Buscar

Privacidade Hackeada

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
ALUNA: EMANUELLY PEREIRA DA SILVA FERREIRA
AULA DE: CIÊNCIA E ARTE
Privacidade Hackeada
	Privacidade hackeada é uma obra documental original da Netflix que mostra a ascensão e queda da Cambridge Analytica , uma empresa de inteligência de negócios que ficou conhecida por utilizar dados pessoais dos usuários para influenciar nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e a votação para a saída da Inglaterra da União Europeia. O documentário acompanha e discute sob o ponto de vista de vários personagens o escândalo de roubo de dados em que o Facebook fora acusado, após a empresa Cambridge Analytica coletar dados de mais de 87 bilhões de usuários sem consentimento. O tipo de algoritmo utilizado pela empresa cria bolhas de realidades, onde qualquer absurdo se torna verdade manipulando e moldando opiniões públicas acerca dos mais diversos temas. O escândalo levou ao primeiro depoimento do CEO do facebook, Mark Zuckerberg, perante o congresso americano , e provocou investigações no Reino Unido, na Índia e no Brasil. Privacidade hackeada revela uma leva perigosa, colocando a ferramenta de coleta de dados como um real risco a democracia. A coleta de dados em perfis sociais vem sendo utilizada por diversas plataformas digitais como a Google, Facebook, Twitter, Spotify e Youtube para moldar o conteúdo de mais interesse a pessoa em particular
	Há uma famosa frase que afirma ´´se você não está pagando para usar, é porque você é o produto´´. Ao aceitar os termos de usuários durante o cadastro em alguma rede social ou aplicativos, o usuário estará aceitando que a rede social em questão possa coletar seus dados pessoais ( nome, endereço, telefone, grau de escolaridade e etc) , todas as suas informações que passam pela plataforma e garante que a rede social possa vender os dados para anunciantes (que irão criar propagandas especiais para você). Os algoritmos coletam desde suas curtidas, até suas mensagens privadas para moldar o perfil de sua personalidade e prever as coisas que poderá ter interesse. E, foi por essa importante porta de entrada que a CA utilizou os dados e manipulou informações para ajudar a eleger Donald Trump através da identificação de eleitores, criação de anúncios, comunicações estratégicas em discursos e onde fazer as paradas de campanhas , culminando assim na eleição de Trump em 2016. A partir disso, o documentário nos faz uma pergunta: será que temos realmente liberdade de escolha?
	Uma das concepções do mundo contemporâneo é de que temos o livre-arbítrio e devemos ser responsáveis pelos nossos atos. Tal paradoxo vem da moral e doutrina crista que rege a sociedade, pregando um Deus onisciente e onipresente, afirmando que somos livres para cometer pecados, porém eles só serão praticados pois houve o consentimento de Deus. Esta ideia de que Ele controla e sabe de tudo serve de base para algumas teorias da conspiração como: cultos satânicos, illuminatis e a nova ordem mundial, onde todas elas citadas afirmam que a democracia são ilusões criada por um governo ou organização secreta para tornar a massa dormente e mansa
	Em privacidade hackeada, a CA através de um aplicativo de ´´teste de personalidade´´ aproveitou da permissão especial do facebook e coletou dados das pessoas que fizeram o quiz de personalidades e de seus amigos fazendo assim, um perfil completo e individual para cada pessoa. Com 5000 pontos de analises conseguiram definir quase toda a visão de mundo das vitimas, seus medos e se a pessoa em questão teria, ou não, chances de serem manipuladas. A partir dos ideias e do medo das pessoas através dos dados A Cambridge Analytica vendeu seus conhecimentos para diversos partidos políticos em todo mundo e criou grandes campanhas com fake News para cada realidade individual, onde seus medos estavam prestes a se concretizarem e a solução seria votar em alguém especifico. Um dos casos evidenciados no documentário foi o de Trindade e Tobago, onde a empresa fora contratada para trabalhar a favor do partido da comunidade indiana nas votações para a Câmera dos Representantes. Ao estudar o país, a CA descobriu o sentimento de exclusão politica compartilhados entre os jovens. A empresa acentuou tal sensação através da campanha ´´Do So´´ que repudiava o fazer politico e incentivava o ato de não votar como uma forma de rebeldia contra o Estado. Em consequência de perfis falsos da CA a ideia entre a juventude negra do pais começou a se espalhar e ser aceita, causando o aparecimento de líderes e comícios. Na votação, o resultado foi como o manipulado e a abstenção dos jovens negros participantes do ´´Do So´´ diminui em 6% o numero dos eleitores negros que apareceram para votar. Por outro lado a população jovem indiana vota massivamente a mando de seu país, conseguindo eleger seis representantes a mais na câmera. Apesar dos lideres que surgiram do ´´Do So´´ fossem reais, ainda fica questionável o quanto da vontade deles eram reais e o quanto fora modulado pela campanha da empresa
	A mesma duvida persiste em outros processos ´´Democráticos´´ do mundo que foram influenciados pelos estudos de dados da Cambridge: A campanha do Brexit relacionada a saída do Reino Unido da União Europeia, a eleição de Donald Trump nos EUA e do candidato do partido BJP na índia, além de outros processos na Austrália, Quênia, México e em Malta. Privacidade Hackeada não critica os resultados das votações, mas nos faz questionar o processo em que levou aos resultados em si. E assim como o paradoxo do mantra cristão, nos faz perguntar se tem como identificar se nossas opiniões, posições e decisões são mesmo livres ou foram manipuladas como uma falsa democracia velada.

Continue navegando