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Como citar este artigo 
EMERIM, Cárlida. Semiótica discursiva: aplicações na pesquisa em jornalismo. (159-
184). In: SCÓZ, Murilo; VANDRESEN, Monique; OLIVEIRA, Sandra Ramalho e 
(orgs.). Proposições interativas: modos de produzir sentidos. Florianópolis: Ed. 
UDESC, 2016. 
 
Semiótica discursiva: aplicações na pesquisa em jornalismo 
 
 
Cárlida Emerim 
 
 
Preâmbulo 
 
O jornalismo se apresenta como um campo novo de investigação se considerar a 
discussão dicotômica que o engendra definindo-o enquanto uma forma de conhecimento 
ou como uma prática do fazer. Pela perspectiva mais pragmática, sua função e 
especificidade parecem estar inseridas na grande área da comunicação, mas, ao mesmo 
tempo, do ponto de vista da forma de conhecimento, os aparatos comunicacionais 
parecem apenas estar a serviço de sua operacionalidade. Outra problematização que 
surge desse contexto refere-se aos modelos de análise que, muitas vezes, por 
desconsiderarem esta relação (forma de conhecimento específica e a função prática), 
não conseguem dar conta do tipo de produto resultante do jornalismo, partindo, assim, 
de pressuposições idealizadas cujas comprovações engessam a pesquisa e em pouco 
ampliam as premissas já existentes. Longe de encerrar a discussão ou mesmo de 
assumir um dos lados destas perspectivas, acredita-se que o jornalismo é uma forma de 
conhecimento que se efetiva pelas suas práticas específicas e a função social que exerce 
nas sociedades modernas. É, portanto, um campo de estudos que se permite estar no 
interior da comunicação como também autônomo dela, enquanto área das Ciências 
Sociais Aplicadas, embora se efetive a partir de atos e processos comunicativos, mas 
devendo ser compreendido a partir da sua totalidade e modo específico: produção, 
exibição/circulação e recepção de produtos e processos jornalísticos. 
Partindo desta premissa e assumindo a Semiótica como um campo teórico de 
base dos estudos e pesquisas nos últimos anos, têm-se ensaiado diferentes aplicações da 
semiótica discursiva em torno dos objetos do jornalismo e, mais recentemente, em 
específico, do jornalismo para as telas, qual seja, o telejornalismo. Em tempo, é preciso 
explicitar o que se entende por telejornalismo, visto que no senso comum, o termo 
2 
 
parece remeter apenas aos programas de notícia, os noticiários ou telejornais. Em 
publicação de 2015, propôs-se uma definição para telejornalismo, sendo: 
 
 (...) programas de formatos diferentes que informam e operam 
com a referência direta com o real, cujas temáticas são, 
fundamentalmente, a apresentação ou a repercussão de fatos, 
acontecimentos e ações de pessoas que tem referência direta 
com o mundo real, (...), portanto, telejornalismo. (EMERIM, 
2014, p. 104). 
 
 
Ampliando ainda esta definição, em 2015, enfatizou-se a perspectiva de 
compreender o telejornalismo como o jornalismo para telas, incluindo televisão, 
computador, smartphone, celular, tablets ou os demais dispositivos e suportes móveis 
ou não que se utilizem de uma tela de visão (...) para exibir dados (EMERIM apud 
EMERIM, FINGER, CAVENAGHI, 2015, p.211). Além de integrar diferentes gêneros 
e formatos dos produtos televisuais, também considera os diferentes suportes que 
materializam estas produções jornalísticas. Tendo dito retoma-se, então, a introdução do 
texto em curso. 
O presente artigo tem o objetivo de apresentar, brevemente, um percurso 
metodológico que vem sendo utilizado para analisar diferentes produtos jornalísticos, 
em diferentes suportes materiais, propondo um aprofundamento maior, como já se 
referiu, sobre o suporte televisual, ou do jornalismo produzido pela e para as telas de 
visão. Para executar esta tarefa, o texto apresenta algumas pressuposições teóricas que 
embasam esta perspectiva analítica fundada, como já se apontou, na Semiótica 
Discursiva. A luz desses preceitos semióticos, apresenta-se a proposição de uma 
metodologia de análise de produtos telejornalísticos. Em seguida, discorre-se sobre a 
pertinência do modelo e, na terceira seção, as considerações sobre esta metodologia e 
suas potencialidades no jornalismo. 
 
Em torno da Semiologia e da Semiótica 
 
As escolas semióticas surgem em momentos próximos, mas em dois continentes 
diferentes, fruto das preocupações de dois estudiosos. Na Europa, Ferdinand de 
Saussure, linguista, na América do Norte, Charles Sanders Peirce, lógico-matemático. O 
interessante é que ambos não se conheciam e, mesmo com formações e contextos 
3 
 
diferentes, queriam entender as formas de representação do homem, como o homem se 
manifesta. Para tanto, Saussure parte da língua e centra o seu olhar sobre o fala; Peirce, 
por sua vez, objetiva compreender o ato de pensar do homem, cada um, definindo este 
projeto teórico dentro de sua perspectiva de ciência: Saussure, partindo da linguística, 
batiza de Semiologia, - muito embora ele não a desenvolve, apenas prevê uma ciência 
geral que englobaria a linguística com o propósito de “dar conta” de todos os sistemas 
sígnicos-; Peirce de Semiótica, visto que, para ele, o termo advindo da palavra grega 
semeion, que significa sinal ou signo, nada mais era do que lógica. Em suma, os dois 
estudavam o signo, enquanto Saussure centrava o foco de suas investigações nos signos 
na e da fala, Peirce estava interessado em mostrar como a forma de pensar do homem 
se organiza para produzir signos
1
. A essência da contribuição de Saussure para a 
Semiótica está no projeto de uma teoria geral dos sistemas sígnicos lingüísticos, o que 
chamou de projeto Semiologia, para a qual o signo seria uma estrutura bilateral, bifacial 
ou diádica, que compreende dois constituintes: significante e significado. Para Saussure, 
signo era a combinação do conceito e da imagem acústica, ou seja, o signo linguístico 
une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito a uma imagem acústica. Tal 
premissa é explicada com o clássico exemplo da folha de papel: como uma folha de 
papel que tem dois versos: um desses lados é o conceito, o outro a imagem acústica, 
como aponta Nöth (1996), “O pensamento é o anverso e o som o verso, não se pode 
cortar um sem cortar, ao mesmo tempo, o outro” (p.31). Para Saussure, nada existe 
(estruturalmente) além do significado e do significante e, a significação, é o que faz a 
mediação entre os dois elementos. Uma proposição teórica que opera inteiramente no 
sistema semiótico, excluindo totalmente o objeto de referência como um elemento do 
processo analítico. 
Mais tarde, Hjelmslev amplia o modelo proposto por Saussure fundando uma 
proposição teórica, a Glossemática, que se transformou numa escola radical de 
linguística estruturalista, a Escola de Copenhagen. A Glossemática foi um importante 
campo de estudos para a semiótica visto que ampliou a noção de linguagem que passa a 
considerar não só os elementos linguísticos como os não linguísticos. Hjelmslev 
também desenvolveu um modelo sígnico e linguístico, além de lançar os conceitos de 
estrutura, texto, sistema e os fundamentos da teoria da conotação (melhor desenvolvida 
 
1 É preciso deixar claro que embora tivessem esta aproximação, os modelos teóricos e, por consequência, 
metodológicos se desenvolvem a partir de estruturas diferentes, o que mantém seu escopo na semiótica 
até hoje é a busca pela compreensão do sentido, do processo de significação. 
4 
 
por Barthes posteriormente), o que contribuiu essencialmente para o desenvolvimento 
de estudos no campo da literatura e da estética. A partir do livro Prolegômenos a uma 
teoria da linguagem, de 1942, postula que a Semiótica é a ciência das formas ou 
estruturas e “rebatiza” os termos trazidos por Saussure: significante e significado são 
chamados de Planos do Signo e passam a ser denominados de Plano de Conteúdo (é o 
que se diz, o tema, propriamente dito) e Plano de Expressão (engloba os elementosque 
dão conta dos modos como se diz um tema). Ambos são estratificados em forma e 
substância semiótica, gerando quatro subestratos: forma de conteúdo, forma de 
expressão; substância de conteúdo e substância de expressão. Os dois Planos (Expressão 
e Conteúdo) não são separados, estão unidos num objeto, mas, para fins de análise eles 
são separados e descritos até suas unidades mínimas, pois estas poderão apresentar as 
características gerais ou do todo. 
A partir destes pressupostos, Algirdas Julien Greimas, junto com a Escola de 
Paris, propõe o desenvolvimento destes estudos e análises incluindo textos de 
diferentes gêneros e suportes materiais tais como a arte, a imagem, a publicidade, a 
imprensa, a literatura, o discurso jurídico e o científico, estudos sobre a mitologia, a 
política, a música, a moda, etc. Para os espetáculos em geral, passou-se a propor o termo 
Semiótica Sincrética um ramo que teria como objeto específico este tipo de produção. 
As acepções de Greimas se articulavam a partir de diferentes fontes, empregando o 
estruturalismo lingüístico de Hjelmslev, a antropologia estrutural que vinha sendo 
desenvolvida por Lévi-Strauss, a teoria formalista do conto de Propp e, ainda, a teoria 
das situações dramáticas de Etienne Souriau. O núcleo central da proposição 
greimasiana é o estudo do discurso na busca pela apreensão e compreensão do sentido, 
com base na noção de que uma estrutura narrativa se manifesta em qualquer tipo de 
texto. Para tanto, propõe aplicar métodos de pesquisa da linguística estrutural à análise 
de textos que são, para ele, discursos. Partindo desta premissa, o autor defende que a 
significação é o conceito chave, por isso não seria a semiótica uma teoria dos signos, 
mas, sim, de algo mais amplo que é a significação; uma teoria cujo objetivo seria o de 
explicar a geração de discursos de qualquer sistema semiótico, considerando que a 
narratividade é o nível de análise por excelência para compreender esse percurso 
gerativo do sentido. 
Em tempo, é preciso apontar que na natureza dos estudos semióticos há uma 
natural interdisciplinaridade, que permite aos pesquisadores recorrer a outros campos do 
5 
 
conhecimento e articular uma interlocução não só teórica como metodológica
2
. No 
Dicionário de Semiótica (GREIMAS e COURTÉS, 1979), o conceito do termo 
semiótica traz pistas desta abrangência quando se afirma que o verbete pode ser 
empregado em diferentes definições, pois pode ser objeto, sistema, teoria dependendo 
do interesse de pesquisa, alternando, então, a sua relação com a linguística: ora uma das 
teorias da linguística, ora uma teoria que incorpora a linguística. Santaella (1983) 
propõe um conceito sobre semiótica que reitera o que se propõe afirmar acerca da 
pertinência e possibilidade de interlocução da semiótica em relação aos outros campos, 
visto que: 
 
É a ciência que se ocupa de investigar as linguagens, propõe-se 
ao exame dos modos de constituição de todo e qualquer 
fenômeno como fenômeno de produção e de significação de 
sentido (SANTAELLA, 1983, p. 15) .‏
 
Portanto, reitera-se a pertinência da semiótica de vertente europeia, fundada nos 
pressupostos linguísticos, para o estudo de diferentes objetos do campo das ciências 
humanas e sociais, com efeito, os midiáticos e, especialmente, os televisivos, tendo em 
vista a natureza híbrida, hiperbólica e mutável desses textos e a operacionalidade 
ofertada pela metodologia de análise semiótica a esse tipo de objeto. 
Esta digressão se faz necessária em razão de que a vertente semiótica que norteia 
a perspectiva de análise aqui proposta é de inspiração europeia, porém, já adota 
procedimentos e crenças mais atuais, partindo do texto, elemento central do processo, 
mas considerando seus contextos e entornos. Assim, brevemente, se apresenta a seguir 
os pressupostos teóricos que fundamentam a metodologia de análise proposta e que vem 
sendo aplicada aos objetos da comunicação e do jornalismo. 
 
Semiótica Discursiva: pressupostos teóricos 
 
 
2
 Hénault (2006) mostra que a semiótica surge de diferentes movimentos teóricos, na Epistemologia e na 
Teoria da Lingüística através de proposições de Saussure, Hjelmslev e Benveniste; na Antropologia 
fundada em Durkheim, Mauss, Lévi-Strauss e Dumézil; possibilitando, também, a partir desta concepção, 
construir inter-relação com a hermenêutica de Paul Ricoeur, com a Pragmática e a Teoria dos Atos da 
Linguagem de Austin e Searle, como também com a vertente que opera com a metodologia etnográfica de 
Goffman. Um desenvolvimento profícuo, que articula e desenvolve, em épocas e matrizes diferentes, os 
estudos semióticos, constituindo um corpo teórico sólido e produtivo. 
 
6 
 
Como já se pode apresentar anteriormente, as proposições assumidas pela 
pesquisa fundamentam-se na semiótica de inspiração europeia, partindo principalmente, 
das postulações de Hjelmslev e Greimas, compreendida como semiótica discursiva que 
se propõe a ser uma teoria geral da significação bem como uma metodologia 
operatória para a descrição dos discursos e das práticas sociais. A semiótica discursiva 
busca entender o que o texto diz e como faz para dizer o que diz, partindo da análise do 
texto em sua forma de manifestação discursiva. Nesta direção, é preciso ressaltar que 
embora se tenha esta referência central, o processo de análise não fica restrito ao texto, 
modelo que se definia como imanentismo ortodoxo. Aliás, cabe evidenciar, Hjelmslev 
já reconhecia a necessidade de considerar as relações contextuais do objeto a ser 
estudado, pois, ficar no limite do texto é perder uma parte significativa dos sentidos. 
Como bem manifesta Diana Barros, inspirada em Hjelmslev: 
 
O texto só existe quando concebido na dualidade que o define – objeto 
de significação e objeto da comunicação – e, dessa forma, o estudo do 
texto com vistas à construção de seu ou de seus sentidos só pode ser 
entrevisto como o exame tanto dos mecanismos internos quando dos 
fatores contextuais ou sócio-históricos de fabricação dos sentidos. 
(BARROS: 1990, p. 07) 
 
Neste aspecto, recupera-se a função do texto no processo comunicativo ao qual o 
campo e os objetos do jornalismo, em especial, estão inseridos. Fabbri (1999), Verón 
(1987), Calabrese (1987) e Charaudeau (1997) corroboram com a perspectiva de que é 
no texto que se materializam os efeitos de sentido produzidos pelos enunciadores e são, 
acima de tudo, objetos construídos, trocados, manipulados e que circulam no social 
(EMERIM, 2012, p. 68). Para os teóricos citados, existem regras que fazem parte de 
gramáticas de produção, circulação e reconhecimento e elas permitem a identificação e 
a descrição de operações e, a partir deste processo, é possível determinar o percurso dos 
sentidos nas matérias significantes, os textos. Verón afirma que os textos possuem 
marcas que permitem a “reconstrução” dessas operações que são sempre subjacentes, 
resgatadas pelas marcas inscritas na superfície material. Essa conceituação do termo 
texto permite propor um conceito operacional que possa identificar a especificidade do 
texto televisivo que passa a ser compreendido como unidade de sentido, produto da 
semiose, isto é, da função contraída entre expressão e conteúdo, podendo utilizar-se 
das mais diversas substâncias para sua expressão (Emerim, 2012, p. 69 apud Duarte, 
2001, p. 04), permite descrever e interpretar o texto, que é um espaço de dupla via entre 
7 
 
produção e interpretação de sentidos. Para efetivar esta proposição, recorre-se 
novamente a Hjelmslev (1975) quando afirma que: 
 
O único procedimento possível para isolar o sistema que este texto 
subentende é uma análise que considera o texto como uma classe 
analisável em componentes; estes componentes são, por sua vez, 
considerados como classes analisáveis em componentes, e assim por 
diante atéa exaustão das possibilidades de análise (HJELMSLEV, 
1975, p. 14). 
 
Em relação à produção midiática, os autores propõem que: 
 
(...) a análise do discurso midiático preocupado com as diferentes 
gramáticas de produção e recepção e com os efeitos de sentido 
produzidos, vá ao texto, fragmento do discurso, mas sua única 
manifestação material. Assim, todos esses teóricos partem do 
pressuposto de que o suporte material do discurso é a manifestação; é 
ela quem oferece as condições para o estudo empírico da produção de 
sentido, embora se constitua em fragmento da semiose. (EMERIM, 
2012, p. 68). 
 
Verón, em conformidade com Fabbri e Charaudeau, prospecta a existência de 
um conjunto de mecanismos que são parte do sistema produtivo dos discursos e que 
definen las relaciones entre “gramática” de producción “gramática” de 
reconocimiento, para un discurso o un tipo de discurso dado (VERÓN, 1987, p. 20). 
Esses mecanismos são as operações que carregam as marcas e as pistas encontradas nos 
textos e que, para se manifestarem, empregam diferentes estratégias. Duarte (2000) 
apresenta uma proposição na qual entende que existem então as estratégias discursivas 
que são a seleção e combinação de determinadas formas de estruturação do conteúdo, 
responsáveis pela organização do modo como se diz um tema. Ainda, segundo a autora: 
 
Tais estratégias são expressas por determinadas articulações de 
formas de expressão - os mecanismos expressivos -, cuja 
disposição se submete a regras (sintáticas) de combinação de 
elementos, selecionados pelo(s) enunciador(es)/produtor(es) 
dentre um repertório de possibilidades, fornecidas por uma dada 
gramática de formas de expressão (DUARTE:2000, p.10). 
 
Sendo assim, as estratégias discursivas têm duas ordens: podem direcionar-se ao 
modo de contar a narrativa ou ao modo de relacionar-se discursivamente com a 
enunciação. Nessa direção, Duarte ainda prevê as estratégias discursivas de caráter 
8 
 
narrativo e as enunciativas. A primeira refere-se àquelas deliberações tomadas pelo 
enunciador em relação ao modo de estruturação de sua narrativa; enquanto que as 
estratégias enunciativas remontam são as decisões do enunciador sobre as formas 
textuais de relacionamento com seu processo de produção – a enunciação – e 
conseqüentemente com o receptor daquele processo comunicativo – o(s) enunciatário 
(s) (DUARTE, 2002, s/n). Todas estas instâncias e operadores permitem estruturar o 
objeto e categorizá-lo, em diferentes etapas na busca de investigar até as unidades mais 
internas. Diante do exposto, acredita-se ter conseguido explicitar o lugar de fala da 
pesquisa bem como os conceitos e pressuposições que são norteadores da metodologia 
de análise da produção jornalística que se quer apresentar, com ênfase nos produtos 
telejornalísticos. Assim, na sequencia, apresenta-se um esquema, estruturado a partir 
destas concepções que tem o telejornalismo como objeto de estudo principal. 
 
Proposta de metodologia de análise da produção em telejornalismo 
 
Toda producción de sentido, en efecto, tiene una manifestación 
material. Esta materialidad del sentido define la condición esencial, el 
punto de partida necesario de todo estudio empírico de la producción 
de sentido. Siempre partimos de “paquetes” de materias sensibles 
investidas de sentido que son productos; con otras palabras, partimos 
siempre de configuraciones de sentido identificadas sobre un soporte 
material (texto lingüístico, imagen, sistema de acción cuyo soporte es 
ele cuerpo, etcétera..) que son fragmentos de la semiosis. (VERÓN: 
1987, p. 126 e 127) 
 
Entender como o telejornalismo vem configurando seus textos-programas e seus 
produtos para dar conta das convergências midiáticas e da televisão interativa, são os 
grandes desafios que se apresentam ao campo de estudos sobre o jornalismo de 
televisão. Para alcançar este propósito, de contribuir par ao campo, é que se apresenta, a 
seguir, uma proposta metodológica de análise da produção telejornalística. Mas, antes, é 
preciso introduzir os pressupostos que originam o mapeamento do percurso 
investigativo. 
Reiterando o que propala Verón e, partindo da semiótica discursiva, que se 
preocupa em estudar os objetos a partir do texto, centra-se a proposta num estudo 
empírico dedutivo que observa as condições de produção, circulação e consumo 
evidenciadas na manifestação discursiva. Estudar o telejornalismo, já definido 
anteriormente, a partir do olhar semiótico, é considerar seu modo de produção de 
9 
 
sentido, a maneira/forma que este se constrói para provocar significações e 
interpretações. E, para executar uma análise empírica, de caráter teórico-prática, 
considerando a televisão e seus produtos (o telejornalismo é um gênero televisual que 
tem outros subgêneros e formatos), entende-se a necessidade de estabelecer algumas 
premissas que não só estarão mapeando o olhar do investigador como devem ser 
previstas no interior da própria proposta analítica. A primeira premissa é assumir o 
fato de que a televisão é constituída de uma linguagem própria, configurada pela 
trajetória histórica do meio (incluindo os elementos técnicos, relacionais e estruturais do 
seu modus operandi) o que resulta numa gramática de produção específica. 
Por gramática compreende-se, fundamentalmente, a descrição dos modos de 
existência e de funcionamento de um determinado sistema, e por linguagem os 
elementos e códigos que, em relações de diferentes níveis, estabelecem um conjunto de 
regras e regularidades que caracterizam e definem um sistema. 
Se na origem da televisão ela foi se apropriando de modelos de produção, 
gêneros e formatos dos meios existentes antes dela, a saber, do cinema quando traz as 
noções de plano, tomada, eixo de gravação, enquadramento, composição, cena, cenário, 
estúdio, sequência, gêneros e tipos de categorização, entre outras; do rádio, o ritmo 
narrativo, as falas empostadas, as cortinas ou vinhetas (depois transformados em 
intervalos), o modelo de negócio, entre outros, também deles foi se diferenciando. A 
televisão ou o mercado televisivo, principalmente o brasileiro, passou a entender seus 
próprios processos técnicos e seu diferencial, não só a partir do desenvolvimento 
tecnológico, mas, principalmente, pela natureza específica de seu suporte: a imagem 
eletrônica e/ou videográfica. O que foi exposto permite afirmar que afirmar que a 
televisão tem uma linguagem própria e, mais além, permite propor um conceito 
operacional de linguagem televisual compreendendo por tudo aquilo que refere aos 
termos técnicos ou culturais que possam estabelecer uma gramática de ações ou usos 
em televisão, sendo, por exemplo, os planos, as mudanças de velocidade, a 
iluminação, a edição, os enquadramentos, as regras produtivas, os modelos de fazer, 
etc e pelas quais as produções televisivas possam ser caracterizadas, reconhecidas e 
reproduzidas. Como já se apontou, as regras dessa gramática da produção televisual 
foram se constituindo ao longo do tempo, na esteira do desenvolvimento tecnológico e 
nas mudanças sociais e culturais pelas quais o meio televisivo vem passando. Mas, 
também, é fruto desta interlocução e inter-relação entre as diferentes linguagens 
empregadas bem como daquelas situações e/ou contextos dos meios de produção e as 
10 
 
condutas mercadológicas que são inerentes num regime capitalista, impostas pela 
própria televisão, considerando sua condição de empresa e suas necessidades de lucro. 
Isto quer dizer que, para se empreender uma análise semiótica em telejornalismo, 
centrada no nível discursivo, é preciso considerar a especificidade de sua forma de 
produção técnica e a natureza de seus textos – programa
3
. Ora, se como já se reiterou, 
não é possível compreender um programa fora de seu contexto, a segunda premissa da 
metodologia é a de que a análise dos produtos midiáticos não pode ser realizadaisoladamente do processo midiático que os constitui, qual seja, o universo midiático, a 
mídia em específico, a emissora enunciatária, a programação, antes mesmo de chegar na 
emissão. Portanto, não só é importante relacionar a época, seu período histórico de 
existência como também todo o contexto que envolve a sua produção, circulação/ 
exibição e, também, o seu consumo. Lembrando que tais instâncias remetem ao exame 
das marcas discursivas expressas no texto e, como tal, obedecem a uma ordem lógica de 
etapas de investigação, que podem ser assim estruturadas: 
 
1. o objeto (um programa ou episódio) na relação com o espaço midiático no 
qual está inserido; 
2. o objeto (um programa ou episódio) na relação com a emissora responsável 
pela sua produção; 
3. o objeto (um programa ou episódio) na relação com a programação geral da 
emissora; 
4. o objeto (um programa ou episódio) na sua estruturação interna, 
compreendendo a análise e comparação dos episódios/emissões que o compõem; 
5. a análise detalhada de um programa ou episódio (parte escolhida). 
 
Para operacionalizar este processo, recupera-se um termo técnico do fazer 
imagético, a decupagem, que é alçado ao estatuto de conceito operacional e passa a 
assumir uma função estratégica dentro desta metodologia. O termo, no senso comum, 
designa um processo de marcação evidenciada e registrada de cenas, conteúdos, 
materiais, enfim, com o objetivo de organizar, sistematizar e agilizar a montagem, a 
edição ao permitir encontrar os trechos/partes que interessam. Mas, na metodologia, a 
decupagem é um processo de decomposição de materiais (do som e do vídeo) que 
 
3 Texto-programa é um termo operacional cunhado para referir os objetos empíricos de pesquisa. 
 
11 
 
permite aos analistas marcar e descrever em detalhes cada um dos elementos 
constituintes daquele objeto empírico, o que contribui para entender o funcionamento 
e a organização interna dos objetos estudados. É através da decupagem que os 
analistas dos produtos telejornalísticos podem entender as regras utilizadas pelos 
produtores na produção do material sob análise. O processo de decupagem pode ser 
dividido em dois módulos: decupagem geral, que propõe-se a apresentar a disposição 
que organiza o texto-programa como um todo e, a decupagem interna, que mostra as 
partes integrantes desse todo, examinado as características internas e mais específicas. 
A partir do processo de decupagem, estabelece-se uma sequencia de etapas que, depois 
de descrito os objetos (textos-programas), podem ser analisados por algumas categorias 
fixas que já foram testadas e se mostraram operacionais neste tipo de análise. Esta 
estruturação, segundo Emerim (2012), é assim proposta: 
 
1) o histórico do programa na emissora; 
2) o gênero de que é representante; 
3) o formato em que é configurado, considerando; a) sua estrutura; b) as suas 
chamadas internas e externas; c) o cenário; d) os atores sociais, discursivos e suas 
funções; e) as temáticas preferenciais; f) o tratamento do tempo. 
 
Para esclarecer um pouco essa proposta de análise, tomar-se-á como exemplo, a 
escolha de um telejornal como objeto empírico e, antes mesmo de se chegar a analisar o 
texto-programa, propriamente dito, é preciso localizá-lo, contextualizá-lo no universo da 
pesquisa. Assim, a começar por olhar o telejornal, que está inserido numa programação, 
de uma emissora que, por sua vez, tem uma posição no mercado midiático. A análise 
começa pelo universo no qual esta empresa, emissora, faz parte, historicizando este 
contexto e o da empresa emissora. O objetivo desta etapa é entender o processo que 
engendra o programa, as lógicas mercadológicas aos quais ele está subsumido, as 
estratégias comunicativas que propagam a emissora para a sociedade bem como aquelas 
as quais o programa se beneficia ou é beneficiado. Este conhecimento permite 
relacionar, depois, como as estratégias discursivas, narrativas e enunciativas se 
estruturam no interior do programa e o que deste espaço externo pode estar ali 
representado. 
 O exame da programação permite entender a valoração do programa junto à 
empresa, pelo posicionamento e pelo tempo de duração, pelo espaço que ele ocupa na 
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grade da emissora, relacionando neste aspecto, também, as chamadas externas e os 
produtos anunciados nos intervalos comerciais dos quais as chamadas estão inseridas. É 
importante lembrar que estas chamadas são a forma mais comum e conhecida de 
divulgação dos programas e da programação televisiva. Numa análise deste tipo de 
texto, pode-se afirmar que elas se dividem em três tipos: chamada externa, aquelas que 
ocorrem durante os intervalos comerciais, como já se apontou; a chamada interna, 
aquelas que ocorrem no interior de outros textos programas, ou seja, quando o programa 
A divulga e evidencia o programa B, durante a exibição do programa A, no interior do 
fluxo interno de seu conteúdo e, ainda, a chamada intraprograma ou autoreferencial, 
aquelas que ocorrem no interior do próprio programa durante a sua execução, ou quando 
o programa A faz divulgação do programa A durante a apresentação do seu episódio, no 
interior do seu próprio fluxo narrativo. É possível entender a função de um programa 
(entre outras compreensões) na emissora observando o número de vezes, a modalidade 
da chamada bem como tipo de inserção que é exibida, além disso, também se pode 
comprovar, a partir do investimento deste tipo de divulgação, do papel que este 
programa exerce dentro da estratégia macrocomunicativa da empresa junto ao seu 
publico consumidor. 
Quando se chega ao programa ou ao texto-programa, para seguir uma 
nomenclatura semiótica, parte-se para a divisão de categorias de análise, algumas já 
propostas pela presente metodologia, por se acreditar que elas são recorrentes e 
praticamente fixas na estrutura interna de qualquer produto telejornalístico. Assim, 
inicia-se pelo gênero de que o texto-programa é representante, não somente os 
telejornais, pois, na televisão há programas de diferentes formatos e sub-gêneros que 
não estão alinhados as narrativas tradicionais do telejornal. Esta é uma questão 
importante visto que, a cada dia, os programas televisivos têm experimentado 
hibridações, mesclando diferentes suportes e linguagens, reconfigurando e 
influenciando a própria concepção de linguagem televisiva. Compreender o gênero ou o 
tipo de gênero a que o programa se filia permite entender as estratégias enunciativas e 
discursivas que lança mão para poder mostrar suas narrativas. As vinhetas também 
merecem um olhar aprofundado visto que elas são a identidade que o programa quer 
firmar junto ao espectador. Nesta direção, cabe explicitar que se trabalha, em 
telejornais, comumente com três tipos de vinhetas: a vinheta de abertura – aquela que 
faz a introdução do programa e, geralmente, é a mais longa; a vinheta intermediária ou 
a vinheta de interblocos – aquela que é um fragmento da vinheta de abertura e é 
13 
 
exibida no início e no final de cada bloco
4
 do programa. E, finalmente, a vinheta de 
encerramento aquele que é exibida ao final do programa e mostra os créditos de toda a 
equipe que atua no programa e suas chefias mais diretas. 
Dentro deste aspecto, há também o aprofundamento sobre o formato em que é 
configurado, remetendo, então, a diferentes instâncias de diferentes ordens. A primeira 
instância, a estrutura produtiva, refere-se à forma de estruturação discursiva que tende 
a repetir-se nos programas televisivos telejornalísticos com vistas a facilitar sua 
produção e tornar o seu formato conhecido, possibilitando o estabelecimento de 
vínculos com seus telespectadores (EMERIM, 2012, p. 105). A segunda instância está o 
cenário, que engendra os enquadres com os quais a televisão trabalha conhecidos como 
settings ou cenários, constituem-se em um espaço definido epreparado, adequado às 
necessidades de seu processo produtivo. O cenário é um dos elementos que permite a 
pronta identificação do programa por parte do público telespectador. Nos telejornais, o 
cenário constitui-se numa estratégia que produz efeitos de sentido de estabilidade, de 
confiança, de credibilidade. Em primeiro lugar, isso ocorre porque o programa sempre 
exibe a mesma estrutura e há a repetição dos atores discursivos fixos. Nessa direção, 
também, do ponto de vista do telespectador, ver sempre o mesmo cenário produz um 
efeito de familiaridade, que produz efeitos de sentido de reconhecimento e de 
tranqüilidade. Para analisar o cenário de um telejornal, o pesquisador parte da 
decupagem na qual se descreverá a estrutura do cenário, a forma e os elementos que o 
compõem; o som e as trilhas (ou a ausência delas), a composição destes elementos em 
cena assim como os planos, ângulos e enquadramentos, as cores e a iluminação em jogo 
assim como todos os recursos técnicos e narrativos que são acionados durante a 
exibição deste cenário ao longo do programa. Exemplos destes acionamentos, quando o 
assunto faz o cenário mudar, quando o cenário aparece mais ou menos, quanto ele 
interage com o ambiente do programa e dos atores fixos em cena, enfim. Depois dessa 
descrição detalhada, parte-se para a interpretação dos dados e é nesta etapa em 
específico que a interdisciplinariedade da semiótica permite articular ou recorrer a 
diferentes teorias e campos do conhecimento. Como por exemplo, a psicologia social e 
das cores, que ajudam a interpretar e mapear os efeitos de sentido produzidos por estas 
situações que envolvem o cenário do telejornal. Já se apontam algumas conclusões antes 
mesmo de se relacionar, nestes resultados, a decupagem das falas dos apresentadores, os 
 
4 Por bloco compreende-se a divisão em partes do programa de televisão cujo preenchimento se dá com 
os intervalos comerciais. 
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temas tratados neste cenário e da inserção de reportagens, para permitir analisar a 
interação e a intertextualidade que existe nestas etapas da produção. Na terceira 
instância, os atores sociais e discursivos e suas funções. Neste aspecto analisam-se 
desde a biografia e a história profissional dos atores envolvidos até suas roupas, 
trejeitos, gestualidade, voz, função e importância na estrutura do programa, as frases e a 
entonação que são por eles proferidas. Todos são considerados atores discursivos visto 
que fazem parte, integram os textos televisivos telejornalísticos. 
Na quarta instância a que se dedica às temáticas preferenciais, centraliza-se na 
análise do conteúdo, dos assuntos e seus desdobramentos, das angulações escolhidas e 
dos temas selecionados para serem tratados pelos programas em análise. A investigação 
sobre essas temáticas permite ao analista identificar, mapear e caracterizar interesses, de 
diversas ordens, hierarquizar, a partir destas escolhas o que os programas consideram 
importantes de serem recobertos, quais fatos se constituem em interesse da sociedade e 
quais não recebem o mesmo tratamento. 
Na quinta instância, encontra-se o tratamento do tempo, ou seja, os regimes de 
tempo que são escolhidos para a exibição das diferentes produções realizadas pelas 
equipes e pelo próprio programa na grade de programação (ao vivo, gravado, ao vivo 
em tempo real de ocorrência, etc.), são elementos fundamentais para se compreender a 
essência do programa, sua função prospectada pela emissora e a sua função real 
assumida ou dotada a eles pelos espectadores. Neste âmbito também são analisados os 
engendramentos tecnológicos e performativos que caracterizam, qualificam ou não, o 
texto-programa na sua função original de prestar o serviço social de noticiar. 
Como já se relatou, depois deste processo descritivo e interpretativo, é possível 
empreender a análise do processo de produção de sentido e definir os efeitos de sentido 
produzidos pelos elementos em relação e processualidade. De forma breve, procurou-se, 
nesta exemplificação, trazer alguns desdobramentos possíveis no âmbito das 
possibilidades de análises, a partir das categorias pré-fixadas e que são sugeridas de 
serem empregadas quando do uso desta metodologia de análise para produtos 
telejornalísticos. 
 
Considerações finais 
 
O modelo explicitado neste trabalho preocupa-se em mostrar uma metodologia e 
um percurso de analise que contemple os objetos do telejornalismo, por isso, há 
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categorias específicas que remetem diretamente ao tipo de texto e a gramática 
constitutiva de sua linguagem específica, a saber, a televisual. Mas, outras experiências 
já mostraram que o percurso deste modelo de análise pode ser utilizado em outros 
objetos empíricos para a compreensão de outros objetos midiáticos, tais como a 
fotografia e as peças gráficas impressas. Nestes casos, as categorias a serem elencadas 
devem considerar a especificidade da linguagem e das gramáticas de cada campo: a 
fotográfica e a gráfica, inseridas e consideradas, no escopo, as rotinas e fazeres do 
jornalismo destas áreas. 
Finalmente, é preciso ressaltar que não se tratam de proposições definitivas, mas 
de um processo em aberto, sujeito a constantes interferências e reconfigurações, pois 
como bem diz aqueles que se dedicam a enfrentar os objetos complexos que se 
apresentam no universo midiático contemporâneo: 
 
Existe, naturalmente, a necessidade de articulação e compatibilização 
dessas formulações teóricas, quando direcionadas a uma análise que se 
propõe a dar conta das especificidades dos textos midiáticos, o que 
obriga a um permanente ir e vir entre teoria, metodologia e prática 
analítica, passando pela revisão, ampliação e adequação de conceitos 
que assumem um caráter instrumental em relação à análise e 
interpretação dos produtos midiáticos. (DUARTE e CASTRO, 2014, 
p. 68). 
 
 
Não obstante, acredita-se que o percurso proposto pode ser um estímulo à outros 
pesquisadores na perspectiva de ser um modelo de análise a ser testado e servir como uma 
plataforma de experimentos na produção de ensaios semióticos. 
 
 
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