Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdade de Ciências Departamento de F́ısica bernardo.munguambe@outlook.com Análise Matemática III Tema I: Equações Diferenciais Equações Diferenciais Exatas A condição necessária e suficiente para que M(x, y)dx+N(x, y)dy = 0 (1) seja uma equação diferencial exata é ∂M ∂y = ∂N ∂x (2) Em alguns casos, a equação aparece como diferen- cial exata depois de um reagrupamento de seus termos. A equação, na sua nova forma, pode então ser integrada termo a termo. Exemplo: (x2 − y)︸ ︷︷ ︸ M dx+ (y2 − x)︸ ︷︷ ︸ N dy = 0 é uma equação diferencial exata, porque ∂M ∂y = ∂ ∂y (x2 − y) = ∂N ∂x = ∂ ∂x (y2 − x) = −1 isto pode ser evidenciado, também, com o se- guinte arranjo: x2dx+ y2dy − (ydx+ xdy) = 0 esta equação pode ser integrada termo a termo, dando a primitiva 1 3 x3 + 1 3 y3 − xy = C a equação (y2−x)dx+(x2−y)dy = 0, entretanto, não é diferencial exata, porque ∂M/∂y = 2y 6= ∂N/∂x = 2x. Se a equação 1 é a diferencial exata da equação µ(x, y) = C, dµ = ∂µ ∂x dx+ ∂µ ∂y dy = M(x, y) +N(x, y)dy (3) então ∂µ ∂x dx = M(x, y)dx µ(x, y) = ∫ x M(x, y)dx+φ(y) onde ∫ x indica que, na integração, y deve ser con- siderado como uma constante e φ(y) é a constante (em relação a x) de integração. ∂µ ∂y = ∂ ∂y {∫ x M(x, y)dx } + dφ dy = N(x, y) (4) que dá dφ dy = φ′(y) e, assim φ(y) pode ser deter- minado. Factor Integrante Se a equação 1, não é equação diferencial exata, necessita-se de um factor de integração. Se ∂M ∂y − ∂N ∂x N = f(x) (5) uma função de x, apenas, então e ∫ f(x)dx é um fac- tor de integração da equação 1. Se ∂M ∂y − ∂N ∂x N = −g(y) (6) uma função de y apenas, então eintg(y)dy, é um factor de integração da equação 1. Se a equação 1 é homogênea e Mx + Ny 6== 0, então 1/Mx+Ny é um factor de integração. Se a equação 1 pode ser colocada na forma yf(xy)dx + xg(xy) = 0, onde f(xy) 6= g(xy), então 1 xy[f(xy)− g(xy)] = 1 Mx−Ny é um factor de integração. As vezes, depois de reagrupados os termos da equação, pode-se determinar um factor de inte- gração pelo reconhecimento de um certo grupo de termos como parte de uma diferencial exata. Exemplo: (2x3 + 3y)dx+ (3x+ y − 1)dy = 0 ∂M ∂y = 3 = ∂N ∂x é uma equação diferencial exata. Seja µ(x, y) = ∫ x (2x3 + 3y)dx = 1 2 x4 + 3xy + φ(y) Munguambe, 2018 Página 1 de 2 ∂µ ∂y = 3x+ φ′(y) = N(x, y) ��3x+ φ ′(y) = ��3x+ y − 1 φ′(y) = y − 1 para achar φ(y), faz-se a integração do φ′(y), logo φ(y) = 1 2 y2 − y Equação de Bernoulli Consideremos uma equação da forma dy dx + P (x, y)y = Q(x) (7) cujo o primeiro membro é linear, tanto na variável dependente como na derivada, é chamada equação linear de primeira ordem. Uma equacao na forma dy dx + P (x, y)y = Q(x)yn (8) em que P (x) e Q(x) são funções cont́ınuas de x (ou constantes) e n 6= 0, n 6= 1 (caso contrario não se teria uma equação linear). reduz-se a equação 7, de seguinte modo: faz-se a substituição z = y−n+1 dz dx = (−n+ 1)y−n dy dx substituindo na equação 8 dz dx + (−n+ 1)Pz = (−n+ 1)Q (9) É uma equação linear. Calculando o seu integral geral e substituindo em z a sua expressão y−n+1, obtém-se o integral geral da equacao de Bernoulli. =========================== Exemplo: dy dx + xy = x3y3 y−3 dy dx + xy−2 = x3 seja: z = y−2 dz dx = −2y−3 dy dx −y−31 2 y3 dz dx + xz = x3 − 1 2 dz dx + xz = x3 seja: z = uv dz dx = u dv dx + v du dx 1 2 [ u dv dx +v du dx ] +xuv = x3 [ u dv dx +v du dx ] +2xuv = 2x3 u [dv dx + 2xv ] + v du dx = 2x3 dv dx = −2xv ∫ dv v = −2 ∫ xdx ln v = −x2 + C com a regra de cancelamento logaŕıtmico v = e−x 2 e−x 2 du dx = 2x3∫ du = ∫ 2x3.e−x 2︸ ︷︷ ︸ uv dx integrando por partes u . Munguambe, 2018 Página 2 de 2
Compartilhar