevivência seis vezes superior se a parada ocorrer no local de trabalho do 
paciente). 
• Momento do dia (o pico de incidência ocorre entre as 8 e as 10 horas da 
manhã; a sobrevivência após a alta hospitalar é mais baixa no que diz 
respeito às paradas que ocorrem entre a meia-noite e as 6 horas da 
madrugada). 
 
➔ Parada Cardíaca Intra-hospitalar 
 
As causas mais comuns de PCIH incluem arritmia cardíaca, insuficiência respiratória aguda e hipotensão com                             
deterioração previsível antes do evento — p. ex., taquipneia, taquicardia. 
 
 
 
 
➔ Sequência do SBV do adulto para profissionais da saúde 
 
Em uma situação de PCR, um recurso mnemônico pode ser utilizado para descrever os passos 
simplificados do atendimento em SBV:  
● “CABD primário”: Este mnemônico deve ser utilizado para o atendimento, após detecção da PCR: 
 
C - compressões (30 compressões),  
A - a abertura das vias aéreas 
B - boa ventilação (duas ventilações)  
 
D - à desfibrilação.  
 
1. Segurança do local 
 
Primeiramente, é necessário avaliar a segurança do local. Certificar-se que o local seja seguro para a vítima                                 
e para o socorrista, para que este não se torne uma próxima vítima. Caso o local não seja seguro (p. ex., prédio com                                             
risco de desmoronamento, via de trânsito), tornar o local seguro (p. ex., parando ou desviando o trânsito) ou                                   
remover a vítima para um local seguro. Se o local apresentar segurança, prosseguir o atendimento. 
 
2. Responsividade e respiração da vítima 
 
Avaliar a responsividade da vítima chamando-a e tocando-a nos ombros ( Figura 1). Se a vítima responder,                                 
apresentar-se e conversar com ela, perguntando se precisa de ajuda. Se a vítima não responder, avaliar sua                                 
respiração, observando se há elevação do tórax em menos de 10 segundos. Caso a vítima apresente respiração, fi                                   
car ao seu lado e aguardar para verificar sua evolução e, se necessário, chamar ajuda. Se a vítima não estiver                                       
respirando ou estiver somente com ventilações inefetivas (gasping), chamar ajuda imediatamente. 
 
3. Ajuda 
 
Em ambiente extra-hospitalar, ligar para o número local de emergência (p. ex., Sistema de Atendimento                             
Móvel de Urgência – SAMU –192) e buscar um desfibrilador automático externo (DEA), se disponível no local. Se o                                     
socorrista não estiver sozinho, pedir para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto continua o atendimento à                                   
vítima. É importante designar pessoas para que sejam responsáveis pela realização dessas funções. A pessoa que                               
ligar para o serviço médico de emergência (SME) deve estar preparada para responder a perguntas sobre a                                 
localização do incidente, as condições da vítima, o tipo de primeiro socorro que está sendo realizado etc. 
 
4. Pulso 
 
Checar o pulso carotídeo da vítima por 5 a 10 segundos. Caso apresente pulso, aplicar uma ventilação a cada                                     
5 a 6 segundos, mantendo a frequência de 10 a 12 ventilações por minuto e checar o pulso a cada dois minutos. Se o                                               
pulso da vítima não for detectado, ou em caso de dúvida, iniciar os ciclos de compressões e ventilações. Estudosmostram que tanto profissionais da saúde quanto socorristas leigos podem ter dificuldades em detectar o pulso ou                                 
podem levar muito tempo para realizá-lo, por isso, não é enfatizada a checagem de pulso. 
 
5. Compressões torácicas 
 
Os aspectos principais a serem observados nas compressões são: ​frequência, profundidade, retorno do                         
tórax a cada compressão e interrupção mínima.  
 
➔ Localização anatômica: Devem ser aplicadas de forma rápida e intensa, sobre a metade inferior do                             
esterno, na linha intermamilar no centro do tórax. Nesse ponto, coloca-se a região hipotenar da mão                               
do braço mais forte, que servirá de base para a compressão cardíaca. A outra mão deve ser colocada                                   
paralelamente sobre a primeira,mantendo os cotovelos estendidos, formando um ângulo de 90° com o                           
plano horizontal.  
 
  
  
 
As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto nos casos a seguir: se a vítima se movimentar, durante                                   
a fase de análise do desfibrilador, na chegada da equipe de resgate, no posicionamento de via aérea avançada ou se                                       
houver exaustão do socorrista. 
 
 
➔ Para realização das compressões torácicas: 
 
• Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro, para que tenha                                     
melhor estabilidade.  
• Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura estiver disponível), para deixar o tórax desnudo.  
• Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a metade inferior do esterno da vítima e a outra mão sobre a                                           
primeira, entrelaçando-a.  
• Estenda os braços e os mantenha cerca de 90º acima da vítima.  
• Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/ minuto.  
• Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com profundidade maior que 6                               
cm). 
• Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima. 
• Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações.  
• Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar o cansaço e compressões de má qualidade. 
 
 
 
6. ventilação 
 
➔ As ventilações são aplicadas após 30 compressões torácicas durante a RCP, seguindo a sequência                           
C-A-B. 
 
A prioridade para as compressões torácicas deve-se ao fato da necessidade em gerar fluxo de sangue e                                 
também evitar os atrasos práticos inerentes às tentativas de ventilações adequadas. Além disso, se a vítima possui                                 
uma via aérea patente, ocorre a chamada ventilação passiva durante as compressões torácicas. 
 
 
 
 
➔ Ciclos de 30 compressões e 2 ventilações 
 
Iniciar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações , considerando que existe um dispositivo de barreira (p.                                 
ex., máscara de bolso para aplicar as ventilações). Compressões torácicas efetivas são essenciais para promover o                               
fluxo de sangue, devendo ser realizadas em todos os pacientes com PCR.  
 
 
 
➔ A hiperventilação é contraindicada, pois pode aumentar a pressão intra-torácica, diminuindo a                       
pré-carga e o Débito Cardíaco (DC), e comprometendo a sobrevida 
 
7. Abertura das Vias Aéreas  
 
Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações, é necessária a abertura de via aérea, que                             
pode ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo e, se houver suspeita de trauma, a                                         
manobra de elevação do ângulo da mandíbula. 
 
 
 
➔ Ventilação com Bolsa-Válvula-Máscara 
 
O uso da BVM requer considerável prática e deve ser feito na presença de dois socorristas: um responsável                                   
pelas compressões e outro por aplicar as ventilações com o dispositivo. Se disponível oxigênio complementar,                             
conecte-o na BVM, assim que possível, de modo a oferecer maior porcentagem de oxigênio para a vítima. 
 
  
 
 
 
 
➔ Ventilação com Via Aérea Avançada  
 
Quando uma via aérea avançada (por exemplo, intubação endotraqueal, Combitube®, Máscara Laríngea)                       
estiver instalada, o primeiro socorrista deve administrar compressões torácicas contínuas e o segundo socorrista,                           
aplicar uma ventilação a cada 6 segundos − cerca de 10 ventilações por minuto.  
Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso de via aérea avançada instalada. 
 
➔ Ventilação em Vítima em Parada Respiratória  
 
Vítima que não respira ou respira de forma ineficaz (gasping), porém apresenta pulso palpável, encontra-se                             
em parada respiratória.  
 
➔ Nesses casos, realize uma ventilação a cada 5 a 6 segundos (aproximadamente 10 a 12 ventilações                               
por minuto) para vítimas adultas.33 O pulso deve ser checado a cada 2 minutos, com a finalidade de                                   
verificar se a parada respiratória progrediu para uma PCR, necessitando de RCP. 
 
DESFIBRILAÇÃO   
: 
 
➔ Desfibrilação precoce é o tratamento para vítimas em FV e TV sem pulso (TVSP) de curta duração,                                 
que apresentaram colapso súbito em ambiente extra-hospitalar, sendo este o principal ritmo de PCR                           
nesses locais. 
 
A Desfibrilação pode ser realizada com um equipamento manual ou o DEA. Este último pode ser utilizado                                   
por qualquer pessoa, assim que possível.  
 
Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV), o coração se encontra altamente propício ao choque. 
Após 5 minutos de PCR, a amplitude da FV diminui devido à depleção do substrato energético miocárdico.                                 
Assim, o tempo ideal para a aplicação do primeiro choque compreende os primeiros 3 a 5 minutos da PCR. 
 
 
O DEA é um aparelho eletrônico portátil que desencadeia um choque elétrico com corrente contínua sobre                                 
o tórax da vítima.O choque determinará uma assistolia elétrica em todo o miocárdio, permitindo que o sistema de                                   
condução elétrica intracardíaco possa reassumir de forma organizada a despolarização miocárdica e o ritmo                           
cardíaco organizado. 
 
 O DEA deve ser utilizado assim que disponível.  
 
Recomenda-se que a RCP seja fornecida enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o DEA esteja                                     
pronto para analisar o ritmo.  
 
Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista, se estiver sozinho, deve parar a RCP para conectar o                                   
aparelho à vítima. Porém, se houver mais de um socorrista, o segundo socorrista manuseia o DEA e, nesse caso, a                                       
RCP só é interrompida quando o DEA emitir um alerta verbal como: “analisando o ritmo cardíaco”, “não toque o                                     
paciente” e/ou “choque” recomendado, carregando, afaste-se do paciente”.  
 
 
 
 
 
 
 
LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA     
: 
 
 
  
 
TÉCNICA   
: 
 
➔ Os passos para utilização do DEA são descritos a seguir:  
 
1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off (alguns dispositivos ligam automaticamente ao abrir a                             
tampa). Isso ativa os alertas verbais que orientam todas as etapas subsequentes.  
2. Conecte as pás (eletrodos) ao tórax desnudo da vítima, observando o desenho contido nas                             
próprias pás doposicionamento correto (selecionar pás do tamanho correto, adulto ou pediátrico,                         
para o tamanho/idade do paciente. Remover o papel adesivo protetor das pás).  
3. Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao aparelho.  
 
4. Quando o DEA indicar “analisando o ritmo cardíaco, não toque no paciente”, solicitar para que                               
todos se afastem efetivamente.  
5. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: “choque recomendado, afaste-se do paciente”. O                                 
socorrista que estiver manuseando o DEA deve solicitar para que todos se afastem.  
6. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para aplicar o choque, o qual produz uma contração                               
repentina dos músculos do paciente.  
7. A RCP deve ser iniciada pelas compressões torácicas, imediatamente após o choque. A cada 2                               
minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode indicar novo choque, se necessário. Se não indicar                                 
choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, caso a vítima não retome a consciência.  
8. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás não devem                                     
ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o caso.  
9. Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já apresentar respiração normal e pulso, o                                 
socorrista pode lateralizar a vítima , porém deve permanecer no local até que o serviço médico de                                 
emergência chegue. Posicionamento anterolateral: remova as roupas e descubra a vítima, coloque                       
uma pá imediatamente abaixo da clavícula direita. Coloque a outra pá ao lado do mamilo esquerdo,                               
com a borda superior da pá alguns centímetros abaixo da axila. Posicionamento anteroposterior:                         
deixe o tórax desnudo. Aplique uma pá do DEA no lado esquerdo do tórax, entre o lado esquerdo do                                     
esterno e o mamilo esquerdo, e a outra no lado esquerdo das costas, próximo à coluna. 
 
➔ Quando indicado pelo DEA, o choque inicial será de 360 J (monofásico) ou na energia máxima equivalente                                 
nos aparelhos bifásicos (entre 150 e 200 J). 
 
➔ Não há evidência de superioridade entre o choque bifásico e o monofásico, assim como não há diferença                                 
entre as formas de liberação do choque (onda truncada ou exponencial) no que se refere à reversão da PCR                                     
e da sobrevida. 
 
➔ No momento do choque, o socorrista deve se certificar de que ninguém está em contato com a vítima. 
 
➔ Quando ocorrer uma mudança do ritmo, o aparelho não indica o choque, devendo-se checar o pulso após 2                                   
minutos de RCP. Se o pulso estiver presente, houve reversão da PCR, devendo-se manter suporte                             
ventilatório até a chegada do sistema de emergência (lembrar de checar novamente a cada 2 minutos). Se                                 
ausente, as manobras de RCP devem ser mantidas por mais dois minutos até uma nova checagem de ritmo                                   
pelo desfibrilador. 
➔ O uso de choques sucessivos e com energias progressivamente maiores não é mais recomendado.  
 
➔ Quando o evento é atendido pelo sistema de emergência e não recebeu o suporte básico de vida até o 4o ou                                         
5o minuto da PCR: 
• o choque pode ser indicado imediatamente ou 
• realizar 2 minutos de RCP (5 ciclos de compressão + ventilação) seguida da desfibrilação. 
O nível de evidência a favor ou contra a realização da RCP (5 ciclos de compressão + ventilação) ainda é insuficiente. 
 
➔ Detecção de FV/TV 
 
O desfibrilador automático/semiautomático possui um programa que lhe permite identificar e reconhecer os                         
ritmos de FV e TV, indicando então o choque.  
Se o ritmo presente não for uma TV ou FV, o aparelho não indicará o choque, cabendo ao socorrista manter                                       
a massagem cardíaca e as ventilações. 
 
Através da identificação do ritmo cardíaco pelas pás, podemos dividir a PCR em duas modalidades: 
 
● Ritmos que merecem choque imediato: FV ou TV sem pulso. 
● Ritmos que não devem receber desfibrilação: assistolia ou atividade elétrica sem pulso. 
 
 Desfibrilação – PCR em FV/TV sem pulso ​: 
 
A forma mais frequente de atividade elétrica inicial na PCR extra-hospitalar é a fibrilação ventricular. A                               
taquicardia ventricular sem pulso também é comum, porém frequentemente degenera-se para FV. Ambas, somadas,                           
são responsáveis por até 80% dos casos de morte súbita e são os ritmos elétricos de melhor prognóstico para                                     
reversão, desde que tratadas adequadamente e em tempo hábil. 
 
 
 
 
➔ O momento do choque ainda é um tema controverso.  
 
➔ Quando o evento é atendido pelo sistema de emergência e não recebeu o suporte básico de vida até o 4o ou                                         
5o minuto da PCR: 
 
● o choque pode ser indicado imediatamente ou 
● realizar 2 minutos de RCP (5 ciclos de compressão + ventilação) seguida da desfibrilação. 
● O nível de evidência a favor ou contra a realização da RCP (5 ciclos de compressão + ventilação)                                   
ainda é insuficiente. 
● Em geral, a recomendação é evitar o máximo possível a descontinuação das compressões torácicas e                             
aplicar o choque o mais rápido posível. 
● O choque deverá ser de 360 J do monofásico ou na dose equivalente do bifásico (150 a 200 J). 
● Imediatamente após o choque, deve-se realizar 2 minutos de RCP (5 ciclos 30:2 de compressão e                               
ventilação). Após esse período, avalia-se novamente o ritmo, aplicando-se o choque ou não, e assim                             
sucessivamente 
● As drogas podem ser aplicadas durante o período em que se carrega o desfibrilador ou após o                                 
choque. O uso de um vasopressor durante o atendimento da parada se faz necessário, pois                             
determina melhora do retorno venoso e da perfusão coronariana. 
➔ A sequência de atendimento da FV/TV sem pulso deve obedecer a seguinte ordem: 
 
Epinefrina ou vasopressina 
 
● Inicialmente, a primeira droga a ser utilizada na PCR (FV/TV sem pulso, assistolia ou atividade elétrica sem                                 
pulso) é a epinefrina e/ou a vasopressina.  
● A dose de epinefrina é de 1 mg a cada 3 a 5 minutos por via venosa ou intraóssea ou na dose equivalente através                                               
da cânula endotraqueal; 
● e a vasopressina deve ser utilizada em única dose de 40 U.  
● A vasopressina pode ser utilizada em substituição à primeira ou segunda dose da adrenalina ou como droga                                 
inicial. 
 
Amiodarona 
 
● A primeira droga antiarrítmica a ser utilizada é a amiodarona.  
● Deve ser utilizada na dose de 300 mg EV em bolo, podendo ser repetida mais uma dose de 150 mg.  
● A manutenção após retorno de ritmo com pulso é de 1 mg por minuto por 6 horas e 0,5 mg por minuto por mais                                               
18 horas.  
● A amiodarona mostrou-se superior à lidocaína na FV/TV refratária no atendimento extra-hospitalar, quanto à                           
sobrevida na admissão hospitalar; no entanto, a mortalidade intra-hospitalar não foi diferente nos dois grupos.  
● A lidocaína é aceita apenas se a amiodarona não estiver disponível.  
● O sulfato de magnésio é indicado em torsades de pointes (intervalo QT longo) na dose de 1-2 g por EV.● As drogas utilizadas na PCR e suas respectivas doses estão listadas na Tabela 1. 
 
 
 
 
Quando ocorrer a reversão da arritmia, em qualquer momento durante a PCR, uma dose de manutenção do                                 
antiarrítmico utilizado pode ser administrada por 12-24 horas para evitar a recidiva da arritmia. 
 
 
 
 ​Algoritmo do tratamento da parada cardiorrespiratória em fibrilação ventricular/taquicardia 
ventricular (FV/TV) sem pulso. * A cada 2 minutos, analise o ritmo cardíaco; ** Considerar via aérea 
avançada; *** Causas reversíveis. FV: fibrilação ventricular; RCP: ressuscitação cardiopulmonar; SBV: 
Suporte Básico de Vida; SF: solução fisiológica; TV: taquicardia ventricular 
 
 Atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia ​: 
 
Após a colocação das pás no tórax da vítima, a identificação de qualquer atividade elétrica diferente das atividades 
de FV/TV sem pulso caracteriza uma PCR em ritmo não passível de choque (AESP ou assistolia). 
 
A AESP se caracteriza por um ritmo elétrico que usualmente deveria estar associado a pulso central. São várias as                                     
atividades elétricas englobadas nessa definição (dissociação eletromecânica, pseudodissociação eletromecânica,                 
ritmo idioventricular e outros), mas o tratamento é o mesmo para todos esses ritmos.  
 
 
Geralmente existe algum fator impedindo o acoplamento entre a atividade elétrica organizada do miocárdio e a                               
contração muscular efetiva que deveria resultar dessa atividade elétrica.  
 
O tratamento da AESP nunca deve ser realizado por meio de choque, pois já existe uma atividade elétrica                                   
ventricular organizada potencialmente capaz de gerar pulso central. O choque poderia desorganizá-la, gerando mais                           
um problema durante o atendimento.  
 
Como as pás do desfibrilador não serão mais utilizadas após identificação do ritmo, aplica-se o suporte avançado de                                   
vida ao doente.  
 
Uma atitude clínica importante no tratamento da AESP é a determinação da sua causa e aplicação do tratamento                                   
específico.  
 
São dez as causas reversíveis e podemos nomeá-las de forma simples para memorização como 5H e 5T: 
 
 
O tratamento da(s) causa(s) da AESP é o fator principal determinante da reversão do quadro. Caso não se encontre                                     
uma dessas causas durante o atendimento, a chance de reversão da PCR fica muito prejudicada. A principal e mais                                     
frequente causa de AESP é a hipovolemia, que deve, sempre que possível, ser tratada pela administração de volume                                   
endovenoso.  
 
A assistolia é a forma de pior prognóstico, caracterizando a ausência de atividade elétrica no coração. Todo cuidado                                   
na identificação desse ritmo é pouco, pois até 10% dos ritmos identificados inicialmente como assistolia pelas pás                                 
apresentavam como ritmo de base verdadeiro a FV. Isso pode ocorrer porque o eixo elétrico resultante da FV pode                                     
ser, naquele momento, perpendicular à derivação da monitorização pelas pás, gerando um ritmo isoelétrico no                             
monitor (assistolia).  
Problemas técnicos, como cabos ou eletrodos desconexos, também podem determinar o erro diagnóstico. A FV fina                               
também pode induzir ao diagnóstico errôneo de assistolia.  
 
Assim, para a confirmação diagnóstica da assistolia, deve-se proceder ao protocolo da linha reta, que consiste em                                 
checar a conexão dos eletrodos, aumentar o ganho do monitor cardíaco e finalmente checar o ritmo em duas                                   
derivações. Confirmada a assistolia, prossegue-se o atendimento.  
 
 
O uso do marca-passo transcutâneo na assistolia não é mais indicado. A primeira droga a ser administrada na AESP                                     
e na assistolia pode ser a epinefrina (1 mg/ dose, a cada 3-5 minutos) ou a vasopressina (40 U, dose única); 
 
 a vasopressina pode ser aplicada como primeira droga ou em substituição à primeira ou segunda dose da epinefrina.  
 
Nas recomendações atuais do tratamento da AESP e da assistolia, o uso de atropina não é mais indicado por ser                                       
considerada medida terapêutica fútil. 
 
 ​Algoritmo do tratamento da parada cardiorrespiratória em atividade elétrica sem pulso (AESP) ou assistolia. 
* Monitor evidenciando ritmo cardíaco; † Monitor evidenciando traçado em linha reta; ‡ Considerar via aérea 
avançada para reversão de causas desencadeantes como hipoventilação, hipóxia e obstrução de via aérea; § 
Causas passíveis de tratamento para o retorno a circulação espontânea. SBV: Suporte Básico de Vida. 
 
 
 
 Uso do Desfibriladores Externos Automáticos em Situações Especiais ​:  
 
As situações especiais a seguir podem exigir que o socorrista tenha cautela na colocação das pás ao usar um                                     
DEA:  
• Excesso de pelos no tórax:​ remover o excesso de pelos, somente da região onde são posicionadas as pás. 
• Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela estiver sobre uma poça                                     
d’água não há problema, porém se essa poça também envolver o socorrista, remover a vítima para outro local, o mais                                       
rápido possível.  
• Marca-passo ou Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI)​: se estiver na região onde é indicado o                             
local para aplicação das pás, afaste-as ou opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior, por                             
exemplo).56,57  
 
• Adesivos de medicamentos: ​remover o adesivo se estiver no local onde são aplicadas as pás do DEA;                                   
enxugue, se necessário.  
• Crianças com até 25 kg: utilizar o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se o kit DEA                                       
possuir somente pás de adulto, está autorizada a utilização delas, porém se o tórax for estreito, pode ser                                   
necessária a aplicação de uma pá na região anterior do tórax (sobre o esterno) e outra na região posterior do tórax                                         
(entre as escápulas), para que não se sobreponham. As pás infantis não devem ser utilizadas em adultos, pois o                                     
choque aplicado é insuficiente.61,62 
• Lactentes (zero a 1 ano): um desfibrilador manual é preferível, porém, se não estiver disponível, utilize                                 
o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se este também não estiver disponível, utilize as pás de                                     
adulto, uma posicionada anteriormente (sobre o esterno) e a outra posteriormente (entre as escápulas). O prejuízo                               
para o miocárdio é mínimo e há bons benefícios neurológicos. 
 
Suporte Básico de Vida para profissionais de saúde. DEA: desfibrilador externo automático; RCP: 
ressuscitação cardiopulmonar; SAV: Suporte Avançado de Vida 
 
 
 
 
Suporte básico de vida para leigos. DEA: desfibrilador externo automático; RCP: ressuscitação 
cardiopulmonar; SAV: Suporte Avançado de Vida 
 
 
 
 Cuidados pós-ressuscitação ​: 
 
1. Verifique o correto posicionamento do tubo traqueal, a ausculta pulmonar e a saturação. Coloque o                               
paciente sob ventilação mecânica. Considere a sedação. Analise as possíveis complicaçõesda intubação orotraqueal                           
(pneumotórax, fratura de costela, fratura de esterno, mau posicionamento do tubo). Mantenha a saturação de                             
oxigênio acima de 94% e evite a hiperventilação. 
2. Verifique os sinais vitais (pulso e pressão arterial). Considere o uso de soro fisiológico, glicosado, drogas                                 
vasoativas etc. A hipotensão arterial deve ser imediatamente tratada. 
3. Considere as sondagens vesical e nasogástrica. 
4. Prescreva um antiarrítmico de manutenção. 
5. Busque as causas da parada cardiorrespiratória. Solicite exames laboratoriais, de imagem e ECG.                           
Verifique o histórico clínico. 
6. Considere a realização de angioplastia primária. 
7. Considere a realização de hipotermia induzida. 
8. Solicite vaga em unidade de terapia intensiva. 
 
 
 
 Referências ​: 
 
Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS, Siqueira AWS, Piscopo A et al. Atualização da Diretriz de                                   
Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras                             
Cardiol. 2019; 113(3):449-663 
 
ACLS — Suporte Avançado de Vida em Cardiologia QUINTA EDIÇÃO Barbara Aehlert, MSEd, BSPA, RN 
 
TREINAMENTO DE EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA _                   
CURSO OFICIAL DA SBC 
 
Emergências clínicas : abordagem prática / Herlon Saraiva Martins...[et al.]. -- 10. ed. rev. e atual. -- Barueri, SP :                                       
Manole, 2015. 
 
Procedimentos em emergências / Augusto Scalabrini Neto … [et al.]. -- 2. ed. Barueri, SP : Manole, 2016.

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