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SÉCULO XX: ESCOLA DOS ANNALES 
 
Durante o século XIX e parte do século XIX o modo positivista de fazer 
história foi o dominante. Uma reação a esse tipo de historiografia foi o 
movimento conhecido como Escola dos Annales, um dos mais importantes 
do século XX e que ajudou a alterar significativamente a maneira de se 
pensar e de se fazer História. 
As principais preocupações dos historiadores dos Annales eram: (p. 
49) 
 
 O intercâmbio com as Ciências Sociais, o que ampliou as 
possibilidades de pesquisa e permitiu à História utilizar novos 
métodos, conceitos, problemas e temas de pesquisa; 
 A negação da história tradicional positivista, ampliando os tipos 
de registros históricos a serem analisados pelos historiadores, 
sem se restringir apenas aos documentos oficiais. O documento 
escrito deixa de ser o cerne da análise historiográfica (p.51 e p. 
55); 
 Oposição a uma história restrita à história política, com atenção 
a todas as atividades humanas, dando ênfase aos aspectos 
coletivos e sociais e não apenas a eventos isolados e centrados 
nas elites (p. 50); 
 Crítica à história-narração, que consistia em mero amontoados 
de fatos sem a perspectiva de um viés crítico (p. 55); 
 Introdução da noção de história-problema, através da 
introdução de problemáticas e hipóteses de trabalho, 
diferentemente do viés utilizado pela escola metódica (p.55). 
 
 
Outra mudança importante trazida por esse movimento diz respeito a 
novas concepções sobre o tempo. Antes, havia apenas a perspectiva de 
tempo linear, sequencial e cronológica, que passa ser substituída por outras 
dimensões temporais (p. 52): 
 
CURTA DURAÇÃO - 
acontecimentos 
MÉDIA DURAÇÃO - 
conjunturas 
LONGA DURAÇÃO - 
estruturas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa nova dimensão temporal permitiu a percepção da história como 
um saber que se desenvolve a partir da relação entre passado e presente, ou 
seja: 
 
“Os historiadores partem de seu próprio tempo, de onde articulam suas 
dúvidas, questionamentos e instrumentos de análise, para examinar um 
determinado período do passado” (p. 56) 
 
Uma das principais diferenças entre os Annales e o positivismo diz 
respeito à percepção de história total. Enquanto os positivistas 
preocupavam-se em elaborar uma proposta de história única, que seria 
considerada verdadeira, os historiadores dos Annales pretendiam conhecer a 
realidade em suas múltiplas dimensões. 
 
É no contexto dos debates gerados pela Escola dos Annales que vem 
à tona a preocupação com o anacronismo, que pode ser definido como 
 
“O desenvolvimento de análises calcadas em parâmetros, 
conhecimentos, ideias, conceitos e valores que não pertencem à época e à 
sociedade investigadas ou não se aplicam a elas” (p. 54) 
 
Sobre o Annales, é necessário observar que esse movimento é 
composto de diversas fases, que podem ser caracterizadas pela atuação de 
seus principais expoentes: 
 
PRIMEIRA GERAÇÃO. Marc Bloch e Lucien Febvre – fundadores da 
revista dos Annales, em 1929, quando começam a circular as primeiras 
ideias desse movimento. Trazem a perspectiva interdisciplinar para a 
História, inauguram o método de história comparada e introduzem a noção 
de história-problema. Um dos principais livros de Marc Bloch, onde essa 
perspectiva de história-problema é utilizada, chama-se “Os Reis 
Taumaturgos”, obra que também se destaca por utilizar fontes até então 
desprezadas pelos historiadores. Ambos, Bloch e Febvre trazem a 
predominância da história econômica e social sobre a história política. (pp.56 
a 68) 
 
SEGUNDA GERAÇÃO. De Febvre a Braudel – o contexto pós-
segunda guerra foi marcante nessa fase dos Annales, que começa em 1946. 
Com Braudel no comando da revista, autor do emblemático “O Mediterrâneo 
e o mundo mediterrânico na época de Felipe II”, a noção de que o espaço 
onde se desenvolve a ação humana também tem a sua história ganha 
notoriedade. (pp. 68 A 75). Outros autores também marcam essa segunda 
geração, como Ernest Labrousse, que elabora uma forma de fazer história 
 
 
atenta a dados econômicos e estatísticos, conhecido como história serial. O 
método estatístico e serial desenvolvido por Labrousse articulava rigor com 
os vestígios econômicos e estatísticos e a dialética entre o binômio 
conjuntura e estrutura. A história demográfica também se torna popular no 
período, especialmente através dos trabalhos de Emmanuel le Roy Ladurie. 
(pp. 75 a 77) 
 
 
 
 
TERCEIRA GERAÇÃO. Jacques le Goff, Emmanuel le Roy Ladurie, 
Marc Ferro. Formada por jovens historiadores, que começam a compor o 
quadro da Revista dos Annales a partir do final da década de 60, esse 
movimento abriu espaço para a constituição da chamada Nova História. A 
produção do conhecimento histórico passa a ser questionada e novos 
métodos e problemáticas de pesquisa começam a se tornam a preocupação 
desses historiadores. Uma novidade é a ênfase na história cultural e o 
retorno à história política sob novas perspectivas. A história como narrativa 
volta a ocupar espaço nos debates e, também, um olhar para a história do 
tempo presente. (pp. 77-84)

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