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Propedêutica Joelho e Tornozelo

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Propedêutica: Lesões Ligamentares do Joelho 
e tornozelo 
 
 
Aspectos Anatômicos e Funcionais 
do Joelho: 
O joelho é uma articulação de transição: 
formado por 2 ossos longos que são 
potentes alavancas, aumentando a 
prevalência de lesões nesta região. 
 
Ligamentos: realizam a estabilização 
na região do joelho 
Ligamento Colateral Medial: estabiliza 
o deslocamento na região do joelho para 
a região medial, protege para o 
deslocamento em valgo. 
 
Ligamento Colateral Lateral: 
estabiliza o deslocamento na região do 
joelho para a região lateral, tem função 
oposta ao LCM, protege para o 
deslocamento em varo. 
 
Ligamento Cruzado Anterior: sua 
função é impedir a anteriorização da 
tíbia em relação ao fêmur ou a posterior 
do fêmur em relação a tíbia, ou seja, que 
o fêmur vá para trás em relação a tíbia 
(ele se localiza de trás para frente 
formando um ‘’X’’)→ Impedir translação 
anterior da tíbia em relação ao fêmur. 
Mecanismo de Lesão: envolve o 
mecanismo de ‘’giro’’ com 
 
anteriorização da tíbia, uma semi-flexão 
de joelho associado a ocorrência de 
valgo, a condição em que o pé está fixo 
no chão e o fêmur roda sobre a tíbia, 
e a tíbia permanece se deslocando 
anteriormente, formando a posição de 
valgo, promove estiramento da fibra do 
LCA. 
• Ocorre: estalido, dor e edema 
nas primeiras 24 horas; 
• Associado aos mecanismos 
de trauma: rotação do joelho 
com pé fixado ao solo; 
• estresse em valgo + rotação 
lateral do joelho ou 
hiperextensão + rotação medial 
do joelho => comum em atletas 
de salto. 
 
Tríade Infeliz: 
- LCA + LCM + Menisco Medial 
(avulsão de LCA no ponto de fixação 
dele na região do platô tibial, onde 
se encontra o menisco medial) 
- Reparo cirúrgico dos dois 
ligamentos ou apenas do LCA. 
Por que a tríade infeliz acontece? 
O LCA e o LCM estabilizam o 
mesmo mecanismo lesivo que é o 
valgo, ao fazer uma lesão de LCA 
por meio de uma mecânica que 
 
 
envolve o valgo de joelho, estira-se 
o LCM. Então é muito comum, o 
paciente que teve lesão de LCA ter 
ruptura parcial e as vezes completa 
de LCM. 
 
Cirurgia: 
Intervenção cirúrgica pode ou não 
ser indicada 
Indicação inclui fatores como: idade, 
nível de atividade física e desejo de 
retornar ao esporte. 
Pré Operatório de LCA é bem 
sustentado e ortopedistas dão valor, 
pois quanto melhor funcionalmente 
o paciente vai para a cirurgia, menos 
complicações tem no pós cirúrgico, 
em particular a inibição do 
quadríceps (que geralmente é uma 
complicação importante). 
 
Observação: é muito comum pós 
lesão, quando paciente está com 
edema intrarticular, que de negativo 
em todos os testes de instabilidade, 
pois o edema impede a 
movimentação articular, impedindo 
que os sinais de instabilidade 
articular apareçam. 
 
 
 
Ligamento Cruzado Posterior: sua 
função é antagônica ao LCA, impede a 
tíbia de se posteriorizar em relação ao 
fêmur. 
- São relativamente raras no esporte; 
- Intervenção cirúrgica é recomendada 
somente quando há instabilidade; 
- A reparação cirúrgica possui 
peculiaridades em relação a cirurgia de 
reconstrução do LCA. 
- Enxerto possui tempo de reparação 
mais lento (cerca de 6 meses) 
- Programa de reabilitação mais 
demorado 
- Cuidado com exercícios resistidos para 
os músculos flexores do joelho 
 
 
Entre as lesões ligamentares destaca-
se: Ligamento Cruzado Anterior 
 
 
(LCA), é a segunda lesão de MMII mais 
prevalente, juntamente com a lesão do 
ligamento talo fibular anterior 
(tornozelo). 
 
 
Em particular acomete indivíduos mais 
jovens que praticam algum tipo de 
esporte, que envolvem gestos que 
incluem corrida, saltos e mudanças de 
direção, ex: futebol, basquete, 
handboll. 
 
Por que o joelho é uma articulação 
com alto índice de lesão ligamentar? 
Basicamente ao olhar para anatomia do 
joelho, é uma alavanca que liga dois 
ossos grandes, os dois maiores ossos 
de MMII (fêmur e tíbia), que irão fazer 
uma potente alavanca na articulação 
do joelho, e assim, há uma alta carga 
nas estruturas na região do joelho, 
gerando lesões. 
 
Graus de Lesões Ligamentares: 
Grau 1: paciente teve apenas um 
estiramento ligamentar, com pouca ou 
quase nenhuma ruptura de fibras 
ligamentares. 
Grau 2: paciente apresenta ruptura de 
fibras ligamentares, parcial ou total. 
Grau 3: paciente tem ruptura completa 
das fibras ligamentares. 
 
É muito comum que os ligamentos 
sofram lesões por avulsão, que é a 
desruptura do ponto de implantação do 
ligamento na região do osso subcondral 
(comum nas lesões ligamentares do 
LCA). 
 
 
 
Propedêutica: 
Anamnese: mecanismo de trauma 
(quando atleta/indivíduo tem uma lesão 
ligamentar e sabe dizer como ocorreu). 
Tempo de lesão (quanto mais tempo se 
passa sem reabilitação maior a chance 
do paciente produzir tecido fibrótico e 
rigidez articular)→ Assim que ocorre 
lesão é recomendado dar início a 
fisioterapia. 
Acometimento de outros tecidos 
Fase da lesão (caracterizar se o 
paciente está em fase aguda ou 
subaguda da lesão). 
 
Inspeção: sinais inflamatórios, trofismo 
(principalmente inibição do quadríceps) 
e características do local 
Palpação: pontos de tensão e 
mobilidade patelar 
- ADM, força muscular, testes especiais 
e funcionais. 
 
Aula: Joelho parte 2 
Dor Patelo Femoral: paciente que 
refere dor na região antero medial do 
 
 
joelho, mais comum em mulheres, 
principalmente pela presença do valgo 
relacionado ao ângulo de implantação 
do quadril no fêmur. 
Disfunção associada ao movimento; 
Mecanismo: associada a 
impactação/compressão causada pelo 
tensionamento do tendão patelar que 
traciona a patela em direção a região da 
fossa patelar. Então ao ter um ângulo 
em extensão do joelho, o contato da 
patela com o fêmur é baixo, entre 90 e 
60 graus de flexão, é o ângulo que 
promove maior contato entre a patela 
e a fossa patelar, e nos últimos 30 
graus de flexão está acima do encaixe 
da fossa patelar. 
135 graus: baixo contato com o femur. 
Extensão completa: repouso patelar 
Extensão é a condição em que o 
paciente não tem dor, ao flexionar irá 
relatar dor femoro-patelar, 
principalmente entre 90 e 60 graus onde 
a força do quadríceps é maior. 
Origem: fraqueza do complexo póstero 
lateral do quadril e pronação da passada 
associada a fraqueza de contração 
excêntrica de quadríceps. 
 
Ângulo Q: olha-se para o ângulo 
formado entre crista ilíaca, patela e tíbia, 
é um ângulo relacionado a patela e não 
ao joelho. 
Ao falar de ângulo Q aumentado, é um 
deslocamento da patela em força lateral 
do quadríceps→ devido a borda inferior 
da patela lateralizar. 
 
 
Fatores que afetam o alinhamento/ 
compressão da patela: ângulo Q, 
embora tenha pessoas com o ângulo Q 
aumentado sem dor patelo femoral. 
O que mais associa a dor patelo-femoral 
é a ocorrência do valgo dinâmico, que é 
a fraqueza do complexo póstero lateral 
do quadril, identificado pelo teste de 
trendelemburg, jump test ou hop test. 
 
Avaliação e Fatores Protetores a dor 
patelo-femoral: 
- Importância do vasto medial→ em 
particular as fibras obliquas do vasto 
medial, quando elas se contraem 
juntamente com o trato iliotibial, 
formam um equilíbrio de forças que 
mantem a patela alinhada, mas quando 
paciente tem uma tensão excessiva 
em adutores e excessiva na região do 
retináculo, ocorre uma lateralização da 
patela, que promove a dor patelo-
femoral. 
As quatro setas na imagem (vetores de 
força), são importantes para ter um 
alinhamento patelar, assim como, a 
força do quadríceps. 
 
 
 
 
- Importante: ao reabilitar um paciente 
com dor patelo femoral, que tem o 
ângulo Q aumentado, deve-se ativar 
vasto medial, alongar trato iliotibial, 
fortalecimento de tibial anterior, 
musculatura medial de MMII, 
fortalecimento de dorsiflexores, 
mobilidade de dorsiflexores e analisarforça dos fibulares e tensão (liberação). 
 
Por que o valgo dinâmico é um fator 
importante? 
Pois, ao produzir o valgo, a patela é 
lateralizada aumentando a compressão 
na região da fossa patelar, sendo assim, 
ele é importante na relação com a 
origem da dor patelo-femoral. 
 
Disfunções Musculoesqueléticas: 
Lesões ligamentares, lesões meniscais, 
luxação patelar, disfunção patelo-
femoral e dor antero medial do joelho 
(relação com estabilidade e alinhamento 
articular). 
Tornozelo 
Principal lesão que acomete o 
tornozelo: entorse por inversão→ Tem 
maior prevalência acometendo o 
ligamento talo-fibular anterior e 
calcâneo fibular anterior. 
 
Mecanismo de Lesão: ao fazer uma 
entorse em inversão, o talus tende a 
seguir para frente, há a pinça maleolar 
entre os maléolos medial e lateral que 
ao pisar em dorsiflexão ela fecha e 
estabiliza o talus, mas ao realizar a 
plantiflexão associada a supinação 
que é o movimento de inversão, ela se 
abre e permite que o talus se anteriorize, 
levando a entorse e as lesões 
ligamentares. 
 
Entorse em eversão é mais incomum, 
geralmente ocorre em atividades 
esportivas e irá ter uma relação com 
trauma de alta magnitude. 
Qual o problema da entorse em 
eversão? 
O ligamento lesado, é o deltoide, que 
basicamente fixa a região do maléolo 
medial na região do calcâneo, faz 
interligação entre as duas regiões, 
quando a entorse ocorre, há tendencia 
em produzir uma lesão em avulsão. 
 
 
Instabilidade Funcional de Tornozelo: 
quando paciente tem entorse em 
inversão e por conta da lesão ligamentar 
produz uma disfunção proprioceptiva 
(dificuldade na percepção do tornozelo 
no espaço)→ Sensação de falseio. 
Deve-se realizar o teste de gaveta 
anterior de tornozelo para verificar se há 
lesão e Y Balance Test para verificar se 
há a instabilidade funcional e déficit 
proprioceptivo.

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